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Maio 2007               Índice Geral do BLOCO

O conteúdo do BLOCO tem forte vinculação com os debates nos Grupos de Discussão  Celld-group e WirelessBR. Participe!


28/05/07

Série sobre "Rádio Digital" (21) - Câmara promove seminário amanhã (29/05)

Olá,
ComUnidade WirelessBRASIL!
 
"Rádio Digital": continuamos com a "Série" de mensagens para reciclagem e ambientação.  :-)
 
 
O Rádio Digital tem sido um tema recorrente em nossos fóruns, por iniciativa dos Coordenadores e Moderadores dos Grupos.
O assunto tem estado na mídia espaçadamente e também é polêmico como a "irmã" TV Digital. Mas não tem dado ibope.  :-)
 
Como tem acontecido "neste país", o padrão IBOC já esta escolhido, estações já estão operando e agora é preciso fazer "consultas públicas" e "reunir comissões" para sacramentar o fato consumado.
 
Já me perguntaram o que é que temos contra o IBOC.  :-)
Resposta: Não temos nada nem contra, nem a favor, nem "muito pelo contrário". :-)
Nosso objetivo é ampliar o debate para que nossos participantes e leitores formem sua opinião.
Mas vai agora uma "fustigada" na mídia: que tal ir perguntar à emissoras que estão realizando os testes, como vão...os testes?  :-)
Um entrevista com os diretores técnicos das estações seria muito oportuna.
Cremos que não deve haver nenhuma cláusula de sigilo nos resultados...
 
Abaixo está nossa colaboração transcrevendo, do site TELECO, a relação das emissoras. Vamos lá?  :-)
 
Aqui está o "sumário" das transcrições de hoje:
 
Fonte: O Jornalista
[28/05/07]   Câmara promove seminário sobre rádio digital
 
Fonte: Teleco
[16/03/07]  
Testes de Rádio Digital  - Relação das emissoras autorizadas

Fonte: Observatório do Direito à Comunicação
[15/05/07]   Padrão norte-americano não serve para o Brasil, diz Frente   

Fonte: Observatório do Direito à Comunicação
[24/04/07]   A digitalização das ondas do rádio  por Tiago Eloy Zaidan - Observatório da Imprensa 
 
Artigos e Notícias referenciados nas mensagens anteriores:
 
Fonte: Informativo Sete Pontos
Artigo Técnico:
[Mai 2007]   O sistema de rádio digital DRM (Digital Radio Mondiale) por Takashi Tome, pesquisador em telecomunicações da Fundação CPqD e membro do SinTPq e FITTEL.
Fonte: Informativo Sete Pontos
Artigo Técnico:
[Nov 2004]  
DAB Eureka 147 por Takashi Tome, pesquisador em telecomunicações da Fundação CPqD e membro do SinTPq e FITTEL.
Fonte: Agência Brasil
 
[21/03/07]  
Modelo de rádio digital que será implantado no Brasil pode ser definido em 60 dias por Sabrina Craide
Fonte: Blog do Teleco
[23/08/06]   
Congresso discute a Radiodifusão Digital por Eduardo Tude, diretor do Teleco 
Fonte: Informativo Sete Pontos
Artigo Técnico:
[Fev 2005]  
ISDB-Tsb: o padrão de rádio digital no Japão por Takashi Tome, pesquisador em telecomunicações da Fundação CPqD e membro do SinTPq e FITTEL.
Fonte: Ciranda Internacional de Informação Independente

[23/03/07]   Documento final do II Encontro da Frente Nacional por um Sistema Democrático de Rádio e TV Digital é uma carta aberta ao governo Lula e ao povo brasileiro
Fonte IDG Now!
[27/09/05]  
Doze emissoras de rádio testam sinal digital (link descontinuado - ler trasncrição aqui)
Fonte: Revista A Rede
[Set 2005]  
Rádios testam padrão digital dos EUA   (link descontinuado - ler trasncrição aqui)
Fonte: Observatório do Direito à Comunicação
[12/03/07]  
Rádio digital avança sem debate público  por Ana Rita Marini e Laura Schenkel - Redação FNDC    
Fonte: Fórum Nacional pela Democratização da ComUnicação
[29/07/06]  
Dona do padrão IBOC de rádio digital quer ampliar uso do espectro por Júlia Pitthan - Redação FNDC
Fonte: Informativo Eletrônico Sete Pontos
Artigo Técnico
[Dez 2004]  
IBOC – Sistema de Rádio Digital nos Estados Unidos por Takashi Tome, pesquisador em telecomunicações da Fundação CPqD e membro do SinTPq e FITTEL.
Fonte: JC Online
[09/05/07]  
Os padrões de Rádio Digital
Um ótimo resumo num texto de Marcelo Alencar, professor titular da UFCG e Vice-Presidente da Sociedade Brasileira de Telecomunicações (SBrT)
Fonte: Teleco
[04/07/05]   Tutorial Rádio Digital  por Juarez Quadros do Nascimento, ex-Ministro das Comunicações e engenheiro eletricista.
Fonte: TelecomOnline
[16/05/07]  
Entidades manifestam preocupação quanto à adoção do padrão americano de rádio digital - Da redação
Fonte:
Observatório da Imprensa
[11/08/05]  
RÁDIO DIGITAL - A um passo da democracia nas ondas sonoras
Entrevistado: engenheiro eletrônico Higino Germani
Fonte: IDGNow!
[13/09/05]  
Anatel autoriza primeiros testes de rádio digital   (link descontinuado - transcrição aqui)
Fonte: IDGNow!
[21/09/05]  
Brasil entra na era do rádio digital por Daniela Braun  (link descontinuado - transcrição aqui)

O site TELECO possui uma
Seção Radio Digital no Brasil.
O site comunitário WirelessBR também possui uma
Seção Rádio Digital e uma Seção DAB - Digital Audio Broadcasting com dois trabalhos do nosso participante Gilmar Gomes da Cruz Júnior.

Estas mensagens estão sendo registradas no
BLOCO - Blog dos Coordenadores da Comunidade.

Boa leitura!
Um abraço cordial
Helio Rosa
 
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Fonte: O Jornalista
[28/05/07]   Câmara promove seminário sobre rádio digital   
 
A Câmara dos Deputados promove amanhã (29), seminário para discutir a adoção da tecnologia digital na radiodifusão brasileira. O evento, que será realizado no auditório Nereu Ramos, reunirá especialistas e parlamentares para debater a implantação do rádio digital no País a partir da avaliação das leis em vigor e do que precisa ser atualizado.
 
Com a digitalização, deverá ocorrer uma melhora na qualidade do áudio - a rádio AM terá qualidade de FM, e a FM terá som de CD, e será possível transmitir até quatro canais dentro da mesma freqüência. Além disso, com a nova tecnologia, as informações, antes exclusivamente sonoras, passam a ser transmitidas em bits, o que tornará possível o envio de textos e fotos (para aparelhos que tenham visor).
 
Durante o seminário, os participantes vão conferir uma demonstração de transmissão digital e poderão avaliar e comparar a diferença tecnológica entre os sistemas.
 
Conselho
O Ministério das Comunicações já constituiu o Conselho Consultivo de Rádio Digital, que vai elaborar o planejamento da escolha do sistema a ser adotado. O grupo tem seis meses para apresentar um relatório com recomendações de regras para a rádio digital brasileira.
 
Clique aqui para conferir a programação do seminário

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Fonte: Teleco
[16/03/07]  
Testes de Rádio Digital 

Relação das emissoras autorizadas

Apresenta-se a seguir as autorizações para execução de Serviço Especial para Fins Científico ou Experimentais dadas pela Anatel para testes de Rádio Digital no Brasil. As autorizações são válidas por 1 ano. 

Rádios AM 

Ondas Médias  

Emissora Cidade Ato Data
Rádio Mundial Rio de Janeiro/RJ 59.985 08/08/2006
Rádio Excelsior Ltda São Paulo/SP 59.986 08/08/2006
Rádio e TV Record São Paulo/SP 56.805 14/03/2006
Radiobrás Brasília/DF 56.641 09/03/2006
Sistema Atual de
Radiodifusão
Itapevi/SP 55.990 14/02/2006
Rádio Sociedade da Bahia BA 54.199 22/11/2005
Rádio e Televisão
Bandeirantes
São Paulo/SP 53.102 26/09/2005
Rádio Gaúcha Porto Alegre/RS   16/09/2005*
Rádio Tiradentes Belo Horizonte/MG 52.697 12/09/2005

* autorização prorrogada por mais 1 ano.  

Ondas Curtas  

Emissora Cidade Ato Data
Faculdade de Tecnologia da Universidade de Brasília. Brasília/DF 56.054 15/02/2006

 Rádios FM 

Emissora Cidade Ato Data
Rádio Vox 90 Americana/SP 58.671 31/05/2006
Rádio Cultura de
Campinas
Campinas /SP 55.997 13/02/2006
Rádio Santo Antônio de
Posse Stereo Som
Santo Antônio de Posse/SP 55.993 13/02/2006
Rádio 99 FM Stereo Santo André SP 54.200 23/11/2005*
Sompur SP São Paulo/SP 53.101 26/09/2005
Rádios Itapema FM Porto Alegre/RS 52895 16/09/2005*
Rádio Excelsior São Paulo/SP 52.696 12/09/2005
Sistema Clube de
Comunicação Ltda
Ribeirão Preto/SP 62.797 18/12/2006

* autorização prorrogada por mais 1 ano.

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Fonte: Observatório do Direito à Comunicação
[15/05/07]  
Padrão norte-americano não serve para o Brasil, diz Frente       
 
A Frente Nacional por um Sistema Democrático de Rádio e TV Digital apresentou na última segunda-feira (14/05) documento em resposta à Consulta Pública nº 771, da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que propõe Critérios e Procedimentos para Avaliação do Sistema de Rádio Digital IBOC. Foi a primeira vez que a Anatel colocou sob consulta o tema da digitalização dos sistemas de rádio.
 
Entre outras questões, o texto aponta que não há justificativas para a Consulta se referir exclusivamente ao padrão norte-americana IBOC, já que o padrão livre DRM (Digital Radio Mondiale) também recebeu autorização da própria Anatel para ser testado.
 
Especificamente em relação ao padrão, o documento destaca a preocupação das entidades na interferência que uma emissora IBOC causa em outras emissoras de baixa potência, notadamente em rádios comunitárias. Outra questão que afeta diretamente a sobrevivência de algumas rádios é o fato do padrão ser proprietário e possui uma lógica de licenciamento que é “economicamente inviável para emissoras públicas e mesmo as comerciais de pequeno porte”.
 
Fato consumado e metodologia
O documento das entidades também alerta sobre o potencial “fato consumado", na medida em que as grandes emissoras já estão comprando equipamentos pertencentes ao padrão norte-americano. As entidades da Frente afirmam que “num futuro próximo, esse parque de transmissores ‘já instalados’ pode se tornar um argumento para inviabilizar a definição por qualquer outro padrão”.
 
Outra questão apontada pelas entidades se refere à metodologia de avaliação, que “indica a realização de testes pulverizados, em lugar de um teste mais amplo realizado por um consórcio de entidades”, citando como exemplo a ser seguido o método realizado com a TV Digital em São Paulo. Ainda no âmbito da metodologia, o documento critica a falta de clareza em relação à amostragem nas diversas etapas dos testes. “Na falta deste plano, qualquer resultado ‘quantitativo’ terá um aspecto tecnicamente frágil, pois um resultado num caso específico não será indicador seguro de que aquele comportamento se dará em todas ou pelo menos na maioria das situações”.
 
A Frente também reivindica transparência, equidade e publicidade na realização dos testes, por meio de uma maior participação de outros atores da sociedade. Ela também questiona o fato da Consulta tratar o tema como “uma mera substituição dos receptores analógicos por outros de melhor qualidade, digitais”. De acordo com o documento, “trata-se de uma mudança de paradigmas (...) rumo a um mundo mais convergente e integrado”.
 
O documento é assinado pelas entidades do Grupo de Trabalho Nacional da Frente: Intervozes - Coletivo Brasil de Comunicação Social; Fittel - Federação Interestadual dos Trabalhadores em Telecomunicações; Sintpq – Sindicato dos Trabalhadores em Pesquisa, Ciência e Tecnologia - SP; Amarc - Associação Mundial de Rádios Comunitárias – Brasil; Abraço - Associação Brasileira de Rádios Comunitárias; FNDC - Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação e; Comunicativistas (RJ).
 
 Para fazer o download do documento, clique aqui.
 
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Fonte: Observatório do Direito à Comunicação
[24/04/07]   A digitalização das ondas do rádio  por Tiago Eloy Zaidan - Observatório da Imprensa     
 
No dia 7 de setembro de 1922, nas comemorações do centenário do aniversário da independência brasileira, os cariocas ouviram pela primeira vez, com certo espanto, o rádio. Foi a primeira vez que uma transmissão deste, então novo, veículo de comunicação foi feita na terra do cruzeiro do sul.  
 
O entusiasmo só não foi maior por que chiados em demasia atravessavam-se diante da voz empolada do presidente da República, Epitácio Pessoa, que discursava. Discurso à parte, coube mesmo ao pioneiro Edgar Roquette Pinto, em 1923, a inauguração da primeira estação de rádio do Brasil. Tratava-se de emissora Sociedade, do Rio de Janeiro.  
 
A partir de então, o rádio popularizou-se assustadoramente, tornando-se um dos mais capilares veículos de comunicação do país. Hoje, para se instalar uma emissora de baixa potência, bastam R$ 5 mil em equipamentos (Mídia com democracia, 2006). Mas a evolução do meio não parou aí. Assim como a televisão, o rádio também irá metamorfosear-se com a era digital, ganhando em qualidade e em possibilidades de transmissão. 
 
Custo alto  
Com o advento do rádio digital, as principais novidades serão: a agregação de componentes de interatividade, a possibilidade da transmissão de mais de um programa simultaneamente (revista Fonte, 2005), a melhoria significativa na qualidade do som, concedendo às estações AM a qualidade de som equivalente às estações FM atuais, e às FM, som com qualidade de CD (RABÊLO), o fim das interferências na transmissão das emissoras AM e a convergência de mídias – o que possibilitará a transmissão de textos e imagens, visualizados por meio de uma tela no aparelho de rádio digital (MASCARENHAS). Há também a possibilidade da ampliação do número de emissoras.  
 
Como se vê, as mudanças prometem reavivar o entusiasmo em torno do rádio. Todavia, para se ter acesso a tais melhorias não basta esperar a conversão do sistema analógico (atual) para o digital. O ouvinte terá que arcar com a compra de um aparelho de som compatível com a tecnologia digital. Caso contrário, não conseguirá observar diferença alguma. E, pelo menos por enquanto, seu preço não deve ser nada democrático. Embora sem valores consolidados, é possível estimá-los entre R$ 700 e R$ 1 000 – para os aparelhos fixos – e entre R$ 550 e R$ 700 para aparelhos automotivos (RABÊLO).  
 
As emissoras de rádio também pagarão caro, literalmente, pela conversão da tecnologia. A adaptação ao sistema digital vai requerer a compra de equipamentos, tais como novos transmissores e adaptadores de transmissores analógicos (revista Fonte, 2005). Diante do custo elevado, o governo acena com a possibilidade de desenvolver ações visando ao barateamento do processo.
 
Testes  
Os custos aos radiodifusores e ouvintes não são às únicas barreiras para que os brasileiros possam sair escutando o tão propalado rádio digital. Ainda há a escolha do padrão a ser adotado no país. Existem quatro consórcios internacionais distintos sedentos por abiscoitar a preferência nacional. São eles: o Iboc (In-Band On-Channel), oriundo dos Estados Unidos; o DAB Eureka (Digital Audio Broadcasting) e o DRM, (Digital Radio Mondiale), ambos europeus, e, finalmente, o ISDB-TSB (Integrated Services Digital Broadcasting – Terrestrial), do Japão.  
 
Embora estejamos aparentemente bem servidos de opções, somente dois desses padrões foram aprovados pela União Internacional de Telecomunicações, UIT: o Iboc e o DRM (ZORNITTA e JUNIA). É justamente entre os dois que o debate em torno da escolha do padrão a ser adotado no Brasil, vem se intensificando.  
 
Diante dessa dupla possibilidade, o melhor a se fazer, deduz-se, é testar. E, de fato, é o que vem sendo feito. Desde setembro de 2005, a Agência Nacional de Telecomunicações, Anatel, passou a conceder autorizações para interessados em pôr à prova o novo sistema (Mídia com democracia, 2006), por meio de concessões provisórias de seis meses, com possibilidade de prorrogação. Os testes devem se restringir às regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre e Curitiba (RAMOS).   Oficialmente, o propósito dos testes contempla a avaliação do desempenho do sistema no tocante à qualidade do áudio, à área de cobertura e ao vigor diante de ruídos e interferências, dentre outros pontos declarados (Anatel).  
 
O padrão Iboc 
 Embora estejamos apenas na fase de testes, já é claramente perceptível a preferência do setor privado da radiodifusão nacional pelo padrão norte-americano, o Iboc. As rádios Excelsior FM; Bandeirantes, de São Paulo; e Gaúcha, de Porto Alegre, são exemplos de emissoras que estão realizando testes com o padrão Iboc. Em contrapartida, apenas a rádio da Faculdade de Tecnologia da UnB, de Brasília, e a Radiobrás, ambas públicas, estão conduzindo testes com o padrão DRM. As demais opções seguem ignoradas, inclusive a DAB Eureka, cujo ônus para viabilização é considerado demasiado (Anatel). 
 
O padrão Iboc é gerido pela empresa norte-americana Ibiquity, dona de seus direitos. Há algo em torno de 40 patentes internacionais assegurando a sua propriedade. Possui, inclusive, um notável preço para licenciamento: US$ 5 mil, o que seguramente assusta os radiodifusores de estações comunitárias ou de situação financeira semelhante.  
 
A transição de tecnologia, sob a bandeira do padrão norte-americano, é bastante cara. Em seu país de origem, Estados Unidos, há um fundo não-governamental auxiliando as rádios públicas em sua "metamorfose" digital (Mídia com democracia, 2006). A despeito do orçamento, alinhado aos Estados Unidos, Canadá e México optaram pela sua escolha (revista Fonte, 2005).  
 
Sua vantagem mais divulgada reside na possibilidade da transição para o sistema digital ser efetuada sem exigir a troca da freqüência das emissoras. Da mesma forma, o padrão Iboc permite que a transmissão da emissora seja feita para aparelhos digitais e analógicos, concebendo a coexistência de ambos. Em se tratando do Brasil, onde provavelmente grande parte da população não terá acesso imediato à nova tecnologia e, conseqüentemente, permanecerá servindo-se do rádio analógico, tal atributo se mostra relevante.  
 
Em sua aberta defesa, a Associação Brasileira de Rádios e Televisão, Abert, tem incentivado experiências com o padrão norte-americano. Todavia, o consultor técnico da associação, Djalma Ferreira, reconhece que o Iboc possui notáveis falhas no que diz respeito à transmissão de ondas médias. Falhas estas acentuadas no período noturno. Ainda assim, Djalma Ferreira afirma ser uma "alternativa indesejável" aguardar conclusões sobre o padrão DRM.  
 
Outro ponto considerado negativo por muitos é que, entre os padrões apresentados, o Iboc é o que mais apresenta barreiras à criação de novas emissoras. Este elemento poderia ser um entrave à democratização da comunicação via rádio.  
 
O padrão DRM  
O padrão DRM, embora apontado como europeu, é fruto de um extenso consórcio envolvendo instituições européias famosas, como a francesa Radio France Internacionale, a inglesa BBC, a alemã Deutsche Welle e de outros continentes, como a NHK, do Japão. Também constam emissoras de países fora do eixo das nações desenvolvidas, como Tunísia e Equador (CABRAL, 2006).  
 
O fato de não contemplar a faixa FM, tem se mostrado "o calcanhar de Aquiles" do padrão DRM. Embora estejam sendo realizados estudos no sentido de incluir as freqüências FM no bojo das transmissões do padrão, atualmente o DRM permite somente o uso das faixas de onda média, ondas tropicais e ondas curtas.  
 
Movimentos sociais  
Enquanto as grandes organizações de comunicação social brasileiras realizam seus testes com os padrões que elas próprias escolheram, os movimentos sociais tentam ser ouvidos. A maior queixa refere-se ao perigo do interesse econômico se sobrepor aos interesses da sociedade, altamente dependente de veículos de massa, como o rádio.  
 
Ao conceder a livre licença para que os próprios radiodifusores façam sua escolha e empreendam suas avaliações – sem um debate que inclua sequer os usuários do rádio –, corre-se o risco de manter a ordem vigente com a tecnologia analógica: poucos e grandes conglomerados de comunicação, servindo aos interesses de algumas famílias e políticos. É o que se chama de manutenção do status quo da radiodifusão brasileira.  
 
Josué Franco Lopes, representante da Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária no Estado do Rio Grande do Sul, ABRAÇO-RS, declarou-se surpreso com a falta de debates em torno da digitalização do rádio. Para ele, no caso da radiodifusão, a ausência de democracia no processo foi ainda mais acentuada que nos debates envolvendo a TV digital (Mídia com democracia, 2006).  
 
Tribuna de debates  
À margem do processo, e sem condições de seguir os passos das grandes emissoras – que já estão testando o padrão Iboc –, as rádios comunitárias temem a falta de recursos para se adaptarem ao caro padrão norte-americano, exaltado pelo lobby dos meios de comunicação de massa privados.  
 
Em audiência pública na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro, em fevereiro de 2006, representantes dos movimentos sociais reclamaram da condução da digitalização do rádio no país. Na ocasião foram feitas reivindicações, dentre as quais a realização de um debate claro e democrático por parte do governo, visando ao desenvolvimento da rádio digital no Brasil (ZORNITTA e JUNIA).  Ironicamente, o rádio, que não raro realizou um verdadeiro papel de tribuna de debates em momentos chaves da história do Brasil, atualmente encontra-se praticamente mudo quando a questão é debater, ou mesmo informar, sobre questões relativas à sua tão esperada digitalização.  
 
Referências bibliográficas:
 
ANATEL. Disponível aqui. Acessado em 11 de abril 2007.
 
CABRAL, Adilson. DRM é a nova onda da rádio digital. Informativo eletrônico Sete Pontos, n. 32, fevereiro de 2006. Disponível aqui. Acessado em 12 de abril de 2007.  ____. Convergência no século da mobilidade: a história vem de longe, a revolução ainda está no começo. Revista Fonte, Belo Horizonte: Prodemge, N. 03, Pág. 14 – 38, Dezembro de 2005. 
 
FERREIRA, Djalma. O caminho do rádio digital. Disponível aqui. Acessado em 12 de abril de 2007.
 
MASCARENHAS, André. País inicia testes de rádio digital: a partir de hoje, Anatel autoriza rádios a experimentar a nova tecnologia, no padrão "In Band On Channel", dos EUA. Disponível aqui. Acessado em 11 de abril de 2007. 
 
RABÊLO, Paulo. O rádio digital já começou no Brasil. Sabia? Disponível aqui. Acessado em 11 de abril de 2007. ____. Rádio digital: decisão antes da hora? Revista Mídia com Democracia.
 
FNDC, n 03, Pág. 16 – 18, Setembro de 2006
 
RAMOS, Luiz Carlos. 83 anos no ar: o rádio renovado com força digital. Disponível aqui. Acessado em 11 de abril de 2007.
 
ZORNITTA, Bruno e JUNIA, Raquel. Rádio digital: democratização ou "cala-boca tecnológico". Disponível aqui.. Acessado em 11 de abril de 2007.

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