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Fonte: Clipping - Origem: O
Estado de S. Paulo
Sem o software brasileiro Ginga, a tecnologia
ainda é para poucos
Na terça-feira, a TV aberta digital faz um ano
no Brasil. Ela chega a seu primeiro aniversário ainda incompleta e vista por
poucos. O software de interatividade Ginga, único componente genuinamente
local do padrão que foi chamado de nipo-brasileiro, ainda não está disponível
oficialmente. A multiprogramação, possibilidade de se transmitir mais de um
programa num único canal, ainda precisa ser regulamentada, segundo o
Ministério das Comunicações. Somente seis cidades têm o sinal e apenas São
Paulo, onde o sistema estreou, está com todos canais no ar.
Para Frederico Nogueira, presidente do Fórum do
Sistema Brasileiro de TV Digital (SBTVD), a TV digital teve êxito em seu
primeiro ano. “Temos mais conteúdo em alta definição hoje e os preços dos
equipamentos estão caindo assustadoramente”, disse Nogueira. Houve mesmo
avanços durante o último ano. Não havia celulares que recebiam sinal de TV
aberta digital no fim de 2007 e agora eles estão no mercado. Na época, o
conversor (equipamento que permite receber o sinal digital em televisores
analógicos) mais barato custava R$ 500. Hoje, sai por R$ 290.
A tecnologia, no entanto, ainda é para poucos. O
próprio fórum projeta chegar a 645 mil espectadores de TV digital em todo o
País este ano, com a venda de 150 mil receptores fixos (conversores e
televisores com receptor embutido) e 150 mil móveis (celulares, aparelhos
portáteis e receptores USB para computadores). “Não vamos querer criar uma
cultura de TV digital em um ano”, afirmou o presidente do fórum.
Um dos problemas da TV digital até agora é que
pouca gente sabe o que mudou. Em 2006, quando as emissoras defenderam o
sistema japonês ISDB, que acabou adotado no País, o principal objetivo delas
era ter a alta definição, que garante uma qualidade de imagem seis vezes
melhor do que os aparelhos convencionais, analógicos.
Por isso, a TV digital, principalmente no ponto
de venda, acabou sendo associada aos televisores de tela grande, de LCD ou
plasma, acessíveis a uma parcela restrita dos consumidores, de alta renda. E o
que é pior: a uma parcela dos consumidores que é cliente das empresas de TV
por assinatura. A TV aberta de alta definição acabou se tornando um produto
para um consumidor que não existe.
A TV digital traz vantagens para pessoas de
renda mais baixa. Uma delas é a possibilidade de melhorar a qualidade da
imagem recebida na TV de tubo, em lugares com problemas de recepção, mas esse
recurso é pouco mostrado quando o consumidor visita o varejo, mais interessado
em vender televisores grandes. Esse cenário pode mudar com a chegada ao
mercado de telas menores com receptor embutido. “A TV com receptor pode se
tornar um produto mais importante que o conversor”, apontou José Roberto
Campos, vice-presidente-executivo da Samsung.
O celular com TV digital é um objeto de desejo,
mas ainda caro, com preço a partir de R$ 900, sem subsídios. A mobilidade é um
recurso fácil de o consumidor entender e enxergar valor, mais que a alta
definição. Os preços estão caindo. Nogueira, que também é vice-presidente da
Bandeirantes, defende que, com o tempo, as emissoras passem a transmitir um
conteúdo diferente no sinal recebido pelos celulares, que não é o mesmo da
televisão, apesar de trafegar no mesmo canal.
“O horário nobre da TV no celular no Japão é das
18 às 20 horas, e o da TV convencional é das 20 horas às 22 horas”, apontou o
executivo. “A experiência com o OneSeg (como é chamada a TV no telefone móvel
por lá) é mais intimista. O espectador aceita assistir a uma cena mais forte
no celular, que não se sentiria confortável a assistir no televisor da sala
com a família.” No Japão, as emissoras já começam a experimentar com a
transmissão de conteúdo diferenciado para o celular.
A TV no celular se chama OneSeg porque o canal é
dividido em 13 segmentos e um deles é destinado ao sinal móvel. Transmitir um
conteúdo diferente para o celular é uma forma de multiprogramação e Nogueira
não concorda com a interpretação de que isso é proibido: “Não está escrito em
nenhum lugar que não pode
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