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01/08/07
• Série sobre Rádio
Digital (28) - "Governo pode definir rádio digital sem testes"
02.
Transcrevo abaixo duas matérias de hoje:
Fonte: Info Online
[01/08/07]
Governo pode definir rádio digital sem testes
Apenas uma emissora de rádio já entregou à Anatel o relatório com os
resultados dos testes realizados no padrão digital de transmissão. De acordo
com o presidente da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert),
Daniel Slaviero, as emissoras entregarão os relatórios em até 60 dias. Mas a
definição do governo sobre o sistema ideal pode sair antes disso. Se cumprir o
prazo anunciado, o conselho consultivo apresentará sua proposta final até o
dia 14 de setembro. Atualmente, 16 emissoras de rádio AM e FM operam em
caráter de teste no sistema norte-americano In Band on Chanel (Iboc).
Outras 42 já pediram autorização à Anatel, mas
ainda não iniciaram os testes. As únicas emissoras que irão testar o sistema
europeu Digital Radio Mondiale (DRM) em ondas curtas (OC) são a Faculdade de
Tecnologia da Universidade de Brasília (UnB) e a Radiobrás. Os testes ainda
não começaram.
"Ninguém [empresas de radiofusão] quis optar por
testes com o outro sistema. E nós achamos importante, para poder estabelecer
um comparativo entre os dois sistemas", disse o professor de Telecomunicações
da UnB Lúcio Martins, ao anunciar os testes.
O diretor de TV Digital do Centro de Pesquisa e
Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD), Juliano Castilho Dall`Antonia,
alerta que "é preciso ter um volume razoável de dados para responder
categoricamente qual sistema é o melhor. O que parece é que a discussão está
incipiente. Precisava ter mais informação. Não é só uma discussão teórica. São
tantos os parâmetros e os padrões possíveis, que precisa fazer um monte de
testes, depois um monte de análises", diz.
Para o presidente da Abert, "a discussão está
muito madura" e os relatórios "vêm só contribuir no seguinte sentido: se a
cobertura digital está maior, igual ou menor que a analógica. Não vêm
necessariamente argumentar ou questionar a qualidade do padrão. A definição do
padrão já está madura".
O pesquisador do CPqD Takashi Tome ressalta, no
entanto, que é "fundamental realizar um teste completo com ambos os padrões.
Para ele, enquanto não for feito, todas as discussões carecem de embasamento.
No caso da TV, foi realizado um teste na cidade de São Paulo envolvendo várias
emissoras e analisamos todos os parâmetros. Foi um teste que demorou quase um
ano".
Takashi Tome diz que, entre as características
tecnológicas que precisam ser observadas na prática estão a cobertura,
qualidade do sinal recebido, recepção em todos os pontos e qualidade do áudio
de cada um dos dois sistemas (o americano e o europeu). "Em cada sistema
existem várias configurações. Não é como comparar melancia com melão", diz o
pesquisador.
As 16 emissoras de rádio AM e FM que realizam
testes com o sistema americano Iboc se localizam nas cidades de São Paulo, Rio
de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre. Mas para Juliano Dall`Antoni, do
CPqD, "estes testes estão muito pulverizados", já que são feitos em apenas uma
emissora de São Paulo e outra em Porto Alegre, e não em várias.
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Brasília - O modelo de rádio digital a ser
adotado no país deverá ser anunciado até setembro pelo Conselho de Rádio
Digital, que se reúne hoje (1º), às 10 horas, para discutir o assunto.
Portaria publicada no Diário Oficial da União em 14 de março estabeleceu um
prazo de seis meses [até 14 de setembro] para que o conselho consultivo
apresente ao ministério o relatório final, com a decisão sobre o modelo a
ser adotado no país.
Hoje, o ministro das Comunicações, Hélio Costa,
se reúne mais uma vez com o conselho para chegar a uma decisão. Ele ainda
não descartou a possibilidade de adoção de mais de um padrão, já que nem o
americano In Band on Chanel (Iboc), nem o europeu Digital Radio Mondiale (DRM)
atendem todas as necessidades brasileiras. Logo após a reunião, ele dará
entrevista.
O modelo americano não faz transmissões em ondas
curtas (OC), enquanto o europeu, por sua vez, não contempla a FM. O Brasil
necessita de rádios em ondas curtas porque estas têm alcance maior e são as
únicas que chegam a algumas regiões da Amazônia.
Os empresários radiodifusores preferem o sistema
norte-americano. “Defendemos o padrão Iboc porque é um sistema que opera em
AM e FM na mesma banda e na mesma freqüência. Assim, você tem uma facilidade
de transmissão inigualável. É o único que atende a esses pré-requisitos”,
afirma o presidente da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e
Televisão (Abert), Daniel Slaviero.
No entanto, segundo o pesquisador do Centro de
Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CpqD) Takashi Tome, no
sistema Iboc as emissoras ocupam mais espaço no espectro eletromagnético (o
espaço por onde viajam as ondas do rádio, representado pelo dial no rádio),
o que reduz a possibilidade de ampliar o número de estações.
Além de maior interatividade, espera-se a
melhoria da qualidade do som. Segundo o ministério, a rádio AM ficará
parecida com a FM, mas manterá o longo alcance, e a rádio FM terá um som
igual ao de um CD.
Os ouvintes que quiserem captar a programação de
transmissão digital terão que adquirir um aparelho de rádio com tecnologia
adequada. A expectativa é de que o rádio receptor chegue ao mercado na faixa
de R$ 100 a R$ 200, mas o custo deverá baixar com o tempo, como aconteceu
com os telefones celulares. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel)
estima que a migração dos ouvintes se complete entre sete e dez anos.
De acordo com a Abert, as empresas de
radiodifusão precisarão gastar de US$ 80 mil a US$ 125 mil para migrar de
sistema.
Para financiar a migração das rádios para o digital, o ministro já anunciou
que a intenção é seguir o modelo adotado para o caso da TV. “Temos a
participação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES), junto com o banco de desenvolvimento do Japão, e agora queremos que
esse mesmo procedimento seja cumprido também para o rádio digital”.
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