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Novembro 2007               Índice Geral do BLOCO

O conteúdo do BLOCO tem forte vinculação com os debates nos Grupos de Discussão  Celld-group e WirelessBR. Participe!


 
16/11/07

Telebrás e Eletronet (03) - "Ressurreição" da Telebrás" + "Preocupação" + Proposta da Abusar (1)
 

Olá, ComUnidade WirelessBRASIL!
 
Olá, Rogério!
 
Como sempre, estamos gratos pela sua intervenção.
 
Antes de continuar, permitam-me "definir" para os recém-chegados, o nosso ativo participante Rogério Gonçalves.   :-)

Rogério é diretor de Pesquisa Regulatória da ABUSAR - Associação Brasileira dos Usuários de Acesso Rápido.
Tenho grande admiração pelo Rogério pois além do profundo conhecimento da legislação ele atua voluntariamente na ABUSAR e por isso gostamos de tê-lo em nossa ComUnidade de voluntários.   :-)
 
A última participação do Rogério está mais abaixo, para nivelamento dos dois Grupos vinculados.
Tomei a liberdade de transcrever (mais abaixo ainda) os links citados por ele no texto da mensagem.
 
Rogério, não tenho conhecimento para debater este assunto mas gostaria de externar uma preocupação.
 
Corro o risco de cometer eventual injustiça pela generalização mas este governo que a mídia batizou de "lulopetismo" não tem demonstrado nenhuma competência  para o trabalho realmente produtivo. "Planejamento e coordenação" também não é o forte da equipe governamental.
Todos só pensam "naquilo": reeleição e continuação no poder.
 
Estão fico muito assustado quando se fala na reativação de uma estatal como a Telebrás.
 
E fico literalmente "de cabelo (branco) em pé" quando você cita:
(...) Como a rede IP pública será operada diretamente pela União, sem a necessidade de contrato de concessão, o governo terá total liberdade para levar a rede internet para onde ele bem entender, sem a necessidade de dar satisfações para concessionárias de telefonia, até porque, por força do art. 86 da LGT, elas são proibidas de explorar serviços de comunicação de dados.  (...)
 
Estão tenho um pedido/pergunta especial para você e para os demais participantes:
 
Não há uma solução intermediária para este problema que diminua o ímpeto lulopetista de assumir o controle total das comunicações "deste país"?
 
Tenho admiração pela inteligência e capacidade da D. Dilma mas não tenho conhecimento de suas boas intenções democráticas.
 
Lembro, gostaria de conhecer as opiniões técnicas e administrativas daqueles que estiverem dispostos a debater, passando ao largo da política partidária.
 
Rogério, sempre sintonizado no esforço da ABUSAR, recuperei no nosso BLOCO a "proposta" que você citou na mensagem.
 
Então temos abaixo:
- Mensagem do Rogério Gonçalves e mais:
 
Fonte: Agência Brasil
[12/11/07]   Governo cria grupo interministerial para promover inclusão digital no país  por Alana Gandra
 
Fonte: Folha
[14/11/07]   Lula quer Telebrás para implantar banda larga em 90% do país por Elvira Lobato
 
Fonte: IDG Now!
[12/11/07]   Governo anuncia portaria para criar infovia que promova inclusão digital  por Guilherme Felitti
 
[16/06/07]   A criação do Operador Nacional de Redes IP - Proposta da ABUSAR - íntegra do documento que foi distribuído por Horácio Beforts - Presidente da Associação Brasileira de Usuários de Acesso Rápido - ABUSAR na audiência da CCTCI da Câmara no dia 14/06/2007
 
Obrigado!
Boa leitura!
Um abraço cordial
Helio Rosa
 
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----- Original Message -----
From: Rogerio Gonçalves
To:
wirelessbr@yahoogrupos.com.br
Sent: Thursday, November 15, 2007 12:32 AM
Subject: [wireless.br] Lula quer Telebrás para implantar banda larga em 90% do país
 
Oi Hélio,
 
De todo esse blá-blá-blá requentado que está rolando sobre a governança da internet, duas notícias chamam a atenção:
 
A primeira é o título deste post, que pode ser acessado em: http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u345524.shtml
 
A segunda é sobre a portaria interministerial assinada pelos ministros de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, e da Cultura, Gilberto Gil, que pode ser acessada em:  http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2007/11/12/materia.2007-11-12.3594887975/view
 
O interessante nesse caso, é a ausência do Minicom na portaria interministerial, demonstrando existir aquele racha, que coloca o Hélio Costa e a Anatel de um lado, querendo entregar de qualquer maneira os serviços de comunicação de dados do FUST para as concessionárias de telefonia e do outro, a Dona Dilma, os demais
ministros e o Lula, que pretendem resgatar as redes públicas de comunicação de dados, que estão sendo exploradas ilegalmente pelas concessionárias de telefonia, para colocá-las sob administração da Telebrás.
 
Um detalhezinho, ainda não percebido pelos especialistas em telecom, é o fato da Lei 5.792/72 continuar em pleno vigor. Como essa lei determina que a exploração dos serviços públicos de telecomunicações diretamente pela União será realizada através Telebrás, isto significa que basta a estatal criar uma subsidiária e atribuir para ela exploração dos serviços públicos de comunicação de dados, para que o nosso país reassuma o controle da sua rede IP pública, ora sob domínio das concessionárias do STFC.
 
Como a rede IP pública será operada diretamente pela União, sem a necessidade de contrato de concessão, o governo terá total liberdade para levar a rede internet para onde ele bem entender, sem a necessidade de dar satisfações para concessionárias de telefonia, até porque, por força do art. 86 da LGT, elas são proibidas de explorar serviços de comunicação de dados.
 
Uma grande vantagem, é que ao estabelecer metas de universalização específicas para as redes IP, o governo poderá utilizar os recursos do FUST para atendimento às comunidades remotas, sem a necessidade de alterações na Lei 9.998. Não esquecendo, é claro, que, por força do art. 207 da LGT, as concessionárias de telefonia terão de transferir para a nova subsidiária da Telebrás os ativos de redes IP que tenham sido adquiridos com recursos provenientes de tarifas públicas do STFC, já que essa prática é caracterizada como subsídio cruzado.
 
Pela quantidade de besteiras que o Hélio Costa tem falado neste evento da governança, me parece que já passou da hora do ministro bonitão voltar pro Senado e parar com esse negócio de querer fazer o povo de trouxa, pois ele se tornou patético.
 
Estou com a Dona Dilma e não abro...
 
Lembra daquele papo do Operador Nacional de Redes IP que a Abusar vem martelando desde 2005? Pois é...
 
Um abraço
 
Rogério
 
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Fonte: Agência Brasil
[12/11/07]   Governo cria grupo interministerial para promover inclusão digital no país  Alana Gandra
 
 Rio de Janeiro - O desenvolvimento de uma infovia, rede nacional de fibras ópticas capazes de transmitir informações em tempo real, é uma das iniciativas previstas na portaria interministerial assinada hoje (12) para promover a inclusão digital no país.
 
Durante a abertura do Fórum de Governança na Internet (IGF, na sigla em inglês), os ministros de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, e da Cultura, Gilberto Gil, assinaram o documento. Pela proposta, a infovia utilizaria as redes existentes no país e seria formada com apoio do setor privado.
 
O governo pretende incentivar a instalação de pontos públicos de acesso à internet. “O acesso à rede não pode ser prerrogativa de uma elite qualificada”, avaliou Unger. Segundo o ministro, o projeto também prevê o estímulo à produção de conteúdos nacionais e populares para a internet e ao governo eletrônico.
 
Outro ponto do projeto consiste em dar continuidade ao desenvolvimento de ferramentas para o cidadão se relacionar com o Poder Público por meio da rede mundial de computadores. “O Brasil precisa de uma estrutura de governança vanguardista, que dê vazão e voz não apenas aos governos e à iniciativa privada, mas também à sociedade civil”, disse Unger.
 
O ministro ressaltou que os primeiros passos do projeto foram dados. Ele admitiu, porém, que as ações são complexas e não podem ser desenvolvidas todas de uma só vez. “Esse é um grande experimento nacional libertador”, definiu.
 
Para Unger, a construção da infovia nacional permitirá a redução de custos de acesso à internet e garantirá o acesso a um contingente cada vez maior da população. “O próprio aumento de escala e a presença do Estado junto com as empresas ajudarão a diminuir radicalmente os custos de acesso”, ressaltou.
 
De acordo com o Núcleo de Pesquisas, Estudos e Formação (Nupef) da Rede de Informações para o Terceiro Setor (Rits), a tarifa de conexão à internet no sudeste brasileiro chega a ser 200% mais alta que na Europa. Hartmut Glaser, diretor do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto Br (NIC.Br), braço executivo do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.Br), afirmou que, na média, o custo de conexão no Brasil é bem maior do que em outras nações. “O preço está muito alto”, disse.
 
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Fonte: Folha
[14/11/07]   Lula quer Telebrás para implantar banda larga em 90% do país por Elvira Lobato
 
O governo federal estuda ressuscitar a Telebrás para implantar a banda larga (acesso à internet em alta velocidade) em 90% do território nacional e antes do final de segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em três anos. O projeto, segundo estimativa divulgada pelo ministro das Comunicações, Hélio Costa, custará entre R$ 2,5 bilhões e R$ 3 bilhões.
 
A Telebrás, holding do antigo monopólio estatal da telefonia, privatizado em 1998, deveria ter sido extinta dois anos depois da privatização, mas sobrevive como fornecedora de mão-de-obra das antigas estatais para a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).
 
Segundo Costa, a Telebrás poderá coordenar a integração das redes de fibras óticas que estão espalhadas por várias estatais e que estariam, pelo menos em parte, ociosas.
 
O presidente da Telebrás, Jorge Mota Silva, disse que a empresa, que fornece 253 empregados para a Anatel, está pronta para assumir um novo papel. "Acho que seria uma reparação, tardia, para a Telebrás", afirmou.
 
Além de empresas privadas, é previsto o uso das malhas de fibra ótica construídas pela Petrobras e por empresas estatais de energia elétrica. Segundo Costa, o projeto será anunciado, em grande escala, pelo presidente Lula, nas próximas semanas.
 
Divisão
 
Costa participou, ontem, no Rio, do Fórum da Governança da Internet. Anteontem, o ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, havia declarado, no mesmo fórum, que o governo fará uma rede nacional de acesso à banda larga, com infra-estrutura estatal, para atender a 140 mil escolas públicas.
 
Segundo o site especializado em telecomunicações Tele-Síntese, o governo não quer que a banda larga seja controlada por empresas de telefonia de capital estrangeiro.
 
De acordo com o ministro das Comunicações, para a internet em banda larga chegar a 90% do território, o governo ampliará o número de telecentros comunitários de 3.200 para 18 mil.
 
"Estamos explorando diversas possibilidades. Uma delas é usar as redes de alta-tensão de energia elétrica como meio de transmissão de dados para acesso à internet", afirmou o ministro.
 
Para o governo, o primeiro passo para a rede nacional de banda larga foi a Anatel colocar em consulta pública a proposta de mudança do plano de metas de universalização das concessionárias de telefonia fixa, em que as metas de implantação de PST (postos de serviço de telecomunicações) serão substituídas pelo fornecimento de acesso em banda larga a mais de 3.000 municípios.
 
Infovia estatal
 
Costa disse que o Estado não vai competir com os serviços das companhias telefônicas privadas. Segundo ele, a "infovia estatal", que será construída com a integração das redes de fibras óticas de Petrobras, Eletrobrás e outras empresas públicas, será usada, exclusivamente, para atendimento ao setor público.
 
Executivos das concessionárias de telefonia privadas ouvidos pela Folha disseram que, há dois meses, as entidades representativas do setor entregaram ao governo um projeto para levar a internet com banda larga a 85% --e não aos 90% declarados por Costa-- dos municípios. A cifra de R$ 2,5 bilhões a R$ 3 bilhões, citada pelo ministro, teria saído desse estudo.
 
Segundo os executivos das teles, a proposta contemplava a possibilidade de uso das redes de fibra ótica construídas pelas estatais, desde que a preço atraente.
 
Na avaliação das teles, os ministérios da Ciência e Tecnologia e do Planejamento defendem que as escolas públicas sejam atendidas por uma infra-estrutura estatal no pressuposto equivocado de que a Telemar, a Brasil Telecom e outras operadoras seriam controladas por capital estrangeiro.
 
Abert
 
O ministro Hélio Costa saiu em defesa das emissoras de rádio e de televisão que resistem à tentativa da Anatel de redistribuir canais de freqüências do setor para as empresas de telefonia e de TV por assinatura. Costa disse que está a par do problema e que levará o assunto ao presidente Lula, hoje.
 
A Folha noticiou, ontem, que a Abert (Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e de Televisão) poderá recorrer à Justiça contra a Anatel para impedir a transferência de freqüências para as telecomunicações. Segundo Costa, esse fenômeno aconteceu nos Estados Unidos e não pode se repetir no Brasil.  

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Fonte: IDG Now!
[12/11/07]   Governo anuncia portaria para criar infovia que promova inclusão digital  Por Guilherme Felitti, repórter do IDG Now!*
 
Rio de Janeiro - Ministérios da Cultura, da Ciência e Tecnologia e a Secretaria de Planejamento firmam parceria para integrar redes brasileiras.
 
Os Ministérios de Cultura, da Ciência e Tecnologia e a Secretaria de planejamento de longo prazo da presidência da república anunciaram nesta segunda-feira (12/11) uma portaria interministerial para criar uma infovia nacional de comunicação que promova a inclusão digital.
 
O anúncio foi feito pelo ministro Mangabeira Unger, da Secretaria de Planejamento, durante a abertura do segundo Internet Governance Forum, evento organizado pelas Nações Unidas para debater o papel que o ICANN exerce atualmente no gerenciamento da grande rede.
 
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A portaria, assinada pelos ministros Gilberto Gil, da Cultura, e Sérgio Rezende, da Ciência e Tecnologia, além do próprio Unger, institui quatro iniciativas que deverão unificar o que este chamou de "fragmentos" de redes informacionais que ações estatais do governo oferecem para inclusão digital.
 
Segundo Unger, a primeira ação da portaria será mapear a rede de comunicação brasileira para que a parceria entre os três ministérios trabalhe na complementação de elos. "Vamos começar com o que já existe. Seria ignorância esquecer a atual estrutura e começar do zero", afirma Mangabeira.
 
Unger cita o exemplo de pontos nos quais há sobreposição de elementos em redes comunicacionais brasileiros segundo estudos preliminares da iniciativa para explicar a equalização que os três ministérios pretendem atingir para formar a infovia.
 
Com a infovia formada, a portaria prevê programas para fortalecer a capacitação popular à internet, seguido pelo estímulo à criação de conteúdos nacionais e populares, diz ele, sem pontuar, porém, se tais materiais são digitais.
 
Por fim, a parceria criaria uma nova estrutura de governança para que, segundo Unger, governos, iniciativas privadas e a sociedade civil consigam se expressar com igualdade pela internet no Brasil.
 
Questionado pela ausência do Ministério das Comunicações, originalmente responsável por regular e incentivar projetos de inclusão digital no Brasil, Unger afirmou que o órgão não precisa estar em uma reunião no Rio para participar da iniciativa.
 
O ministro também não quis comentar as primeiras conseqüências práticas que a portaria terá para usuários, assim como os investimentos conjuntos que três órgãos farão no projeto.
 
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A criação do Operador Nacional de Redes IP - Proposta da ABUSAR 

Segue abaixo a íntegra do documento que foi distribuído por Horácio Belforts - Presidente da Associação Brasileira de Usuários de Acesso Rápido - ABUSAR na audiência da CCTCI da Câmara no dia 14/06/2007:

A criação do Operador Nacional de Redes IP.

Nosso país encontra-se diante de um grande desafio, até pouco tempo jamais imaginado na área de telecomunicações, que é o de fazer com que as redes de comunicação de dados cheguem aos mais remotos rincões do nosso Brasil, de forma a popularizar a utilização dos serviços de valor adicionado que utilizam redes IP (Internet Protocol) como plataforma, tais como e-mail, telefonia IP, páginas web e outros.

Para superar tal desafio, é imperativo que o Congresso Nacional corrija um lapso histórico ocorrido durante a tramitação do projeto de lei da LGT quando, ao incluir através de emenda um parágrafo único no artigo 61 (que resultou no art. 64 da lei 9.472/97), estabeleceu que apenas o Serviço de Telefonia Fixa Comutada (STFC) seria prestado em regime público, deixando de fora os Serviços Públicos de Comunicação de Dados que, até então, eram explorados em regime de monopólio estatal pelas empresas do Grupo Telebrás e regulamentados pela Portaria 525/88 do Minicom.

Com o estabelecimento em Lei da exploração dos Serviços de Comunicação de Dados em regime público, tornar-se-á possível a criação de concessionárias específicas para esta modalidade de serviço, às quais poderão ser atribuídas metas de universalização e continuidade, assim como obrigará que as concessionárias de telefonia fixa finalmente cumpram os artigos 86 e 207 da LGT, sendo que o primeiro determina que as empresas devem explorar única e exclusivamente o STFC, objeto específico de suas concessões e o segundo, obriga que as empresas devolvam à União as redes públicas de comunicação de dados Transdata, RENPAC e Internet, que já existiam antes da publicação da LGT e estão sendo utilizadas atualmente por elas para exploração de serviços em regime privado como por exemplo, no caso dos serviços IP de banda larga Velox, Speedy e BR Turbo.

A simples inclusão no § único do artigo 64 da LGT da Comunicação de Dados como um segundo serviço de telecomunicações que deve ser prestado em regime público, dispensaria qualquer tipo de alteração na Lei 9.998/00, pois como "redes digitais de informações destinadas ao acesso público, inclusive Internet" e "redes públicas de comunicação de dados" significam exatamente a mesma coisa, não haveria mais qualquer empecilho legal para que as verbas do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações - FUST, fossem finalmente empregadas na instalação de acessos físicos à Rede Internet nas instituições públicas, conforme previsto nos incisos V, VI, VII e VIII do artigo 5º da Lei do Fust.

Esse novo contexto, viabilizaria a criação de uma concessionária que ficaria encarregada pela operação das redes IP em âmbito nacional (backhaul) e à ela seriam imputadas metas de universalização, de forma a promover a proliferação de Pontos de Troca de Tráfego (PTTs) em todas as regiões do país, principalmente nas localidades remotas, para que, a partir destes PTTs, outras empresas (Autonomous Systems - AS), concessionárias ou não, ficassem encarregadas de dar capilaridade às redes, levando-as até as dependências dos usuários, criando um cenário de saudável competição nos Serviços de Rede Internet, como jamais existiu em nosso país.

A concessionária dos Serviços de Comunicação de Dados em âmbito nacional, ou Operador Nacional de Redes IP, atuaria de forma semelhante ao Operador Nacional do Sistema, que existe na área de distribuição de energia elétrica, cabendo à ela apenas o fornecimento de conexões IP no atacado e a preços isonômicos, deixando o varejo por conta dos ASs e das pequenas empresas de telecomunicações.

No início deste ano, a nossa bandeira da criação do Operador Nacional de Redes IP, na forma de um estudo mais detalhado, foi entregue à nobre Deputada Luiza Erundina, como colaboração da nossa entidade ao Substitutivo do PL 3839/2000 e na qual também declaramos o nosso apoio irrestrito à estatização da Eletronet.

É o que tínhamos a dizer.

Horácio Belforts
Presidente da Associação Brasileira de Usuários de Acesso Rápido - ABUSAR
Brasília, 14 de junho de 2007

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