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05/12/08
• Telebrás e Eletronet: de novo... (16) - Rogério Gonçalves responde à Cezar Lima
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----- Original Message -----
From: Rogerio Gonçalves
To: wirelessbr@yahoogrupos.com.br
Sent: Thursday, December 04, 2008 3:39 AM
Subject: [wireless.br] Re: Telebrás e Eletronet: de novo.. .- Msg de Flávia
Lefèvre + Proposta da ABUSAR: "Operador Nacional de Redes IP"
Oi Cezar,
> primeiramente não foi dito por mim que a
privatização resolveu
todos problemas da area de telecom, o que foi dito é que melhorou e
muito a situação da area de telecom no Brasil isso é irrefutável, até
mesmo a pessoa mais crítica da privatização não tem como negar....
>
O milagre aconteceu. A situação da area de telecom no Brasil realmente
melhorou muito e isso não se discute. Resta apenas esclarecer a quem
atribuir o milagre: se foi a "santa privatização", segundo a opinião da
imprensa ou a "santa Telebrás", segundo o relatório do Wohlers.
> Quanto aos valores de assinatura demonstrados por
você , ratifica
ainda mais a minha posição, ou seja , antigamente era muito barato e
somente as pessoas com alto poder aquisitivo (os ricos que
teoricamente não teriam dificuldades de pagamento) é que tinham
telefone e pagavam essa quantia irrisoria fora de qualquer realidade
mundial. O estado subsidiava telefone a preços irrisórios para os
mais ricos....(má gestão)
>
Essa versão não se sustenta diante dos fatos e disso eu posso te falar por
experiência própria. No final de 1995, eu comprei dois planos de expansão
por R$ 1.117,63 cada um. As linhas foram instaladas em 1996 (estação
Tijuca-RJ) e em 1997 eu vendi as ações de cada plano por cerca de R$
1.700,00. Assim, além das linhas terem
saído de graça, eu ainda descolei um lucro total de cerca de R$ 1.200,00.
De 1995 a março de 1997, a Telebrás despejou no mercado milhões de planos de
expansão, ao ponto do Salvatore Cacciola ter comprado quase 500 mil planos
só para especular com eles. Quem não tinha grana para pagar a vista, podia
financiar os planos em até 24 meses sem juros.
Portanto, não existia subsídio nenhum e sim um baita lucro para o governo,
pois cada promitente-assinante pagava R$ 1.117,63 por linhas cujo custo
médio de instalação (devido a introdução da tecnologia SDH) havia desabado
para algo próximo a R$ 80,00.
> Se hoje as pessoas não conseguem pagar R$40,00 , não
é por culpa do
setor de telecom, e sim da politica economica de nosso pais. Porém
hoje as pessoas tem a oportunidade de ter telefone celular pre pago
sem nenhum custo de assinatura(não melhorou? ou voce acha melhor as
pessoas não terem nem telefone pai de santo?) pergunte isso pra
elas...
>
As tarifas de assinatura se tornaram inacessíveis porque as concessionárias,
com a total anuência da Anatel, usaram e abusaram do subsídio cruzado
(proibido pelo art. 103 da LGT), desviando boa parte das tarifas do STFC
para implementarem redes IP, que passaram a ser utilizadas por elas na
exploração de serviços em regime privado.
O sucesso da telefonia celular é prova do retumbante fracasso da
universalização da telefonia fixa já que, por causa dos altos valores das
tarifas da telefonia pública, as pessoas são forçadas a migrar para a
telefonia celular, 100% privada.
Quanto a perguntar se os donos dos celulares pais-de-santo estão
satisfeitos, eu até gostaria de saber a quantidade de chamadas que eles
fazem por mês pagando cerca de R$ 1,00 por minuto, quando a regulamentação
oficial (portaria 216/91 da SNC), emanada do poder concedente (Poder
Executivo), determina que quem paga tarifa de assinatura da telefonia fixa
tem direito a falar quantas vezes quiser, independentemente do tempo de
duração das chamadas, sem precisar pagar nada a mais por isso (tarifa flat
igual a da terra do Tio Sam).
> Quanto as açoes , hoje as pessoas tem a quem
reclamar, antigamente
eu precisava de telefone e nem esse direito era dado, ou seja você
não tinha o serviço e tambem não podia reclamar....
>
Conforme te falei aí acima, a minha breve experiência com o mercado de
capitais foi extremamente proveitosa. Quanto a questão do respeito aos
direitos dos usuários, sinceramente eu acho muito mais eficaz reclamar
diretamente com o poste da esquina do que com a Anatel.
> Temos diversas oportunidades de empresas para
prestarem serviços de
banda larga pelo pais inteiro, basta, o empresarios terem coragem (o
problema é que a maioria so quer explorar aonde ja tem serviço)
>
Não é bem por aí não. Cadê a concessionária da rede de troncos, que deveria
fornecer conectividade de backbone IP em condições isonômicas e neutras em
relação à concorrência para todas as demais empresas de telecom?
> O estado Brasileiro é um péssimo gestor dos recursos
e telecom
nunca foi bem administrada a prova final disso são os recursos do
fust que nunca foram usados (7bilhoes de reais) e segundo alguns
analistas esse dinheiro só existe no papel(contabilmente) já foi
gasto pelo governo e não se sabe aonde....
>
A grana do FUST, se é que ela ainda existe (nisso eu concordo contigo), só
não foi utilizada até hoje por culpa única e exclusiva do Minicom que, ao
invés de regulamentar o livro III da LGT e instituir a exploração dos
serviços de comunicação de dados em regime público (de forma a atender os
requisitos do art. 5º da lei
9.998/00), prefere ficar inventando artifícios para entregar essa bufunfa
toda às concessionárias do STFC.
Portanto Chefia, me parece que esse "milagre" da "santa privatização"
deveria ser melhor avaliado pelos seus devotos, já que ele está mais para
"milagre" de "santo-do-pau-oco".
Valeu?
Um abraço
Rogério