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Agosto 2008 Índice Geral do BLOCO
O conteúdo do BLOCO tem forte vinculação com os debates nos Grupos de Discussão Celld-group e WirelessBR. Participe!
• Flávia Lefèvre:
"Irresponsabilidade, Convergência, Poder, Sexo e Rock'n Roll"
IRRESPONSABILIDADE, CONVERGÊNCIA, PODER, SEXO E ROCK'N ROLL
Bom dia!
A notícia publicada pela Folha de São Paulo reflete bem os riscos aos quais
estaremos sujeitos daqui para frente.
E isso pela forma ilegal como a alteração da política de telecomunicações
vem sendo encaminhada pelo Governo e ANATEL.
Enfiaram
dentro do contrato de concessão do STFC - único serviço prestado em regime
público - os custos para a implantação da rede para suporte do serviço de
comunicação de dados - as NGNs (Next Generation Network), com base no
Decreto 6.424/2008, cuja legalidade já está sendo questionada na Justiça,
por conta da ação civil pública movida pela Pro Teste - Associação
Brasileira de Defesa do Consumidor.
As redes que serão construídas ficaram para fora da lista de bens
reversíveis, pela manobra torpe e gravemente ilegal de retirada da cláusula
3ª dos aditivos aos contratos do STFC, firmados em abril deste ano, para
materializar a alteração do Plano Geral de Metas de Universalização - PGMU.
O serviço de comunicação de dados - denominado pela ANATEL de SCM - Serviço
de Comunicação Multimídia é prestado em regime privado e, para ser prestado,
utilizará as redes NGN construídas com os recursos provenientes da tarifa de
assinatura básica e FUST.
Ou seja: às concessionárias o melhor dos mundos - receitas PÚBLICAS
garantidas para investimentos em bens e serviços prestados em regime
PRIVADO.
Repito o que tenho dito desde o início do processo de alteração do PGMU. Se
o Governo entende que o serviço de comunicação de dados é de interesse
coletivo (art. 62, LGT), essencial e estratégico e merece ser expandido com
recursos públicos, deve incluir esse serviço no rol dos serviços prestados
em regime público, nos termos do parágrafo 1° do art. 65 da LGT:
"§ 1º Não serão deixadas à exploração apenas em regime privado as
modalidades de serviço de interesse coletivo que, sendo essenciais, estejam
sujeitas a deveres de universalização".
E lembro mais, uma nova política de telecomunicações, como vem alardeando o
Governo e a ANATEL deve ser feita por meio de lei e não por Decreto, nos
termos do art. 175, da Constituição Federal.
O resultado dessa lambança já começou e vem muito mais pela frente, com a
convergência (plagiando um amigo da defesa do consumidor - convergência de
problemas).
As concessionárias prestam serviço de comunicação de dados de forma ilegal
(art. 86, LGT), sem obrigações de investimento e sem fiscalização e os
efeitos dessa liberdade é a predominância que têm no mercado, sem nenhuma
restrição.
Entrem nos sites (terra, por exemplos) das nossas concessionárias e se
divirtam nos sites que fazem propaganda de sexo, em salas de bate-papo, sem
nenhuma restrição.
Nossos filhos podem, agora, de seus computadores, estar em plena conversa
com qualquer um que queira vender sexo.
Comecem por esse link e vejam como é fácil
http://chat.terra.com.br/sexo.htm
O mercado já se consolidou - a BrOi e empresas de TV e conteúdo que o digam,
mas a ANATEL está pensando em regulamentar o serviço de banda larga, como
disse o Conselheiro Bedran, conforme matéria publicada pela Teletime.
Isso sem contar o prejuízo ao erário público que toda essa operação está
causando, que envolve muitos BILHÕES.
Esperamos que as autoridades competentes atuem com a mesma agilidade e
efetividade que os poderosos tem agido.
Abraços.
Flávia
Ver abaixo as transcrições:
Fonte: Folha de S.Paulo
[13/08/08]
Pane da internet expõe fragilidades por Guilherme Barros
Fonte: Teletime News / TI Inside
[11/08/08]
Bedran diz que há estudos sobre regulamentação para Internet por Samuel
Possebon
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Fonte: Folha de S.Paulo
[13/08/08]
Pane da internet expõe fragilidades por Guilherme Barros
A pane da Telefônica, que tirou do ar centenas de empresas e residências no
mês passado, trouxe à tona a fragilidade dos projetos de continuidade,
chamados de "plano B", que têm o papel de manter as empresas em
funcionamento, independentemente da natureza dos problemas apresentados.
Uma pesquisa inédita realizada pela Daryus Strategic Risk Consulting revela
que nem mesmo as operadoras de telefonia possuem planos efetivos de
continuidade.
A Daryus é uma companhia especializada em gestão de riscos que atende
algumas das maiores corporações do país. O levantamento, realizado com 112
das 500 maiores corporações, indica que apenas um terço possui um projeto
eficiente para evitar catástrofes ou falhas de comunicação.
Durante a pane da Telefônica, órgãos públicos, bancos, administradoras de
cartões, entre milhares de companhias, tiveram suas atividades
comprometidas. Muitas ficaram com sua rede de dados inoperante fazendo com
que até suas vendas ficassem comprometidas por causa do problema.
"Em situações como essa, os setores financeiro e de serviços são os que
registram maiores perdas logo nas primeiras horas", afirma Jeferson D'Addario,
diretor-geral da Daryus. "Caso elas persistam por mais de 24 horas, os
prejuízos financeiros diminuem, mas aí ocorre um dano de imagem."
Os números dão idéia dos prejuízos que as grandes empresas podem ter sofrido
com o "apagão" da Telefônica, que durou 36 horas. Na primeira hora, as
empresas afirmam que panes como a interrupção dos canais de comunicação
afetam 25% de seus processos (atividades como recebimento de pedidos de
clientes ou autorização para serviços de assistência técnica, por exemplo),
provocando perdas de até R$ 500 mil.
Com interrupções de até 24 horas no fornecimento de serviços essenciais,
como a transmissão de dados, acesso à internet ou telefonia, pelo menos 18%
dos processos seriam comprometidos, causando perdas superiores a R$ 100
milhões
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Fonte: Teletime News / TI Inside
[11/08/08]
Bedran diz que há estudos sobre regulamentação para Internet por Samuel
Possebon
Durante o debate de abertura da ABTA 2008, evento de TV por assinatura que
começou nesta segunda, dia 11, em São Paulo, o conselheiro da Anatel Antônio
Bedran tocou em um tema extremamente polêmico para empresas de
telecomunicações: a possibilidade de estabelecer um serviço público inerente
à oferta de banda larga. "Essa discussão, de certa forma, foi colocada
quando houve a consulta pública do Serviço de Comunicações Digitais (SCD).
Estamos discutindo sim a Internet como serviço público, mas não algo no
lugar do STFC. É uma ação conjunta com o Executivo, para melhorar a oferta
de banda larga". Ele disse que é um assunto ainda no começo e que passa
necessariamente pelo governo. "A possibilidade de criar novos serviços
públicos foi dada ao presidente da República pela Lei Geral de
Telecomunicações", disse.
A colocação foi motivada por conta de uma pergunta sobre como a agência
observava o que se passou com a rede de dados da Telefônica, que após uma
pane ficou 36 horas fora do ar. Vale lembrar que no início do ano o
conselheiro Antônio Bedran já havia se manifestado sobre a possibilidade de
uma revisão das regras do serviço de comunicação multimídia (SCM), que hoje
disciplina a maior parte da oferta de serviços de Internet.
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