Aqui no Brasil, ainda convivemos com redes AMPS em algumas regiões
(principalmente quando os clientes estão em roaming em localidades não
atendidas pelas redes digitais), mas o prazo para o fim destas está chegando
- pelo que eu sei, em 2010 elas devem ser extintas (não tenho certeza
absoluta da data, mas acho que é por aí).
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Fonte: O Globo ("papel")
[25/02/08] EUA desligaram sua rede AMPS; no Brasil, ainda há 15
mil pessoas atendidas por redes antigas
Elis Monteiro
Adeus à tecnologia analógica na telefonia
celular! Foi o que fizeram as maiores operadoras de telecomunicações
americanas. Depois de anos planejando, finalmente chegou o dia para o
desligamento total das linhas analógicas (AMPS, de Advanced Mobile Phone
System, a primeira geração de sistemas celulares). A data oficial foi
segunda-feira passada, quando a AT&T Wireless e a Verizon Wireless, duas das
mais importantes operadoras em atuação na terra do Tio Sam, desativaram as
últimas linhas AMPS em operação nas suas redes.
A data foi escolhida pela Comissão Federal de
Comunicações (FCC), a Anatel dos EUA, e acabou recebendo o charmoso apelido
de "pôr-do-sol analógico". Chegava ao fim, desta forma, as primeiras redes
de telefonia celular, criadas em 1980.
Menos de 1% dos clientes da Verizon, por
exemplo, ainda usavam redes AMPS para se comunicar (o que não é pouco, uma
vez que ela, juntamente com a AT & T, somam mais de 60 milhões de clientes).
Há alguns meses, a operadora, no entanto, já oferecia alternativas digitais
para os clientes que ficariam órfãos da AMPS.
Mesmo para os padrões americanos (os EUA ainda
estão muito melhor servidos de telefonia celular que o Brasil), o
desligamento demorou. De acordo com José de Ribamar Smolka Ramos,
especialista técnico da Telebahia Celular S/A (Vivo) e professor do curso de
bacharelado em Informática da Universidade Católica do Salvador, a demora
pode ser explicada por dois fatores. O primeiro seria o comercial - se em
uma determinada região só existe cobertura AMPS (e isso pode ser válido
especialmente em áreas rurais), enquanto não houver a alternativa de
cobertura digital (GSM ou CDMA 1X/EVDO ou WCDMA), desligar o AMPS significa
deixar milhares de clientes sem opção, além das eventuais perdas de receita
(mesmo que pequena) e dano para a imagem (que pode ser grande).
- Como a justificativa econômica do "overlay"
digital nestas áreas é baixa, a menos que haja pressão regulatória (o
segundo fator) algumas áreas vão sempre ficando para trás no processo de
digitalização da rede de acesso - diz Ribamar.
E por que o órgão regulador americano só
resolveu marcar data para o desligamento do AMPS agora?
- Provavelmente, porque só agora o interesse na
liberação do espectro ocupado pelo AMPS (na faixa dos 700MHz) superou a
inércia em adotar uma posição que impõe custo nas operadoras, que sempre
gera desgaste para o órgão regulador -diz.
No Brasil, 15 mil pessoas ainda usam redes AMPS
No Brasil, mais de 15 mil pessoas ainda usam
redes analógicas, segundo dados da Anatel. Ainda segundo a agência, em
outubro do ano passado a participação da AMPS no mercado era de 0,02%. Mas
será que a AMPS ainda é necessária, haja vista que algumas operadoras em
atuação aqui ainda tiram partido da tecnologia?
- A AMPS era a saída para garantir o roaming
sempre que o usuário estivesse em uma área onde não houvesse cobertura
digital compatível com o seu aparelho. Este foi o caso da Vivo, mas também
de todas as demais operadoras durante a transição do TDMA para o GSM -
explica Ribamar. - Ocorre que a Vivo já fez o overlay GSM da rede CDMA 1X/EVDO,
então o roaming digital GSM já é possível, para os clientes que tenham
aparelhos tri-band (a Vivo usa uma faixa de freqüência diferente das outras
operadoras para o GSM). Em segundo lugar, que eu saiba, todas as demais
operadoras (TIM, Oi e Claro) já terminaram a substituição da rede de acesso
TDMA pelo GSM.
Como todas as operadoras deverão lançar suas
redes WCDMA (o 3G) este ano, até o fim de 2009 deve haver uma tecnologia e
faixa de freqüência de operação comuns a todas.
- Meu melhor chute é que, uma vez definido o
horizonte de universalização do WCDMA, então a Anatel pode marcar a data
para o enterro do AMPS. Embora cada operadora possa, conforme suas
conveniências, decidir antecipar o desligamento na sua rede.
Mas será que a AMPS só traz desvantagem? Para o
especialista consultado pelo GLOBO, a resposta é não.
- A vantagem do AMPS é que em áreas com baixa
densidade de usuários (como áreas rurais, ou pequenas áreas urbanas) dá para
oferecer cobertura com pouco investimento. O raio de cobertura de uma célula
AMPS é, tipicamente, da ordem de x Km. Uma célula GSM ou CDMA 1x/EVDO tem
cerca de y Km de raio, e um node-B UMTS (WCDMA) z Km. Portanto, a mesma área
pode ser coberta com menos rádio-bases AMPS do que com rádio-bases digitais
(2G ou 3G) - explica.
O problema é que todos os serviços que o público
se acostumou a associar com o celular (SMS, WAP, acesso à internet, etc.) só
são possíveis com cobertura digital.
- No fundo, é tudo uma questão econômica. Quanto
custa digitalizar versus quanto custa manter a cobertura AMPS? Existe
mercado para serviços mais sofisticados que apenas voz? Existe pressão
regulatória para liberação do espectro ocupado pelo AMPS? Pois ele pode ser
uma opção do tipo "melhor ter um fusca velho que andar a pé".
A boa notícia é que a base analógica instalada
vem reduzindo ano a ano - de 61.462 em 2006 para 15.581 em 2007. O
desligamento, assim, pode ser uma questão de tempo.
- Só se pode desligar a cobertura de uma
tecnologia, se você tiver uma cobertura sobreposta para atender aos usuários
de forma a não quebrar o contrato de prestação de serviço - diz José Roberto
de Souza Pinto, engenheiro e consultor na área de telecomunicações.
Para quem ainda usa o analógico, o tal
"pôr-do-sol" pode ser a diferença entre uma baixa qualidade de voz,
velocidade mínima e até clonagem e uma nova vida digital que inclui, SMS e
MMS e internet móvel - segundo José Roberto, na rede analógica a taxa de
acesso é de 9,6kbps, o que inviabiliza a maior parte das novas aplicações.
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Na segunda-feira (18/02) as principais
operadoras de telefonia celular dos Estados Unidos, AT&T Wireless e Verizon
Wireless, irão desativar as redes celulares analógicas AMPS (Advanced Mobile
Phone System).
A data estabelecida pela Comissão Federal de
Comunicações norte-americana foi apelidada de "pôr-do-sol analógico" e
extingue as primeiras redes celulares, que foram desenvolvidas em 1980,
dando lugar às redes móveis digitais.
A AT&T Wireless anunciou que também irá
desativar sua primeira rede de telefonia móvel com a tecnologia digital TDMA
(Time-Division Multiple Access). A Sprint Nextel e a T-Mobile USA não
possuem redes analógicas.
Operadoras de menor porte e que operam telefone
rurais também informaram que deixarão de trabalhar com as redes analógicas
na segunda-feira.
Embora os aparelhos analógicos sejam raridade em
território norte-americano, a medida afeta sistemas de alarme mais antigos,
baseados nas redes AMPS. As operadoras locais afirmam que têm incentivado a
migração de seus clientes há alguns meses.
O porta-voz da AT&T, Mark Siegel, afirma que há
um número muito pequeno de clientes com terminais analógicos. Segundo ele,
99,9% do tráfego da AT&T está baseado em celulares com a tecnologia GSM
(Global System for Mobile Communications).
A porta-voz da Verizon, Debra Lewis, estima que
menos de 1% dos clientes da operadora tinham celulares analógicos, no ano
passado, antes que a empresa iniciasse uma oferta de migração para as redes
digitais.
Embora os porcentuais sejam baixos, o volume
representa alguns milhares de assinantes, já que as redes da AT&T e da
Verizon somam 60 milhões de usuários nos Estados Unidos.
O "pôr-do-sol" da rede analógica deve deixar no
escuro sistemas de alarme mais antigos. Há cerca de três anos, o Comitê de
Comunicações da Indústria de Alarmes (AICC, na sigla em inglês) fez uma
pesquisa revelando que 1 milhão de residências e empresas usavam alarmes
conectados à rede celular analógica nos Estados Unidos, de uma base de 30
milhões de usuários, na época. Há seis meses, a rede de usuários de alarmes
analógicos estava em torno de 400 mil, segundo a associação.
No Brasil, a tecnologia AMPS teve uma
representatividade de apenas 0,01% (15.581 aparelhos) entre os 120,9 milhões
de celulares habilitados em dezembro de 2007, segundo a Anatel. Em outubro
de 2007 a participação da tecnologia analógica era de 0,02%.
O GSM é a tecnologia mais usada atualmente no
Brasil, respondendo por 78,4% dos celulares habilitados no Brasil (94,9
milhões de aparelhos) até dezembro de 2007. Em segundo lugar, o padrão CDMA
conta com 17,26% de participação (20,8 milhões de celulares) e a tecnologia
TDMA é usada em 4,26% da base de celulares (5,1 milhões de aparelhos).
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