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Sent: Tuesday, September 27, 2005 4:27 PM
Subject: Rádio Digital (4)
IBOC –
Sistema de Rádio Digital nos Estados Unidos
Takashi Tome
[Veja sa figuras em
http://www.comunicacao.pro.br/setepontos/21/takashi_iboc.htm]
1. Introdução
A tecnologia para o rádio digital adotada nos Estados Unidos é conhecida como
IBOC (In-Band-On-Channel).
O serviço em si passou por diversos nomes:
- primeiro foi o DARS (Digital Audio Radio Service);
- depois DAB (Digital Audio Broadcasting), "emprestado" dos europeus;
e, mais recentemente, parece ter se estabilizado em
- HD Radio (High Definition Radio).
Da mesma forma que os outros sistemas de rádio digital (DAB Eureka 147, ISDB-Tsb,
DRM), a idéia é levar ao ouvinte um som de melhor qualidade (como no CD), além
de possibilitar a inclusão de outras informações por meio de um fluxo de dados
ou mesmo um segundo canal de áudio independente.
Entretanto, ao contrário dos demais sistemas, o IBOC foi concebido para
possibilitar a transmissão simultânea dos sinais digitais dentro da mesma banda
alocada para o sinal analógico da emissora.
No modo híbrido, ambos os sinais – o analógico e o digital – convivem dentro do
mesmo canal.
Na etapa posterior, o sinal analógico seria desativado, tendo-se uma transmissão
totalmente digital ocupando todo o canal.
Existem duas versões do IBOC:
- uma para a faixa de ondas médias (IBOC AM) e
- outra para a faixa de 88-108 MHz (IBOC FM).
Ambas adotam a mesma filosofia, o mesmo codificador de áudio e o mesmo processo
de modulação, diferindo em alguns detalhes como a configuração de parâmetros ou
a alocação do espectro.
Em tese, por usar a mesma arquitetura e o mesmo codificador de áudio, um
receptor "IBOC AM" e outro "IBOC FM”, ambos digitais, teriam boa parte de seus
circuitos em comum para as duas faixas.
Para a emissora, existem dois grandes atrativos.
O primeiro é que ela pode usar o espectro de que já dispõe.
O segundo é que o acréscimo de equipamento necessário para a transmissão digital
é mínimo.
Bem, essas são as vantagens que os defensores do IBOC alegam (as desvantagens
serão abordadas na parte final deste artigo).
Este artigo versa sobre o IBOC FM.
Embora do ponto de vista de circuitaria, como observado acima, o IBOC AM seja
similar, o ambiente de ondas médias apresenta problemas distintos, que
trataremos em outra ocasião.
Para facilitar a compreensão dos leitores, apresentaremos inicialmente uma breve
descrição técnica do sistema e, em seguida, o processo histórico de sua
elaboração.
O que é surpreendente para muitos de nós, que vimos estudando esse tema há algum
tempo, é que o rádio digital nos Estados Unidos, embora venha sendo implantado e
testado em diversas estações, ainda não é um sistema consolidado e homologado
pela FCC (como é, por exemplo, a TV Digital).
Essa questão será tratada na seção 3.
2. A tecnologia IBOC
2.1. O FM analógico
Para se entender o IBOC (FM), é útil revermos alguns conceitos do FM analógico.
Basicamente, no FM, pega-se um sinal de rádio-freqüência (RF), batizado de
portadora, e varia-se a sua freqüência conforme a intensidade do sinal de áudio
que se deseja transmitir.
Digamos que a portadora seja um sinal de 88,10 MHz.
Se a amplitude do sinal de áudio for fraquinha, muda-se momentaneamente aquele
sinal de RF para, digamos, 88,11 MHz (um desvio de 10 kHz).
Se a amplitude do áudio aumentar, joga-se a freqüência do RF para 88,12 MHz
(desvio de 20 kHz). E assim por diante.
O espectro do sinal resultante (RF + áudio, ou RF modulado) é complexo, e varia
de instante para instante, em função da excursão do sinal de áudio (modulante).
A figura 1 traz uma representação simplificada desse sinal modulado: cada
estação está representada por um triângulo, com a sua portadora no centro.
A largura do canal alocado a cada estação é de 200 kHz – ou seja, os sinais
modulantes podem ocupar no máximo 100 kHz em torno da portadora, em cada lado.
Fig. 1. Espectro do FM.
http://www.comunicacao.pro.br/setepontos/21/takashi_iboc.htm
Conforme ilustrado na fig. 1, as estações são alocadas de 200 em 200 kHz (ou 0,2
MHz) [CFR1].
Para uma dada estação – por exemplo, a de 88,3 MHz na fig. 1 – as estações
localizadas no canal adjacente, ou seja, cuja portadora esteja a 200 kHz no
espectro (88,1 e 88,5 MHz), são chamadas de “primeiro adjacente”.
Da mesma forma, aquela cuja portadora esteja afastada 400 kHz é denominada
“estação segundo adjacente”.
Se duas estações – localizadas em cidades distintas – estiverem ambas
transmitindo na mesma freqüência, diz-se que elas são “co-canal”.
Para evitar interferências entre as estações, a FCC estabelece uma distância
mínima a ser observada entre as estações co-canal, primeiro adjacente e, em
menor grau, no segundo e terceiro adjacentes.
O motivo para o afastamento mínimo a ser observado entre as estações adjacentes
no espectro é que as raias do sinal de FM, por este ser complexo, não se limitam
ao espaço de ± 100 kHz em torno da portadora.
A figura 2 mostra a máscara de emissão adotada pela FCC para o FM.
Essa máscara estabelece que podem existir espúrios na faixa entre 120 e 240 kHz
afastados da portadora, desde que os mesmos estejam a 25 dB abaixo da potência
da portadora não-modulada; e 35 dB abaixo da portadora não-modulada, na faixa
entre 240 e 600 kHz (2).
Fig. 2. Máscara de emissão para o FM. Cf. 47cfr73-317 [CFR2].
http://www.comunicacao.pro.br/setepontos/21/takashi_iboc.htm
2.2. IBOC FM
A idéia básica do IBOC (In-Band On-Channel) é a de transmitir o sinal digital
dentro do mesmo canal do sinal analógico.
Isso possibilitaria, na visão de seus autores, que as estações de rádio atuais
pudessem migrar para a tecnologia digital quando lhes fosse conveniente e sem
interromper ou prejudicar a transmissão do modo analógico.
A proposta da USA Digital Radio (posteriormente, iBiquity) é a de transmitir os
sinais digitais na "janela" entre 129 e 198 kHz, como indicado na figura 3a.
Esses sinais estariam sendo transmitidos em uma potência bem baixa, de modo a
ficarem restritos dentro da máscara de emissão especificado pela FCC.
Fig. 3a. Sinal IBOC FM no modo híbrido [IBI].
http://www.comunicacao.pro.br/setepontos/21/takashi_iboc.htm
O sinal digital apresentado na fig. 3a é do tipo OFDM (Orthogonal Frequency
Division Multiplex), formado por 190 mini-portadoras de cada lado, e capacidade
de transporte total de 96 kbit/s.
Esse modo é chamado "híbrido", por conjugar a transmissão dos sinais analógico e
digital.
Um outro modo de transmissão, denominado "híbrido estendido" (extended hybrid) é
apresentado na fig. 3b
Nesse modo, o sinal analógico deve ser restrito a 100 kHz e a janela ocupada
pelo sinal digital vai de 101 a 198 kHz.
A capacidade de transporte, nesse caso, varia de 110 a 150 kbit/s, dependendo
dos parâmetros de configuração adotados.
Fig. 3b. Sinal IBOC FM no modo híbrido estendido [IBI].
http://www.comunicacao.pro.br/setepontos/21/takashi_iboc.htm
Após a fase de transição, a porção analógica do sinal seria substituída por
sinais digitais, tendo-se então o chamado modo "totalmente digital".
Existem diversas possibilidades para o mesmo.
A proposta da Lucent era a de que, no sinal totalmente digital, a parte
principal da informação fosse concentrada nas portadoras centrais, que seriam
transmitidas com uma potência maior, conforme o indicado na fig. 4a.
Fig. 4a. Sinal IBOC no modo totalmente digital. Proposta Lucent [SUN].
http://www.comunicacao.pro.br/setepontos/21/takashi_iboc.htm
Já na proposta da USA Digital Radio, e que acabou prevalecendo na solução da
iBiquity, no modo totalmente digital a parte principal da informação continuaria
a ser transmitida nas raias laterais (como no modo híbrido), porém com maior
potência, enquanto que a parte central do canal seria destinada à transmissão de
informação secundária, conforme a figura 4b.
Fig. 4b. Sinal IBOC no modo totalmente digital. Proposta USA DR/iBiquity [IBI].
http://www.comunicacao.pro.br/setepontos/21/takashi_iboc.htm
No modo totalmente digital, a capacidade de transporte varia de 200 a 300 kbit/s,
dependendo dos parâmetros de configuração.
Como ocorre com a maioria dos sistemas digitais, a capacidade de transporte pode
ser utilizada por uma mistura de sinais de áudio (um ou mais canais) e fluxos de
dados.
Por exemplo, no modo híbrido mais simples, pode-se ter dois fluxos de bits: um
com 74 kbit/s e outro com 25 kbit/s. No modo estendido, acrescenta-se um fluxo
adicional de 12, 25 ou 50 kbit/s, dependendo dos parâmetros de configuração.
No modo totalmente digital, pode-se ter até quatro fluxos independentes,
variando de 6 a 98 kbit/s.
Em tese, qualquer tipo de informação digital - seja de áudio ou dados - poderia
ser transmitido nesses fluxos.
A versão "original" do IBOC empregava um codificador proprietário, denominado
PAC (Perceptual Audio Coding) (3).
Entretanto, as primeiras implantações nas emissoras indicaram um resultado muito
insatisfatório, o que levou a iBiquity a substituí-lo por um segundo
codificador, denominado HDC, desenvolvido pela Coding Technologies.
O codificador HDC é escalonável - funciona em 18, 36, 64 e 96 kbit/s, o que
permite compor diferentes combinações.
Uma desvantagem é que, assim como o primeiro, este codificador é proprietário. A
avaliação é a de que, em 96 kbit/s, a qualidade do som obtida é igual ao de um
CD.
A figura 5 ilustra, de modo simplificado, a organização de um sistema para
transmitir um sinal IBOC juntamente com o analógico.
Na linha de cima temos, simplificadamente, um sistema FM convencional, composto
por um estágio de tratamento de áudio em banda-base (amplificador, mixers,
etc.), um modulador FM analógico, seguido de um amplificador de potência (RF) e
finalmente a antena.
No IBOC (linha de baixo), o sinal analógico passa por um codificador de áudio (HDC)
e um modulador digital.
A saída deste modulador é acoplada (por meio de um acoplador passivo) à saída do
modulador analógico, de modo que ambos os sinais, assim juntados, são enviados
ao elemento irradiante (antena).
Um elemento adicional que aparece aqui no circuito analógico é a linha de
retardo: como o processo digital é mais demorado (leva alguns segundos para ser
executado), para que a informações dos sinais analógico e digital "aconteçam" no
mesmo instante, faz-se necessário tal retardo.
Dessa forma, um sintonizador IBOC poderia funcionar em modo "dual", como ocorre
no FM mono/estéreo: Idealmente, o receptor IBOC estará sintonizando a parte
digital do sinal.
Entretanto, se devido às condições de recepção o sinal digital não puder ser
recuperado, o receptor automaticamente mudaria para a fonte analógica, sem
interromper a continuidade do programa para o ouvinte.
Fig. 5. Esquema para a transmissão híbrida IBOC/analógico.
http://www.comunicacao.pro.br/setepontos/21/takashi_iboc.htm
Um último tópico a ser observado refere-se à sincronização entre as estações.
Como cada estação estará transmitindo de forma independente das demais, o
receptor, ao ser mudado de estação, tem que "atracar" na nova estação.
Esse processo de sincronização leva alguns segundos para ocorrer, o que
significa que, em tese, o usuário ficaria com o seu receptor mudo durante alguns
segundos cada vez que ele mudasse de estação.
A forma proposta para evitar tal incômodo é o de que as estações sejam
sincronizadas por meio de satélite (GPS) [IBI].
Fizemos uma breve descrição do sistema IBOC FM.
Apresenta-se a seguir a evolução histórica desse sistema.
3. Breve histórico
3.1. Os primórdios
O processo que viria a desaguar na atual tecnologia IBOC inicia-se em 1990,
quando a Satellite CD Radio entrou com uma petição na FCC para a regulamentação
de um novo serviço, o rádio digital via satélite (4).
Mas por essa época, o sistema europeu de rádio digital terrestre (DAB Eureka
147) já vinha sendo divulgado.
Por tal motivo, a FCC, face à petição da CD Radio, abriu um processo de consulta
pública (Notice of Inquiry, GEN Docket 90-357) visando a regulamentação do rádio
digital, não apenas via satélite, mas também para aplicação terrestre.
Esse novo serviço foi batizado de DARS – Digital Audio Radio Service.
Passados cinco anos – em 1995 – a FCC definiu as condições para a versão via
satélite (Satellite DARS), fixando a faixa de operação em 2310-2360 MHz [FCC1].
Entretanto, a versão terrestre estava a patinar. Em seu DARS Report and Order, a
FCC dizia que:
(...) nós antevemos que avanços técnicos logo irão permitir aos radiodifusores
em AM e FM oferecerem sons digitais melhorados. (...) O subcomitê de rádio
digital da EIA está avaliando as características técnicas de uma variedade de
sistemas experimentais DARS. (...) Nós apoiamos totalmente esses
desenvolvimentos, e vemos grandes promessas nessas inovações para prover
melhores serviços aos consumidores. (...)
Quando os resultados dos testes indicarem a factibilidade de implementar tais
sistemas, iremos agir rapidamente para modificar apropriadamente as nossas
normas [FCC1, par. 28, grifo deste autor].
Voltemos um pouco no tempo.
A partir da publicação da consulta NOI GEN docket 90-357, em 1990, diversas
propostas foram vislumbradas para o rádio terrestre.
Basicamente, elas se dividiam em três categorias.
A primeira alternativa seria a de utilizar uma faixa de freqüência totalmente
nova.
Essa era a proposta do DAB europeu, que os canadenses encamparam e queriam
convencer os seus pares norte-americanos.
Em boa parte, a discussão que ocorreu em torno do DARS refere-se a essa
proposta.
Os canadenses adotaram a freqüência de 1,4 GHz (banda L) para o seu sistema de
rádio digital, o que permitia que o mesmo fosse transmitido tanto por satélite
quanto por antenas terrestres.
Os Estados Unidos rejeitaram essa idéia alegando que a banda L já estava
ocupada, em seu país, para uso militar (5).
A segunda alternativa consistia em se transmitir o sinal digital em algum canal
não ocupado por uma estação analógica - principalmente, os canais adjacentes aos
analógicos.
Essa proposta foi denominada IBAC - In-Band, Adjacent Channel.
Apenas a AT&T (que viria a mudar o nome para Lucent Technologies após o
desmembramento da Bell System) estava trabalhando nesse tipo de proposta.
A terceira alternativa, e que recebia a maior atenção, por suas características
atraentes, era justamente o IBOC. Seus principais proponentes eram a AT&T, a
Amati e um consórcio criado em 1991 pela emissora CBS, a Gannett e a
Westinghouse, denominado USA Digital Radio (fig. 6).
Fig. 6. Genealogia da iBiquity
http://www.comunicacao.pro.br/setepontos/21/takashi_iboc.htm
Em 1994, a EIA – Electronics Industries Association e a NRSC – National Radio
Systems Committee, um organismo composto por técnicos de indústrias e de
emissoras, propuseram realizar testes comparativos entre os diversos sistemas, a
fim de fornecer subsídios para a decisão da FCC.
Foram realizados testes de transmissão em laboratório, no centro de pesquisas da
NASA em Cleveland-Ohio (NASA Lewis Research Center), de qualidade de áudio no
Canadá (Communiations Research Center, em Ottawa) e finalmente teste de campo em
San Francisco.
Os testes demonstraram que tanto o IBOC quanto o IBAC ainda não estavam maduros
para o uso.
Em presença do sinal digital IBOC, a qualidade do sinal analógico da mesma
estação degradava-se sensivelmente (6).
No canal adjacente, o sinal analógico (interferido) ficava bem pior.
Essa interferência piorava se houvesse presença de reflexões (multipercurso) no
sinal (7)
Para completar, se o receptor IBOC perdesse o sinal, ou no caso de mudança de
estação, o receptor levava de 5 a 9 segundos para ressintonizar.
O sistema Eureka 147 estava se saindo melhor nesses testes [DRRI].
Essa situação levou a FCC em 1995, como mencionado anteriormente, a adiar
qualquer decisão acerca do DARS terrestre, e continuar o processo GEN docket
90-357 somente para o rádio via satélite.
De 1995 a 1998, os técnicos se enclasuraram em seus laboratórios para tentarem
melhorar os seus sistemas.
A AT&T abandonou a sua proposta de IBAC, considerando-a infactível devido ao
alto nível de interferências provocadas [CHR] (8).
A Thompson, que propusera o Eureka 147 na banda L, desistira. A Lucent (novo
nome da AT&T), a Digital Radio Express, Inc. (DRE) e a USA Digital Radio
persistiam em suas pesquisas.
Esta última, em particular, firmara um acordo com o Instituto Fraunhofer, da
Alemanha, para o desenvolvimento e integração de um codificador MPEG AAC em seu
sistema [FCC2, pg. 10] (9).
3.2. A segunda geração de testes
Em 1998, a USA Digital Radio resolveu entrar com uma petição para que
fosse iniciado processo de consulta pública especificamente para o rádio digital
terrestre [FCC2].
Nessa petição, a USA DR peliteava que a máscara de emissão fosse relaxada para o
caso da transmissão híbrida.
E que houvesse um período de transição de doze anos, após o qual a transmissão
analógica não estaria mais protegida (10).
Mas apenas no ano seguinte - em novembro de 1999 - a FCC iniciou a consulta
pública solicitada (Notice of Proposed Rule Making - NPRM).
O que a Comissão queria saber nessa consulta - de número MM Docket No. 99-325 -
eram basicamente três coisas:
- se a tecnologia IBOC estava suficientemente madura;
- se deveria ser adotada uma única tecnologia, ou se poderiam haver várias
tecnologias concorrentes; e
- verificar a possibilidade de uma alternativa "fora-de-banda", usando o canal 6
de televisão (82-88 MHz).
Em contraste com a posição otimista anterior, a NRSC - o braço de testes - não
desejava realizar testes comparativos entre os sistemas propostos, mas apenas
verificar se a idéia do IBOC "era viável" (11).
As emissoras comerciais eram a favor do IBOC.
A CEMA (associação de fabricantes de receptores), a emissora pública National
Public Radio, Inc. (NPR) e diversas entidades de defesa de interesse público
ainda preferiam um sistema "fora-de-banda", na banda L [FCC3, par. 13].
A alternativa "fora-de-banda" estava sendo considerada porque, a despeito das
vantagens do IBOC, o período de transição - que poderia durar mais de uma década
- imporia uma séria limitação no desempenho do sistema, ao passo que um sistema
totalmente digital - numa nova banda - permitiria às emissoras e ouvintes
desfrutarem da totalidade da qualidade digital já [FCC3, par. 22].
Os testes com os sistemas IBOC foram realizados no período entre 2000 e 2001
[NRSC1].
Em agosto de 2000, as duas principais proponentes - a Lucent e a USA Digital
Radio - uniam seus esforços e criavam a iBiquity Digital Corporation.
Em seu relatório de avaliação (nov/01), a NRSC recomenda que a FCC autorize a
tecnologia da iBiquity para uso em sistemas IBOC em FM [NRSC2, pg. 9].
3.3. First Report and Order, 2002
Com base no relatório da NRSC, e nos comentários da consulta pública, em outubro
de 2002 a FCC publica a decisão de adotar a tecnologia IBOC da iBiquity (First
Report and Order). Mais: ela seria a única tecnologia de rádio digital:
A iBiquity é atualmente a única a desenvolver sistemas IBOC. [FCC4, par. 5].
A alternativa fora-de-banda com o uso do canal 6 foi descartada devido aos
atrasos no cronograma de liberação dos canais de TV analógicos. A alternativa da
adoção do Eureka 147 na banda L foi descartada porque
Essa não é uma alternativa factível.
Em dramático contraste ao IBOC, Eureka 147 não tem nenhum proponente doméstico,
nem um apreciável suporte por parte da indústria de radiodifusão. ... (A banda
L) correntemente é utilizada para testes de telemetria de vôo. Levaria anos para
liberar esse espectro para o DAB, mesmo que fôssemos decidir hoje que tal passo
seria garantido. ... Mais ainda, sem uma alocação específica de espectro e uma
tecnologia específica, nós simplesmente não temos uma opção fora-de-banda para
considerar, muito menos para avaliar contra os critérios de teste de DAB
enumerados na NPRM [FCC4, par. 9].
Em seu First Report and Order, a FCC determina que as estações que desejarem,
poderão iniciar transmissões experimentais empregando o IBOC FM. A única
restrição é a de que deveria ser utilizado o mesmo elemento irradiante (antena)
para os sinais analógico e digital [FCC4, par. 41].
Iniciadas as transmissões experimentais, o desempenho do áudio não estava
agradando.
Nos testes da NRSC, a iBiquity empregara o codec MPEG AAC, da Fraunhofer, o qual
tivera um bom desempenho. Entretanto, para o uso "comercial", a iBiquity adotou
o codec PAC da Lucent , cujo desempenho deixava a desejar. A solução, como
mencionado na seção 2, foi a adoção de um novo codec, o HDC, da Coding
Technologies.
Outro problema, sentido mais adiante, foi o da antena.
A FCC determinada o uso de mesma antena para o sinal analógico e o digital com o
pressuposto de que, ao adotar tal procedimento, o diagrama de irradiação seria
mantido, evitando as tão temidas interferências.
Além disso, o uso do mesmo elemento irradiante traria economia na instalação.
Entretanto, o que se observou foi algo distinto.
As emissoras concluíam que em geral era mais barato instalar um novo elemento
irradiante do que lidar com maiores potências no sistema já existente.
Em abril de 2004, a FCC liberou o uso de elemento irradiante separado para a
transmissão digital.
Uma questão relacionada a essa é o custo do amplificador de potência de RF (HPA).
Embora na figura 5 esteja ilustrado o emprego do HPA existente, isso só é válido
se o mesmo possuir uma alta linearidade, o que ocorre somente com os
amplificadores mais modernos e caros. Na maior parte dos casos, seria necessário
substituir o amplificador.
De acordo com a iBiquity, o custo estimado para implantar o seu sistema IBOC
gira em torno de US$ 30 mil a US$ 200 mil, com uma média de US$ 75 mil. Os
custos de conversão variam, dependendo da idade e outras características da
planta de transmissão e equipamentos de estúdio. [FCC4, par. 35].
Para se aproveitar a mesma antena (qualquer que seja o motivo), as emissoras,
via de regra, tiveram que substituir seus amplificadores de potência por outros
modelos com melhor linearidade, e com a mesma potência que o analógico.
Ao usar duas antenas distintas, bastava adquirir apenas um amplificador linear
com uma potência bem menor, o que representava uma diferença de custo sensível.
Não obstante, algumas questões estavam sem resposta. A primeira delas era quanto
às patentes.
Muitas entidades estavam preocupadas com a adoção de uma tecnologia
proprietária.
A iBiquity concordava em "disponibilizar suas patentes a terceiros em termos
razoáveis", bem como em seguir a política de patentes da FCC [FCC4, par. 34].
Em março de 2003, a iBiquity lançava um novo programa de taxas, que consistia
em:
- as primeiras 125 estações comerciais a aderirem ao acordo adquiririam uma
licença vitalícia por US$ 5.000;
- todas as estações não-comerciais que aderissem ao acordo até 30 de junho de
2003, estariam isentas de pagamento de licença por toda vida;
- ambas as ofertas teriam validade apenas se a estação realizasse o máximo
esforço para iniciar as transmissões digitais antes de 30 de junho de 2003, e
continuasse até pelo menos 31 de dezembro de 2004.
Essa licença mencionada não se refere ao equipamento transmissor nem aos custos
embutidos no receptor, mas simplesmente na licença de uso dos codificadores - ou
seja, uma licença para a estação poder usar a tcnologia IBOC.
O termo de licenciamento encontra-se disponível em: www.ibiquity.com/hdradio/documents/FormSLA2004-A.pdf.
O uso de retransmissores (com deslocamento de freqüência)
(12) era outra questão sem resposta.
Mas talvez a questão mais significativa era que a FCC não apoiava a proposta
para o modo totalmente digital da iBiquity.
Conforme ilustrado na fig. 4b, a proposta da iBiquity era o da USA Digital
Radio, que propunha aumentar a potência das raias laterais, transmitindo ali a
programação principal.
Na visão da FCC, isso provocaria interferência além do necessário.
A FCC preferia a proposta da Lucent (fig. 4a), que trazia a programação
principal para o centro do canal, liberando as raias laterais para informações
de menor importância. Por tal motivo, no First Report and Order, a FCC não
definiu o que fazer no modo totalmente digital [FCC4, par. 37].
Isso trazia mais uma questão: a evolutividade do sistema.
Esse foi um dos pontos indagados pela FCC no NPRM de 1999, e que ficou sem
resposta nas rodadas de consulta pública até essa data [FCC3, par. 31 e FCC4
par. 33].
3.4. Further Notice of Proposed Rulemaking, 2004
Em abril de 2004, a FCC iniciou nova rodada da consulta pública, com a
publicação do Further Notice of Proposed Rulemaking and Notice of Inquiry
[FCC5].
Nessa etapa são discutidas as regras do serviço - ou seja, as condicionantes
para a operação dos serviços. Indaga-se se as emissoras devem necessariamente
oferecer uma programação em "alta definição" (alta qualidade de áudio); se as
emissoras podem transmitir múltiplos programas de áudio; se as emissoras podem
oferecer serviços de dados.
E, como um novo ponto a explorar, a questão do controle de direitos autorais.
Essa rodada encerrou-se em agosto passado (ago/04). Porém, até o presente
(dez/04), não se tem informes sobre o seu desfecho.
Fig. 7. Processo de definição do serviço de rádio digital nos EUA
http://www.comunicacao.pro.br/setepontos/21/takashi_iboc.htm
4. Conclusão
O princípio que norteou o desenvolvimento do IBOC é interessante, mas persistem
uma série de questões não resolvidas.
Os críticos do IBOC tendem a se concentrar no seu desempenho - um problema
existente, porém possivelmente passageiro. Outras questões são mais graves, por
terem fundo estrutural e, portanto, caráter permanente.
A primeira questão é que, o IBOC, de fato, não é IBOC: o sinal digital é
transmitido no canal adjacente.
De acordo com um crítico, "isso é como construir um prédio no terreno baldio
vizinho, que voce pensa que pode usar só porque está vazio".
A Benton Foundation faz um alerta de mais longo alcance: ao ocupar os canais
adjacentes e efetivamente aumentar a largura do canal ocupado por uma estação,
está-se reduzindo a disponibilidade de espectro para eventuais novos atores
(13).
Uma segunda questão é que os testes mostram, em geral, alguma degradação nos
sinais analógicos existentes.
A NRSC e a maioria das emissoras se conforma com isso, e o consideram um preço a
ser pago (trade-off) para a obtenção de um sistema digital com mais recursos
[FCC4, par. 14].
Mas a FCC, se por um lado procura minimizar esse problema, por outro tomou a
iniciativa de buscar melhorar a qualidade (seletividade) dos receptores, com
base no incentivo ao uso de técnicas mais modernas.
Para tanto, iniciou nova consulta pública em 2003, Interference Immunity
Performance Specifications for Radio Receivers [FCC6], visando a elaboração de
especificações mais rígidas para os receptores.
Essa iniciativa, se por um lado é interessante, por outro não resolve o problema
dos aparelhos já existentes, e indica que as interferências que se pode esperar
com o IBOC são mais severas que as reportadas nos relatórios.
A terceira questão é que, definido a opção pelo IBOC, e com o Further Notice of
Proposed Rulemaking, o processo de definição do sistema de rádio digital nos
Estados Unidos parece estar chegando ao seu desfecho
Entretanto, os pontos em aberto são um sério problema.
Primeiro: o que a FCC pretende fazer com o modo totalmente digital?
Isso pode ser apenas uma questão teórica na atual fase experimental, mas os
receptores a serem vendidos ao público deverão trazer embutidos a resposta a
essa pergunta.
Segundo: como fica a questão da tecnologia proprietária?
Aparentemente, a FCC acredita que as coisas irão se resolver por si (o
procedimento adotado na TV Digital foi similar).
E finalmente, o que se espera em termos de evolução do sistema? Essa foi uma
pergunta que a própria FCC fez, e não obteve resposta.
Referências
- [BOE] de Boer, G., Kupferschmidt, C., Bederov, D. e Kuchenbecker, H.: Digital
Audio Broadcasting in the FM Band Based on Continuous Phase Modulation. IEEE
Transactions on Broadcasting, set/03, pp. 293-303.
- [CFR 1] Code of Federal Regulations. Title 47 - Telecommunication. Chapter I -
Federal Communications Commission. Part 73 - Radio Broadcast Services. Section
201. Numerical designations of FM broadcast channels. Disponível em
http://a257.g.akamaitech.net/7/257/2422/05dec20031700/edocket.access.gpo.gov/cfr_2003/octqtr/pdf/47cfr73.201.pdf.
- [CFR 2] Code of Federal Regulations. Title 47 - Telecommunication. Chapter I -
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encontra disponível na rede. Uma versão resumida encontra-se em:
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- [SUN] Sundberg, C.E.W. et al. Multistream Hybrid In Band On Channel FM Systems
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410-417.
Notas
(1) Takashi Tome é engenheiro e pesquisador
na área de telecomunicações. Quaisquer opiniões aqui relatadas refletem apenas a
posição pessoal do autor.
(2) Esta regra é um pouco difícil de entender para
os não-iniciados na área. Primeiro, ela estabelece que, embora o canal "legal"
seja de 200 kHz, admite-se que a estação irradie sinais livremente numa janela
de 240 kHz (Fo ± 120 kHz). Em segundo lugar, parte considerável do canal
adjacente pode ser invadida por raias laterais, desde que a potência dos mesmos
esteja 25 dB abaixo da portadora não-modulada. Finalmente, nos canais segundo e
terceiro adjacentes, ainda podem existir raias laterais, desde que a potência
total dos mesmos esteja 35 dB abaixo do nível da portadora não-modulada.
(3) Praticamente todos os codificadores de áudio
modernos (por exemplo, o MPEG) empregam a técnica de codificação subjetiva, ou
perceptual audio coding. Não se deve, portanto, confundir o codificador PAC da
iBiquity com os demais codificadores disponíveis, a despeito do nome. O da
iBiquity é um codificador proprietário.
(4) Petition for Rulemaking, RM-7400 (1990).
Citado em Magenau, J.: Digital Audio Radio Services: Boon or Bust to the Public
Interest? Disponível em www.lawtechjournal.com/archives/blt/i1-jm.html. Acesso
em 12/12/04.
(5) Deve-se notar, entretanto, que também a
faixa de 2,3 GHz estava em uso militar. Na consulta GEN Docket 90-357, a
aeronáutica (AFTRCC - Aerospace and Flight Test Radio Coordinating Council)
manifestou-se favorável ao uso da faixa de 2,3 GHz para o DARS, mantendo a banda
L para o seu uso [FCC1, par. 16]. Entretanto, não se deve descartar argumentos
de natureza econômica nessa escolha. "Comments were received from a wide variety
of parties both in support and in opposition to the allocation (da faixa de 2,3
GHz). ... they assert that the allocation would create economic opportunities in
the United States for various segments of industry, especially manufacturers of
DARS-related equipment. Finally, proponents argue that a satellite DARS will
improve U.S. competitiveness in the world marketplace". [FCC1 par. 6]. Mais
adiante: "Loral Aerospace Holdings, Inc. states that the expeditious allocation
and licensing of satellite DARS is necessary in order to maintain the U.S. lead
in technology over other countries, which are currently developing a system in
the L-band. [FCC1, par. 14].
(6) “IBOC FM DAB produces a significant
impairment to the quality of the FM stereo audio on its “host” analog station.”
DRRI report [DRRI].
(7) “In a majority of the tests, expert
listeners judged the stereo FM analog service to be “worse” or “much worse” when
an adjacent-channel station, carrying an IBOC DAB service, is present. This
interference tends to worsen when multipath occurs.” Idem.
(8) A decisão de abandonar o IBAC deveu-se
em parte ao seu mau desempenho técnico, e em parte à atração do IBOC. Do ponto
de vista tecnológico, talvez a proposta não tenha sido adequadamente explorada.
O uso de modulação QPSK parece provocar um nível de interferência não aceitável
nos canais adjacentes. Uma solução seria empregar uma modulação mais "amigável"
ao entorno analógico. Uma proposta nesse sentido é descrita em [BOE].
(9) Em dezembro de 1997, o subcomitê de
rádio digital da CEMA (Consumer Electronics Manufacturing Association) elaborou
o relatório final de testes dizendo que o IBOC apresentava duas grandes
deficiências: (1) desempenho pobre do áudio digital sob condições de recepção
adversas; e (2) incompatibilidade com o serviço de FM analógico [FCC3, par. 9].
A CEMA defendia também que apenas o Eureka 147 apresentava robustez e qualidade
de áudio desejáveis [FCC3, par. 11].
(10) [FCC2], pp. 8-9. "In order to insure
that the new digital signal does not harm existing analog service, USADR
proposes that the Commission (FCC) adopt separate AM and FM composite analog/digital
emission masks for hybrid IBOC DAB. After a twelve year transition period,
analog broadcasts would no longer be protected. In the case of FM, a new
all-digital mask would become effective at that time. The new all-digital
emission mask would allow the broadcaster to increase the power and bandwidth of
the digital sidebands.
(11) "In contrast to the CEMA Final Report,
which compared systems based on a number of performance objectives, this first
phase of NRSC testing appears to be designed to demonstrate the technical
viability of IBOC systems, that is, "to establish whether or not IBOC DAB
systems are a significant improvement over existing AM and FM analog radio
services", as well as whether IBOC systems can operate without disrupting analog
service." [FCC3, par. 10].
(12) Relay station.
(13) Benton Foundation. Broadcasting Extra,
may 5, 2000. Diponível em www.benton.org/News/Extra/broad050500.html. Acesso em
12/12/04