• Sud Mennucci - Cidade Wi-Fi ou Cidade Digital
ou Cidade Internet "de grátis"
Sud Mennucci, pequena cidade do noroeste de S. Paulo, não precisou de Fust,
"executivo da Intel", leilão de banda larga ou programa governamental
federal de inclusão digital para prover acesso livre e gratuito aos seus
munícipes. Quem sabe e quer, faz; quem não sabe querer espera cair do
céu.... e corre o risco do céu não ajudar.
Sud Mennucci tem até
site na web.
E, pasmem! - tem uma página que ensina a montar um provedor municipal...!
Sud Mennucci tem estado na mídia como um exemplo de inclusão digital a ser
estudado e seguido.
Transcrevemos um artigo ameno que conta toda a história; após, listamos
outros artigos sobre o tema. Parabéns, Sud Mennucci!!!
Fonte:
Overmundo
Sud Mennucci, a cidade on line - 06/3/2006 - por Ricardo Fela
"Nasci em São Paulo, moro aqui há alguns anos e não gostava da cidade. A
gente vivia ilhado porque a realidade é muito grande entre o interior e
os grandes centros. Mas, de repente, Sud Mennucci virou um lugar legal.
Isso mostra como o acesso à internet pode ser determinante na vida de
uma pessoa". A palavras do músico e produtor Marcelo Basílio Paya, 30
anos, referem-se a uma drástica e positiva mudança pela qual a pequena
cidade, de 7,5 mil habitantes a cerca de 640 km da capital paulista, vem
passando nos últimos anos.
Graças a um projeto inédito no Brasil, todos os moradores podem ter, em
casa ou em locais públicos, acesso grátis à internet banda larga sem fio
(rede Wi-Fi). Para receber o sinal, basta que a pessoa compre uma antena
a um custo médio de R$ 200,00. A partir daí, o uso é irrestrito. Não é
preciso assinar provedor nem pagar mensalidade.
Tudo isso porque, até 2002, a cidade não possuía nenhum provedor
comercial e o acesso à web só era possível via discagem interurbana para
provedores da região, o que prejudicava e encarecia até mesmo os
trabalhos da prefeitura. Para resolver o problema, o município instalou
duas antenas e implantou a rede a um custo de R$ 18 mil e R$ 1,8 mil
mensais para dez pontos de navegação nos órgãos públicos,
transformando-se no próprio provedor da cidade.
No ano seguinte, estendeu o serviço para a população a um custo de R$
2,8 mil mensais e viu o número de pontos saltar de dez para noventa. No
ano passado, ampliou a capacidade total de acesso de 1 MB para 2 MB e
chegou a mais de trezentos pontos de internet, entre particulares,
comerciais e públicos. O custo para a Prefeitura subiu para R$ 4,4 mil
mensais, ainda considerado baixo se for levando em conta o acesso
gratuito à população.
"Se cerca de dez outras prefeituras da região se unissem para implantar
o sistema, poderíamos derrubar esse custo para R$ 3 mil", diz o prefeito
Celso Junqueira, que estima uma meta de novecentos pontos de acesso até
o fim de 2006.
O impacto social da implantação da rede é impressionante. As três
escolas públicas do município (duas municipais e uma estadual) hoje são
equipadas com um total de 60 computadores em que os alunos podem navegar
todos os dias. Nos horários livres de aulas, especialmente à noite e nos
finais de semana, o uso é extensivo a toda população, com direito a
monitoria de funcionários treinados para ajudar os usuários.
Além disso, recentemente, Sud Mennucci inaugurou, na biblioteca
municipal, um telecentro com 10 computadores que dão acesso livre para
qualquer morador.
Da 'ilha' para o mundo
O sucesso da rede Wi-Fi de Sud Mennucci é fácil de ser percebido. Em
outubro passado, a cidade ficou em quarto lugar na final do Torneio
Bancos em Ação, uma parceria entre a ONG norte-americana Junior
Achievement e o Citibank. Perdeu apenas para Belo Horizonte (MG),
Uruguaiana (RS) e Recife (PE).
Registrou o maior índice de participantes da competição em comparação
com outras 100 cidades brasileiras que disputaram as 10 vagas da final e
classificou mais equipes (seis) que a cidade do Rio de Janeiro (quatro)
para a fase semifinal. Também foi a cidade com maior número de equipes
(três) classificadas para a final.
No torneio, que acontece em vários países, estudantes, divididos em
equipes, têm de cuidar de um "banco" através de um jogo virtual. Ou
seja, simulam operações do mercado financeiro, como cálculos com juros
de curto e longo prazo em captação de empréstimos; operações de
marketing para aumentar e manter a base de clientes etc. É bom lembrar:
estamos falando aqui de estudantes de escolas públicas!
"Não seria possível participar do torneio se não tivéssemos acesso livre
à internet. A disputa é feita virtualmente, on line", explica Junqueira.
Curiosidade
"A onda agora aqui é a cyberfofoca. Com essa história de acesso livre,
todo mundo tem MSN e as notícias locais correm soltas. Cidade pequena,
sabe como é, né?", brinca Marcelo Paya, que revela como a rede Wi-Fi
mudou o comportamento de Sud Mennucci em vários sentidos.
"Tem muito mapa em que Sud nem aparece, mas agora posso comprar CD por
internet, montar meu selo, divulgar minha banda Seresteros de Guantanamo
e produzir trabalhos da região sem sair daqui. Tudo com a vantagem de
não ter de encarar a poluição de uma cidade grande". Já está divulgando,
Paya. O endereço dos caras é
www.seresteros.com.