Fonte: CIAB 2007 -
Convergência Digital - Mobile banking
Uma das principais novidades do 3GSM World
Congress, evento que acontece em Barcelona, de hoje a 15 de fevereiro, é a
integração de interesses entre o segmento financeiro e as operadoras
móveis para criar produtos e serviços.
A parceria tem como objetivo atrair milhares
de usuários da telefonia celular que não ainda não possuem contas
bancárias e, também, criar serviços mais seguros e confiáveis para os
clientes que já usam celulares de última geração. Não à toa, o tema do
CIAB 2006, evento realizado pela Febraban - Federação Brasileira de Bancos
- que acontece em junho - é a mobilidade.
No 3GSM ficou constatado que dos 6,5 bilhões
de habitantes do planeta, menos de 1 bilhão possuem contas bancárias. Já a
telefonia celular possui,atualmente,de acordo com dados atualizados
divulgados no evento mais de 2 bilhões de assinantes, sendo que, até 2010,
as operadoras querem conquistar pelo menos mais um novo bilhão. Com isso,
fica patente a necessidade das instituições financeiras de acertar
parcerias com as operadoras móveis. Elas podem vir a atuar como meio de
bancarização, principalmente, nos países emergentes.
Várias experiências já estão em curso no
mundo, inclusive, aqui no Brasil. Mas, a adesão ainda é localizada e há
muito por desenvolver. Os bancos já perceberam que a adesão dos produtos
ligados ao celular devem ter uma receptividade maior do que a ocorrida na
Internet, que hoje, já representa a maior parte das ações no mundo.
"Fica claro que uma associação com os bancos é
uma ação que pode trazer rentabilidade para operadoras e para as próprias
instituições financeiras. E a telefonia móvel é, sim, um meio eficaz para
atrair a população para as ações bancárias", afirmou Ben Soppitt, diretor
de projetos para mercados emergentes da GSM Association na sua
participação no evento.
A proposta inovadora no 3GSM World Congress é
uma associação global entre 19 operadoras, que possuem operações mundiais,
com instituições financeiras mundiais, para o desenvolvimento de uma
plataforma global de atendimento capaz de suportar mais de 1,5 bilhões de
assinantes. A expectativa é que esta plataforma possa vir a movimentar
mais de US$ 1 trilhão em 2012.
A intenção de globalizar a aliança é para
alinhavar as várias parcerias globais e regionais já em curso entre
instituições e operadoras celulares. A Mastercard, por exemplo, anunciou
um projeto-piloto mundial com mais de 25 mil afiliados da rede para o uso
de um sistema de pagamento móvel. A intenção é que os assinantes possam
através dos seus terminais efetuar os pagamentos de suas contas em
restaurantes, lojas, etcs.
"Acreditamos que está a caminho uma aliança
entre operadoras e bancos que poderá ser crucial para o comércio móvel",
atestou Sunil Bharti Mittal, chairman e diretor geral da operadora indiana
Bharti Airtel. Segundo ele, se o sistema funcionar será possível reduzir
custos, incluir pessoas socialmente, o que num país como o dele, é uma
necessidade. "É uma forma de desenvolvimento sustentável", atestou o
executivo.
A Indía é o país que apresenta o maior índice
de crescimento de adesão à telefonia móvel celular mundialmente, mas ainda
possui apenas 10% do market share mundial. A aliança global conta com a
participação do Banco do Estado da Índia, o maior do país.
O fato de operadoras e instituições
financeiras sentarem à mesa para negociar uma parceria global é a prova
que o setor móvel celular evoluiu. Agora, não basta mais apenas vender
terminais. É preciso ganhar rentabilidade e fomentar novos serviços. Essa,
aliás, deverá ser a linha mestra do 3GSM World Congress, que deverá reunir
mais de 60 mil participantes, em Barcelona, na Espanha.
"Com certeza a grande discussão neste evento
será o próximo passo da mobilidade. Como fazer dinheiro. Como enriquecer o
serviço e atrair os assinantes a consumirem mais os produtos de dados e de
voz", afirmou o analista do Yankee Group, Matt Hatton,ao portal Cnet.News.
*Com tradução de Ana Paula Lobo e informações
do portal Cnet.News
O presidente da Oi, Luiz Eduardo Falco,
alertou as instituições financeiras presentes ao CIAB 2007 que os
usuários do serviço pré-pago de telefonia, a maior parte deles também 'não-bancarizados',
são, sim, clientes potenciais para serem conquistados.
"É hora de operadoras móveis e bancos
sentarem e conversarem. Há um grande potencial de negócios à mão.
Tecnologia existe. Basta achar um modelo de negócios", frisou o
executivo.
Falco participou do painel "O Banco do
futuro na visão da Indústria de TI", que abriu o segundo dia do CIAB
2007 nesta quinta-feira, 14/06, na capital paulista. O debate reuniu
vários executivos do setor, entre eles, o presidente da IBM, Rogério
Oliveira, Maurício Minas, vice-presidente da CPM Braxis, Thomas Elbling,
da Perto, Alessandra Martins, da Forrester, entre outros.
A questão do uso do dispositivo móvel como
um instrumento de 'bancarização' provocou uma certa polêmica entre os
participantes. Enquanto o presidente da Oi mostrou que, hoje, a
operadora, que não é um banco, já lucra fornecendo um crédito prévio de
R$ 3, para os assinantes do serviço pré-pago que ultrapassam seu limite,
cobrando uma pequena taxa pelo uso desse adicional - algo em torno de R$
0,10 - os bancos têm, em média, um custo de 'assinatura' de correntistas
em torno de R$ 40,00.
"Faço um cheque especial para o usuário
pré-pago, mas não sou uma empresa de investimentos. Sou uma operadora. E
tenho sucesso nessa operação. A inadimplência é quase nenhuma. Mas, o
modelo poderia ser aperfeiçoado se as instituições financeiras se
interessassem em usar esse público, que hoje, está em mais de 80 milhões
de brasileiros", completou Falco.
Modelo de negócio
Mas, o uso da mobilidade ainda requer uma
cautela, observou, por sua vez, o vice-presidente da CPM Braxis,
Maurício Minas. O executivo seguiu a tendência adotada pelos CIOs das
instituições financeiras, que deixaram claro que o dispositivo móvel
poderá ser, sim, um meio de pagamento eletrônico, mas precisa ainda
passar por uma série de testes antes de virem a ser chamados
'oficialmente' como substitutos dos cartões de débito e crédito.
Para o presidente da IBM, Rogério Oliveira,
as agências físicas não vão desaparecer, mas vão passar por uma
adaptação aos novos tempos. Para ele, muitos correntistas ainda preferem
fechar negócios pessoalmente, mas se os bancos estão apostando na 'bancarização',
outros meios precisam ser utilizados, e a mobilidade é uma opção
irreversível.
"A grande questão, agora, é o de encontrar o
melhor modelo de negócios para usar essas alternativas. Até porque
haverá uma grande pressão do consumidor. Ele tem o dispositivo móvel.
Ele vai querer o serviço", declarou Oliveira.
Uma das conclusões mais significativas do
painel foi a de que a Tecnologia da Informação não pode mais ser vista
apenas como um meio de redução de custos ou de automação de processos no
processo de globalização da economia. Para os participantes, a TI tem
como missão mais crucial,nos dias de hoje, ajudar a formular as melhores
práticas de negócios.
Fonte: Thesis
[14/06/07]
Mobilidade é estratégia por Jana
de Paula
Por mais que os investidores do setor financeiro pareçam cautelosos, é
firme sua intenção de investir em mobilidade dos serviços bancários.
Conhecidos early-adopters de tecnologia da informação e soluções em
telecom, os representantes do setor podem ter nesta anunciada cautela
uma estratégia frente à concorrência.
A verdade é que todas as grandes
instituições financeiras estão em adiantado processo de implantação de
soluções móveis, a maioria baseada em GSM, já disponível, e algumas,
mais inovadoras, em WiMAX, embora o licenciamento das freqüências no
país ainda seja um problema. E é grande o interesse das operadoras e
outros provedores de soluções móveis num setor que tem recursos mais do
que suficientes para investir em tecnologia.
Na área de exposições do Ciab 2007, entre as
80 maiores fornecedoras de tecnologia do mundo, haverá um grande número
de lançamentos de produtos e serviços para mobilidade. Entre estes,
novidades de grandes fornecedores de soluções, como Microsoft, Cisco,
Crivo, Bull, InfoServer, Stefanini, Eversystems, Recognition e GetNet
Tecnologia. As operadoras OI e TIM, também marcam presença para anunciar
parcerias adaptáveis à realidade financeira do país, como a parceria da
Oi com a M-Pay.
Para o coordenador de mobilidade do
congresso do Ciab Febraban, o consultor Maurício Ghetler, o Mobile
Banking adotado no Brasil é comparável ao adotado nos países mais
adiantados e tende a esvaziar as agências bancárias. "O Brasil pode se
vangloriar de utilizar todas as tecnologias disponíveis na atualidade de
mobilidade, de modo análogo à Europa e aos EUA; e o cliente tem
respondido favoravelmente. O Banco do Brasil, por exemplo, tem
estatísticas que comprovam ampla adoção que, só não são maiores, pela
falta de um padrão global do sistema financeiro. Se muitos clientes
deixaram de ir à agência graças ao Internet Banking, as novas
tecnologias de Mobile Banking e Mobile Payment irão além, pois vão
ampliar o pagamento eletrônico, tornando a ida ao banco ou ao ATM cada
dia menos provável".
De acordo com as
projeções do IDC para esse ano, os investimentos da área de finanças
devem atingir US$ 3,4 bilhões, um crescimento acima de 12% em relação
aos últimos períodos. O instituto Forrester do Brasil prevê que a
mobilidade será o foco dos investimentos das instituições para 2007. Um
estudo da instituição Time Has Come to Change Brazilian Bank Plataform
confirma que o Mobile Banking é a única unanimidade. "Quando se discute
o futuro, os maiores executivos de bancos no Brasil encontram um só tipo
de motivação: mobilidade. E a mobilidade traz poucos requerimentos novos
para a plataforma existente", afirma Edson Fregni, diretor da Forrester.