BLOCO
Blog dos Coordenadores ou Blog Comunitário
da
ComUnidade WirelessBrasil

Agosto 2008               Índice Geral do BLOCO

O conteúdo do BLOCO tem forte vinculação com os debates nos Grupos de Discussão  Celld-group e WirelessBR. Participe!



04/08/08

• Fusão Oi/BrT e PGO (16) -"10 anos de privatização" (3) - Editorial do AliceRamos.com + Outros artigos e Notícias

----- Original Message -----
From: Helio Rosa
To: Celld-group@yahoogrupos.com.br ; wirelessbr@yahoogrupos.com.br
Cc: Flávia Lefèvre ; Sergio ; anabacellar@gmail.com ; tporto@superig.com.br ; jeferson.nacif@mc.gov.br ; otavio@westcon.com.br ; Claudio de Oliveira Neves ; flaminio.a@gmail.com ; Francisco Moreira de Meneses ; mmedina@ajato.com.br ; Fernando Botelho ; Alice Ramos
Sent: Wednesday, August 06, 2008 9:48 AM
Subject: Fusão Oi/BrT e PGO (16) -"10 anos de privatização" (3) - Editorial do AliceRamos.com + Outros artigos e Notícias

Olá, ComUnidade WirelessBRASIL!

01.
O "Serviço ComUnitário" acompanha o processo da fusão Oi/BrT e da mudança do PGO - Plano Geral de Outorgas.

02.
A mídia está abordando o aniversário de 10 anos da privatização das telecomunicações no Brasil.

Ao buscar material de várias fontes, nosso objetivo é permitir que o participante forme sua própria opinião.
Estamos vivenciando uma revolução nas telecomunicações e é necessário que revolucionemos também nossa convicção de que, hoje, cada um pode interagir com os principais atores deste enorme cenário e dar sua contribuição para influir no "roteiro".   


03.

Mais abaixo transcrevemos na íntegra o novo Editorial do AliceRamos.com.
Independente do conteúdo, admiramos a coragem da jornalista e nossa participante Alice Ramos.
Como sempre, Alice é contundente! Vale conferir!
 
Fonte: AliceRamos.com
[04/08/08]   Supertele vai atropelar direitos dos consumidores por Alice Ramos
 
04.
O TELECO criou um espaço para comentar os "10 anos".
Vale conferir o "vôo panorâmico" nesta página:
Fonte:Teleco
[02/08/08]   Em Debate Especial: 10 anos de Privatização
e este artigo:
Fonte:Teleco
[21/07/08]   Telecomunicações aos 10 anos de privatização por Juarez Quadros do Nascimento
 
05.
Outro "espaço" especial:
Fonte: Convergência Digital
[29/07/08]   Telecomunicações: Após uma década, um mercado em plena revolução
[29/07/08]   Telecom: Se FHC definiu privatização, Lula escreverá novo modelo
[29/07/08]   Redução de preço da telefonia e universalização da banda larga são itens cruciais no novo modelo para Telecom
 
Ainda no "Convergência" anotamos:

Fonte: Convergência Digital
[04/08/08]   Setor sugere reestruturação urgente da Anatel por Luiz Henrique Ferreira
 
Um tema foi consenso nas contribuições apresentadas à consulta pública do Plano Geral de Atualização da Regulamentação das Telecomunicações no Brasil (PGR): Para se adequar ao cenário convergente, a Agência Reguladora terá que rever o quanto antes, a sua estrutura organizacional. Mudanças, inclusive, são sugeridas pela própria Ouvidoria do órgão regulador.
Para a Associação Brasileira das Concessionarias de Serviço Telefônico Fixo (Abrafix), a revisão dos procedimentos administrativos e organizacionais da Agência deve acontecer o quanto antes para ser finalizada até fevereiro de 2009.
Já o Instituto de Defesa do Consumidor (IDEC) entende que a reestruturação do órgão regulador só fará sentido se permitir de forma transparente, entre outros itens, a ampliação da competição na prestação dos serviços e a universalização do acesso às telecomunicações, incluindo a internet banda larga.
Não são apenas as entidades que conclamam maior transparência por parte do órgão regulador. A TIM Brasil, por exemplo, sugeriu a abertura das reuniões do Conselho Diretor para o público.
Uma revisão estrutural da Agência é defendida, inclusive, pela própria Ouvidoria da entidade. Na sua contribuição, a Ouvidoria se posiciona favoravelmente a reativação de um grupo de trabalho para a elaboração, num prazo máximo de seis meses, de proposta de um cronograma capaz de permitir que a reestruturação aconteça.
A rapidez por mudanças na estrutura organizacional da Anatel também foram endossadas pelas operadoras Brasil Telecom, Claro, CTBC e Oi. A consulta pública do PGR terminou na última sexta-feira, 01/08.
A Anatel, agora, terá um prazo de até 60 dias para apresentar sua posição, que será encaminhada para o Ministério das Comunicações. No total, mais de 1000 sugestões foram apresentadas às consultas públicas do Plano Geral de Outorgas e ao PGR.

06.
Outra matéria recente:
Fonte: Yahoo! Notícias:
[05/08/08]   Oi rebate avaliação de que compra da BrT concentrará banda larga
 
A Oi (antiga Telemar) rebateu há pouco a avaliação de que a empresa resultante da compra que acertou da Brasil Telecom (BrT) irá representar uma concentração excessiva no mercado de banda larga. Em nota, a operadora afirma que "a Oi e a Brasil Telecom atuam em áreas distintas" e que "não existe sobreposição entre as áreas de atuação das duas empresas" em banda larga. "O mercado de acesso à internet em banda larga é hoje disputado não apenas pelas concessionárias de telefonia fixa e companhias de televisão a cabo, como também por operadoras de telefonia móvel, que já oferecem pacotes atraentes de conexão à internet sem fio por meio da tecnologia de terceira geração", divulgou em nota a operadora, que reafirma sua tese de que a nova companhia, "com mais escala e competitividade", beneficiará o consumidor com redução de preços e o aumento da competição.
 
A incorporação da BrT pela Oi resultará na criação de uma companhia controladora de 40% do mercado do mercado nacional de banda larga. Em entrevista à Agência Estado, a ex-conselheira do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Lúcia Helena Salgado, avaliou que "40% é uma concentração muito alta". De acordo com ela, o órgão anti-dumping se debruçará sobre a incorporação não olhando apenas o todo, mas sim as conseqüências que o negócio trará para cada segmento e cada região do País onde a futura empresa atuará. "O Cade procura evitar o chamado efeito portfólio. Isto ocorre quando uma empresa, com ampla carteira de negócios, se beneficia do fato de ser muito forte em uma determinada área para oferecer, a preços desleais, serviços em que tem participação menos relevantes", disse ela
 
"A tecnologia 3G, em franca expansão, bem como a adoção de novas tecnologias como Wimax, ampliam o número de ofertas e competidores no mercado de banda larga. Os competidores da Oi no mercado de banda larga - embora tenham liberdade para atuar em todo o país, inclusive no Nordeste - têm se concentrado no mercado de poder aquisitivo mais alto, como as capitais do sul e sudeste. Com essa estratégia, a Net, por exemplo, superou a BrT em participação de mercado em banda larga. A Oi está presente em 16 estados nas regiões Norte, Nordeste e Sudeste", afirmou a Oi, na nota.;
 
Em relação à proposta de separação empresarial dos serviços de telefonia e banda larga, levada a consulta pública pela Anatel, a Oi argumenta que "não existe indícios de que poderia beneficiar o consumidor - pelo contrário, a medida encareceria em até 10,5% o acesso em banda larga, entre outras conseqüências negativas".
 
07.
Lá no final listamos os "posts" anteriores relacionados com este assunto.
 
Boa leitura!
Um abraço cordial
Helio Rosa
 
---------------------------------------
 
Fonte: AliceRamos.com
[04/08/08]   Supertele vai atropelar direitos dos consumidores por Alice Ramos
 
Grande parte das articulações em torno da supertele, apelidada de BrOI, demonstra existir uma intensa atividade subterrânea no submundo das telecomunicações.
 
Considerando os interesses em jogo - bem como os personagens escusos ligados a banqueiros, empreiteiros e ao governo, que povoam as páginas policiais por traficarem influência e dinheiro público - fica cada vez mais claro como será o Brasil com a atuação de uma supertele.
 
Para começar: a fossa na qual a BrOi vem sendo formada é a mesma de onde surgiu a privatização da telefonia em 1998. Há dez anos o discurso político-ideológico vigente (dos petralhas e cia.) afirmava que a venda do Sistema Telebrás era uma conspiração contra o País, pois a elite estaria vendendo a nação, e que a população pagaria caro por serviços de péssima qualidade.
 
Por conta disso houve até guerra campal entre manifestantes e a polícia em frente da Bolsa de Valores do Rio, enquanto lá dentro, no auditório, o governo entregava o Sistema Telebrás de bandeja.
 
Pior do que isso: no momento em que FHC precisou levantar dinheiro para doá-lo a certos empresários nacionais, Daniel Dantas foi convocado para negociar os fundos de pensão da Petros, Funcef e Previ. Esta última liderou todo o esquema responsável pela gestação e nascimento da Telemar.
 
A telefonia foi privatizada, muitas ilegalidades foram cometidas, incluindo crimes de lesa-pátria e ninguém foi capaz de impedir tantas armações. Nem mesmo o Poder Judiciário pode fazer nada. A não ser atrasar em algumas horas a privatização, por conta de um questionamento feito por um grupo de juízes, que deixou muitos acionistas estrangeiros irritados. E só.
 
Dez anos se passaram e as profecias apocalípticas dos opositores da privatização não se confirmaram. Os telefones e serviços se multiplicaram, as filas de espera acabaram, os preços caíram. Mas a grande verdade é que nem todos os prognósticos foram inverídicos.
 
Hoje a população paga caro por serviços de péssima qualidade. Mas as operadoras insistem em mentir dizendo que seus serviços são excelentes, talvez, mas se comparados com os praticados há dez anos atrás.
 
E a imprensa, alcunhada de “grande imprensa”, segue publicando as mesmas asneiras, divulgando as “maravilhas” de uma década da privatização, afirmando sua vocação como gado tangido, acéfalo, e sem outra perspectiva além de garantir que seu capim esteja verde, e seu tacho de sal não falte.
 
A novela de 1998 se repete, com os mesmos atores: A Brasil Telecom, de Daniel Dantas, que por sua vez é o dono, “que não é banqueiro”, do Banco Opportunity, a Oi/Telemar, e alguns fundos que terão o aporte de bancos oficiais.
 
Embora sua criação tenha sido anunciada com muita pompa no dia 25 de abril, a supertele foi criada sem amparo legal. Isso quer dizer: a revelia da lei, ilegalmente, de forma sorrateira. Pergunto: Alguém se importou com isso? O Poder Judiciário fez alguma observação contrária? A Anatel impediu? O Governo barrou?
 
Claro que não. Se todos os poderes constituídos estão a favor da criação da supertele, por que razões deveriam respeitar a lei? Lei para quê? Lei, pelo que vemos nos noticiários é uma coisa para o povão, não para celebridades e milionários. Muito menos ainda para milionários celebridades.
 
Grampos da Polícia Federal mostraram que lobistas ligados a Daniel Dantas, entraram sim em contato com a ministra chefe da Casa Civil, Dilma Russef, com o objetivo de garantir a fusão da BrOI. Segundo a PF, os articuladores envolvidos nas ligações foram Guilherme Henrique Sodré Martins, o Guiga, Humberto José Rocha Braz, o Guga, e Luiz Eduardo Greenhalgh, chamado de Gomes.
 
O acordo entre o Citibank e Opportunity teria sido tratado por Greenhalgh e Braz, já a criação da supertele que irá envolver a fusão da Oi/Telemar, Brasil Telecom, Telemig e Amazônia Celular, precisa de autorização da Presidência da República. Por sua vez o presidente só poderia concedê-la através de decreto, uma vez que a fusão ainda é ilegal.
 
Outro fator que agrava essa situação é que a operação precisa de recursos. Sem dúvida recursos do BNDES. Sendo assim o grupo de lobistas teria necessidade de articular uma reunião com Dilma Russef, o que poderia caracterizar tráfico de influência. E mesmo que chegasse a essa conclusão, alguém acredita que haveria qualquer tipo de punição? No Brasil, jamais. Isso é coisa de País civilizado.
 
Mas de acordo com as escutas no dia 13 de março deste ano, um diálogo entre Greenhalgh e Braz mostra que a ministra Dilma teria dito “não” quando tentaram conversar com ela sobre o assunto. Porém, em 28 de março, Martins diz a Greenhalgh que havia falado com o senador Heráclito Fortes (DEM-PI), e Greenhalgh fala que havia conversado naquela manhã com Dilma.
 
Conforme consta em outra conversa gravada entre Dantas e Martins o acordo para a fusão foi fechado às 20h36m do dia 27 de março. No dia 25 de abril, a Oi anunciou a compra da Brasil Telecom por R$. 5.863 bilhões.
 
E porque tantas conspirações em torno da supertele?
 
Embora seja preciso dizer que nem todos os que defendem a criação da supertele sejam delinqüentes, pelo menos os que foram citados nos relatórios da Polícia Federal, são os principais beneficiários de um negócio de R$. 13 bilhões. No caso de Daniel Dantas é fácil deduzir: ele vai auferir uma comissão recorde pelo serviço. O que o atrapalhava era que a Anatel precisava encontrar uma saída para burlar o Plano Geral de Outorgas (PGO) e permitir que a BrOi atue em mais de uma área de telefonia fixa.
 
Por essas informações dá para ver como a supertele está começando. Uma coisa que começa mal geralmente acaba mal. Mas a falcatrua e a desfaçatez do grupo que a Polícia Federal está chamando de quadrilha por motivos outros (e com total razão e baseada em provas) é uma coisa absurda que só encontra solo fértil numa República de Bananas como o Brasil.
 
O próprio Luiz Eduardo Greenhalgh confessou que articulara a fusão BrOI. Em suas próprias palavras à imprensa ele disse no dia 24/07: “O diálogo, para qualquer pessoa, mostra que há uma negociação em curso, mas só mesmo a visão deturpada do doutor Protógenes (o delegado da PF que liderou a Operação Satiagraha) pode visualizar os interlocutores como lobistas [...] Ajudei a conformar as propostas que foram exaustivamente debatidas entre as partes (exceto os usuários), até o acordo final. Advoguei. A negociação que resultou na criação da BrOi, foi árdua, longa, tensa, mas não teve nenhum ato ilícito”.
 
Apesar de ser advogado, Greenhalgh só não mostrou o número do processo judicial no qual ele diz ter atuado para viabilizar a fusão, sobre o qual afirma não haver nenhum ilícito.
 
Embora estivesse atuando em nome do seu cliente, Daniel Dantas, a Presidência da República conta com a frágil idéia de que Greenhalgh não faz parte do governo, porém todas as ações governamentais tiveram por objetivo beneficiar Dantas.
 
A começar pela mudança no PGO, que nada mais foi que um remendo na lei para dar suporte a fusão. Além disso, o BNDES foi usado para injetar dinheiro na negociata, tornando-se uma espécie de sócio.
 
Não bastasse isso, o Banco do Brasil também foi convocado para conceder fabuloso empréstimo à OI. Para realizar tal operação, várias normas do banco foram quebradas.
 
Agora, com a greve dos Correios o Banco do Brasil vem tentando de forma patética reaver parte desse dinheiro, dando ‘golpe’ nos clientes que tinham faturas a receber. Como as entregas das contas foram atrasadas no País inteiro, o banco, ao contrário de várias instituições e até mesmo das teles, está empurrando para os clientes sua responsabilidade objetiva de garantir a entrega das faturas no prazo certo, visando obter enriquecimento ilícito com pagamento de juros, multas e correções.
 
Por último, o governo federal foi o responsável direto pelo afastamento do delegado Protógenes Queiroz, e depois Lula interviu para chamá-lo de volta ao caso, numa típica cena de “morde-assopra”. O intuito mostra que a intenção era acenar para Polícia Federal que esta colocasse tudo em banho-maria, até que a fusão estivesse inteiramente concluída.
 
Outro presente para Daniel Dantas, este mais acintoso, veio da parte do presidente STF, ministro Gilmar Mendes, que lhe concedeu graciosamente dois hábeas corpus seguidos, em menos de 24 horas.
 
Depois de tudo isso, só por causa da entrada do BNDES no negócio, Daniel Dantas vai receber nada mais nada menos do que a bagatela de 1 bilhão de dólares. E quem vai pagar somos nós, pois se trata de dinheiro público.
 
Diante do resumo de várias atividades clandestinas que estão em curso com a criação da supertele, e da recordação de que a gestão de Lula ficou marcada como o governo do Mensalão, fica mais fácil visualizar como será o Brasil quando a supertele estiver em plena operação.
 
Como toda criação governamental precisa de justificativa, as usadas para a criação da BrOI também incluíram toda sorte de superlativos. Tais como: “o Brasil precisa de uma operadora com escala para disputar no mercado externo, e também no interno, contra a luso-espanhola Telefônica, e a mexicana Telmex”.
 
“A fusão será uma oportunidade de negócio de muita rentabilidade”.
 
Estranha essa afirmação, uma vez que não se tem noticia da manifestação de qualquer banco privado querendo investir na supertele. Nesse quesito parece que outros pensadores chegaram também à mesma conclusão.
 
O que demonstra não ser necessário ter apuro técnico sobre o mercado financeiro. Qualquer leigo consegue perceber isso. Ainda assim, diz-se que o negócio é rentável. Deve ser. Para Dantas e mais uma meia dúzia de petistas. Mas nós consumidores, pagaremos por isso. Aguardem.
 
Agora é hora de se perguntar: o que usuários da telefonia e de Internet da Oi, e os da Brasil Telecom ganharam com o atual estado de semimonopólio, desde que as respectivas operadoras entraram no mercado? Comparando, é claro, com serviços prestados no exterior onde as leis e os consumidores são respeitados.
 
Respondo: Calls Centers sem qualificação e competência para atender as demandas dos clientes, linhas cheias de chiados, preços incompatíveis com a realidade econômica do País, conexões de Internet com velocidade pífia, redes intermitentes, apagões, muito estresse, gastos, perda de tempo e processos na justiça.
 
É fácil ver evolução na telefonia no Brasil, lembrando das tecnologias obsoletas de dez anos atrás. Mas se observarmos a mesma telefonia pelo ponto de vista da convergência digital e das demandas dos novos tempos, chegaremos à conclusão de que possivelmente estamos dez anos, ou mais, atrasados em relação ao mundo.
 
Por isso digo que a privatização da telefonia não foi ruim, mas ela também não trouxe os alegados avanços que muitos dizem ter havido.
 
Se tivéssemos avanços, significaria que teríamos alcançado melhorias acima do trivial. O fato de quase todas as pessoas terem acesso a um celular não demonstra necessariamente que avançamos.
 
Recentemente Cuba permitiu que seus habitantes comprassem celulares. Mas isso pode ser encarado como avanço? Para mim isso se chama correr atrás do prejuízo.
 
Em proporções diferentes, a mesma coisa aconteceu no Brasil nos últimos dez anos. Com a privatização da telefonia, o máximo que os usuários brasileiros têm conseguido é correr atrás do prejuízo. Mas ao custo de prejuízos ainda maiores.
 
Mesmo porque, não podemos esquecer, que existe um órgão internacional chamado União Internacional de Telecomunicações (UIT) do qual o Brasil é signatário, e se comprometeu a cumprir determinadas metas para que o País, ao longo da última década, não ficasse incomunicável com o restante do planeta.
 
Sempre existiram normas e regulamentos internacionais que exigem a modernização do sistema para cumpri-los. O governo brasileiro apenas fez a sua obrigação, muito mal, é bom que se diga.
 
Portanto, não temos nada do que nos vangloriar porque a privatização trouxe celulares para nossos bolsos, Internet para nossos notebooks, e telefones fixo para nossas residências.
 
A privatização da telefonia, não fez mais do que o óbvio, ou seja, sua obrigação, mas ainda assim pagamos caríssimo como se tivéssemos comprado produtos de qualidade incontestável. Falam da privatização como se nos tivessem feito um favor. Ainda se dão ao direito de nos assaltar, como se fosse um prêmio pela “benevolência” feita.
 
Com a supertele não será diferente. Pagaremos o que não temos, para criar uma megaoperadora (para os padrões tupiniquins), que provavelmente não configurará entre as estrelas internacionais de telecom, por mais que seus marqueteiros se empenhem nisso e digam que a super BrOI configurará entre as cinco grandes das Américas.
 
Mas enfrentaremos com certeza novas batalhas para que nossos direitos sejam respeitados, e os serviços não sejam imprestáveis.
 
Alguém duvida disso?
 
Conseguiram até concluir o negócio de forma obscura e subterrânea antes mesmo de haver lei para legalizá-lo, será que ainda existe alguém inocente o bastante para acreditar que não vão agir conforme agem hoje, lesando o tempo todo os consumidores?

[Procure "posts" antigos e novos sobre este tema no Índice Geral do BLOCO]


ComUnidade WirelessBrasil                     Índice Geral do BLOCO