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Novembro 2007               Índice Geral do BLOCO

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18/11/07
 
Anatel (5) - Ethevaldo: "Brasil ainda não entendeu o modelo da Anatel"

Olá, ComUnidade WirelessBRASIL!
 
01.
O "Serviço ComUnitário" torce e acompanha a "ressurreição da Anatel.  :-)
 
02.
Transcrevemos mais abaixo a coluna do Ethevaldo Siqueira do dia 11 de novembro no Estadão. Vale conferir!

Fonte: AESP - O Portal da Radiodifusão / Origem: Estadão
[12/11/2007]  
Brasil ainda não entendeu o modelo da Anatel   por Ethevaldo Siqueira
 
03.
Nas mensagens anteriores desta Série transcrevemos:
 
Fonte: BLOCO
[12/10/07]   Mensagem de Luciano Cadaval Basso
 
Fonte: TelecomOnline
[09/11/07]   Aplicação do Índice de Governança Regulatória elege Anatel entre 21 agências por Márcio de Morais
 
Fonte: AdNews
 
Fonte: Observatório do direito à comunicação
[06/11/07]   Ao comemorar dez anos, Anatel fala em reestruturação  por Mariana Mazza - TELA VIVA News 
 
Fonte: Tele.Síntese
[05/11/07]   Leite:os direitos dos usuários deveriam ser fiscalizados pelos Procons, e não pela Anatel  por Miriam Aquino  
 
Força, Anatel!!!!  :-)
 
Boa leitura!
Um abraço cordial
Helio Rosa
Thienne Johnson

 
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Fonte: Adnews
[12/11/2007]   Brasil ainda não entendeu o modelo da Anatel   por Ethevaldo Siqueira 
 
Aos 10 anos de existência, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) está numa encruzilhada: tornar-se uma agência reguladora autônoma, moderna e profissional, ou regredir à condição de uma repartição pública qualquer. Em todo o mundo, a privatização de serviços públicos estatais traz grandes desafios. O maior deles é, sem dúvida, a definição do papel das agências reguladoras.
 
No velho regime de monopólio estatal, não havia necessidade de órgãos reguladores, como no caso da Telebrás.
 
Ao contrário, no atual ambiente privatizado, o País precisa contar com uma agência altamente qualificada, imune aos interesses político-partidários e do próprio governo.
 
Após 10 anos de atividade da Anatel, é oportuno fazer um pequeno balanço de sua atuação e de seu papel.
 
Nesse período, a agência viveu quatro fases bem nítidas: Implantação, de 1997 a 2000; Estagnação, de 2001 a 2002; Retrocesso, de 2003 a 2006; Expectativa e reorganização, 2007.
 
A maioria dos especialistas concorda em que a melhor fase do órgão regulador foi a de implantação, no primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso, ainda sob a inspiração do ex-ministro das Comunicações Sérgio Motta.
 
O profissionalismo do primeiro escalão de conselheiros-diretores, sob a presidência de Renato Guerreiro, foi reconhecido pela maioria esmagadora dos analistas, investidores, operadores e fabricantes.
 
Graças a esse profissionalismo, a Anatel foi capaz de conduzir com sucesso os leilões das novas bandas de freqüência de telefonia móvel (com a introdução do padrão GSM no País), preparar a chegada da terceira geração (3G), mediar os embates entre as concessionárias, estimular a competição em longa distância, definir padrões técnicos, elaborar planos de outorga e fiscalizar a antecipação de metas.
 
A morte do ex-ministro Sérgio Motta, em abril de 1998, embora não tenha paralisado os grandes programas de privatização e de expansão já decolados, acabou mudando o ritmo e as diretrizes do processo de reestruturação das comunicações no País, em especial no segundo mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso.
 
Com uma agenda setorial ambiciosa, as novas empresas privatizadas surpreenderam o País, investindo mais de US$ 50 bilhões na infra-estrutura de telecomunicações, de 1998 a 2001, e expandindo a rede de telefones fixos de 19 milhões para quase 50 milhões de linhas.
 
Na segunda fase, a Anatel começou a viver um período de estagnação, do ponto de vista institucional, em especial na gestão do ministro das Comunicações Pimenta da Veiga, que nunca chegou a aceitar o modelo das agências reguladoras, autônomas e profissionais. Sua grande preocupação foi a retomada do poder político do Ministério das Comunicações.
 
Desse modo, até 2002, o processo de reestruturação geral das comunicações foi relegado a segundo plano. Nem o então ministro Pimenta da Veiga nem o presidente Fernando Henrique quiseram enfrentar as resistências ao processo de modernização e de convergência. Quando o governo tentou encaminhar um projeto de lei para a radiodifusão, mal alinhavado e sem debates, a reação foi tão forte e negativa que o ministro e o presidente acabaram desistindo.
 
Com o fim da reestruturação institucional, o Brasil passou a conviver com uma legislação setorial heterogênea, que mais parece uma colcha de retalhos, com áreas modernas, como a das telecomunicações, e áreas obsoletas, como a da radiodifusão, ainda regida por um capítulo do velho Código Brasileiro de Telecomunicações (Lei nº 4.117, de 1962) e decretos da ditadura.
 
Na terceira fase, de 2003 até junho de 2007, a Anatel viveu o maior retrocesso de sua existência, durante o primeiro mandato do presidente Lula.
 
Foram 4 anos e meio de esvaziamento e desprofissionalização da agência. Cada diretor que terminava seu mandato era substituído por candidatos escolhidos pelos sindicalistas da CUT e com motivação claramente político-partidária.
 
Um fio de esperança veio com a escolha do novo presidente da Anatel, embaixador Ronaldo Sardenberg, em junho passado, sinalizando mudança de orientação do governo Lula, no sentido de uma reestruturação da agência, da elevação do nível profissional de seus dirigentes e servidores.
 
Tomara que essa mudança se concretize.
 
A incompreensão do modelo da Anatel tem sua explicação no fato de o Brasil não estar acostumado com esse tipo instituição. Assim, boa parcela do Poder Executivo e do Legislativo ainda vê a Anatel como uma repartição pública qualquer.
 
O mesmo se passa com as demais agências reguladoras.
 
O que a maioria dos políticos e dirigentes ainda não compreendeu é que uma agência reguladora não é um órgão de governo, mas de Estado.
 
Seu papel é regulamentar serviços dentro dos limites da lei, fiscalizar o cumprimento dos contratos de concessão e implementar políticas públicas, estimular a competição, a universalização e a elevação da qualidade dos serviços em função dos interesses do País e do cidadão.
 
É esse papel essencial da Anatel que o País ainda não compreendeu.
 
 
Ethevaldo Siqueira - O Estado de S.Paulo - 11/11/07

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