Ao debate! :-)
NOTÍCIAS RECENTES ainda
não veiculadas nos fóruns
Fabricantes de equipamentos, pesquisadores, dirigentes de distribuidoras de
energia, representantes de entidades e de empresa de fornecimento de
infra-estrutura cobraram hoje, durante reunião no Conselho Consultivo da
Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), a regulamentação do PLC
(Power Line Comunication). Uma proposta para normatizar o uso da tecnologia
- que permite a transmissão de dados, voz e imagens pela rede elétrica - foi
objeto de consulta pública na agência em agosto, e deve ser apreciada pelo
Conselho Diretor em fevereiro, informou o gerente de Engenharia de Espectro
da Anatel, Marcos de Souza Oliveira.
Segundo o presidente da Celg (Companhia Elétrica de Goiás), Ênio Andrade
Branco, o uso dessa tecnologia pode ser um importante instrumento de
inclusão digital. A companhia, que está testando com sucesso o uso do PLC
para levar a banda larga a escolas, postos de saúde e policiais de Goiânia e
de outro município, espera autorização para o uso comercial da tecnologia.
Para fazer os testes, com 90 pontos, a empresa obteve uma licença para fins
científicos e experimentais da Anatel. "Nós já temos um modelo de negócio
para exploração desse serviço, absolutamente sustentável, que reduziria
inclusive os prejuízos com perdas técnicas e comerciais de energia", disse.
O diretor da Hypertrade, empresa especializada em implantar infra-estrutura
de PLC, inclusive última milha, Maurício Guaiana, se queixa, sobretudo, da
carga tributária incidente sobre os equipamentos, calculada em 120%. Ele
também destacou a dificuldade de negociação com operadoras de serviços de
telecomunicações.
O pesquisador da USP (Universidade de São Paulo), Moacyr Martucci Júnior,
defende o uso do PLC de forma convergente, para reduzir custos e aumentar a
competição no setor de telecomunicações. Ele coordena o projeto Samba, que
experimenta a tecnologia como canal de retorno para interatividade da TV
digital.
O presidente da Aptel (Associação de Empresas Proprietárias de
Infra-estrutura e de Sistemas Privados em Telecomunicações), Pedro Jatobá,
diz que a aplicação do PLC em locais onde não há infra-estrutura de telecom
ajudará sobremaneira o esforço do governo em programas de inclusão digital.
"Os desafios ainda são grandes, mas as soluções, inclusive brasileiras,
surgem de todos os lados", disse.
O representante da Panasonic, Koichi Kitamura, disse que sua empresa fabrica
equipamentos para uso do PLC completamente adaptáveis ao sistema de
distribuição de energia elétrica do Brasil.
Os radioamadores, que se pronunciaram contra a regulamentação do PLC por
considerarem que interfere na freqüência usada por eles, não compareceram ao
debate, mesmo tendo sido convidados.
O acesso à Internet em alta velocidade via rede elétrica passará por mais um
teste oficial.
O Ministério das Comunicações realizará por dois anos testes de conexão banda
larga com o uso do PLC (Power Line Communication) no município de Candiota
(RS). A avaliação da tecnologia de transmissão dados através da rede elétrica
servirá para a validação das alternativas de soluções voltadas para a inclusão
digital.
O acordo com a prefeitura e a Companhia Estadual de Distribuição de Energia
Elétrica (CEEE) foi publicado na edição do Diário Oficial da União desta
segunda-feira, 17/11. A Associação de Empresas Proprietárias de
Infra-Estrutura e Sistemas Privados de Telecomunicações (APTEL) também
participará da iniciativa.
Desde 2004, o Minicom tem desenvolvido testes com o PLC na cidade de
Barreirinhas (MA) por meio do programa de inclusão digital Gesac (Governo
Eletrônico – Serviço de Atendimento ao Cidadão).
---------------------------------
Fonte: Teletime
[13/11/08]
AES
Eletropaulo Telecom entrará no mercado com rede PLC
A AES Eletropaulo Telecom anunciou nesta quinta-feira, 13, que oferecerá sua
infra-estrutura a prestadores interessados na oferta de banda larga pela
rede elétrica.
A empresa tem a tecnologia implantada em 300 prédios em São Paulo, com 150
clientes utilizando de fato o serviço em caráter de teste. A oferta
comercial deve acontecer no primeiro trimestre de 2009. A companhia investiu
R$ 20 milhões nos testes que incluem os equipamentos adquiridos da
norte-americana Current, e uma expansão da rede óptica de cerca em 70 km.
A AES Eletropaulo não vai prestar o serviço diretamente ao cliente final,
mas sim oferecer a infra-estrutura às operadoras e prestadoras de serviços
interessadas em fazê-lo. Teresa Vernaglia, diretora-geral da Eletropaulo
Telecom, afirma que não tem interesse em competir com os atuais clientes. A
companhia hoje tem uma rede de fibra óptica com 2 mil quilômetros de
extensão e fornece capacidade de backhaul e acesso às concessionárias de
telefonia e às operadoras móveis.
Modelos
A companhia chama o serviço de BPL (Broadband Poweline) que é a nomenclatura
européia, enquanto que PLC é mais usado nos EUA, conforme explica Teresa.
Foram desenvolvidos dois modelos de topografia de rede para o uso da BPL. No
modelo out build, o equipamento que insere o sinal de dados na rede elétrica
fica no poste de energia, logo depois do transformador. Em São Paulo, cada
transformador atende em média 1,8 edifício. Sendo assim, uma vez colocado o
equipamento, todos os apartamentos desses prédios ficam automaticamente
"iluminados". No modelo in-build, o equipamento é instalado na sala de
medição do condomínio, iluminando todos os apartamentos automaticamente, já
que o sinal de dados é distribuído junto com a energia. Para o serviço ser
prestado nesse segundo modelo, a fibra óptica tem que chegar até o prédio. A
vantagem do in-build é que os equipamentos já são homologados pela Anatel.
Consulta pública
A consulta pública que criou as especificações técnicas para o modelo
out-build terminou em 30 de setembro. Teresa afirma que o importante da
consulta é que ela determina as condições técnicas dos equipamentos, o que
dá segurança aos fabricantes para produzi-los e garante a interoperabilidade
entre os fornecedores. Com relação à Aneel (a agência reguladora do setor
elétrico), Teresa explica que como a solução in-build não usa a rede
elétrica pública (objeto da concessão), e sim a do prédio, não há problemas.
Ela disse que Anatel e Aneel têm conversado sobre o modelo que usa a rede
elétrica pública, mas até a Aneel não se pronunciou publicamente sobre o
assunto.
Teresa não vê problema do serviço ser prestado em caráter secundário –
conforme definido pela consulta pública. "Não consideramos que isso seja um
fator crítico para adoção da tecnologia. O nível de interferência é muito
baixo", diz ela.
Vantagens
A executiva explica que para as operadoras, a vantagem da solução é que ela
pode chegar até áreas onde hoje a oferta de banda larga pelos meios
tradicionais é deficiente. A executiva citou algumas regiões com essa
características que poderiam ser atendidas pelo BPL como Granja Viana,
Morumbi, Alphaville e Alto da Boa Vista – todas em São Paulo. Além disso, a
solução tem a vantagem de não precisar de nenhum tipo de cabeamento nos
prédios, o que é um fator crucial em edifícios mais antigos.
Do ponto de vista do usuário – conforme indicou pesquisa feita com os
participantes do teste – um benefício apontado é que a banda larga fica
disponível em qualquer tomada da casa. Teresa reconhece que com relação à
mobilidade, na prática as pessoas podem colocar um roteador wi-fi, mas frisa
que o benefício de ter a rede em todas as tomadas apareceu na pesquisa.
Outro benefício levantado pelos usuários do teste é a ausência de cabos pela
casa. A executiva afirma que foram criados filtros para impedir que os
equipamentos elétricos interfiram no desempenho da rede de dados. Segundo
ela, isso acontecia no começo. Outra questão importante é que a velocidade
de download é a mesma que de upload, o que não acontece no ADSL.
Crise
Teresa disse que neste momento todas as empresas estão observando com "muito
cuidado a intensidade e o tempo que a crise vai durar e a intensidade que
ela vai afetar o mercado brasileiro". Mesmo assim, a empresa pretende
crescer esse ano acima de 30%. Com crescimento médio anual de 48% desde a
sua criação há dez anos, a companhia registrou faturamento de R$ 65,3
milhões em 2007 e margem Ebtida de 62% no mesmo período. "O consumo de
circuitos de alta capacidade cresce acima da média da nossa melhor
estimativa", diz ela.
----------------
Enfim, o serviço de banda larga via rede elétrica começa, de fato, a ganhar
contornos comerciais. A Eletropaulo Telecom, empresa ligada à AES com atuação
em São Paulo, anunciou nesta quinta-feira, 13/11, que está "pronta" para
ofertar o serviço comercialmente e aguarda tão somente a regulamentação
oficial por parte da Agência Nacional de Telecomunicações.
Uma decisão estratégica foi tomada pela Eletropaulo: A empresa não vai vender
o serviço diretamente para os usuários, mas sim para as operadoras e
prestadoras de serviços que, hoje, já contratam a capacidade da provedora para
comprar circuitos de backhaul (backbone) e de última milha. "Houve a decisão
de não competir diretamente com os nossos clientes", afirmou a diretora Geral
da AES Telecom, Teresa Vernaglia.
Desde novembro de 2007, a Eletropaulo Telecom testa a tecnologia BPL
(Broadband Powerline) que é baseada no modelo europeu, mas na prática bastante
semelhante à PLC(PowerLine Communications), de origem norte-americana. "Não há
diferenças gritantes. Elas são bem parecidas", garantiu a executiva.
Hoje, segundo ainda Teresa Vernaglia, 300 prédios na grande São Paulo estão
"iluminados" e prontos para receber, comercialmente, o serviço, que
potencialmente estaria disponível para 15 mil clientes. A companhia, que
demonstrou como funcionará a tecnologia no dia-a-dia de uma família com a
conexão ativada num apartamento, localizado no Bairro do Itaim, na Zona Sul da
capital paulista, testa o produto com aproximadamente 150 clientes.
Teresa Vernaglia explicou que a Anatel autorizou a realização desses testes -
no modelo indoor (com a tecnologia dentro dos prédios) e para atender o escopo
da iniciativa, a Eletropaulo Telecom construiu uma rede de 70 Kms de fibra
óptica, de forma a levar o acesso de última milha.
À prova de interferências
Para a executiva, do ponto de vista tecnológico - os equipamentos utilizados
pela Eletropaulo Telecom são da norte-americana Current, mas o sistema,
garante Teresa Vernaglia está preparado para ser multivendor - a oferta do
serviço banda larga via energia elétrica está testado e os problemas
detectados anteriormente, entre eles, a interferência de eletrodomésticos no
acesso à Internet, foram resolvidas.
"Posso assegurar que as interferências cessaram. O teste neste prédio, por
exemplo, foi feito porque ele tem 50 anos. O que significa uma fiação elétrica
mais antiga. E foram necessários poucos ajustes para termos o serviço apto",
declarou Teresa Vernaglia.
A expectativa da Eletropaulo Telecom é que a Anatel publique a regulamentação
do serviço indoor de banda larga via energia elétrica ainda este ano. Assim, a
empresa estaria apta a vender o produto para as operadoras e prestadoras de
serviços ainda no primeiro trimestre de 2009. Mas, de qualquer forma, a
companhia já solicitou ao órgão regulador a renovação do período de testes por
mais um ano.
Para montar o produto, a Eletropaulo Telecom investiu R$ 20 milhões. Agora,
novos aportes só devem acontecer após a definição da regulamentação. Todos os
equipamentos utilizados pela Eletropaulo Telecom estão homologados e
certificados junto à Agência Reguladora.
Questionada se haveria a necessidade de uma integração entre a Anatel,
reguladora do setor de Telecom, e a Aneel, Agência do setor elétrico, a
diretora da Eletropaulo Telecom diz que os órgãos estão trabalhando para
fomentar as oportunidades. Mas, há, sim, pontos a serem ainda esclarecidos.
Entre eles, a questão da possibilidade de colocar equipamentos outdoor, ou
seja,nos postes da Eletropaulo Distribuidora.
Essa regulamentação, afirma Teresa Vernaglia, ampliaria o raio de atuação da
prestadora. "Hoje já pagamos para a Eletropaulo Distribuidora pelo uso do
poste. Agora temos que ver como será a regulamentação para instalarmos um
equipamento para o serviço de banda larga", esclarece. A regulamentação da
Anatel - a consulta pública sobre o tema foi recém-encerrada - deverá sair
antes de uma definição da Aneel.
BPL: Competitividade com qualquer serviço
O serviço de banda larga via rede elétrica é estudado há tempos, mas há poucas
ofertas comerciais mundialmente. Executivos da AES, empresa controladora da
Eletropaulo Telecom, informam que há serviços em Hong Kong, em Bombai, na
Índia, e em Cincinatti, nos Estados Unidos, todos com modelos comerciais
diferenciados. Em Hong Kong, por exemplo, a tele vende o serviço para o
cliente. Já na Áustria, o produto é comercializado diretamente pela empresa de
energia.
O produto, na prática, segundo explicaram os executivos da Eletropaulo
Telecom, será 'regulado' no aspecto de oferta de velocidade a partir da
configuração do modem, que será conectado à tomada. A operadora definirá as
velocidades possíveis - 1Mb, 2Mb, 5Mb, 20 Mbs, 40 Mbits, de acordo com os seus
planos de serviços. O diferencial, hoje, da banda larga via energia é a
velocidade equivalente para download e upload.
Atualmente o upload sempre possui uma velocidade menor, se comparada à do
download de arquivos. Indagada se o BPL seria competitivo com o FTTH( Fiber
to the home), serviço que a Telefônica, por exemplo, está instalando nos
Jardins, na Zona Sul de São Paulo, e que permite acesso à internet com
velocidades de 30 Mbits, Teresa Vernaglia garantiu que sim.
"Fizemos estudos de caso e somos bastantes competitivos, além de sermos uma
opção para levar o produto em áreas onde a infra-estrutura convencional não
chega ou não atende à demanda como é o caso de bairros em São Paulo como
Alphaville, Granja Viana, Alto da Boa Vista, entre outros", afirmou a
executiva.
A Eletropaulo Telecom não é a única empresa ligada ao setor elétrico
interessada em explorar o potencial da oferta de banda larga via sua
infra-estrutura de última milha. Outras companhias também desenvolvem projetos
no país, como a Eletronorte, na região Norte, e a Copel, no Paraná.
--------------------------
Ao mesmo tempo em que o Ministério das Comunicações anuncia testes com a
tecnologia PLC (Power Line Communication), que permite o uso da banda larga
por meio da rede elétrica, o Grupo de Radioamadores contra o PLC inicia uma
campanha via web de divulgação de um fórum de discussão online (
http://br.groups.yahoo.com/group/contraplc/)
para justamente desestimular a implantação do sistema no país. Uma das
alegações do grupo, formado em setembro, é de que o PLC interfere nas
transmissões da faixa HF, utilizada pelos radioamadores, assim como nas
comunicações de controle aéreo e marítimo.
De acordo com o radioamador Daniel Figueredo, que integra o grupo, a entidade
entrou com representações no Ministério Público Federal dos estados de São
Paulo, Rio de Janeiro, Sergipe, Rio Grande do Sul e Santa Catarina para pedir
explicações técnicas à Anatel quanto à implantação do PLC. Figueredo reclama
que há empresas anunciando a adoção comercial do sistema para o começo de 2009
sem que a regulamentação do serviço tenha sido feita pela Anatel.
Segundo o Ministério Público Federal em São Paulo, um ofício foi encaminhado à
Anatel, no dia 6 de novembro, questionando a agência quanto a realização de
estudos sobre a implantação da tecnologia e quais as conclusões desses
estudos, além de informações sobre o uso desta tecnologia em outros países. A
agência tem o prazo de 15 dias para responder ao ofício. Ainda de acordo com o
Ministério Público, o procedimento faz parte de um processo interno de
investigação do órgão federal, que irá tomar as providências necessárias caso
seja comprovado que a implantação do PLC cause dano a alguma comunidade.
O representante dos radioamadores considera que a maneira como deverá ser
implantado o PLC no Brasil é “defasada” e defende para isso a utilização da
fibra óptica ao invés da rede elétrica. “Nós não somos contra o PLC se a
tecnologia for bem aplicada”, diz Figueredo.
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) colocou em consulta pública
uma proposta para regulamentar o provimento de acesso em banda larga via rede
elétrica. Quais os principais pontos a serem observados no futuro regulamento,
de modo a garantir aos provedores rentabilidade e competitividade, além de
qualidade do serviço e preço acessível para os consumidores de menor renda?
Jogo desigual (por Orlando Cesar de Oliveira - Consultor da Copel): Onde tem
tomada pode ter comunicação; e nisso está a revolução que pode acontecer por
meio da PLC (Power Line Communication). Entretanto, para o novo modelo dar
certo, é preciso que entrem em cena novos atores com novos valores, ou seja,
provedores de serviços que coloquem em primeiro plano o cliente, não seus
produtos. Batizado de A2A (Any-to-Any); qualquer cliente, qualquer serviço,
por qualquer operador;, o novo conceito apóia-se mais em parcerias do que em
competição. A Copel manterá o foco naquilo que é de sua competência, ou seja,
a infra-estrutura, que hoje se traduz em uma rede poderosa e pronta para
prover multisserviços. Entretanto, o Artigo 3 da proposta colocada em consulta
pública pela Anatel não agradou a nossa companhia, pois propõe que as estações
de BPL (Broadband over Power Lines) sejam tratadas como equipamentos de
radiação restrita que operam em caráter secundário. Por que não caráter
primário? Tal colocação subordina a PLC às outras tecnologias.
Postura conservadora (por Geraldo Guimarães Junior - Presidente da BPL
Global): O Brasil está em média três anos atrasado em relação a outros países
(no que se refere à adoção de PLC em média e larga escala), mas pode recuperar
terreno. Nós e outros integradores e fornecedores de equipamentos aguardamos
ansiosos pela regulamentação dessa tecnologia para uso comercial, embora
consideremos conservadora a postura adotada no documento da Anatel.
O Brasil poderia ter mantido a mesma freqüência usada nos Estados Unidos; de
até 88 MHz na largura de banda; para garantir uma melhor performance da PLC.
Ao restringi-la em 50 MHz, a oferta de vídeo poderá ser impactada, o que não
acontecerá com a banda larga e VoIP. Trata-se de um desafio imposto aos
provedores interessados em formatar uma oferta para o usuário. As companhias
de energia elétrica serão as primeiras a se beneficiar da adoção de PLC para a
gestão inteligente de suas redes. A tecnologia também deve se firmar como
complemento a outras na última milha.
Para pequenos aglomerados (por Sebastião do Nascimento Neto - engenheiro de
telecomunicações da Brasil telecom): Há mais de dois anos a Brasil Telecom
estuda a PLC como alternativa para chegar aos pequenos conglomerados que estão
fora do alcance da nossa rede. O modelo de parceria é uma possibilidade para
viabilizar a entrada da BrT nesse novo mercado. Os entendimentos com a Celg
evoluíram e a meta é me¬lhorar o atendimento à região Centro-Oeste, que assim
como a região Norte é mais vulnerável às chuvas e nem sempre é adequa¬damente
atendida via satélite.
É bom lembrar que as teles fazem um alto investimento em infra-estrutura e
muitas vezes a rede interna do usuário não é satisfatória, o que compromete a
qualidade do serviço prestado. Em relação ao documento que está disponível
para consulta pública, ele é fruto de um diálogo permanente entre a Aneel
(Agência Nacional de Energia Elétrica) e Anatel e propõe critérios mais claros
para quem quer atuar nesse novo mercado.
Tecnologia madura (por José Gonçalves Vieira - Superintendente de negócios da
Celg): PLC veio para ficar. E como forma de atender à premissa de
universalização dos serviços públicos, o acesso à nova tecnologia deve ser
facilitado e incentivado. Acompanhamos há anos a evolução dessa tecnologia em
todo o mundo e consideramos que a PLC atingiu um nível de maturidade que lhe
permite ser colocada em pé de igualdade em relação às outras tecnologias e
integrar-se a elas. Já em relação ao documento disponível para consulta
pública, é fundamental estudá-lo em profundidade e aperfeiçoá-lo, de forma a
consolidar um regulamento que viabilize, de fato, a democratização e
universalização dos serviços públicos. O foco, como sempre, deve ser o que é
melhor para a sociedade.
Tecnologia vulnerável (por Demi Getschko - diretor presidente do NIC.br): Não
estou certo quanto à possibilidade da banda larga sobre PLC alcançar uma boa
performance. A tecnologia é mais vulnerável do que o cabo e o ADSL, e não
seria a nossa primeira opção em banda larga, já que a infra-estrutura da rede
elétrica não atende apenas a um usuário, mas é partilhada por vários
consumidores. O NIC.br testou PLC em ambientes fechados e o resultado foi
bastante satisfatório, o que nos leva a acreditar que essa tecnologia é mais
apropriada para aplicações, inclusive substituindo a conexão wireless nas
residências. O uso de PLC é, sem dúvida, um caminho para popularizar a banda
larga, que deve chegar ao consumidor com preço inferior ao cobrado pelo acesso
via modem ADSL. Já o modelo de parcerias entre companhias de energia elétrica
e pequenas teles é o mais indicado, pois seria indispensável promover a junção
das redes a fim de trazer o sinal o mais próximo possível do usuário e
garantir a qualidade do serviço.
------------------------------
A Associação de Empresas Proprietárias de Infra-Estrutura e de Sistemas
Privados de Telecomunicações (Aptel) considera essencial garantir que os
sistemas e equipamentos de PLC (Power Line Communication), que permite o
serviço de banda larga por redes de energia elétrica, operem em uma faixa de
80 MHz, e não 50 MHz, como propôs a Anatel na consulta pública para
estabelecer regras para o serviço. Segundo a Aptel, esse ponto precisaria ser
alterado. No entender da associação, é importante que essa faixa seja mais
ampla e alcance até 80 MHz, visando uma melhor administração do espectro de
radiofreqüência. Um dos principais argumentos da Anatel para a limitação até
50 MHz é o temor de que a PLC interfira em outros equipamentos ou tecnologias.
A associação entende, porém, que a tecnologia PLC avançou muito nos últimos
anos, tanto quanto as técnicas de mitigação de interferências
eletromagnéticas. "Um recurso como o Power Mask, presente nos atuais
equipamentos, permite por exemplo que cada subportadora do sistema BPL tenha
sua potência regulada e até mesmo desligada, se necessário", pondera Marinho.
O artigo 9 do documento da Anatel, referente às faixas de exclusão para uso de
equipamentos PLC, como garantia de não interferência nas radiofreqüências
utilizadas pelo Serviço Móvel Aeronáutico e Radioamador, também parece
excessivo para a Aptel. Além de comprometer a capacidade de transmissão dos
sistemas BPL, exigindo que uma grande quantidade de subportadoras seja
suprimida, trará prejuízo à qualidade dos serviços prestados e
conseqüentemente inviabilizará o uso comercial da tecnologia PLC no Brasil.
A Asociação de Empresas Proprietárias de Infra-estrutura e de Sistemas
Privados de Telecomunicações (Aptel) não concorda com a designação de caráter
secundário para o uso de Powerline Communications (PLC) previsto no
regulamento dessa tecnologia, que se encontra em consulta pública até o dia 29
de setembro. Os comentários oficiais da entidade ainda não foram redigidos e
devem ser enviados somente na semana que vem, pois a Aptel ainda está
recebendo sugestões de seus associados. "O caráter secundário é incompatível
com a prestação de serviço de telecomunicações", disse o presidente da Aptel,
Pedro Jatobá. Ele pondera, contudo, que o regulamento posto em consulta
pública pela Anatel significa um avanço, seja para o uso privado de PLC como
para prestação de serviço.
O assunto foi discutido no último dia do Seminário Nacional de
Telecomunicações 2008 Aptel, nesta sexta-feira, 19, no Rio de Janeiro. O
gerente operacional de planejamento da gerência de engenharia de espectro da
Anatel, Marco Tavares, foi um dos palestrantes. Ele evitou prever o que
poderia ser modificado no regulamento em razão da consulta pública e ressaltou
que o tema é de grande interesse da sociedade. Até o momento, houve 4.834
visitas à página da consulta pública na internet e 260 contribuições. "Uma
grande parte veio de radioamadores que temem a interferência da PLC sobre suas
transmissões. Mas também há contribuições de muitos cidadãos interessados em
acesso à internet", disse Tavares.
O regulamento da Anatel tem como objetivo exatamente evitar que a PLC
interfira em serviços que usam freqüências próximas, como o serviço móvel
marítimo, o serviço móvel aeronáutico, o serviço de rádio-amador, dentre
outros. A PLC é uma tecnologia que usa os cabos da rede elétrica para
transmitir dados. Dependendo da potência usada, é possível que haja
interferência a serviços wireless próximos aos cabos. "Mas isso pode ser
facilmente resolvido trocando o cabo", explica Jatobá, que aproveita para
lembrar que em anos de testes com essa tecnologia no Brasil não foi verificado
nenhum caso de interferência.