Na maioria esmagadora dos casos, a reclamação é a mesma já publicada pela Defesa do Consumidor do Globo (até escrevi um box pra matéria explicando o que era o 3G e tal) - a velocidade do acesso à internet via PC.
O que posso dizer é que estou usando um celular 3G da Claro (o aparelho é o N95, da Nokia) e considero a velocidade ótima. Mas não fiz o teste das plaquinhas, por isso o que posso fazer é buscar as explicações junto à Claro.
Abaixo, publico uma carta que recebi de ninguém menos que o Gilberto Cardoso, um brilhante advogado amigo meu que ainda por cima é padrinho do meu Guilherme que vem chegando por aí. O Gilberto mora em Bom Jesus e, assim como todos da minha família e os amigos de lá, tem sofrido horrores com a falta de opções para acesso à internet. Pois o Gil viu na plaquinha USB uma saída para o seu problema. Mas vejam o que ele teve em troca... triste...
"Eu contratei os serviços de internet da Claro (aquele que tem um modem USB), o meu pacote é o de 500 kbps em ambiente 3G, mas aqui na roça esta tecnologia não está disponível ainda, de de maneira que o modem funcionaria na nossa região, segundo a Claro com a velocidade de 100 a 130 kbps, até então tudo bem, pois a mobilidade é o que me interessa.
Mas, infelizmente, desde que comecei a usar, minha conexão dá no máximo míseros 80 kbps, praticamente a metade do mínimo oferecido. Assim, face a estas informações, peço a sua ajuda, se possível, para interceder junto à Claro através dos seus contatos, não só para me ajudar, mas a todos os usuários deste serviço aqui em Bom Jesus."
Meu amigo - e todos os amigos do blog - é claro que junto com o post vai um pedido à Claro - afinal, o que anda acontecendo com as plaquinhas 3G (no caso do Gil, sendo usadas em rede EDGE, mesmo assim com velocidade infinitamente inferior)?
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Fonte: IDG Now!
[10/04/08]
Velocidade da 3G decepciona usuários por Daniela
Moreira, editora assistente do IDG Now!
São Paulo - Usuários de banda larga via rede celular 3G reclamam do desempenho dos serviços.
A principal promessa das redes de terceira geração é maior velocidade de acesso a dados. Dispostas a competir com os serviços de banda larga via cabo e ADSL disponíveis no mercado, as operadoras que já estrearam suas redes 3G no Brasil – Vivo, Telemig e Claro – investiram pesado na divulgação de pacotes de banda larga móvel para PCs utilizando a rede celular.
Porém, o desempenho do serviço vem decepcionando muitos usuários. No site de reclamações online Reclame Aqui, por exemplo, centenas de usuários registraram sua insatisfação com a velocidade. Comunidades no Orkut também reúnem clientes insatisfeitos com a 3G.
Embora as redes de terceira geração tenham o potencial teórico de atingir picos de velocidade de até 14,4 Mbps (megabits por segundo), na prática, a conexão é bem mais lenta. No Brasil, a velocidade oferecida pelas operadoras nos planos 3G varia.
A Vivo, que utiliza a tecnologia EV-DO na sua rede CDMA para oferecer o serviço Zap, estima velocidade média da conexão entre 300 Kbps (kilobits por segundo) e 700 Kbps. Já a Telemig, que trabalha com a tecnologia HSDPA em rede WCDMA, dá como referência aos clientes a velocidade média de 1 Mbps (megabit por segundo).
No caso das duas operadoras – que recentemente se fundiram – os preços dos pacotes variam conforme a quantidade de dados trafegados.
Já a Claro, recém-entrante no segmento, trabalha com um modelo mais parecido com o que os clientes já estão acostumados na banda larga tradicional. A operadora oferece três pacotes de velocidades distintas: 250 Kbps, 500 Kbps e 1 Mbps. O limite de tráfego varia conforme o pacote
Porém, de acordo com as próprias operadoras, diversos fatores podem interferir na velocidade obtida pelo usuário. Um deles é a distância entre o ponto onde o serviço está sendo acessado e a antena que está emitindo o sinal, conhecida como ERB (estação rádio base).
“Nas regiões periféricas ou onde há interferência, pode haver queda de performance”, atesta Paulo Matos, diretor de engenharia da Telemig. Como a transmissão é sem fio, outros fatores como a topografia e o clima também podem interferir no desempenho do serviço.
Há ainda um fator polêmico: o número de usuários conectados simultaneamente ao serviço. As operadoras negam que suas redes não tenham capacidade para atender a atual demanda por banda entre os usuários do serviço, mas admitem que este cenário pode causar a redução em velocidade.
A Claro, por exemplo, garante em contrato apenas 10% da velocidade nominal do serviço. No plano mais básico de 250 Kpbs, isso significa 25 Kbps – menos que uma conexão discada. “Não é o que o cliente vai ter o tempo todo, mas pode ocorrer em momentos de pico”, explica Fiamma Zarife, diretora de serviços de valor agregado da Claro.
O argumento apresentado pela operadora é de que o serviço ainda é novo e, portanto, gera dúvidas por parte dos clientes. Mas a Vivo, que já está no mercado de 3G há quatro anos, não poupa críticas os novos entrantes pela falta de responsabilidade ao divulgar os serviços.
“Falta responsabilidade na hora de cumprir a expectativa”, diz Cristiano Zaroni, gerente de marketing de oferta profissional da Vivo. “É um risco muito grande oferecer planos baseados em velocidade. Além de frustrar o usuário, isso compromete o crescimento de um mercado que tem uma importância enorme”, ele justifica.
Mudança de hábito
A operadora, que já acumula uma base de 400 mil usuários de serviços de internet via rede celular, viveu o problema na pele. Zaroni conta que a decisão de tirar o limite teórico de velocidade do serviço, que é 2,4 Mbps, dos materiais promocionais é de apenas um ano atrás.
Mas ao fazer esta adequação das expectativas
dos clientes, a operadora já registrou uma queda da ordem de mais
de 30% no volume de reclamações associadas ao serviço. “O segredo
é oferecer ao usuário aquilo que ele vai poder usar quando
precisar”, explica Zaroni.
Além disso, a companhia apostou em uma estrutura de suporte
técnico especialmente voltada aos clientes de banda larga. “O
nível de criticidade é maior. O custo para o usuário de não enviar
um e-mail ou não acessar um site naquele exato momento em que ele
precisa é muito grande”, explica o executivo.
“Tivemos um longo aprendizado, tanto com as experiências boas quanto ruins”, reconhece o executivo. Ele defende que a bagagem será importante até mesmo para implantar a nova rede 3G da companhia, que será baseada em um padrão diferente do atual – o WCDMA, com tecnologia HSDPA.
Responsabilidade do cliente
Diante de todas essas questões, o usuário deve estar muito atento na hora de adquirir um serviço de banda larga para o seu computador utilizando a rede 3G. Em primeiro lugar, é importante ler com atenção o contrato e entender as garantias de serviço estabelecidas nele.
Outro fator importante a ser questionado é a área de cobertura do serviço. Tenha certeza de que as áreas em que você pretende usar a rede 3G são de fato cobertas pela tecnologia, pois do contrário o aparelho se conectará à rede 2G, que garante velocidade média de apenas 100 Kbps. As operadoras asseguram que tais informações estão disponíveis no ponto-de-venda.
Ciente destas políticas, se optar por um serviço, o cliente deve verificar se ele está sendo entregue dentro dos termos definidos. “O cliente tem que estar ciente da velocidade contratada e monitorar o serviço, fazendo um relatório de todos os problemas”, orienta Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da Pro Teste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor)
Segundo a especialista, se a velocidade ficar abaixo do mínimo garantido em contrato, o usuário pode exigir desconto no preço do serviço ou cancelamento do contrato. Dolci também aconselha o usuário a encaminhar a reclamação aos órgãos de defesa e à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
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Fonte: IDG Now!
[15/04/08]
3G: leitores reclamam e Claro admite que
precisa ampliar rede por Daniela
Moreira, editora assistente do IDG Now!
São Paulo - Operadora responde a críticas dizendo que a demanda pelo serviço foi maior que a esperada e que sua rede está sendo melhorada.
A matéria sobre a velocidade dos serviços 3G publicada na última semana no IDG Now!, suscitou uma série de comentários de leitores criticando os serviços de terceira geração da operadora Claro, que respondeu às críticas reconhecendo que a demanda pelo serviço foi maior que a esperada e afirmando que está trabalhando para ampliar a rede.
Muitos leitores afirmaram que a operadora não estaria dando conta do volume de usuários do serviço. “A rede da Claro não está conseguindo comportar o número de assinantes. Eu me conecto de manhã, entre 7h e 8h e tenho conexões super rápidas, sem nenhuma falha, mas a medida que as horas vão passando a conexão vai ficando cada vez mais lenta”, relatou o leitor Rodrigo.
“Recebe-se promessas e informações de que a rede está sendo adequada e que será normalizado o acesso”, comentou o leitor Antonio Guilherme. “O serviço nunca funcionou satisfatoriamente, aliás, a conexão pelo 3G nunca ocorreu”, protesta ele
“Fui provavelmente um dos primeiros a adquirir o plano 3G da Claro. Além de não haver uma velocidade superior a 14 ou 20 Kbps, 70% do tempo o sistema não navega”, relata o leitor Artur Scavone. “Eles insistem que é temporário, que irão chegar ao de fato ofertado. Gastei [...] 200 reais e não tenho conectividade”, ele complementa.
Respondendo às reclamações dos leitores, a operadora reconheceu a falha no dimensionamento dos serviços. “O sucesso da oferta do serviço 3G banda larga foi muito maior que o esperado e agora estamos trabalhando fortemente na ampliação de rede para adequar a demanda do serviço à capacidade instalada”, disse a empresa em e-mail enviado ao IDG Now!.
Mas o desempenho não é o único fator que frustrou os leitores. Eles também citaram problemas no atendimento. “Desde janeiro venho reclamando na Claro e nada. Eles prometem, marcam datas e nada. Não consigo mais falar com a Claro no telefone de atendimento”, conta Wesley.
“Ao ligar para a empresa eles ficam te transferindo de setor em setor até você cansar e desistir. Perdem-se horas produtivas tentando contato”, conta o leitor Antonio Guilherme.
Diante do cenário, o leitor Antonio fez sua recomendação: “Façamos todos queixa na Anatel, pois caso contrário a Claro continuará tripudiando sobre nossos direitos”.
Leia a seguir a resposta da Claro às reclamações dos leitores na íntegra:
“O sucesso da oferta do serviço 3G banda larga foi muito maior que o esperado e agora estamos trabalhando fortemente na ampliação de rede para adequar a demanda do serviço à capacidade instalada. Os problemas decorrem da própria característica do serviço e lembramos que é próprio da implantação de qualquer serviço uma fase de ajustes. Foi assim quando surgiu o celular, por exemplo! De qualquer forma, temos certeza de que, em pouco tempo, teremos cada vez mais clientes se beneficiando de um serviço de qualidade.”
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