BLOCO
Blog dos Coordenadores ou Blog Comunitário
da
ComUnidade WirelessBrasil

Maio 2007               Índice Geral do BLOCO

O conteúdo do BLOCO tem forte vinculação com os debates nos Grupos de Discussão  Celld-group e WirelessBR. Participe!



25/05/07

• Série sobre "Rádio Digital" (19) - "O ministro disse que nos próximos 60 dias deverá encaminhar uma proposta ao presidente"

Olá, ComUnidade WirelessBRASIL!
 
"Rádio Digital": continuamos com a "Série" de mensagens para reciclagem e ambientação.  :-)
 
O Rádio Digital tem sido um tema recorrente em nossos fóruns, por iniciativa dos Coordenadores e Moderadores dos Grupos.
O assunto tem estado na mídia espaçadamente e também é polêmico como a "irmã" TV Digital. Mas não tem dado ibope.  :-)
 
Como tem acontecido "neste país", o padrão já esta escolhido, estações já estão operando e agora é preciso fazer "consultas públicas" e "reunir comissões" para sacramentar o fato consumado.
 
Dois recortes dos artigos referenciados e transcritos nesta mensagem: 
O Blog do Teleco registrava, em setembro de 2006, sobre o Congresso de Tecnologia de Rádio, Televisão e Telecomunicações:
(...) Já são 17 as autorizações para transmissão experimental de rádio digital no Brasil e o Brasil adotou o padrão japonês, defendido pelos radiodifusores. (...)
(...) Os pronunciamentos mostraram a euforia em que vive o setor com a Radiodifusão indo do analógico para o digital e com a escolha do padrão japonês defendido pelos radiodifusores. (...)

Da outra matéria recortamos:

(...) O ministro disse que o debate em torno do rádio digital será feito da mesma maneira como foi discutida a escolha do modelo de TV Digital para o Brasil. “A discussão em torno do rádio está muito mais adiantada, pois o procedimento é bem mais simples”, afirma Hélio Costa. Ele também disse que as rádios comunitárias, que podem ter mais dificuldades de se adaptar ao processo de digitalização do rádio, em razão dos custos dos aparelhos necessários, estão participando dos debates e poderão receber financiamentos do governo federal. (...)
Esta é uma declaração simples e cristalina mas que assusta a todos nós, que estamos paranóicos e "mordidos de cobra" com algumas ações e financiamentos governamentais.

Nesta "Série" estamos registrando matérias recentes e mais antigas - estas ainda muito atuais - e que contêm a argumentação fundamental para o debate que ainda não ocorreu. Vamos transcrever também os artigos técnicos sobre os "padrões" de Rádio Digital
 
Aqui está o "sumário" das transcrições de hoje:
 
 Fonte: Agência Brasil
 
[21/03/07]  
Modelo de rádio digital que será implantado no Brasil pode ser definido em 60 dias por Sabrina Craide
 
Fonte: Blog do Teleco
[23/08/06]   
Congresso discute a Radiodifusão Digital por Eduardo Tude, diretor do Teleco 

Fonte: Informativo Sete Pontos
Artigo Técnico:
[Fev 2005]  
ISDB-Tsb: o padrão de rádio digital no Japão por Takashi Tome, pesquisador em telecomunicações da Fundação CPqD e membro do SinTPq e FITTEL.

Artigos e Notícias referenciados nas mensagens anteriores:
 
Fonte: Ciranda Internacional de Informação Independente
[23/03/07]   Documento final do II Encontro da Frente Nacional por um Sistema Democrático de Rádio e TV Digital é uma carta aberta ao governo Lula e ao povo brasileiro
Fonte IDG Now!
[27/09/05]   Doze emissoras de rádio testam sinal digital (link descontinuado - ler trasncrição aqui)
Fonte: Revista A Rede
[Set 2005]   Rádios testam padrão digital dos EUA   (link descontinuado - ler trasncrição aqui)
Fonte: Observatório do Direito à Comunicação
[12/03/07]  
Rádio digital avança sem debate público  por Ana Rita Marini e Laura Schenkel - Redação FNDC    
Fonte: Fórum Nacional pela Democratização da ComUnicação
[29/07/06]   Dona do padrão IBOC de rádio digital quer ampliar uso do espectro por Júlia Pitthan - Redação FNDC
Fonte: Informativo Eletrônico Sete Pontos
Artigo Técnico
[Dez 2004]  
IBOC – Sistema de Rádio Digital nos Estados Unidos por Takashi Tome, pesquisador em telecomunicações da Fundação CPqD e membro do SinTPq e FITTEL.
Fonte: JC Online
[09/05/07]  
Os padrões de Rádio Digital
Um ótimo resumo num texto de Marcelo Alencar, professor titular da UFCG e Vice-Presidente da Sociedade Brasileira de Telecomunicações (SBrT)
Fonte: Teleco
[04/07/05]   Tutorial Rádio Digital  por Juarez Quadros do Nascimento, ex-Ministro das Comunicações e engenheiro eletricista.
Fonte: TelecomOnline
[16/05/07]   Entidades manifestam preocupação quanto à adoção do padrão americano de rádio digital - Da redação
Fonte:
Observatório da Imprensa
[11/08/05]  
RÁDIO DIGITAL - A um passo da democracia nas ondas sonoras
Entrevistado: engenheiro eletrônico Higino Germani
Fonte: IDGNow!
[13/09/05]   Anatel autoriza primeiros testes de rádio digital   (link descontinuado - transcrição aqui)
 
Fonte: IDGNow!
[21/09/05]   Brasil entra na era do rádio digital por Daniela Braun  (link descontinuado - transcrição aqui)

O site TELECO possui uma
Seção Radio Digital no Brasil.
O site comunitário WirelessBR também possui uma
Seção Rádio Digital e uma Seção DAB - Digital Audio Broadcasting com dois trabalhos do nosso participante Gilmar Gomes da Cruz Júnior.
 
Estas mensagens estão sendo registradas no BLOCO - Blog dos Coordenadores da Comunidade.
 
Boa leitura!
Um abraço cordial
Helio Rosa
 
-------------------------------------------------------------------------
 
Fonte: Agência Brasil
[21/03/07]  
Modelo de rádio digital que será implantado no Brasil pode ser definido em 60 dias por Sabrina Craide
 
 Brasília - O ministro das Comunicações, Hélio Costa, afirmou hoje (21) que o modelo a ser utilizado para a implantação do rádio digital no Brasil ainda não está definido e será discutido por empresários e entidades ligadas ao setor. O ministro disse que nos próximos 60 dias deverá encaminhar uma proposta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e à Casa Civil. “Chegamos a um ponto em que temos que tomar uma decisão sobre o sistema, se não a industria fica numa expectativa para saber como ela vai se comportar”, avalia. Ele acredita que no início do próximo ano, o Brasil já poderia ter um sistema de rádio digital funcionando plenamente.
 
Hélio Costa reuniu-se hoje com os representantes do Conselho Consultivo do Rádio Digital, que reúne membros do governo, de empresas de comunicação, da indústria e da sociedade civil. Até o dia 14 de abril, todas as entidades convidadas deverão encaminhar os nomes dos representantes ao Ministério das Comunicações para instalar o conselho.
 
Embora admita que o modelo norte-americano é o que traria mais vantagens para a implantação no Brasil, Hélio Costa garante que a decisão ainda não está tomada. “Todos os modelos devem ser testados. Aquele que for melhor para o rádio brasileiro é o que será adotado”, afirma. Segundo o ministro, 16 emissoras brasileiras já estão testando os sistemas existentes, mas a maioria delas optou por testar o sistema americano. Também estão sendo estudados pelo Brasil os modelos japonês, europeu, coreano e chinês.
 
Hélio Costa explica que o modelo norte-americano é o único que atende às rádios AM e FM, além das emissoras que transmitem em ondas curtas. Outra vantagem é a utilização de um mesmo aparelho para recepção do sinal analógico e do digital. “Você vai poder ficar 15, 20 anos com aparelhos híbridos, que vão receber tanto o rádio analógico como digital, enquanto outros sistemas exigem um rádio exclusivo só para receber o sinal digital. Eu acho que esta é uma imposição econômica muito séria para se adaptar à situação brasileira”, analisa o ministro.
 
A tecnologia utilizada e o impacto econômico do modelo a ser implantado são os pontos que devem ser levados em conta na hora da escolha, de acordo com o ministro. “Nós não queremos ficar apenas comprando equipamentos já montados, queremos ter a chance de eventualmente podermos fazer equipamentos do rádio digital no Brasil”, disse Hélio Costa. Ele também explicou que a principal diferença que será sentida pelo ouvinte com a digitalização do rádio é a melhora na qualidade do som. “A rádio AM ficará com um som stereo perfeito, como se fosse FM. E a FM vai ficar com um som absolutamente perfeito, como se fosse um CD”, disse Hélio Costa.
 
O ministro disse que o debate em torno do rádio digital será feito da mesma maneira como foi discutida a escolha do modelo de TV Digital para o Brasil. “A discussão em torno do rádio está muito mais adiantada, pois o procedimento é bem mais simples”, afirma Hélio Costa. Ele também disse que as rádios comunitárias, que podem ter mais dificuldades de se adaptar ao processo de digitalização do rádio, em razão dos custos dos aparelhos necessários, estão participando dos debates e poderão receber financiamentos do governo federal.

-------------------------------------------------------------------

Fonte: Blog do Teleco
[23/08/06]   
Congresso discute a Radiodifusão Digital por Eduardo Tude 
 
Depois de anos de indefinição a Radiodifusão começa a sua transição do analógico para o digital.
 
Este foi o tema principal dos pronunciamentos na abertura do SET 2006 , Congresso de Tecnologia de Rádio, Televisão e Telecomunicações.
 
A solenidade contou com presenças de peso como o Ministro das Comunicações Hélio Costa, o presidente do SET Roberto Franco e presidentes de entidades do setor de radiodifusão como a ABERT, ABEPEC, ABRATEL, AESP e ABRA.
 
Já são 17 as autorizações para transmissão experimental de rádio digital no Brasil e o Brasil adotou o padrão japonês, defendido pelos radiodifusores.
 
O Ministro Hélio Costa contestou a ação do MP contra o decreto de TV Digital e apontou a ampliação da Banda Larga através do Wimax como o seu próximo desafio.
 
O congresso é promovido pela Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão e Telecomunicações (SET) e acontece juntamente com a Broadcast & Cable -Feira de Equipamentos e Serviços .
 
Os pronunciamentos mostraram a euforia em que vive o setor com a Radiodifusão indo do analógico para o digital e com a escolha do padrão japonês defendido pelos radiodifusores. 

-------------------------------------------------------------------------

Fonte: Informativo Sete Pontos
[Fev 2005]  
ISDB-Tsb: o padrão de rádio digital no Japão

As figuras e gráficos - excelentes - deverão ser consultadas no texto original em http://www.comunicacao.pro.br/setepontos/22/takashi_isdb.htm

por Takashi Tome

Os sistemas de rádio digital visam, essencialmente, a transmissão de áudio com uma melhor qualidade (som de CD), incluindo, adicionalmente, novos recursos, tais como a transmissão de textos, imagens, gráficos e até mesmo vídeos de baixa resolução. Como todas as informações estão em formato digital e como o receptor possui capacidade de processamento de dados, as funcionalidades possíveis são limitadas, em tese, apenas pela imaginação.
Analisando-se os sistemas de rádio digital, verifica-se que elas se dividem em duas grandes vertentes.
Na primeira, o rádio digital é visto como uma evolução das atuais rádios. Como decorrência dessa visão, o sistema é todo concebido para apresentar uma "transição suave" entre o analógico e o digital. Exemplo desse enfoque é o IBOC norte-americano.
Em outra vertente, o rádio digital é concebido como um novo serviço - não uma mera evolução, mas algo diferente, complementar, como foi o caso da introdução do FM num mundo dominado pelas rádios AM, na década de 70. Exemplo desse enfoque é o DAB europeu (Eureka 147).

O sistema japonês de rádio digital adota a segunda abordagem: ele é visto como um serviço complementar ao atual serviço de rádio analógico AM/FM. Mais que isso, trata-se de um sistema desenhado em conjunto com a TV Digital, de modo a aproveitar as sinergias de sistema (se visto sob um prisma mais restrito) e criar um novo universo de comunicação (se visto sob um ângulo mais abrangente).

1. A Tecnologia

O sistema japonês de rádio digital é conhecido como ISDB-Tsb (Integrated Services Digital Broadcasting, Terrestrial, Segmented Band).
A sua concepção tecnológica faz parte do sistema ISDB, o sistema de televisão digital do Japão.
No caso da TV Digital, o ISDB-T é derivado do sistema europeu (DVB-T), utilizando modulação COFDM.
Isso significa que o trem de bits a ser transmitido o é por meio de milhares de pequenas portadoras - 1.400 no modo 2k, 2.800 no modo 4k e 5.600 no modo 8k [1].
No entanto, ao contrário do DVB-T, no ISDB-T essas mini-portadoras são agrupadas em 13 grupos, chamados segmentos.
Uma das vantagens dessa estratégia é que pode-se adotar diferentes parâmetros de transmissão em segmentos diferentes - por exemplo, em um segmento as mini-portadoras podem estar moduladas em 64-QAM, enquanto no segmento adjacente a modulação poderia ser QPSK.
No caso da TV Digital, e mais especificamente no caso de se ter HDTV (TV de alta definição), todos os 13 segmentos seriam utilizados para transportar o trem de bits necessário ao programa (cerca de 19 Mbit/s).

O sistema de rádio digital, dentro do ISDB, era conhecido como N-ISDB (Narrowband ISDB).
Como indicava o nome, ele não seria exatamente um sistema de rádio (no sentido de ser algo inerentemente ligado à transmissão de áudio), mas sim um sistema multimídia, apenas com a diferença de estar operando com uma banda mais estreita que a televisão.
E que largura de banda seria essa? As opções são de se usar um ou três segmentos - o que corresponde a uma taxa líquida de transmissão da ordem de 200 a 300 kbit/s (no caso de 1 segmento) e 1 Mbit/s (no caso de 3 segmentos)
Ora, como o sinal ISDB-Tsb (o novo nome do N-ISDB) é uma fração do ISDB-T "pleno", o sistema pode ser desenhado para que ambos "modos" sejam compatíveis. Isso significa que se uma estação de televisão transmitir o seu áudio em um segmento específico, um receptor ISDB de faixa larga reproduziria a informação de televisão (áudio + vídeo), enquanto que um receptor ISDB de faixa estreita reproduziria o áudio somente.
Da mesma forma, uma estação ISDB de faixa estreita que transmita programas de rádio poderia ser diretamente captada, seja por um receptor de rádio, seja por um receptor de televisão, conforme indicado na figura 1.

Fig. 1. Segmentação de banda no ISDB-T.

Lembremos que o ISDB-Tsb não serve somente para a transmissão de áudio.
Assim como nos outros sistemas de rádio digital, o áudio é digitalizado e compactado por meio de um codificador (encoder, no caso, o MPEG-2:AAC.
O fluxo digital assim decorrente é juntado a outros fluxos (que podem ser outros fluxos de áudio digital, dados ou vídeo), por meio de um multiplexador MPEG-2.
Finalmente, o conjunto assim montado (denominado "feixe de transporte" ou transport stream) passa por um tratamento (codificação de canal) e é então transmitido por meio das portadoras do COFDM, conforme indicado na figura 2.

Fig. 2. Diagrama em blocos simplificado do ISDB-Tsb (transmissão).

A informação transportada no feixe de transporte fica a critério da prestadora. A figura 3 ilustra alguns exemplos típicos.

Fig. 3. Exemplo de alocação dos bits para 1 e 3 segmentos [2].

2. O Serviço

No planejamento de espectro do Japão, a longo prazo, as estações de televisão digital deverão ocupar a faixa de UHF e as estações de faixa estreita, o VHF, conforme indicado na figura 4.
Durante a fase de transição (simulcasting), que vai de 2003 a 2011, a faixa de VHF é então compartilhada entre as atuais estações de TV analógicas e as novas estações ISDB-Tsb.
Na faixa de UHF, ter-se-ia o convívio entre as estações analógicas e digitais de televisão.
Após o simulcasting, na faixa de VHF ter-se-iam os serviços ISDB-Tsb e serviços de comunicações móveis.
Conforme indicado na figura 4, os serviços de rádio AM e FM analógicos persistiriam mesmo após 2011.

Fig. 4. Planejamento de espectro no Japão.

Devido a uma anomalia no planejamento do espectro analógico, aquele país experimenta uma situação sui generis: os canais 7 e 8 de televisão apresentam uma sobreposição de 2 MHz (ou seja, a parte superior do canal 7 coincide com os 2 MHz inferiores do canal 8).
Por tal motivo, escolheu-se o canal 7 – ou melhor, os 4 MHz inferiores dele – para a introdução do serviço de ISDB-Tsb.
Esse serviço teve início em outubro de 2003, quando a DRP (Digital Radio Promotion Association, www.d-radio.jp) obteve licença para iniciar as transmissões em Tóquio e Osaka. A DRP surgiu como um consórcio de consórcios e atua no sentido de promover o rádio digital no Japão.

Fig. 5. Estações transmitidas pela DRP.

Ler mais em Informativo Sete Pontos

[Procure "posts" antigos e novos sobre este tema no Índice Geral do BLOCO]


ComUnidade WirelessBrasil                     Índice Geral do BLOCO