O padrão japonês foi escolhido, segundo o
presidente da Eletros (associação da indústria eletroeletrônica), Lourival
Kiçula, por permitir interatividade, mobilidade e portabilidade. O
espectador pode enviar informações, comprar pela TV ou assisti-la em carros
ou pelo celular, por exemplo.
Mas a plataforma que permitirá a interatividade
-o software Ginga- e as negociações com operadoras de telefonia para a
conexão e a transmissão móvel não foram concluídas nem têm data para
começar.
"Isso [lançamento com tecnologia parcial] não é
interessante para o consumidor", diz Daniel Kawano, analista de produto da
Panasonic. Para ele, há mais chances de comprar um produto e logo ter de
trocá-lo para receber outros recursos.
A partir do dia 2 de dezembro, o espectador
poderá, por exemplo, ver a escalação dos jogos e informações sobre a
programação -a chamada interatividade remota-, por ser a base de informações
enviadas pela emissora. Já comprar pela TV está descartado porque depende de
conexão.
"Se for realmente plena [a interatividade], será
necessária a presença das operadoras [de telefonia]", afirma o
vice-coordenador do módulo de mercado do Fórum Brasileiro de TV Digital,
José Marcelo Amaral. O grupo tem representantes da cadeia como fabricantes
de produtos e emissoras, e ajuda na implantação da TV digital.
Segundo ele, as teles não conseguiram
dimensionar os resultados que a TV móvel trará. Mas ele diz que as
operadoras e os fabricantes de celulares foram chamados para discutir, no
fórum, o uso de mais recursos na TV digital. Os bancos também devem ser,
para viabilizar as compras via TV digital.