Fonte: Caderno Link do Estadão
A contagem regressiva está acabando e a tão
falada TV digital vai finalmente sair do papel. Ao contrário do que muita
gente imagina, entrar nesse novo mundo não será complicado. Bastará ter
uma antena UHF ligada a um conversor e conectar este último a uma
televisão, que pode ser até mesmo uma daquelas mais antigas. Isso vale só
para quem mora na cidade de São Paulo – as transmissões vão chegar a
outras capitais e cidades só a partir de 2008.
Para aproveitar tudo o que o sistema vai
oferecer, no entanto, será indispensável possuir um bom saldo bancário.
Não dá para comprar qualquer set-top box, muito menos ligá-lo a uma TV
mequetrefe, para conferir as imagens em alta definição (HDTV). É
justamente esse o maior atrativo que as emissoras vão oferecer a partir de
domingo. É, amigo... Aí, só mesmo tendo em casa modelos topo de linha,
que, por enquanto, custam uma pequena fortuna.
A interatividade e o som de cinema vão ficar
para um futuro incerto. Então é melhor esquecer essa história? Calma aí. O
sinal digital poderá trazer benefícios para quem não paga TV por
assinatura e conta com recepção ruim em casa, porque os canais não terão
mais interferência ou fantasmas. Garantido. A outra vantagem: dará para
assistir a qualquer programa em movimento, no celular ou em outros
dispositivos portáteis compatíveis com o sistema.
E tudo isso se tornará realidade a partir da
semana que vem na capital paulista. O Link testou, em primeira mão, seis
decodificadores capazes de sintonizar a TV digital. Cinco deles – das
marcas Aiko, Philips, Positivo, Semp Toshiba e Visiontec – podem ser
conectados a qualquer TV, enquanto o outro, da Tec Toy, capta o sinal
digital móvel e funciona ligado a qualquer notebook ou computador.
O desempenho de cada um dos aparelhos você
confere nos textos abaixo e na página ao lado. Para analisar a qualidade
das imagens, foi utilizado o sinal experimental que algumas das emissoras
já começaram a transmitir. Com uma antena interna, deu para sintonizar
Globo, SBT, Record, Gazeta e MTV no prédio do Estado, na zona norte da
cidade. A Globo exibiu capítulos da novela Duas Caras, o jogo Brasil X
Uruguai e algumas gravações antigas em alta definição. A MTV reprisou o
VMB nesse formato.
A estréia oficial não vai mudar muita coisa.
Poucos programas vão trazer alta qualidade de imagem – na maior parte do
tempo, a transmissão terá 480 linhas. Os equipamentos também estão com
preço muito alto: vão de R$ 700 a R$ 1.200, mesmo valor de uma TV de tubo
de 29 polegadas. Já as TVs com conversor embutido não saem por menos de R$
8.000. A tendência é que os preços caiam. Melhor esperar até a poeira do
lançamento baixar.
O conversor DTR-1007, lançado pela Philips, destaca-se, logo de cara, pelo
design. Com tamanho reduzido e linhas curvas, ele não faz feio na sala.
Uma camada de plástico transparente recobre o aparelho. Coisa fina. E
cara. O decodificador custa nada menos do que R$ 1.100, preço anos-luz
distante dos valores defendidos pelo governo (R$ 200) e por pesquisadores
que desenvolveram a TV digital brasileira (cerca de R$ 300).
O set-top box não deixa nada a desejar em
relação aos outros modelos capazes de exibir alta definição testados pelo
Link. Não foi possível, aliás, notar qualquer diferença de qualidade de
imagem em relação aos aparelhos da Semp Toshiba, Aiko e Visiontec. O nível
de detalhe é impressionante em uma TV Full HD (1.080 linhas). Já numa TV
antiga e de tubo, não há diferença em relação a um canal analógico bem
sintonizado.
O controle remoto tem um tamanho exagerado,
mas é fácil de usar e vem com uma rodinha que imita os controles do
tocador de MP3 iPod para navegar pelos menus. Você gira para um lado e
para o outro e o cursor sobe ou desce na tela. Aí, quando chegar no ponto
desejado, clica com o botão do centro para alterar uma configuração. Pena
que às vezes o movimento do dedo seja ligeiramente mais rápido do que o
cursor. Às vezes também fica a impressão de que os menus não acabam mais.
Você clica, clica, clica... Aí chega onde quer.
O modelo analisado demorava cerca de 10
segundos para ligar. De acordo com a Philips, esse tempo foi reduzido nas
versões que chegarão às lojas a partir da semana que vem.
O conversor tem a vantagem de vir com todos os
cabos necessários para ligá-lo a qualquer TV. O mais indicado para quem
tem uma TV Full HD é o HDMI, que garante a melhor qualidade. Também conta
com uma entrada USB, que permite navegar por fotos, vídeos e músicas
gravados em um pen drive. Mas não vale muito a pena, porque são poucos os
formatos de arquivo suportados pelo aparelho. M.M.S.
DTR-1007
(PHILIPS)
PREÇO | R$ 1.100
WEB |
www.philips.com.br
CONEXÕES | HDMI, vídeo componente, vídeo composto e S-Video
CABOS INCLUÍDOS | HDMI, vídeo componente, vídeo composto e extensor USB
DETALHES | Mostra a programação das emissoras, permite bloquear programas
por faixa etária e conta com conexão USB, que lê fotos em JPEG, músicas em
MP3 e vídeos em MPEG.
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Fonte: Caderno Link do Estadão
Você compra o conversor VT-7000, da Visiontec,
e vai pra casa animado, louco pra ver o sinal da TV digital. Aí, abre a
caixa e descobre que terá de voltar à loja. Embora conte com saídas do
tipo HDMI, vídeo componente e vídeo composto, o dispositivo não vem com
nenhum dos três cabos incluídos. Então inclua entre R$ 50 e R$ 150 ao
preço do set-top box (R$ 700), que é o que você vai gastar para corrigir
esse deslize.
A qualidade das imagens em alta definição
produzidas pelo VT7000 fica no mesmo nível dos seus rivais da Aiko, da
Philips e da Semp Toshiba. De vez em quando, porém, o equipamento dá umas
“engasgadas”. Em uma fração de segundo aparecem pequenos quadrados na tela
e, depois, tudo volta ao normal. Isso não ocorreu com os outros
conversores conectados à mesma antena.
Ligado a uma TV de tubo tradicional, o
decodificador criava um pequeno retângulo azul no canto esquerdo da tela.
Estranho. Ao buscar canais digitais, o equipamento adicionou também os
móveis, de baixa qualidade. E não deu para apagá-los, apesar de haver a
opção no menu. M.M.S.
VT-7000
(VISIONTEC)
PREÇO | R$ 700
WEB |
www.visiontec.com.br
CONEXÕES | HDMI, vídeo componente e vídeo composto
CABOS INCLUÍDOS | Nenhum
DETALHES | Pequeno, mas com design meio antiquado – símbolos nacionais uma
bandeira do Brasil aparecem no painel frontal do aparelho. Tem bloqueio de
programas por faixa etária e guia de programação limitado, que mostra a
lista dos canais e o que está passando.
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Fonte: Caderno Link do Estadão
O set-top box DigiTV, da Positivo, chega com a proposta de levar o sinal
da TV digital para todos, a um preço de R$ 500. Cuidado. O modelo, testado
pelo Link, funciona bem apenas com TVs mais antigas, como os aparelhos de
tubo que a maioria das pessoas tem em casa. Conectado a uma tela de alta
definição, a imagem fica sofrível, cheia de bordas serrilhadas.
É que o dispositivo suporta apenas 480 linhas
e a conexão ocorre por meio de um cabo de vídeo composto, que produz
imagens com qualidade bem pior do que os cabos HDMI e vídeo componente
(esses dois tipos de saída não estão presentes). Existe uma outra versão
do aparelho, não testada pelo Link: o DigiTV HD, que custa R$ 700 e é
voltado para as TVs de alta definição.
Conectado a uma TV de tubo, a imagem fica boa
– não há, entretanto, uma diferença significativa em relação a uma
recepção analógica de boa qualidade. Por isso, só vale a pena para quem
sintoniza a TV aberta em casa com muita interferência nos canais. A imagem
digital não apresenta nenhum tipo de fantasma ou chuvisco: ou pega tudo,
ou não pega nada.
O controle remoto está todo em português, algo
raro. Há poucos menus e o acesso às funções é fácil. O conversor peca,
porém, ao sintonizar os canais móveis das emissoras – transmitidos para
recepção por celular, com baixa qualidade – e não deixar eliminá-los. Tem
um bonito design. M.M.S.
DIGITV
(POSITIVO)
PREÇO | R$ 500
WEB |
www.positivoinformatica.com.br
CONEXÕES | Vídeo composto
CABOS INCLUÍDOS | Vídeo composto
DETALHES | Modelo básico, que exibe o sinal com no máximo 480 linhas de
resolução. Bloqueia programas de acordo com a idade.
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Fonte: Caderno Link do Estadão
[26/11/07]
Aiko assusta pelo tamanho gigantesco
É um videocassete? Não! Mas parece – e daqueles bem antigos e pesadões,
lançados em meados dos anos 80. O conversor HD-1018, da Aiko, vem em
tamanho extra-grande. Não se engane. Não existe uma entrada para DVDs ou
para as suas antigas fitas VHS – é só um decodificador mesmo. Muita gente
terá dificuldade para encaixá-lo na estante da sala.
Assim como os seus competidores diretos
testados nesta edição (Philips, Semp Toshiba e Visiontec), a qualidade das
imagens em alta definição faz cair o queixo. Mas o set-top box da Aiko não
vem com cabo HDMI, melhor opção para assistir ao sinal numa TV topo de
linha. Quem adquirir o produto terá de ir atrás do acessório – cujo preço
pode variar de R$ 50, na Rua Santa Ifigênia, a R$ 150, em lojas virtuais–
ou se contentar com os cabos vídeo componente e vídeo composto incluídos.
Talvez para combinar com o estilo peso pesado
do equipamento, o controle remoto não deixa a desejar – tem um formato pra
lá de exagerado. Pelo menos é fácil de mexer. Há botões no alto que
permitem alterar, com poucos cliques, a resolução, o formato de tela e as
características do vídeo.
Dá para navegar por arquivos gravados em um
pen drive, só que, como nos modelos da Philips e da Semp Toshiba, são
poucos os formatos compatíveis. Falta uma saída de antena, para conectar à
TV aos antigos canais analógicos. E ele demora 14 segundos para ligar.
M.M.S.
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Não há como criticar a qualidade de imagem do
conversor DC-2008H, da Semp-Toshiba. Assim como os modelos da Philips, da
Aiko e da Visiontec, as transmissões em alta definição ganham um realismo
impressionante quando o aparelho está ligado a uma TV Full HD. Então, por
que o set-top box custa mais caro do que os outros modelos, que já estão
com preço pra lá de salgado? Não dá para entender.
O equipamento tem as mesmas saídas de áudio e
vídeo que o modelo da Philips, com exceção de uma (S-Video), presente no
concorrente R$ 100 mais barato. Também estão incluídos os mesmo cabos (HDMI,
video componente e video composto), essenciais para conectar o dispositivo
a qualquer tipo de televisão. Existe uma versão básica, o DC-2007M, por R$
900, mas não vale a pena: a diferença de preço é pequena e não há suporte
a alta definição.
O acesso às funções pelo controle remoto é
simples e também não há exagero no número de teclas. Algumas delas,
contudo, têm nomes incompreensíveis para funções simples, como Recall
(para voltar para o último canal assistido), V. Format (para mudar o
formato do vídeo entre 480, 720 ou 1080 linhas), EPG (Guia Eletrônico de
Programação) e A. Ratio (que altera o aspecto da imagem entre 4:3 e 16:9).
Um dos pontos fracos do aparelho está no
design, muito quadradão e antiquado – parece até um daqueles conversores
de TV por assinatura. Por outro lado, o tamanho pequeno e compacto permite
encaixá-lo em qualquer lugar sem chamar muito a atenção. Outra desvantagem
está na demora para ligar, de cerca de 10 segundos.
O set-top box conta com entrada USB, que
permite abrir imagens, vídeos e músicas gravados dentro de um pen drive.
Ver fotos é um pesadelo. Imagens com mais de 1 megabyte (MB) demoram para
abrir ou travam – neste caso, é preciso desligar e ligar o decodificador.
Às vezes, a transição entre as fotos demora 8 segundos. Nos testes, foi
possível arquivos em MPEG, MP3 e JPEG. Mas não deu para abrir vídeos em
AVI. A compatibilidade com poucos formatos foi algo comum a todos os
conversores testados.
DC-2008H
(SEMP TOSHIBA)
PREÇO | R$ 1.200
WEB |
www.semptoshiba.com.br
CONEXÕES | HDMI, vídeo componente e vídeo composto
CABOS INCLUÍDOS | HDMI, vídeo componente e vídeo composto
DETALHES | Permite conectar um pen drive na porta USB para exibir imagens
em JPEG e vídeos em MPEG e tocar músicas em MP3 – outros formatos não são
suportados. Tem guia de programação e bloqueia programas segundo a faixa
etária definida pelo usuário.
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Fonte: Info Online
SÃO PAULO – O DC 2008H, conversor de TV
digital da Semp Toshiba funcionou bem no INFOLAB.
No teste, o conversor foi conectado pelo
cabo HDMI, que acompanha o produto, a uma TV de cristal líquido (LCD) de
32 polegadas. Para receber o sinal de TV digital, é necessário ter uma
antena de TV UHF, interna ou externa.
Na ausência de uma antena de TV UHF no
momento do teste, o INFOLAB improvisou, utilizando um cabo coaxial
pendurado à janela, simulando uma antena monopolo. Desta forma, fizemos
a busca dos canais e conseguimos sintonizar quatro canais: Globo,
Gazeta, MTV e Bandeirantes. Isto significa que o sinal estava forte no
bairro de Pinheiros, na zona Oeste de São Paulo, onde fica o INFOLAB.
Fora o detalhe da antena improvisada, a instalação foi simples e a
utilização do produto bastante intuitiva.
Na televisão de LCD de resolução 1.366 x 768
utilizada para o teste, o resultado obtido foi bastante satisfatório: a
imagem apresentava cores vibrantes e riqueza de detalhes, livre de
chuviscos. Em relação à imagem da TV convencional, a diferença é
gritante.
A antena de TV UHF, necessária para receber
o sinal de TV digital, pode ser encontrada facilmente no mercado e custa
a partir de R$ 25. O problema, neste caso, é estético, já que a antena
UHF parece um objeto ultrapassado. Clientes de serviços de TV por
assinatura não conseguem receber o sinal por cabo ou antena parabólica.
No dia 2 de dezembro, as emissoras iniciam a
transmissão oficial da TV digital, na cidade de São Paulo. No teste,
realizado na quinta-feira (dia 22), os canais de TV estavam exibindo
amostras de programação, ainda em caráter experimental, muitas vezes já
no formato para TV digital (HD – High Definition, alta definição, em
inglês).
Utilizando o controle remoto que acompanha o
set-top box da Semp Toshiba, foi possível mostrar na tela um quadro com
a programação do canal e algumas informações sobre cada programa.
Infelizmente, as emissoras e o aparelho ainda não oferecem recursos de
interatividade, possíveis na TV digital.
O conversor da Semp Toshiba também têm uma
entrada USB, que permite ter acesso a arquivos de música (MP3), vídeos (MPEG
1 e 2) e imagens (JPG). A entrada também tem a função de permitir a
atualização do software do equipamento.
Segundo a fabricante, o DC-2008H estará nas
lojas a partir da segunda-feira (26), por R$ 1.100. Outras empresas como
a Philips, Positivo e Gradiente também estão se preparando para lançar
seus produtos no mercado.
O teste completo do set-top box DC-2008H da
Semp Toshiba estará na revista INFO de dezembro, que chega às bancas no
dia 6.
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Fonte: Caderno Link do Estadão
Uma das grandes novidades da TV digital está
no sinal móvel transmitido pelas emissoras, que poderá ser captado por
celulares e outros equipamentos portáteis – mesmo que a pessoa esteja se
deslocando pela cidade. A partir de domingo, dará para ver os canais da TV
aberta em São Paulo dentro do ônibus, no carro, na sala do dentista...
Bastará ter um dispositivo compatível.
Mas assim como os conversores, a principal
barreira para a popularização do sistema tem cinco letras: preço. O
sintonizador portátil MobTV MT-100 da Tec Toy, testado pelo Link, custa R$
370 – quase o mesmo que o set-top box básico da Positivo. Modelos de
outras marcas serão lançados por valor semelhante. Ainda não foram
anunciados celulares com essa característica, mas não é difícil deduzir
que não virão por uma pechincha.
O MobTV, que parece um pen drive e tem uma
pequena antena, pode ser conectado a qualquer computador ou notebook.
Basta instalar o software que vem junto com o aparelho. A imagem exibida
tem o tamanho de um vídeo do YouTube. Pode ser ampliada ou ocupar a tela
inteira, só que, como o sinal móvel tem baixa resolução, fica ruim – mas
não é culpa do equipamento. O dispositivo consegue gravar a programação ao
vivo. O formato usado – “.REC” – só é compatível com o software da Tec Toy.
Pena. M.M.S.
PREÇO | R$ 370
WEB |
www.tectoy.com.br
DETALHES | Similar a um pen drive, pode ser conectado a qualquer
computador. Pequeno, cabe no bolso e vem com uma antena retrátil. Permite
captar o sinal móvel da TV digital e sintonizar os canais da TV aberta em
qualquer lugar, de graça. Software incluído, compatível apenas com o
sistema Windows, grava a programação ao vivo ou com agendamento de dia e
horário.