BLOCO
Blog dos Coordenadores ou Blog Comunitário
da
ComUnidade WirelessBrasil

Novembro 2007               Índice Geral do BLOCO

O conteúdo do BLOCO tem forte vinculação com os debates nos Grupos de Discussão  Celld-group e WirelessBR. Participe!


13/11/07

IGF - Internet Governance Forum (2) - Artigos: Cristina de Luca + CGI.br + AliceRamos.com + Thesis

Olá, ComUnidade WirelessBRASIL!
 
01.
O "Serviço ComUnitário" esta fazendo uma ambientação sobre o 2007 - Fórum sobre Governança da Internet com resgate de informações já veiculadas e registro das novidades.
É um tema muito interessante e abrangente e ficar "ligado" é preciso!!!   :-)
Contamos com a colaboração de todos com comentários e indicações de links!
 
Com esta segunda mensagem creio que completamos as informações iniciais para permitir o acompanhamento deste importante evento pela mídia.
 
02.
Cristina de Luca em sua Coluna Circuito no site Convergência Digital, entre outros comentários, informa como acompanhar o IGF:
 
Fonte: Convergência Digital - Coluna CIRCUITO
[12/11/2007]   II IGF: agenda do Brasil é propositiva por Cristina De Luca

(...) Quem não tiver a oportunidade de acompanhar tudo de perto, no Hotel Windsor, na Barra da Tijuca, pode tentar acompanhar a transmissão ao vivo em:  http://www.igfbrazil2007.br/port/index.htm
 Quer saber na prática como as discussões do II IGF impactam sua vida digital?
 Então o lugar certo para estar é o Fórum Paralelo que o Ministério da Cultura realiza esta semana, no Circo Voador, com links diretos para o Hotel Windsor.
 A programação completa está em:
http://www.cultura.gov.br/blogs/igf/?p=52">http://www.cultura.gov.br/blogs/igf/?p=52
  (...)
 
03.
Na mensagem anterior fizemos alguns "resumos-resumidos" sobre:
- Governança
- Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br)
- Neutralidade
- ICANN
 
04.
Transcrevemos ainda na mensagem anterior  estas matérias:
 
Fonte: Thesis
[17/09/07]   Governança de web no Rio de Janeiro por Equipe Thesis   
 
Fonte: CGI.br
 
05.
Transcrições de hoje com a eterna recomendação de ler na fonte:   :-)
 
Fonte:  Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br)
 
Fonte: AliceRamos.com
[31/10/07]   Fórum das Nações Unidas sobre Internet será no Brasil  por Jeferson Fued Nacif
 
Fonte: Thesis
[12/11/07]   IGF Rio: poder de persuação  por Jana de Paula  
 
Boa leitura!
Um abraço cordial
Helio Rosa
Thienne Johnson
 
-------------------------------------------
 
Fonte:  Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br)
 
“Governança da Internet é o desenvolvimento e a execução pelos Governos, sociedade civil e iniciativa privada, em seus respectivos papéis, de princípios, normas, regras, procedimentos decisórios e programas compartilhados que delineiam a evolução e o uso da Internet”.[1]
 
Quem governa a Internet?
 
Em tese, ninguém, porque não há um órgão centralizado com essa competência.  Existem alguns atores em segmentos específicos da Internet, como a ICANN (Internet Corporation for Assigned Name and Numbers), responsável pelo Sistema de Registro de Nomes de Domínio. Todavia, a Internet não dispõe, no âmbito internacional, de um órgão que regule, supervisione ou atue nas diferentes dimensões da tecnologia de informação do meio eletrônico, superando os limites e fronteiras regionais.
 
No Brasil, o órgão responsável pela coordenação das atividades da Internet é:
 
- COMITÊ GESTOR DA INTERNET – CGI.BR: Criado em 1995 pela Portaria Interministerial dos Ministérios das Comunicações e da Ciência e Tecnologia n° 147, com alterações do Decreto Presidencial nº 4.826, de 3 de setembro de 2003 é constituído por membros de governo, do setor empresarial, do terceiro setor e da comunidade acadêmica. O CGI.br configura um modelo pioneiro na efetiva participação da sociedade nas decisões relativas a implantação, administração e uso da rede. Dentre as atribuições do Comitê Gestor, destaca-se a coordenação da atribuição de endereços internet (IPs) e do registro de nomes de domínio usando o domínio de primeiro nível regional “.br”.
 
Os principais organismos internacionais envolvidos na gestão, estudo, desenvolvimento, dentre outros atos, de setores específicos da Internet são:
 
- WORLD SUMMIT ON INFORMATION SOCIETY (WSIS) ou em português, CÚPULA MUNDIAL DA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO (CMSI): Criada pela Organização das Nações Unidas – ONU, tem por objetivo identificar os principais desafios da sociedade da informação, diante dos elevados índices de crescimento tecnológico. Conta com a participação de representantes dos governos, da sociedade civil, da iniciativa privada, de organizações não-governamentais e de organismos internacionais. Os relatórios e resultados decorrentes das reuniões desta Cúpula, realizadas em Genebra-2003 e Tunísia-2005, estão disponíveis em www.itu.int/wsis.
 
- WORKING GROUP ON INTERNET GOVERNANCE (WGIG) ou em português, GRUPO DE TRABALHO SOBRE A GOVERNANÇA DA INTERNET (GTGI): Criado após a primeira reunião de Geneva/2003, da CMSI, e igualmente constituído por representantes do governo, da sociedade civil, da iniciativa privada e de organismos internacionais, teve por objetivos: (i) definir o conceito de governança da Internet; (ii) identificar as políticas públicas necessárias para a gestão da  Internet; (iii) propor os modelos de governança da Internet; (iv) identificar os papéis de cada ator no desenvolvimento dos mecanismos de governança da Internet; dentre outros. O relatório final desse Grupo e outros documentos relevantes estão disponíveis em www.wgig.org
 
- INTERNET CORPORATION FOR ASSIGNED NAMES AND NUMBERS (ICANN) ou em português, CORPORAÇÃO DA PARA ATRIBUIÇÃO DE NOMES E NÚMEROS DA INTERNET: Trata-se de uma organização não-governamental, sediada nos Estados Unidos da América que, dentre suas atribuições, responde por: (i) habilitar entidades para o registro e administração dos domínios de primeiro nível; (ii) estabelecer novos domínios de primeiro nível; (iii) gerenciar o servidor de raiz; (iv) coordenar a designação e atribuição dos blocos de endereços IP; e, (v) manter o credenciamento das entidades regionais (de cada país), habilitadas a registrar nomes de domínios de primeiro nível (ccTLDs). O conselho-diretor da ICANN é composto por membros nomeados de diferentes organizações e comitês ligados à Instituição. Todavia, a principal crítica ao ICANN é a influência direta do Departamento de Comércio dos EUA.
 
O que é o Fórum sobre a Governança da Internet?
 
O Fórum sobre a Governança da Internet é um processo inclusivo de múltiplos atores: governantes, sociedade civil, iniciativa privada. Trata-se de uma oportunidade para a reflexão de temas importantes e necessários ao desenvolvimento da Internet. É imprescindível pontuar que o Fórum não substitui os organismos já existentes (tais como os mencionados WSIS, ICANN, e outros). As atribuições e objetivos do Fórum estão previstos nos itens 72 a 82, do “Plano de Implementação da Tunísia”[2].
 
Por que a discussão sobre a governança da Internet afeta a todos nós?
 
Note-se que o Fórum não foi idealizado para especialistas, pois busca exatamente no debate da sociedade encontrar propostas para a Internet. E por que a sociedade deve participar? Vejamos:
 
Quando um cidadão busca acesso pela Internet, não se preocupa qual será o número de IP que lhe é conferido nem como essa estrutura é montada (embora tecnicamente seja semelhante à idéia de números de telefones). Ora, a tecnologia Ipv4 deve ser impreterivelmente trocada pela Ipv6. Por que isso ainda não foi feito globalmente? Eis uma questão que poderia ser discutida no âmbito dos Recursos Técnicos da Internet.
 
Outro exemplo, um cidadão deveria saber que os custos da Internet são equivalentes em todo o mundo. Então porque temos custos mais altos no Brasil do que nos EUA? Este é um dos temas que atinge as Políticas Públicas ligadas à governança da Internet e, sobretudo, a inclusão digital.
 
Há inúmeros outros exemplos tratados no Fórum, como Acesso ao Conhecimento, Propriedade Intelectual, Questões de Gênero, Padrões Técnicos, Segurança, etc.
 
.............................................................................
 
[1] Essa definição foi apresentada no relatório final do GTGI, disponível em www.wgig.org. Os termos foram reproduzidos nos resultados da segunda fase da Cúpula Mundial da Sociedade da Informação, no item 34 do “Tunis Implemention Plan”.
 
[2] Disponível em www.itu.int/wsis Tunis Implemention Plan.
 
-----------------------------------------------------
 
Fonte: AliceRamos.com
[31/10/07]   Fórum das Nações Unidas sobre Internet será no Brasil  por Jeferson Fued Nacif
 
 
Entre os dias 12 e 15 de novembro próximo, a cidade do Rio de Janeiro será a sede de mais um importante evento organizado pelas Nações Unidas, o Fórum de Governança da Internet, mais conhecido por sua sigla em inglês Internet Governance Fórum (IGF).
 
Essa será a segunda edição do Fórum, que, no ano passado, realizou-se em Atenas, Grécia. Mas, o que esse Fórum irá tratar? Trata-se apenas de mais um seminário? Organizado pelas Nações Unidas no Brasil? Por que no Brasil? governança da Internet? E Internet, por acaso, tem governo? Se houver, então “é culpa do governo”!
 
Para aumentar ainda mais a curiosidade do leitor, gostaria inicialmente de lembrar que, embora o primeiro IGF tenha passado ao largo da grande mídia brasileira, os assuntos que estão sendo levantados nesse ambiente já vêm demandando significativo esforço de negociadores brasileiros desde fins da década de 90.
 
Dessa vez, tendo em vista que o evento se realizará aqui em nosso País e que mobilizará mais de dois mil especialistas em Internet e interessados de todos os cantos do planeta, espera-se que a mídia nacional se interesse e leve ao brasileiro as melhores informações do Fórum.
 
Como o assunto deve ser novidade para a maioria, creio que explicações introdutórias com relação a esse tema são extremamente necessárias. Inicio por uma retrospectiva histórica.
 
Durante a Conferência Plenipotenciária da União Internacional de Telecomunicações (UIT) de 1998, realizada na cidade de Minneapolis, Estados Unidos, a delegação da Tunísia, propôs a realização de uma grande conferência internacional para tratar de assuntos relacionados à sociedade da informação.
 
A proposta foi recebida com louvor, tendo sido, inclusive levada à Assembléia Geral das Nações Unidas que ampliou o contexto da proposta convidando todos os Chefes de Estado e Governo para a construção da Cúpula Mundial da Sociedade da Informação (CMSI). Ficou decidido que a Cúpula teria duas fases, sendo a primeira no ano de 2003, em Genebra, e uma segunda em 2005, na capital tunisiana.
 
A Assembléia Mundial de Padronização de Telecomunicações (WTSA) da União Internacional de Telecomunicações (UIT) realizada na cidade de Montreal, levou pela primeira vez, por decisiva pressão de negociadores brasileiros – distintos delegados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), a questão da tarifa de interconexão internacional no tráfego de Internet.
 
O desequilíbrio econômico gerado pela arquitetura de tráfego da grande rede de computadores, acentuado pela crescente necessidade de acesso universal aos recursos da Internet, fez com que o Brasil propusesse mecanismos alternativos de compensação econômica.
 
Por certo que a redação original proposta pelo Brasil foi bastante combatida, e por muitos, incompreendida. No entanto, foi uma fagulha que possibilitou diversos outros Países perceberem a importância do tema e viessem se juntar ao esforço do Brasil com vistas a um reordenamento mais justo do tráfego de Internet.
 
Parêntese importante para compreender o que está em jogo aqui. Sabemos que o tráfego mundial de voz e dados tem-se transferido cada vez mais para redes IP.
 
Não bastasse o impacto da Internet sobre a cultura, a sociedade e a economia global, as questões relacionadas à governança da Internet tornam-se ainda mais relevantes, pois as redes de próxima geração next generation networks (NGN) das operadoras de telefonia, ao tempo em que ampliam a oferta de serviços para os consumidores transformando o mundo quadrado da separação de serviços e tecnologias numa realidade muito complexa em que tudo será pacotes de dados (ou all-IP), trazem grandes desafios de conectividade para Países em desenvolvimento.
 
Conectar-se à Internet significa buscar pacotes de informações nem sempre disponíveis nas suas fronteiras. Isso faz com que parte significativa do tráfego de dados gerados pela rede seja de “ligações saintes” para conexão com pontos de tráfego internacionais, geralmente nos Estados Unidos ou na Europa, por isso, onerosas – em alguns Países essa conexão só é possível por satélite!
 
É por isso que os Países devem poder ter acesso a recursos financeiros que os habilitem a construir enlaces próprios, os chamados Network Access Points (NAPs).
 
Um exemplo, a central de Internet de Johannesburgo promoveu uma economia de US$ 2,5 milhões no ano de 2005 aos cidadãos dessa cidade. Não existem dados organizados e públicos sobre o total anual de recursos drenados pelos NAPs norte-americanos e europeus, mas podemos imaginar a dimensão do valor apenas por essa cifra economizada pelos sul-africanos.
 
Com relação à distribuição dos endereços IP apenas um exemplo, a África possui menos de 1% de todos os números disponíveis atualmente sob a tecnologia IPv4.
 
Será preciso fazer com que o novo protocolo IPv6, que possibilitará uma infinidade de novos números de acesso à Internet, tenha melhor distribuição geográfica do que a atual.
 
Retomando, a partir dessa Assembléia da UIT, o Brasil, que crescia em números de usuários de Internet e amadurecia em termos de organização e institucionalização de um órgão gestor da grande rede – o Comitê Gestor internet, CGI -, se pôs a participar dos principais fóruns de discussão, inclusive daquele mais importante e polêmico, o Internet Corporation on Assigned Names and Numbers (ICANN), entidade de direito privado criado pelo governo dos Estados Unidos para administrar e alocar os nomes de domínio e endereços IP – ou seja, requisitos técnicos fundamentais para que todos possam acessar a rede.
 
Muitos entendem que o ICANN é efetivamente o órgão regulador da Internet no mundo, dada a importância da alocação de números IP e a emergência de novos temas, como ciberssegurança e privacidade, que dependem em grande medida de colaboração da ICANN para alcançarem soluções eficazes.
 
A primeira fase da Cúpula adotou a visão e o compromisso comuns de que a desejada Sociedade da Informação deveria ser centrada na pessoa (people centered), inclusiva (inclusive) e orientada para o desenvolvimento (development oriented), onde todos possam criar, acessar, utilizar e compartilhar informação e conhecimento, capacitando os indivíduos e as comunidades a desenvolverem todos os seus potenciais, promovendo o desenvolvimento sustentável e melhoria a qualidade de vida.
 
Nas duas fases da Cúpula, os líderes mundiais reconheceram que os benefícios das tecnologias de informação estão mal distribuídos entre os Países e mesmo no interior deles.
 
A Cúpula conclamou a que os Países transformem a exclusão digital em oportunidade digital, particularmente aqueles que correm o risco de serem ainda mais marginalizados pelo aprofundamento das distâncias tecnológicas e as novas exigências sócio-econômicas derivadas dessa revolução tecnológica.
 
A Declaração de Princípios de Genebra e o Compromisso de Túnis, textos resultantes das duas fases da Cúpula, convidam todos os atores a trabalharem em conjunto com o objetivo de melhorar o acesso à infra-estrutura de TICs, à informação e ao conhecimento, a treinamento, a aumentar a confiança e segurança das redes de informação, a criar um ambiente favorecedor, a desenvolver e alargar as aplicações tecnológicas, a estimular e respeitar a diversidade cultural,a  reconhecer o papel da mídia, a discutir as dimensões éticas da sociedade da informação e a encorajar a cooperação regional e internacional.
 
A Agenda Túnis determinou também criação de um Grupo de Trabalho que deveria chegar a uma definição de trabalho sobre governança da Internet. Depois de diversos encontros, o termo “governança da internet” ficou assim definido:
 
A governança da Internet é o desenvolvimento e a aplicação por governos, setor privado e sociedade civil, nas funções que lhes competem respectivamente, de princípios, normas, regras, procedimentos de adoção de decisões e programas comuns que configuram a evolução e a utilização da Internet.
 
O Fórum de Governança da internet (IGF) foi resultado da edição tunisiana da Cúpula, produto de intensas negociações que vislumbravam o desejo, por parte dos Paises em desenvolvimento, liderados por Brasil, China e Índia, de verem modificados os atuais mecanismos de gestão da Internet.
 
Dessa forma, a redação final da Agenda de Túnis, em seus parágrafos 72 a 78, estabeleceu as condições básicas de funcionamento do Fórum, expressando de inicio o desejo de que o encontro se constituísse em um espaço de diálogo entre todos os atores interessados nos assuntos relacionados à Internet, dando seguimento ao que foi o próprio processo de construção da Cúpula.
 
Participariam do Fórum representantes de governos, sociedade civil, iniciativa privada e organizações internacionais, cabendo ao Secretariado das Nações Unidas envidar todos os esforços para atender ao equilíbrio da representação geográfica. Esse mix de participação, inovador para o sistema das Nações Unidas, ficou conhecido pela alcunha de multistakeholder.
 
A Agenda de Túnis manifestava ainda o desejo de que o IGF se transformasse em espaço privilegiado de discussões sobre políticas públicas de elementos chave para a governança da Internet com vistas a melhorar a sustentabilidade, robustez, segurança, estabilidade e desenvolvimento da rede.
 
O IGF não é um organismo de decisão, e sim um espaço para o diálogo para todos aqueles envolvidos na discussão dos assuntos ligados à governança da Internet.
 
Assim sendo, o Fórum não deve se sobrepor ou substituir os mecanismos de governança hoje existentes ou que venham a ser criados, mas coordenar-se com eles com o propósito de promover ampla participação em suas atividades, sugerir-lhes questões, emitir recomendações de caráter não-vinculante (não realizado em Atenas, mas desejado pelo governo brasileiro nessa edição carioca) e estimular a incorporação dos princípios da CMSI a seus processos decisórios.
 
Em outubro de 2006, portanto, mais de duas mil pessoas se reuniram em Atenas para a primeira reunião do IGF. Noves fora, as questões diretamente relacionadas ao interesse brasileiro original pelo Fórum – nomes de domínio, endereçamento IP, interconexão, distribuição dos servidores-raiz da rede – foram discutidas topicamente em um workshop paralelo às sessões plenárias, essas sim, de maior vulto.
 
Espera-se que agora seja diferente. O governo e a sociedade civil dessa vez, tendo em vista que o IGF se dará em terras brasileiras, se mobilizaram e conseguiram até o momento uma importante vitória fazendo incluir uma plenária dedicada a “Recursos Críticos” logo como primeiro item da agenda, pautando o 2° IGF pelos temas originais da governança da Internet.
 
Esperamos, portanto, que o problema de fundo da Internet, seja amplamente discutido, sem qualquer demérito a temas importantes como direitos humanos, segurança e acesso.
 
Estou certo de que não veremos uma mudança radical na administração da Internet apenas com a realização desses IGFs, mas a mobilização de vários especialistas e a publicidade global que o evento atrai serve de alento para os desejam ver na rede mundial de computadores um ambiente mais democrático, livre, seguro e equilibrado, onde todos possam ter acesso a essa fantástica ferramenta de comunicação e desenvolvimento.
 
Mais informações sobre o evento em: http://governanca.cgi.br
 
IGF Brazil 2007 - http://www.igfbrazil2007.br
Data: de 12 a 15 de novembro
Horário: 12 de novembro - das 10h30 às 18h30, 13 a 14 de novembro - das 8h30 às 19h30 e 15 de novembro - das 8h30 às 11h30
Local: Windsor Barra Hotel - Av. Lúcio Costa, 2630 - Barra da Tijuca - Rio de Janeiro/RJ
 
Sobre o Comitê Gestor da Internet no Brasil - CGI.br
 
O Comitê Gestor da Internet no Brasil coordena e integra todas as iniciativas de serviços Internet no País, promovendo a qualidade técnica, a inovação e a disseminação dos serviços ofertados. Mais informações em http://www.cgi.br/.
 
Sobre o Núcleo de Informação e Coordenação (NIC.br)
 
O Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR - NIC.br ( http://www.nic.br) é uma entidade civil, sem fins lucrativos, criada para implementar as decisões e projetos do Comitê Gestor da Internet no Brasil - CGI.br ( http://www.cgi.br ), que é o responsável por coordenar e integrar as iniciativas de serviços da Internet no País. O NIC.br é o braço executivo do CGI.br e responde pelo registro de nomes de domínio (Registro.br - http://www.registro.br ), pelo Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança no Brasil (CERT.br - http://www.cert.br), pela implantação e operação dos Pontos de Troca de Tráfego (PTT.br - http://www.ptt.br ) e pelo Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (CETIC.br - http://www.cetic.br ), cujo objetivo é produzir e divulgar informações sobre a disponibilidade e o uso da Internet no País.
 
Para mais informações, acesse: http://www.s2.com.br ou http://www.nic.br.
 
Contatos para a imprensa:
 
Em São Paulo
S2 Comunicação Integrada - http://www.s2.com.br
PABX: (11) 3457-0200 / Fax: (11) 3457-0222
Veronica Cassavia - veronicac@s2.com.br
Telefone: (11) 3457-0226
José Luiz Schiavoni (MTb 14.119) - joseluiz@s2.com.br
 
Contatos para imprensa - Nações Unidas:
 
No Rio de Janeiro
Valéria Schilling, Centro de Informação das Nações Unidas
Telefone: (21) 2253 2211
valeria@unicrio.org.br
 
Em Genebra
Rolando Gómez, Serviço de Informação das Nações Unidas
Telefone: (41) 22 917 2326
rgomez@unog.org
 
Em Nova York
Edoardo Bellando, Departamento de Informação Pública das Nações Unidas, Telefone: 1-212-963-8275
bellando@un.org
 
--------------------------------------------------------------
 
Fonte: Thesis
[12/11/07]   IGF Rio: poder de persuação  por Jana de Paula  
 
Começa hoje no Rio de Janeiro o segundo encontro do Fórum para Governança de Internet (IGF). Acesso, diversidade cultural, sistemas abertos, segurança e uso da web no desenvolvimento dos países são os temas-chaves do evento. Durante a abertura,  Sha Zukang, sub-secretário-geral da ONU para Assuntos Econômicos e Sociais, lembrou que apesar de a ONU não ser a responsável pela gestão da internet, o fórum proporciona um palanque comum para que suas oportunidades sejam maximizadas e os riscos, reduzidos.
 
"O Fórum não tem o poder para tomar decisões, mas pode guiar aqueles que o têm", acrescentou. Segundo o executivo da ONU, são as regras definidas pelo IGF que permitem a discussão virtual sobre qualquer assunto relacionado à internet, "sua governança, seu uso ou abuso". Outra característica positiva do IGF é sua capacidade de reunir stakeholders que habitualmente não se comunicam entre si. 
 
Os ministros de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger; da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende; e da Cultura, Gilberto Gil, assinaram hoje, durante o evento, portaria para a criação de grupos de trabalho destinados a agilizar a inclusão digital no Brasil. A portaria prevê a criação de um grupo de trabalho para debater temas fundamentais, que vêm sendo discutidos em vários países, como o fomento à produção de conteúdo nacional e o aprimoramento do sistema vigente de direito autoral. O Brasil é signatário da Convenção da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) sobre Promoção e Proteção da Diversidade das Expressões Culturais, documento criado com o objetivo de proteger as expressões culturais dos países contra a hegemonia da indústria do entretenimento.
 
A convenção estabelece um novo paradigma no mercado internacional dos produtos culturais, até então sujeitos unicamente às regras da Organização Mundial do Comércio (OMC). Entre os benefícios que a aprovação convenção da Unesco trouxe aos países signatários, destaca-se a garantia do poder soberano do Estado na adoção de políticas culturais.
 
Durante o encontro de quatro dias, aproximadamente 1.650 representantes governamentais de 90 paises, do setor privado, sociedade civil, comunidades acadêmicas e tecnológicas, tratarão, de igual para igual, de tópicos previamente selecionados por eles mesmos. Workshops tratarão de questões como o Sistema de Segurança para Extensão de Domínio de Nome - standard técnico que poderá melhorar a segurança da DNS global; a transição atual da Versão 4 para Versão 6 do Protocolo da Internet; os próximos desafios para segurança e privacidade; permitindo liberdade de expressão para a Internet. De acordo com os Repórteres sem Fronteiras, no mínimo 64 bloggers e dissidentes cibernéticos de 13 paises encontram-se em prisões.
 
Os Best-Practices Forums (Fóruns para Excelentes Práticas) abordam desde as políticas nacionais para Internet, privacidade, até a proteção ao consumidor e proteção infantil. Um painel sobre o papel da indústria na defesa dos direitos humanos pretende envolver representantes do Google, Microsoft, Yahoo e Vodafone, assim como do Comitê Mundial de Liberdade para Imprensa e Centro de Democracia e Tecnologia.
 
As onze "Coalizões Dinâmicas" vão tratar de questões como spam; privacidade; stands de abertura; acesso e conexão para locais distantes e comunidades rurais isoladas; um Código de Conduta; diversidade lingüística; acesso ao conhecimento; liberdade de expressão e liberdade de mídia na Internet; colaboração online; identidade de Gênero e Governança de Internet; e uma estrutura de princípios para a Internet. Espera-se que outras "Coalizões Dinâmicas" sejam lançadas durante o encontro.
 
Participantes do setor privado incluem Alcatel-Lucent, Cisco Systems, France Telecom, Google, IBM, Intel, Microsoft, Nokia Siemens, Sun Microsystems, Verizon e Yahoo. Da sociedade civil serão Anestia Internacional, a Associação para Comunicação Progressiva e Save the Children (Salve as Crianças), entre outras.
 
O Fórum do IGF é resultado direto da Cúpula Mundial da Sociedade de Informação, fase de Tunísia (2005). Na agenda deste encontro para a Sociedade de Informação, governos pediram ao Secretário-Geral da ONU para convocar um "novo forúm sobre diálogo de políticas" para discussão de assuntos relacionados a elementos cruciais da Governança da Internet. Por não ser um organismo de decisão, a reunião do Rio não terá um documento final, mas tentará incentivar um diálogo aberto entre os participantes sobre políticas públicas relativas à Internet e criar novas dinâmicas entre as instituições participantes.
 
O primeiro encontro do Fórum aconteceu no ano passado em Atenas. O próximo Fórum, ano que vem, será convocado na Índia e em 2009 no Egito. Azerbaijão e Lituânia se ofereceram para hospedar o encontro final em 2010. Subseqüentemente, as regras do Fórum serão revistas e possivelmente renovadas pelos Estados Membros da ONU.
 
Às 19h30, no Circo Voador, na Lapa (RJ), Mangabeira Unger, Gilberto Gil e o vice-governador do Rio de Janeiro, Luis Fernando Pezão, debaterão com o público o tema "Apropriação social das novas tecnologias da informação e o futuro do Brasil".

[Procure "posts" antigos e novos sobre este tema no Índice Geral do BLOCO]


ComUnidade WirelessBrasil                     Índice Geral do BLOCO