A visão de que o PLC é uma tecnologia inviável para o Brasil está
“defasada”, na avaliação de Pedro Luiz de Oliveira Jatobá, presidente da
Aptel (Associação de Empresas Proprietárias de Infra-estrutura e Sistemas
Privados de Telecomunicações).
Segundo ele, “se afirmações como essa tivessem sido feitas há dois anos, eu
seria obrigado a concordar”, disse ele. De acordo com Jatobá, “as
ineficiências e deficiências internas das distribuidoras de energia são hoje
os grandes motivadores para o uso do PLC”, reiterou.
Segundo o executivo, desde 2002 os Estados Unidos implantaram o conceito da
“smart grid”, ou rede inteligente de energia, diante das preocupações com as
vulnerabilidades da rede elétrica frente a questões de segurança nacional.
De acordo com Jatobá, a idéia foi agregar funcionalidades de gestão e
recursos de telecomunicações que aproximassem essas redes elétricas dos
parâmetros de uma rede de dados.
“O PLC passa a ser atrativo porque usa o meio físico que já era da rede
elétrica”, explicou. Nos Estados Unidos, segundo ele, já existe “uma
quantidade razoável de projetos”. No Texas, por exemplo, já existem duas em
operação comercial, com as distribuidoras de energia Centerpoint e Texas
Utility, em que a integradora é a IBM, salientou Jatobá.
Segundo ele, na Europa o conceito evoluiu ainda mais, para o de rede
energética eficiente, no controle dos desperdícios em meio às preocupações
com o esgotamento das fontes renováveis de energia.
No Brasil, lembrou o executivo, as perdas com desvio de energia, nos
chamados “gatos”, são estimadas em quase 5 bilhões de reais por ano. “Isso
seria suficiente para custear uma rede inteligente”, ponderou.
Na Itália, citou Jatobá, o país adotou, há quatro anos, a decisão de
modernizar as redes elétricas. Hoje, a nação está na fase final de troca dos
cerca de 30 milhões de medidores por modelos eletrônicos, projeto que também
conta com a IBM como parceira.
Por tudo isso, ele afirma que a adoção de redes inteligentes de energia, que
permitam o tráfego de dados pela rede elétrica, é algo “irreversível”. “Os
ganhos são incontestáveis”, reiterou.
Em relação aos argumentos de que a implantação dessa tecnologia seria cara
no Brasil por falta de escala, ele rebate dizendo que “o Brasil tem 50
milhões de medidores de energia. Por isso, escala não será problema”,
afirmou.
Uma vez que as empresas de energia modernizem suas redes, carregar
informações por esses dutos “usar ou não [a rede para acesso à internet]
vai depender do modelo de negócios e da regulamentação de cada local”.
Segundo ele, a tecnologia pode ter preços “totalmente competitivos” com
outras como WiFi e WiMax. “Elas podem até ser complementares”, ressaltou.
O PLC em si é o acoplador que, colocado no transmissor de energia, coloca a
informação em uma freqüência diferente da energia trafegada. Jatobá explica
que esse acoplador “ainda é importado, mas assim que tiver escala poderá ser
produzido no Brasil”.
O executivo informa que “várias empresas de energia do Brasil avaliam a
migração de suas redes para as inteligentes”. A AES Eletropaulo, por
exemplo, tem feito apresentações públicas em que mostra que estuda essa
possibilidade na companhia, citou.
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Fonte: Computerworld
Especialista afirma que empresas do setor perderam a janela de oportunidade
e que o único mercado que restou está em atuações pontuais.
É tão rotineiro que não se nota. Nos cabos de transmissão de eletricidade,
no alto dos postes e nos túneis subterrâneos, a eletricidade percorre
distancias enormes abastecendo todos os cantos do Brasil com energia. Há uma
tecnologia, contudo, que pode levar a internet nesta mesma infra-estrutura –
que começou a ser instalada no Brasil em 1930 – chamada PLC (Power Line
Communication ou internet via rede elétrica).
Leia Mais: "A adoção em massa da internet por rede elétrica é inexorável",
defende especialista
Ao contrário da energia elétrica – longa em com freqüência baixa –, o sinal
de telecomunicações é muito mais curto e tem uma freqüência altíssima. Na
prática, qualquer interrupação no sinal ou falha na rede pode gerar perdas
irrecuperáveis. Estas características podem resumir os caminhos da PLC no
Brasil. Como o seu sinal, a PLC mostrou-se delicada e frágil para o ambiente
de telecomunicações no País, de uma revolução alardeada para uma opção de
nicho.
Andre Litmanowicz, sócio da consultoria iCG e ex-presidente da Arthur D.
Little, conta que, em 2004, começou a ter reuniões com as empresas do setor
para discutir a viabilidade do PLC. Naquele momento, defende, havia uma
demanda imensa por acesso à internet, com poucos competidores – sem as
empresas de telefonia e de televisão a cabo – e com baixa qualidade de
serviço. “Hoje, o mercado é altamente competitivo e definido por preço. O
único caminho do PLC atualmente está em aplicações especiais”, acredita.
Litmanowicz participou de oito projetos pilotos em distribuidoras de energia
e, até hoje, nenhum foi lançado ao mercado.
Um prédio de escritórios que quer economizar com cabos, o Governo que
aproveita a instalação elétrica das escolas públicas para garantir acesso à
internet ou uma rede de varejo que não pode passar cabeamento em uma
estrutura congelada, estes são alguns dos exemplos que, para o especialista,
a adoção do PLC faz sentido. “Nestes exemplos, é garantida a escala e o
preço pode ser diluído pelo número de usuários. Assim, a tecnologia fica com
um custo viável”, comenta.
A idéia de que a internet por rede elétrica pode ser a resposta para a
inclusão digital de áreas afastadas ou rurais, muito afastadas dos grandes
centros, é enganosa. De acordo com o especialista, o PLC só é possível na
chamada ‘última milha’ – do poste ao aparelho – o que reduz a
disponibilidade da adoção da tecnologia. “O negócio de energia é escala,
assim como comunicação. O PLC só tem preço competitivo com adoção maciça,
com muitos consumidores para diluir o custo dos aparelhos”, aponta.
Acima de tudo, destaca o especialista, existem outros dilemas maiores para
as empresas de energia. Estimativas apontam que o setor perde 5 bilhões de
reais por ano com ‘gatos’ e perdas de distribuição, além da Aneel (Agência
Nacional de Energia Elétrica) e as suas regulamentações. “Se a empresa falar
para o acionista, “vou fazer PLC”, vai ouvir: “primeiro resolve o problema
principal da distribuição, dos ‘gatos’ e das perdas durante a distribuição”.
Esta é uma questão que precisa ser resolvida”, conclui Andre Litmanowicz.
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Fonte: Computerworld
A Brasil Telecom está na fase final de testes técnicos para implantar a
banda larga pela rede elétrica na casa do assinante. Dessa forma, todas as
tomadas da residência do usuário se transformarão em um ponto de banda
larga.
A iniciativa faz parte da estratégia de lançamento do serviço de TV pela
internet (IPTV) da operadora, que deve acontece de forma comercial em
setembro, segundo Sebastião Nascimento, que a Brasil Telecom trouxe da
Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para ser o consultor
responsável pelo projeto.
Segundo ele, a companhia já estuda a tecnologia Power Line Communication (PLC)
indoor - só dentro da casa ou do prédio - há cerca de um ano. Nos primeiros
testes, ele conta, "a tecnologia deixava a desejar em relação à
interferência de outros eletrodomésticos". A conexão era boa até que outro
aparelho eletrodoméstico fosse ligado na casa.
A nova geração de equipamentos, entretanto, permite conexões a 200 Mbps - na
anterior a velocidade era de 14 Mbps - e trouxe uma novidade para minimizar
as interferências: uma técnica de modulação usada para a transferência das
informações cujos dispositivos utilizam múltiplas portadoras, ao invés de
uma única, na versão anterior.
"Não há como eliminar 100% da interferência, mas é possível minimizar
bastante", afirma o consultor. Os fabricantes dos chipsets também tiveram o
cuidado, nas versões mais recentes, de filtrar a banda dos radioamadores,
outra medida para reduzir interferências.
A Brasil Telecom testou duas fabricantes de chipsets nos pilotos realizados
em seus laboratórios: a espanhola DS2 e a americana Intelom. "Os resultados
foram semelhantes e bastante satisfatórios", segundo Nascimento, o que
mostrou que a tecnologia é viável.
"A vantagem é que cada tomada de uma casa pode ser um ponto de internet",
ressaltou. A intenção da Brasil Telecom é que o PLC indoor seja parte do
pacote de banda larga que vai oferecer a partir de setembro, com a IPTV,
para que o usuário não tenha restrições para assistir a programação,
enquanto um irmão estiver navegando na internet ou mandando e-mails, por
exemplo.
No caso da tecnologia indoor, ele explica que a operadora não precisa de
acordo com a companhia de energia elétrica, já que fica restrita à casa do
usuário. "Só é preciso homologar o serviço e os equipamentos na Anatel",
esclareceu.
Segundo ele, a Brasil Telecom "é a primeira a fazer testes com a tecnologia
de forma mais elaborada" e a intenção é lançá-la comercialmente em toda a
sua região. "Não há limites geográficos", reiterou.
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Agência de energia elétrica discute o assunto em evento nesta quinta e
sexta-feira, em Brasília (DF), para que equipe técnica apresente esboço da
regulamentação. Além de debater os vários aspectos do tema, o encontro, que
acontece na sede da Aneel, em Brasília (DF), irá subsidiar os estudos da
Aneel para a elaboração de regulamento específico sobre o emprego comercial
da tecnologia que será proposto pela área técnica em 2008.
A tecnologia ainda não está disponível de forma comercial no País, segundo a
agência, mas já está em fase de testes por empresas brasileiras como a CEEE,
do Rio Grande do Sul, Light, do Rio de Janeiro, Eletropaulo, de São Paulo,
Companhia Paranaense de Energia (Copel) e Companhia Energética de Goiás (Celg).
O encontro terá a participação de especialistas brasileiros e estrangeiros
envolvidos no estudo da tecnologia. Um dos convidados internacionais é o
professor da Universidade de Karlsruhe, da Alemanha, Klaus Dostert, que
falará sobre as possibilidades e limitações do uso da rede de distribuição
de energia elétrica para comunicação sob o ponto de vista europeu.
Nos dois dias do evento, serão apresentados os avanços da regulamentação do
uso da tecnologia no Brasil e as regras adotadas nos Estados Unidos, Europa
e Ásia pelas empresas concessionárias de energia elétrica.
Na programação, está prevista a discussão sobre os benefícios da tecnologia
para a redução dos custos operacionais das empresas de energia elétrica.
Haverá ainda palestra sobre a regulamentação, instalações experimentais e
testes com público da tecnologia PLC.
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O projeto experimental "Vila Digital" vai custar 1,2 milhão de reais e terá
duração de dois anos na cidade do Maranhão.
Os moradores da cidade maranhense de Barreirinhas vão poder se conectar
gratuitamente à internet de banda larga a partir de julho deste ano, em 150
pontos entre escolas, postos de saúde, órgãos públicos, residências e
pequenas empresas, dentro do projeto "Vila Digital" promovido entre o
Ministério das Comunicações e associações de empresas.
O projeto experimental vai custar 1,2 milhão de reais e terá duração de dois
anos. O ministério participa do projeto como cooperador técnico, por meio do
programa Gesac (Governo Eletrônico Serviço de Atendimento ao Cidadão),
segundo comunicado distribuído à imprensa.
A iniciativa faz parte da estratégia da pasta de diversificar as tecnologias
usadas no Gesac. Hoje, os 3,4 mil pontos do programa usam satélite, uma
tecnologia mais cara que opções como ADSL, PLC ou WiMax. Atualmente, a
fornecedora de infra-estrutura dos 3,4 mil pontos é a Comsat, cujo controle
deverá ser adquirido pela BT, segundo anúncio de hoje.
Também integram o projeto das vilas digitais a Eletrobrás (Centrais
Elétricas Brasileiras), Eletronorte (Centrais Elétricas do Norte do Brasil),
Cemar (Companhia Energética do Maranhão), a Prefeitura de Barreirinhas e a
Aptel (Associação de Empresas Proprietárias de Infra-estrutura e Sistema
Privados de Telecomunicações).
Como quase 100% dos cabos de energia elétrica atingem as casas de
Barreirinhas, o governo vai usar a tecnologia PLC (Power Line Communication)
na versão mais recente, onde a velocidade de tráfego pode atingir 200 Mbps.
"A velocidade é 20 vezes maior quando foram feitos os primeiros testes",em
2004, afirma o presidente da Aptel, Pedro Luiz Jatobá, que coordena o
projeto, no comunicado.
Barreirinhas foi escolhida porque tem um dos mais baixos Índices de
Desenvolvimento Humano (IDH) do País, classificada na 5.287ª posição entre
os municípios brasileiros. Com 40 mil habitantes, a cidade é a porta de
entrada do Parque dos Lençóis Maranhenses, e tem um grande movimento de
turistas, mas pouca infra-estrutura, de acordo com o ministério.
Porto Alegre (bairro Restinga) e Candiota (RS), Pirenopólis (GO), e São
Paulo, capital (bairro Bexiga), também estão em fase de planejamento para
fazer os testes de acesso à internet pela rede elétrica.
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Fonte: Computerworld
Parceria entre empresa de TI do município, Senai e posto de saúde local vai
garantir exames remotos à população carente de Restinga.
A rede de banda larga através da energia elétrica implantada no bairro de
Restinga, em Porto Alegre (RS), em dezembro passado está prestes a gerar
mais um benefício aos 100 mil habitantes da região, além da internet
gratuita e do posto de acesso a serviços da concessionária de energia de
forma mais rápida.
A Procempa, companhia de tecnologia da informação (TI) do município gaúcho,
responsável pela implantação da rede de quatro quilômetros que hoje cobre o
bairro através das torres de alta tensão da concessionária de energia
elétrica do estado (CEEE), acertou com o Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial (Senai) e com a Secretaria Municipal de Saúde uma outra
aplicação, cujos primeiros testes começam em abril.
"A Secretaria de Saúde se interessou em criar essa nova aplicação porque um
dos flagelos da região é a questão da saúde - e mais especificamente do
pré-natal para as mulheres grávidas do bairro", disse André Imar Kulczynski,
diretor-presidente da Procempa, em entrevista ao COMPUTERWORLD.
Segundo ele, a necessidade de exames de ultrassonografia periódicos pelas
grávidas que não dispõem de um convênio particular de saúde era uma
dificuldade no bairro afastado da cidade. Restinga fica a cerca de 45
quilômetros do hospital público e o tempo entre o pedido do médico e o
retorno da paciente com o resultado era longo demais, o que poderia,
inclusive, comprometer a gravidez.
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Fonte: Computerworld
Presidente da Aptel detalha, em entrevista exclusiva, projeto das "vilas
digitais", que vai levar a tecnologia a localidades om até 50 mil
habitantes, de forma gratuita.
O acesso à internet em altas velocidades pela rede elétrica não é um
assunto novo, mas ainda não encontrou seu caminho como modelo de negócios
no Brasil. A chegada da tecnologia como alternativa para cabos, satélites
ou fios de cobre parece, no entanto, só uma questão de tempo.
Pedro Luiz Jatobá, presidente da Associação de Empresas Proprietárias de
Infra-estrutura e Sistemas Privados de Telecomunicações (Aptel), antigo
defensor da tecnologia, explica, nesta entrevista exclusiva, o projeto das
"vilas digitais", que vai levar a opção de banda larga a populações
carentes do País, de forma gratuita, como forma de embasar a criação do
plano de negócios e colocar o Brasil definitivamente na rota da web pela
rede elétrica. Acompanhe.
COMPUTERWORLD – Como surgiu o projeto das vilas digitais?
Pedro Luiz Jatobá – Já tivemos vários testes da tecnologia nas condições
brasileiras. Em Barreirinhas (MA), por exemplo, houve um teste com apenas
três pontos (uma escola, um centro de artesanato e a Secretaria de Saúde
municipal) em abril de 2004, durante seis meses.
Apesar de pequeno, esse teste foi bastante significativo do ponto de vista
do desempenho. Como um estudo da Telebrasil mostrou que municípios com até
50 mil habitantes têm pouco acesso a serviços de telecomunicações, focamos
nosso objetivo nessas pequenas comunidades.
As vilas ou cidades digitais serão o campo experimental no qual a
população vai usar a web pela rede elétrica gratuitamente, por dois anos,
e fornecer os subsídios para a criação do modelo de negócio. Serão quatro
campos de testes em diferentes regiões do país onde esta tecnologia será
testada, em conjunto com outras, para atendimento das demandas locais por
serviços digitais de comunicação e informação.
CW – Que outras regiões receberão o serviço, além de Barreirinhas?
Jatobá - A cidade agroindustrial de Candiota, no Rio Grande do Sul, também
será palco de projeto semelhante, enquanto Pirinópolis, em Goiás, estuda
adotar. A Eletropaulo também avalia em que região de São Paulo pode testar
a tecnologia. Em São Paulo, inclusive, a empresa de energia já implantou o
PLC em um condomínio popular, para otimizar a medição do gasto de energia,
mas não se interessou em explorar o outro negócio possível – o do acesso à
internet. Na época, eles poderiam ter levado banda larga a todas as
residências do condomínio.
CW – Há muito tempo se fala na opção de acesso à internet pela rede
elétrica. A tecnologia tem evoluído com o tempo?
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Alguns a chamam da “terceira onda de conexão”, outros de “banda larga sobre
rede elétrica” (BPL, da sigla em inglês). Para Tim Barhorst, especialista em
TI, é o futuro.
“A velocidade é equivalente ao serviço de cabo e um pouco mais rápida do que
no tradicional DSL”, garante Tim Barhorst, entusiasta da tecnologia. “Mas a
velocidade não é assíncrona, o que significa que você tem o mesmo desempenho
recebendo ou enviando dados”.
Barhorst recebe sua conexão de internet via BPL, aproveitando a rede
elétrica que chega até a sua casa, fornecida pela empresa Duke Energy e com
o acesso à web feito pela Current Communications.
Usuários de BPL tendem a ficar muito mais comuns nos próximos cinco anos.
Chris Rodin, analista da Parks Associates, de Dallas, EUA, estima que existe
cerca de 150 mil usuários da tecnologia nos Estados Unidos. Ele afirma, no
entanto, que esse número deve subir para 2,5 milhões em 2011, especialmente
em áreas rurais nas quais o cabo ou o DSL não chegam.
Benefícios do grid inteligente
“O ímpeto da adoção do BPL esbarra na falta de desejo das companhias de
energia em competir com a AT&T ou Time Warner”, afirma Rodin. Contudo, a
oferta de serviços de internet surge como um benefício associado da mudança
das empresas de eletricidade para os chamados “grids inteligentes”, o que
inclui componentes como sensores e controles interativos.
O especialista afirma que uma empresa de energia só percebe, hoje, que um
transformador está queimado depois que o cliente ligou para reclamar. “Com o
grid inteligente, será possível ter respostas rápidas e manutenção
pró-ativa. Assim, a oferta de serviços de internet no varejo aparece como a
cereja no bolo”, acredita.
Os benefícios de um grid inteligente incluem a diminuição nas paradas de
fornecimento, além de reduzir as perdas na transmissão de energia.
“Diariamente, cerca de 500 mil moradores dos EUA sofrem falhas no
fornecimento de energia de, pelo menos, duas horas”, diz Clark Gellings,
vice-presidente do Electric Power Research Institute. Dados do instituto dão
conta de que as perdas anuais com produtividade chegam a 180 bilhões de
dólares.
Gellings destaca que um grid inteligente será capaz de reduzir essas quedas
em 80%. Assim como dos 7% em média da energia perdida durante a transmissão,
que pode ser reduzido em 10%. Na mesma medida, os clientes vão poder ter
medidores que reportam automaticamente o uso, eliminando a necessidade dos
leitores. Fica aberta, também, a possibilidade de dar descontos para, por
exemplo, quem diminuir o uso durante as horas de pico.
Além disso, os grids inteligentes oferecem a oportunidade perfeita de
adicionar novos serviços, a transmissão de dados incluído. “Existe um grande
interesse no tema. É o cálice sagrado do setor de energia elétrica poder
usar a mesma rede para transmitir eletricidade e dados, mas por diversos
anos foi muito complicado”. Para ele, o BPL só se mostrou realidade depois
de diversos avanços tecnológicos.
“Estamos no ponto de revolução da indústria”, afirma Ralph Vogel, porta-voz
da Utility.net, uma integradora de BPL baseada em Los Angeles. “A nossa
posição é parecida com a do DSL no final dos anos 90: as pessoas ouviram
falar da tecnologia e, ainda que não estejamos tão presentes na vida dos
clientes, agora estamos disponíveis”.
Ele destaca que passar cabos de fibra em uma casa pode custar cerca de 1.500
dólares, enquanto a BPL não demanda nada disso. “Algumas modificações no
grid são necessárias, além de um novo medidor, mas o total é menor do que
150 dólares por residência”, complementa.
Lamont Wood – Computerworld, EUA
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CAXIAS DO SUL, 5 de janeiro de 2007 - A tecnologia de comunicação por linha
de energia (Power Line Communication - PLC), que permite acesso à internet
por meio de energia elétrica, está sendo usada no Centro Administrativo
Regional da Restinga (CAR), bairro periférico de Porto Alegre, desde os
últimos dias do ano passado. Esta é a primeira rede de acesso à web pela
linha de energia elétrica do Estado e, seguramente, a primeira em área
pública. Administrada pela Empresa de Tecnologia da Informação e Comunicação
de Porto Alegre (Procempa), a rede possui 3,5 quilômetros e é a maior em
extensão do País para fins de inclusão social. Dados, imagens e voz trafegam
a 45 megabits por segundo, velocidade 850 vezes superior à da linha discada.
"Este é um projeto piloto iniciado no último quadrimestre de 2006, que teve
como objetivo interligar 24 órgãos do municio naquela região. A extensão até
o CAR foi um complemento", informa o diretor técnico da Procempa, Zilmiro
Tartari, acrescentando que a rede PLC é de baixo custo, pois utiliza a
infra-estrutura já existente para transmissão e distribuição dos cabos de
energia elétrica, dispensando obras novas de instalação. A rede conta com
parcerias da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e CETA-Senai.
De acordo com Tartari, a prefeitura gaúcha investiu R$ 25 mil para colocar
cabos de fibra ótica em um pequeno trecho até a rede elétrica do bairro
Restinga, cuja distância do centro da capital é 40 km. "Para viabilizar o
projeto fizemos parcerias com a CEEE e com a Hiper Trade, fornecedora de
equipamentos PLC da Mitsubishi", explica o diretor técnico, lembrando que a
Eletropaulo está testando esta tecnologia em laboratório (ver texto abaixo).
"O governo federal viu e gostou. Já estamos trocando informações com
Brasília, pois existe um projeto em andamento num posto de saúde e numa
escola", adianta.
Respondendo interinamente pela presidência da Procempa, Tartari diz que a
empresa chegou com fibra óptica até uma subestação próxima ao bairro e com
um emulador jogou o sinal para a rede elétrica. "O sinal de internet entra
em média tensão e perde força no caminho. Por isso, colocamos amplificadores
para potencializar o sinal a cada 500 metros", explica o diretor técnico.
"Na Praça Esplanada, na área central do bairro, a tecnologia sem fio permite
o acesso gratuito aos portadores de notebooks", complementa.
"Estamos no início de uma grande revolução, que coloca a tecnologia a
serviço da democratização da informação na periferia", disse o prefeito José
Fogaça, acrescentando que a comunicação inovadora tornará a capital gaúcha
uma referência internacional em novas tecnologias de transmissão de dados
para fins sociais. "Nesta primeira etapa, além do CAR Restinga, encontram-se
conectados à rede o posto de saúde Macedônia, a Escola Municipal Alberto
Pasqualini e o posto local do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (AEP
Senai) e o Centro Administrativo Regional da Restinga (CAR Extremo Sul). Nós
colocamos dois totens de auto-atendimento, um da CEEE e outro do município,
nos quais a população vai poder consultar contas de luz e os serviços
prestados pela Prefeitura", diz Tartari.
(Guilherme Arruda - InvestNews)
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