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Maio 2007 Índice Geral do BLOCO
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• Série sobre "Rádio Digital" (19) - "O ministro disse que nos próximos 60 dias deverá encaminhar uma proposta ao presidente"
Da outra matéria recortamos:
(...) O ministro disse que o debate em
torno do rádio digital será feito da mesma maneira como foi
discutida a escolha do modelo de TV Digital para o Brasil. “A
discussão em torno do rádio está muito mais adiantada, pois o
procedimento é bem mais simples”, afirma Hélio Costa. Ele também
disse que as rádios comunitárias, que podem ter mais
dificuldades de se adaptar ao processo de digitalização do
rádio, em razão dos custos dos aparelhos necessários, estão
participando dos debates e poderão receber financiamentos do
governo federal. (...)
Esta é uma declaração simples e cristalina mas que assusta a
todos nós, que estamos paranóicos e "mordidos de cobra" com
algumas ações e financiamentos governamentais.
Fonte:
Informativo Sete Pontos
Artigo Técnico:
[Fev 2005]
ISDB-Tsb: o padrão de rádio digital no Japão por
Takashi Tome, pesquisador em telecomunicações da Fundação
CPqD e membro do SinTPq e FITTEL.
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Fonte: Informativo Sete Pontos
[Fev 2005]
ISDB-Tsb: o padrão de rádio digital no Japão
As figuras
e gráficos - excelentes - deverão ser consultadas no texto original em
http://www.comunicacao.pro.br/setepontos/22/takashi_isdb.htm
por Takashi Tome
Os sistemas de rádio
digital visam, essencialmente, a transmissão de áudio com uma melhor
qualidade (som de CD), incluindo, adicionalmente, novos recursos, tais
como a transmissão de textos, imagens, gráficos e até mesmo vídeos de
baixa resolução. Como todas as informações estão em formato digital e
como o receptor possui capacidade de processamento de dados, as
funcionalidades possíveis são limitadas, em tese, apenas pela
imaginação.
Analisando-se os sistemas de rádio digital, verifica-se que elas se
dividem em duas grandes vertentes.
Na primeira, o rádio digital é visto como uma evolução das atuais
rádios. Como decorrência dessa visão, o sistema é todo concebido para
apresentar uma "transição suave" entre o analógico e o digital. Exemplo
desse enfoque é o IBOC norte-americano.
Em outra vertente, o rádio digital é concebido como um novo serviço -
não uma mera evolução, mas algo diferente, complementar, como foi o caso
da introdução do FM num mundo dominado pelas rádios AM, na década de 70.
Exemplo desse enfoque é o DAB europeu (Eureka 147).
O sistema japonês de rádio digital adota a segunda abordagem: ele é
visto como um serviço complementar ao atual serviço de rádio analógico
AM/FM. Mais que isso, trata-se de um sistema desenhado em conjunto com a
TV Digital, de modo a aproveitar as sinergias de sistema (se visto sob
um prisma mais restrito) e criar um novo universo de comunicação (se
visto sob um ângulo mais abrangente).
1. A
Tecnologia
O sistema japonês de rádio digital é conhecido como ISDB-Tsb (Integrated
Services Digital Broadcasting, Terrestrial, Segmented Band).
A sua concepção tecnológica faz parte do sistema ISDB, o sistema de
televisão digital do Japão.
No caso da TV Digital, o ISDB-T é derivado do sistema europeu (DVB-T),
utilizando modulação COFDM.
Isso significa que o trem de bits a ser transmitido o é por meio de
milhares de pequenas portadoras - 1.400 no modo 2k, 2.800 no modo 4k e
5.600 no modo 8k [1].
No entanto, ao contrário do DVB-T, no ISDB-T essas mini-portadoras são
agrupadas em 13 grupos, chamados segmentos.
Uma das vantagens dessa estratégia é que pode-se adotar diferentes
parâmetros de transmissão em segmentos diferentes - por exemplo, em um
segmento as mini-portadoras podem estar moduladas em 64-QAM, enquanto no
segmento adjacente a modulação poderia ser QPSK.
No caso da TV Digital, e mais especificamente no caso de se ter HDTV (TV
de alta definição), todos os 13 segmentos seriam utilizados para
transportar o trem de bits necessário ao programa (cerca de 19 Mbit/s).
O sistema de rádio digital, dentro do ISDB, era conhecido como N-ISDB (Narrowband
ISDB).
Como indicava o nome, ele não seria exatamente um sistema de rádio (no
sentido de ser algo inerentemente ligado à transmissão de áudio), mas
sim um sistema multimídia, apenas com a diferença de estar operando com
uma banda mais estreita que a televisão.
E que largura de banda seria essa? As opções são de se usar um ou três
segmentos - o que corresponde a uma taxa líquida de transmissão da ordem
de 200 a 300 kbit/s (no caso de 1 segmento) e 1 Mbit/s (no caso de 3
segmentos)
Ora, como o sinal ISDB-Tsb (o novo nome do N-ISDB) é uma fração do ISDB-T
"pleno", o sistema pode ser desenhado para que ambos "modos" sejam
compatíveis. Isso significa que se uma estação de televisão transmitir o
seu áudio em um segmento específico, um receptor ISDB de faixa larga
reproduziria a informação de televisão (áudio + vídeo), enquanto que um
receptor ISDB de faixa estreita reproduziria o áudio somente.
Da mesma forma, uma estação ISDB de faixa estreita que transmita
programas de rádio poderia ser diretamente captada, seja por um receptor
de rádio, seja por um receptor de televisão, conforme indicado na figura
1.
Fig. 1. Segmentação de
banda no ISDB-T.
Lembremos que o ISDB-Tsb não serve somente
para a transmissão de áudio.
Assim como nos outros sistemas de rádio digital, o áudio é digitalizado
e compactado por meio de um codificador (encoder, no caso, o MPEG-2:AAC.
O fluxo digital assim decorrente é juntado a outros fluxos (que podem
ser outros fluxos de áudio digital, dados ou vídeo), por meio de um
multiplexador MPEG-2.
Finalmente, o conjunto assim montado (denominado "feixe de transporte"
ou transport stream) passa por um tratamento (codificação de canal) e é
então transmitido por meio das portadoras do COFDM, conforme indicado na
figura 2.
Fig. 2. Diagrama em
blocos simplificado do ISDB-Tsb (transmissão).
A informação transportada no feixe de
transporte fica a critério da prestadora. A figura 3 ilustra alguns
exemplos típicos.
Fig. 3. Exemplo de
alocação dos bits para 1 e 3 segmentos [2].
2. O Serviço
No planejamento de espectro do Japão, a longo prazo, as estações de
televisão digital deverão ocupar a faixa de UHF e as estações de faixa
estreita, o VHF, conforme indicado na figura 4.
Durante a fase de transição (simulcasting), que vai de 2003 a 2011, a
faixa de VHF é então compartilhada entre as atuais estações de TV
analógicas e as novas estações ISDB-Tsb.
Na faixa de UHF, ter-se-ia o convívio entre as estações analógicas e
digitais de televisão.
Após o simulcasting, na faixa de VHF ter-se-iam os serviços ISDB-Tsb e
serviços de comunicações móveis.
Conforme indicado na figura 4, os serviços de rádio AM e FM analógicos
persistiriam mesmo após 2011.
Fig. 4. Planejamento de espectro no Japão.
Devido a uma anomalia no planejamento do
espectro analógico, aquele país experimenta uma situação sui generis: os
canais 7 e 8 de televisão apresentam uma sobreposição de 2 MHz (ou seja,
a parte superior do canal 7 coincide com os 2 MHz inferiores do canal
8).
Por tal motivo, escolheu-se o canal 7 – ou melhor, os 4 MHz inferiores
dele – para a introdução do serviço de ISDB-Tsb.
Esse serviço teve início em outubro de 2003, quando a DRP (Digital Radio
Promotion Association, www.d-radio.jp) obteve licença para iniciar as
transmissões em Tóquio e Osaka. A DRP surgiu como um consórcio de
consórcios e atua no sentido de promover o rádio digital no Japão.
Fig. 5. Estações transmitidas pela DRP.
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