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Fevereiro 2006               Índice Geral do BLOCO

O conteúdo do BLOCO tem forte vinculação com os debates nos Grupos de Discussão  Celld-group e WirelessBR. Participe!



20/02/06

• Rádio Digital (10) - Nova ambientação

----- Original Message -----
From: Helio Rosa
To: Celld-group@yahoogrupos.com.br ; wirelessbr@yahoogrupos.com.br
Cc: aramos@aliceramos.com ; Daniela Braun ; Ethevaldo Siqueira ; Adilson Cabral
Sent: Monday, February 20, 2006 2:22 PM
Subject: Rádio Digital - nova ambientação...
 
Olá,  ComUnidade WirelessBRASIL !  
Helio Rosa escrevendo.
Nesta ComUnidade (Portal em 
www.wirelessbrasil.org)  interagimos e compartilhamos conhecimentos com muita cordialidade, cortesia, tolerância e paz - sempre fazendo novos amigos!  
 
Algumas emissoras, devidamente autorizadas, estão testando há algum tempo, o padrão americano de Rádio Digital  "IBOC - In-Band On-Channel  (a relação completa está em http://www.teleco.com.br/radio.asp ) e a Faculdade de Tecnologia da UNB está agora realizando testes com o padrão "DRM - Digital Radio Mondiale", alternativa européia.
 
O "Rádio Digital", também é "polêmico" como sua irmã, a "TV Digital":  :-)
 
(...) a liberação de testes somente para o padrão norte-americano IBOC (In Band On Channel) em 12 capitais, a partir de setembro, provocou polêmica dentro e fora do governo Lula pela rapidez com que o debate está sendo conduzido. (...)
 
(...) A Anatel informa, no entanto, que os dois padrões (IBOC e DRM) não concorrem entre si, uma vez que cada um se aplica de acordo com o tipo de transmissão utilizada.  (...)  
 
Assim, vamos à mais uma ambientação/"re-ambientação" pois, no já conhecido movimento senoidal (uau!),  o Rádio Digital volta ao noticiário.  :-)
 
Lembrando: este "serviço" comunitário de transcrever artigos e notícias e fazer "ambientações" nem se compara à preciosidade da participação individual relatando estudos, opiniões e experiência pessoais - em todos os níveis!!! E vale convocar os profissionais fora dos Grupos para ajudar.  :-)
Isto se aplica à todos os assuntos.
No mercado de TI e Telecom tudo acontece numa velocidade estonteante e temos que nos ajudar!!!  :-)
Quem gosta de compartilhar mas não pode ou não quer se expor, por favor, não se omita: será um enorme prazer servir de intermediário, sem identificar a fonte.
O "compartilhamento" faz bem à alma e gera um bando de amigos.  :-)
E não se preocupem com a concorrência: há espaço para todos neste "mercadão" que aí está!!!  :-)
Claro, com a ressalva do Arakaki: estudar, estudar, estudar...  :-)
 
Voltando.
Temos um bom conteúdo sobre o tema "Rádio Digital" em nosso blog comunitário.
 
Mais abaixo transcrevo duas notícias:
Como ambientação:
- Rádio Digital: entenda a nova era do rádio - matéria de Daniela Braun do IDGNow!
Sobre os testes com o DRM:
-  Anatel autoriza Universidade de Brasília a testar transmissão de rádio digital anotada no Portal UAI.
 
A eventual "polêmica" esta registrada nesta notícia de agosto/05:
 
Momento Editorial
[11/08/05]  
Rádios testam padrão digital dos EUA  
As emissoras comerciais, representadas pela Abert, começam a experimentar, no final de setembro, a tecnologia proprietária Iboc.
Apesar dos protestos de parte do governo, dos radiodifusores comunitários e dos movimentos pela democratização das comunicações, as emissoras de rádio comerciais já decidiram e começarão a testar, no final de setembro, a tecnologia digital utilizando o padrão norte-americano IBOC, criado por uma empresa dos Estados Unidos chamada iBiquit. Os testes começarão por São Paulo. Atualmente, a transmissão de rádio no Brasil é feita de forma analógica. O sinal digital ocupa menos espaço no espectro de freqüência de radiodifusão e sofre poucas interferências. Isso faz com que o rádio possa transmitir dados e ganhe qualidade do áudio muito superior.
Os radiodifusores comerciais, representados pela Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão), argumentam que o padrão IBOC é o que melhor atende às suas necessidades, porque permite que migrar para a tecnologia digital sem mudar de canal. Podem ocupar a mesma faixa de freqüência e manter o número no dial (IBOC significa In-Band On-Channel, no mesmo canal). Essa facilidade, na opinião de Ronald Barbosa, assessor técnico da Abert, simplifica a implantação da rádio digital e reduz os custos com a substituição de tecnologia. A migração se daria apenas numa troca de equipamentos, que depende da disposição financeira de cada emissora, mas independe de regulamentação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
A Casa Civil e os movimentos de defesa da radiodifusão comunitária, contudo, não entendem assim. Apenas essa troca de equipamentos é estimada em cerca de R$ 75 mil (US$ 30 mil), valor proibitivo para rádios comunitárias. Para os defensores da democratização das comunicações, a tecnologia digital pode mudar a radiodifusão no país e abrir espaço para novos operadores e serviços diferentes e para a popularização da produção e veiculação de conteúdos.
Mas o padrão IBOC é proprietário. Exige o pagamento de taxas (chamadas royalties) aos fabricantes da tecnologia, o que significa custos altos para os radiodifusores comunitários ou que não têm o poder de mercado das grandes emissoras. Sem falar que a escolha do IBOC poderia encarecer o aparelho de rádio digital. “A implantação da rádio digital não é tão simples quanto trocar um equipamento. O rádio vai mudar com a tecnologia digital e serviços multimídias poderão ser agregados”, ressalta André Barbosa, assessor especial da Casa Civil para assuntos de comunicação eletrônica de massa.
André Barbosa questiona a disposição das emissoras de testar apenas o padrão IBOC, e a pressa com a qual a rádio digital poderá ser introduzida no país sem uma discussão ampla entre governo, radiodifusores e movimentos sociais. Para ele, outros padrões, como o europeu DRM (Digital Radio Mondiale), não-proprietário, também têm que ser testados. O Ministro das Comunicações, Hélio Costa, disse que o padrão DRM deverá ser testado por emissoras das principais capitais brasileiras. Por não ser proprietário, permite que seus consorciados (várias rádios públicas européias, como a BBC ou a Radio France) desenvolvam pesquisas sobre a base tecnológica oferecida.
Já a Anatel argumenta que não há mais espaço no espectro de freqüência de radiodifusão – isto é, não há mais lugar no dial para novas emissoras ou para mudar de lugar as atuais – e, por isso, ao se fazer a digitalização do rádio, é preciso uma solução que permita às emissoras permanecer no mesmo canal. Segundo Ara Apkar Minassian, superintendente de Comunicação de Massa da agência, o IBOC permite usar o mesmo canal.
 
 
Mais textos (abaixo) sobre a "polêmica":
"Observatório da Imprensa":
- RÁDIO DIGITAL - Governo ainda não sabe como se dará a transição
 
 Rádio Livre
 Rádio digital: a um passo da democracia nas ondas sonoras
 
Polêmica? Um bom local para tratar do assunto, apesar dos pesares, é o Congresso Nacional!!!
(Mensagem para todos os Deputados e Senadores: formulário no site "Um Brasil Melhor")
 
Boa leitura dos textos citados e do conteúdo parcial do blog comunitário com indicação de excelentes artigos técnicos sobre os padrões.
 
Um abraço cordial
Helio Rosa
heliorosa@wirelessbrasil.org
Da equipe de moderadores dos Grupos Celld-group WirelessBr
Coordenador da
ComUnidade WirelessBRASIL e do Giga Site WirelessBR
Coordenador-Adjunto para "Novas Tecnologias": Eduardo Prado
"Owner" do Celld-group: Leonardo Pedrini

 
 Rádio Digital: entenda a nova era do rádio
 Sexta-feira, 30 setembro de 2005
 Daniela Braun - IDG Now!
 Na segunda-feira (26/09), o Brasil iniciou os testes para entrar na era do rádio digital. Entenda como esta novidade transformará o rádio em um aparelho multimídia.
 
 O que é Rádio Digital?
 
 A tecnologia de rádio digital permite a compressão dos sinais de voz, abrindo o canal de rádio para a transmissão de dados como textos e imagens. (Veja o gráfico)
 Quem possui o aparelho de rádio digital pode ouvir rádio AM sem interferências, e FM com som de CD.
 De imediato, os testes de rádio digital melhoram a qualidade na transmissão de rádio via internet.
 
 Multimídia
 
 Além da qualidade de som, o rádio digital permite a transmissão de textos exibidos em um visor do aparelho, além de imagens em baixa resolução e velocidade. Futuramente, receptores mais modernos poderão transmitir vídeos.
 Desta forma, o ouvinte também pode ler informações complementares às notícias transmitidas pela emissora - cotações, previsão do tempo, notícias de trânsito etc. - bem como detalhes da programação musical - autor, título da música. Futuramente, aparelhos digitais mais modernos transmitirão vídeos.
 O rádio digital também permitirá a transmissão de até três programas simultâneos, na mesma freqüência, para públicos diferentes.
 
 Quem está testando por aqui?
 
 A transmissão foi aprovada pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) no dia 12 de setembro e terá um prazo inicial de seis meses, que pode ser prorrogado.
 A nova tecnologia começa a funcionar, em caráter experimental em 12 emissoras. São elas: Sistema Globo de Rádio, Bandeirantes, Jovem Pan, RBS e Eldorado para São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre e Curitiba.
 
 Mercado
 
 Os primeiros receptores digitais devem chegar ao mercado brasileiro em 2006 por meio da Visteon Sistemas Automotivos, que desenvolve equipamentos de áudio para automóveis.
 Segundo Ronald Barbosa, coordenador de Rádio Digital da Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão), a Visteon já estuda a produção de rádios digitais para carros em sua fábrica na Zona Franca de Manaus (AM).
 Em média, os preços de um aparelho receptor de rádio digital variam de 180 dólares - para automóveis - a 900 dólares segundo a Abert.
 Hoje existem 3.400 emissoras de rádio - sem incluir as rádios comunitárias - e 180 milhões de aparelhos de rádio no Brasil.
 
 Padrões
 
 O Brasil escolheu o padrão tecnológico norte-americano In band on channel (Iboc) para operar a rádio digital. Segundo a AESP (Associação das Emissoras de Rádio e TV do Estado de São Paulo) o Iboc foi escolhido por funcionar tanto no modelo digital como no analógico, que atualmente os brasileiros utilizam, facilitando a migração.
 A tecnologia Iboc é utilizada nos Estados Unidos há dez anos, bem como no México e no Canadá. O Brasil começou a estudar a Rádio digital há cinco anos.
 Outros padrões de rádio digital são o europeu - DAB (Digital Audio Broadcasting) para FM e DRM (Digital Radio Mondiale) para AM - e o japonês - ISDB (Integrated Services Digital Broadcasting) ou ISDB-T (Terrestrial).
 
 Fontes:
 Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (www.abert.org.br)
 Associação das Emissoras de Rádio e TV do Estado de São Paulo (www.aesp.com.br)
 

 Anatel autoriza Universidade de Brasília a testar transmissão de rádio digital
 [17/02/06]
 Brasília – A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) concedeu mais uma autorização para realização de testes científicos e experimentais do Sistema de Radiodifusão Sonora Digital. Dessa vez, a concessão, que foi publicada, nesta sexta-feira, no Diário Oficial da União foi para a Faculdade de Tecnologia da Universidade de Brasília (UnB).
 
 Essa é a 12° autorização que a Anatel concede a empresas de radiodifusão para testarem os padrões estrangeiros aprovados pela União Internacional de Telecomunicações (UIT) de transmissões radiofônicas digitais.
 
 Segundo a agência reguladora, ao contrário das autorizações anteriores, a UnB será a primeira a realizar testes do sistema Digital Radio Mondiale (DRM), um dos aprovados pela UIT. Esse sistema, um padrão europeu, necessita de uma freqüência diferente da que a emissora opera na rádio analógica para realizar as transmissões digitais. Com os testes, a Faculdade de Tecnologia pretende avaliar a qualidade do áudio digital, a área de cobertura e a potência do sinal digital em Onda Curta (OC) com relação a ruídos e interferências.
 
 As autorizações anteriores foram concedidas para realização de testes do sistema IBOC, o outro padrão aprovado pela união internacional. O IBOC é um padrão norte-americano que utiliza a mesma freqüência do sistema analógico para as transmissões digitais. Ambos os sistemas estão em teste no Brasil. A Anatel informa, no entanto, que os dois padrões não concorrem entre si, uma vez que cada um se aplica de acordo com o tipo de transmissão utilizada.
 
 De acordo com a agência, a Faculdade de Tecnologia da UnB deve apresentar no prazo de 60 dias o relatório inicial em que conste, no mínimo, as características que serão utilizadas na transmissão digital e a descrição dos testes. No final dos experimentos, daqui a um ano, ela deverá apresentar outro relatório, acompanhado de laudo conclusivo e considerações

Observatório da Imprensa
RÁDIO DIGITAL - verno ainda não sabe como se dará a transição
FNDC
Reproduzido do e-Fórum nº 59 (12 a 18/8/2005), boletim de divulgação do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação

Restando quatro meses de estudos para definir o modelo de referência do Sistema Brasileiro de Televisão Digital (SBTVD), que vem sendo gestado desde novembro de 2003, a forma como se dará a transição equivalente para as emissoras de rádio corre o risco de ser verticalizada e restrita ao setor privado e a órgãos da administração pública. Desde que foi anunciada pelo Ministério das Comunicações (Minicom) e pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), a liberação de testes somente para o padrão norte-americano Iboc (In Band On Channel) em 12 capitais, a partir de setembro, provocou polêmica dentro e fora do governo Lula pela rapidez com que o debate está sendo conduzido.
 
Enquanto os órgãos do setor dizem que o que foi anunciado é apenas a autorização a partir da solicitação de um grupo de emissoras, a Casa Civil da Presidência da República acendeu o sinal amarelo porque já vinha desenvolvendo convênios para testar em nível nacional o padrão europeu DRM (Digital Radio Mondiale) e ainda pretende produzir estudos comparativos entre os quatro padrões existentes no mundo. A queda-de-braço entre os dois lados torna difícil uma aposta sobre qual Pasta terá mais força para bancar sua política.
 
Testar todos os sistemas de radiodifusão digital é uma prerrogativa do governo para definir qual será o padrão a ser utilizado no país, garante o assessor especial da Casa Civil, André Barbosa. "Queremos uma solução que permita fazer a migração em mais tempo, repensar o rádio como um todo", diz Barbosa. Entretanto, até o momento, não há ainda uma diretriz política sobre rádio digital. "Junto com o ministro Hélio Costa, vamos conversar para ver que tipo de solução será dada. A nossa posição, incluindo outros diversos organismos, entre eles a Universidade de Brasília e a Radiobrás, é de permitir testes em todos os sistemas que existem", explica. Conforme a Anatel, a única exigência que o Brasil tem para implantar o sistema digital em rádio é que o padrão utilize a mesma freqüência (canal) do analógico. Este quesito, tanto o DRM quanto o Iboc atendem.
 
"Na realidade, qualquer sistema que permita a utilização do mesmo canal é interessante para o país", explica o Superintendente de Serviços de Comunicação de Massa da Anatel, Ara Apkar Minassian. "O rádio digital não permitirá realizar algo mais, a não ser qualidade de som e o serviço RDS, introduzido no Brasil, no ano passado", revela. O RDS (Radio Data System) é um sistema de busca de dados que permite o recebimento de informações de texto direto no display do aparelho (rádio), juntamente com o sinal de áudio. Podem ser informações acerca das músicas ouvidas, previsão do tempo, cotações da bolsa, lazer, notícias e tráfego.
 
Com o Iboc, as emissoras tendem a permanecer com os canais outorgados e não deverá haver interferência nas transmissões analógicas. Segundo a assessoria de imprensa da Anatel, a tecnologia digital não permitirá a possibilidade de abertura de novas emissoras.
 
Padrão-proprietário intimida
 
"A aparente opção pelo padrão norte-americano Iboc parece privilegiar a lógica dos grandes empresários da comunicação, que querem garantir apenas a migração do sistema analógico para o digital sem maiores discussões...", reflete Orlando Guilhon, vice-presidente da Associação de Rádios Públicas do Brasil (Arpub) e diretor-geral da Rádio MEC. Barbosa afirma que não está em risco a manutenção do canal. "Entretanto, o espaço público e a radiodifusão comunitária têm que entrar na discussão, estar contemplados", diz. Além do norte-americano Iboc e do europeu DRM, os outros dois padrões explorados hoje, no mundo, são o DAB (Digital Audio Broadcasting), restrito ao FM, e o japonês ISDB Tn (Integrated Services Digital Broadcasting), que utiliza um canal de TV Digital. "Gostaríamos que as possibilidades em radiodifusão digital fossem além do som, que permitissem o desenvolvimento na transferência de tecnologias no Brasil", revela Barbosa.
 
A Arpub manifesta sua preocupação com a decisão em priorizar o padrão Iboc. "Parece querer atropelar tudo aquilo que o próprio governo vinha encaminhando no setor. Se não houver estudos comparativos, como garantir que estaremos fazendo a melhor opção? Nunca é tarde para lembrar que o Iboc é proprietário, e portanto o seu uso implicará em taxas de licenciamento que incidirão sobre o custo do aparelho receptor, enquanto o padrão DRM, por exemplo, é não proprietário", reflete Orlando Guilhon.
 
André Barbosa, da Casa Civil, afirma que o processo de transferência das tecnologias deve ser pensado junto com a sociedade civil. "É responsabilidade de quem dirige o país e também de quem produz conteúdo", sustenta. Por isso, a Casa Civil quer unir-se ao Minicom para discutir soluções. "Para criar políticas industriais que barateiem o custo, que possibilitem a produção nacional e o acesso à baixa renda, e também políticas de apoio aos pequenos radiodifusores, para que tenham acesso à tecnologia e benefícios na área. No que diz respeito a conteúdos, é uma preocupação do governo desenvolver centros de pesquisa de excelência na produção de programação, com possibilidades de integração, de multioferta", esclarece Barbosa.
 
Custo proibitivo
 
Clementino dos Santos Lopes, da Coordenação Nacional da Associação Brasileira de Rádios Comunitárias (Abraço), declara que o movimento das rádios comunitárias foi pego de surpresa, apesar de estar pensando sobre as questões da digitalização. "Essa notícia dos testes com o padrão americano nos surpreende, porque é uma decisão horizontal, e vem justamente num momento em que o movimento da radiodifusão comunitária se consolida como meio de participação popular".
 
O maior temor para as comunitárias, na digitalização da tecnologia, é o custo desse processo. Um modelo proprietário, como é o americano, pode inviabilizar o acesso dos pequenos radiodifusores à migração tecnológica. "Queremos acompanhar esse avanço tecnológico, e por isso queremos participar das discussões, conhecer os padrões, resolver junto com o governo", defende Clementino.
 
A Abraço incluiu o assunto em carta que entregará ao presidente Lula, e na pauta da audiência que terá com o ministro Hélio Costa, em 15/8. Para esta semana, está prevista uma reunião entre a Casa Civil e os ministérios envolvidos com os temas da área das comunicações. Poderá sair daí alguma diretriz democrática para a questão da radiodifusão sonora digital?

 Rádio Livre
 Rádio digital: a um passo da democracia nas ondas sonoras
 
 07/08/05
 Mas o passo que está para ser dado pode ser para frente ou para trás. Entrevista com o engenheiro Higino Germani mostra como o Brasil pode definir de forma açodada a transição do serviço de radiodifusão sonora, criando uma situação de fato que tende a contribuir para tornar os canais de rádio ainda mais inacessíveis a novos atores e dificultar a reestruturação desta mídia tão fundamental para a cidadania. Em pleno andamento dentro dos órgãos de governo, este debate está distante de diversos atores interessados e, ainda mais, dos cidadãos.
 
 O ministro das Comunicações, Hélio Costa, anunciou esta semana que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) liberará em breve a implantação do rádio digital em 12 capitais brasileiras, em caráter experimental. "Nós já temos condições técnicas para fazer a rádio digital funcionar", disse o ministro, que também é proprietário de emissora de rádio. O anúncio surpreendeu as entidades e organizações ligadas à democratização da comunicação pelo fato de não ter havido, até hoje, um chamamento à discussão pública sobre como deverá se dar esta transição tecnológica no Brasil. A digitalização do serviço de radiodifusão sonora, uma realidade em poucos países do mundo, permitirá ao ouvinte de rádio receber um sinal de melhor qualidade, bem como ler textos noticiosos e ter acesso a informações sobre programação e outros serviços interativos de texto. Mas, assim como se dá no caso da transição da TV aberta, existem opções econômicas, sociais e tecnológicas a serem feitas que podem resultar em um processo de desenvolvimento e implantação mais ou menos democrático, mais ou menos custoso, mais ou menos excludente.
 
 Com essa realidade batendo à porta dos brasileiros, o esperado era que ocorresse um debate público sobre os novos conceitos de produção de conteúdos, canalização e interatividade, que são os grandes desafios na migração das tecnologias de comunicação social eletrônica. Prevalecendo o silêncio, pode imperar a posição defendida pelo lobby de um grupo de empresas norte-americanas que quer ver o padrão In-Band On-Channel (Iboc) de rádio digital em alta definição implantado no Brasil de forma rápida. O canto-da-sereia (conheça as empresas que financiam este lobby mundial clicando aqui) deste conglomerado parece ter seduzido boa parte dos empresários do setor e de autoridades públicas, uma vez que o comparativo entre o Iboc e os padrões europeus (DAB e DRM) e o japonês (ISDB Tn) de rádio digital está passando ao largo das principais decisões. Ao contrário da TV Digital, onde a Anatel realizou testes de campo e de laboratório com todos os padrões existentes, no rádio a situação é outra.
 
 Soluções alternativas para a implantação do rádio digital existem. Para apresentar algumas delas, dentro de uma perspectiva democrática, o e-Fórum entrevista nesta edição o engenheiro eletrônico Higino Germani, diretor técnico da Fundação Cultural Piratini Rádio e Televisão. Nos anos 1970, ele foi chefe da área técnica de Radiodifusão no antigo Departamento Nacional de Telecomunicações e diretor técnico da Rádio Nacional de Brasília (atual Radiobrás) para a implantação da 1a Etapa do Sistema de Alta Potência em Ondas Médias e Ondas Curtas. Concebeu, projetou e implantou o primeiro sistema de Radiovias no Brasil, na BR-290, em 2003. Germani é responsável técnico pelo projeto de mais de 300 emissoras de rádio, TV e retransmissoras e aproximadamente o mesmo número em projetos de sistemas de radiocomunicação. Em fevereiro deste ano, ele publicou o estudo "Rádio Digital: Uma Outra Opção Não Seria Possível", cujas linhas principais são abordadas abaixo. Solicite uma cópia do estudo escrevendo para imprensa arroba fndc.org.br
 
 e-Fórum – O que o senhor pensa sobre essa decisão da Anatel anunciada pelo ministro?
 
 Higinio Germani – Aparentemente, as experiências seriam baseadas no Iboc (in-band on-channel), ou seja, um sinal digital inserido juntamente com o sinal analógico nas emissoras de ondas médias (AM). Vejo como muito boa iniciativa pois os possíveis problemas e vantagens ficarão demonstrados nas experiências.
 
 e-Fórum – No estudo divulgado em fevereiro, o senhor defende a utilização do canal 6 do VHF para alocar as emissoras digitais de rádio. Por quê? Quantas estações digitais caberiam neste canal sem que houvesse risco de interferência?
 
 HG – A Anatel já está realocando os canais 6 de TV. A banda do canal vai de 82 a 88 MHz e fica, portanto, ao lado da faixa de FM (88 a 108 MHz). Já existem três canais de rádio comunitária dentro do canal 6 de TV (87,9; 87,7 e 87,5 MHz); o que fazer com o restante da banda? Ora, a faixa é ideal para propagação de rádio com comprimento de onda bem adequado. Seria possível inserir nesta faixa mais de uma centena de canais digitais com 50 KHz de largura cada um, o que possibilitaria efetivamente criarmos uma NOVA RADIODIFUSÃO e não uma adaptação da faixa antiga de AM (1 MHz) para a era digital com todos os seus inconvenientes.
 
 e-Fórum – Por que o senhor condena o padrão americano Iboc?
 
 HG – Não condeno. Apenas existem questões ainda não respondidas, como, por exemplo: Como as emissoras vão operar com um delay (atraso no sinal) da ordem de 8 segundos? Qual a vantagem de operarmos na mesma faixa de AM atual se os receptores terão que ser compulsoriamente substituídos? Teremos que sempre pagar royalties pelo sistema? Como fica a interferência em canais adjacentes durante o dia e durante a noite ? Todas são questões muito importantes e sérias e que exigem resposta ANTES de adotarmos qualquer sistema. As experiências autorizadas serão de grande ajuda para esclarecer estes pontos.
 
 e-Fórum – Dependendo do padrão digital estabelecido, poderá ficar inviável às rádios comunitárias, em termos materiais, migrarem para o sistema digital uma vez que quase não possuem acesso a fontes de financiamento. Como ficarão essas rádios que não puderem se digitalizar?
 
 HG – Creio que o horizonte de implantação do rádio digital ficará em no mínimo 5 anos, talvez 10 anos. Neste período, os custos devem cair e se tornarem mais acessíveis. Não acredito em rádio digital para as emissoras de FM, pois o ganho de qualidade não será tão compensador em relação à situação atual.
 
 e-Fórum – E os receptores, será difícil produzi-los? Quais serão as vantagens da digitalização para os cidadãos?
 
 HG – O rádio não terá mais ouvintes e sim assinantes (se isto vai ser cobrado ou não, é impossível saber agora). Cada assinante se cadastrará na emissora e dará suas preferências em termos de informação, música, etc. O rádio avisará antecipadamente que informação do interesse do ouvinte vai vir (ou aumenta o volume automaticamete, ou liga sozinho, ou ainda grava a infromação). Tudo isto é possível através de técnicas digitais já dominadas. O custo do receptor (atualmente da ordem de US$ 70) deve cair à medida que o sistema for implantado.
 
 e-Fórum – Se a Anatel permitir a implantação do rádio digital já em setembro estaremos (ouvintes de rádio) preparados para receber a programação?
 
 HG – "Remember" o AM Estereo! Muitas emissoras investiram um bom dinheiro em sistemas de transmissão estereofônicos e o resultado foi: "Esqueceram o receptor!!!" Espero que no caso da digitalização da radiodifusão não aconteça o mesmo. É necessário e indispensável que fábricas de receptores digitais sejam implantadas paralelamente à implantação de emissoras digitais. Estas fábricas têm que existir no Brasil, caso contrário, o preço será inacessível à maioria dos brasileiros.
 
 e-Fórum – Do ponto de vista da democratização da comunicação, qual padrão de rádio digital pode promover maior inclusão?
 
 HG – Aquele que proporcionar o maior número de emissoras e maior pluradidade na programação. Do antigo "broadcast", migramos para o "narrowcast". Da programação eclética, migramos para a programação segmentada. Da segmentada, migraremos, compulsoriamente, para o "personalcast". Os radiodifusores se transformarão, também compulsoriamente, em radioinformadores. Se os atuais radiodifusores tivessem aberto espaço em suas grades de programação para programas comunitários, o fenômeno "Rádio Comunitária" não teria surgido.
http://br.groups.yahoo.com/group/fndc-brasil/message/643
 
 

Conteúdo parcial do blog comunitário em:
http://www.wirelessbrasil.org/wirelessbr/secoes/blog_radio_digital/radio_digital_01.html
 

 

Artigos
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Indicamos este link como "leitura obrigatória" para uma visão geral do "Rádio" no Brasil
Site TELECO
Seção: Rádio e TV
Página: Rádio no Brasil

 


Informativo Sete Pontos
[Out 2005]   HC e o padrão transgênico Iboc de Cláudia Abreu

Observatório da Imprensa
[09/10/05]   RÁDIO DIGITAL - A um passo da democracia nas ondas sonoras

Site TELECO
[04/07/05]   Rádio Digital de Juarez Quadros do Nascimento.

Informativo Sete Pontos
[Fev 2005]  ISDB-Tsb: o padrão de rádio digital no Japão  de Takashi Tome

Informativo Sete Pontos
[Dez 2004]   IBOC – Sistema de Rádio Digital nos Estados Unidos de Takashi Tome.

Informativo Sete Pontos
[Nov 2004]   DAB Eureka 147 de Takashi Tome

História do Rádio
Linha de tempo sobre a história do rádio. Produzida por Steven E. Schoenherr (em inglês)


Site WirelessBR

Seção DAB - Digital Audio Broadcasting 
Coordenada por Gilmar Gomes da Cruz Júnior


Notícias



IDG Now!
[17/02/06]   Novo padrão de rádio digital será testado

Portal UAI
[17/02/06]   Anatel autoriza Universidade de Brasília a testar transmissão de rádio digital

Projeto Brasil
[03/10/05]  Rádio Digital já é realidade no Brasil

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[30/09/05]   Rádio Digital: entenda a nova era do rádio

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[27/09/05]   Doze emissoras de rádio testam sinal digital

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[21/09/05]   Brasil entra na era do rádio digital

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[13/09/05]   Anatel autoriza primeiros testes de rádio digital 

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[12/08/05]   RÁDIO DIGITAL - Governo ainda não sabe como se dará a transição
 

Revista A Rede - Momento Editorial
[11/08/05]   Rádios testam padrão digital dos EUA  
 

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