01.
Nosso "Serviço ComUnitário" acompanha pela mídia,
desde agosto de 2006, o tema "Rádio Digital".
Está tudo registrado na nossa coleção de "posts" registrada no item 03 desta
mensagem.
Nesse período, o ministro Helio Costa fez uma escandalosa defesa do padrão
americano IBOC.
Mas mudou de idéia, ufa! :-)
Em recente artigo assinado, do dia 21 de dezembro, o ministro declara:
(...) o Ministério das Comunicações não defendeu, e
nem defende, a adoção de qualquer dos sistemas estudados enquanto os
técnicos do Minicom e da Anatel não estiverem satisfeitos com os testes que
estão sendo realizados no Brasil e forem criteriosamente avaliadas as
experiências com o rádio digital nos EUA e na Europa. (...)
Sem comentários, devido à uma ligeira indisposição estomacal... :-)
O ministro, neste artigo, faz um recuo em seu posicionamento anterior e
isto é uma boa notícia neste final de ano!
Não tenho dúvidas que o motivo é político-eleitoral, para eliminar
desgastes, mas creio firmemente que o acompanhamento pela mídia, apesar
de não raro "pautada" e nem sempre isenta, foi decisivo para este recuo.
Resta saber se será definitivo pois muitas empresas gastaram um bom dinheiro
na importação de equipamentos no embalo das declarações favoráveis do
ministro.
Vai uma sugestão:
O ministro Costa, aproveitando seu conhecimento do assunto, poderia
certamente plantar uma bela semente que iria valorizar muito seu currículo:
criar um projeto concreto, com muitos recursos, para que nossa Academia, de
reconhecida competência, possa se aprofundar no tema e, quem sabe, criar um
padrão brasileiro de Rádio Digital.
02.
Eis as manchetes das notícias e artigos transcritos mais abaixo:
Fonte: Adnews
[29/12/08]
Hélio Costa abandona projeto de rádio digital por
Ethevaldo Siqueira,
do Estadão
(...) A mudança de posição foi radical. Depois de ter
defendido abertamente durante quase três anos e meio o padrão de rádio digital
norte-americano (Iboc ou HD), apresentando-o como o único aceitável para o
Brasil, o ministro das Comunicações, Hélio Costa, acaba de retirar seu apoio
àquela tecnologia, também preferida pela Associação Brasileira de Emissoras de
Rádio e Televisão (Abert). (...)
Ethevaldo cita um artigo de Helio Costa que está transcrito mais abaixo:
(...) O rádio digital, mesmo nos países de origem, tem
ainda muitos problemas, que precisam ser solucionados antes de tomarmos uma
decisão que terá um impacto direto nas comunicações. (...)
(...) Certamente, precisamos modernizar o rádio, mas só podemos fazer isso
quando os sistemas estiverem funcionando a contento, seguindo as normas
técnicas exigidas no exterior e no Brasil. (...)
No artigo, Helio Costa cita estas duas matérias que também transcrevemos mais
abaixo:
Fonte: Caros Ouvintes
[05/12/08]
E o rádio
digital? por
Nair Prata, Jornalista, doutora em lingüística
aplicada (UFMG), professora do Centro Universitário UNI-BH
Boa leitura!
Ótimo 2009!
Um abraço cordial
Helio Rosa
A mudança de posição foi radical. Depois de ter defendido abertamente durante
quase três anos e meio o padrão de rádio digital norte-americano (Iboc ou HD),
apresentando-o como o único aceitável para o Brasil, o ministro das
Comunicações, Hélio Costa, acaba de retirar seu apoio àquela tecnologia,
também preferida pela Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão
(Abert).
O ministro reconhece agora o que todos os técnicos independentes vinham
afirmando desde 2006: em todo o mundo, a tecnologia de rádio digital ainda tem
muitos problemas que não permitem sua adoção no Brasil.
O recuo de Hélio Costa, embora tardio, é um fato positivo, pois seria muito
pior se o País adotasse o padrão Iboc. O maior prejuízo ficaria com as 5 mil
emissoras de rádio brasileiras, que seriam levadas a investir numa tecnologia
que aindafunciona precariamente.
O que mais estranhou os observadores nesse episódio foi a posição da Abert, ao
defender apaixonadamente o padrão norte-americano, mesmo diante da comprovação
de seus problemas.
MARCHA A RÉ
Hélio Costa anunciou sua nova posição no domingo passado, em artigo no jornal
O Estado de Minas (leia-o no site Caros Ouvintes,
http://www.carosouvintes.org.br/blog/?p=2111), em resposta à jornalista e
professora Nair Prata, que havia cobrado do ministro, no início de dezembro, o
cumprimento de suas promessas quanto ao rádio digital.
Na realidade, o jornal norte-americano apenas confirmou a conclusão já
conhecida havia muito tempo: depois de quase 5 anos de introdução nos Estados
Unidos, a nova tecnologia digital não conta hoje sequer com 10% da adesão das
emissoras.
Para se ter idéia da baixa penetração do rádio digital nos Estados Unidos,
basta lembrar que, do lado dos ouvintes, mesmo com preços subsidiados, apenas
0,15% da população norte-americana adquiriu seu receptor digital.
PROBLEMAS
Uma das características do padrão conhecido pelo nome de In Band on Channel (Iboc)
ou HD Radio, criado pela empresa Ibiquity, é utilizar o mesmo canal de
freqüência para transmitir um único programa, simultaneamente, tanto no modo
analógico quanto no digital. A idéia é excelente, mas, até agora, o sistema
não tem funcionado de forma satisfatória.
Nas transmissões em AM e FM, o padrão Iboc apresenta, entre outros, o problema
do atraso (delay) de 8 segundos do sinal digital, em relação ao analógico.
Como o alcance do sinal digital é menor do que o analógico, nos limites de sua
propagação, a sintonia oscila entre um e outro, com grande desconforto para o
ouvinte.
Embora pareça ser a grande saída, a idéia de usar o mesmo canal para
transmissões analógicas e digitais, adotada pela empresa Ibiquity, não tem
tido sucesso na prática. O fato indiscutível é que essa tecnologia ainda não
está madura e apresenta diversos problemas sérios, como a impossibilidade de
se utilizarem receptores portáteis - pois o consumo de energia é tão elevado
que as baterias se descarregam em poucas horas.
Na Europa, outras tecnologias têm sido propostas em faixas de freqüências
exclusivas para o rádio digital, o que, no entanto, obrigaria à troca de todos
os receptores. Conclusão: ainda temos que esperar que o mundo desenvolva uma
solução melhor para a digitalização do rádio.
ANÚNCIOS PRECOCES
O ministro Hélio Costa, desde que tomou posse no Ministério das Comunicações,
em julho de 2005, tem anunciado numerosos projetos puramente imaginários que
nunca se concretizam ou que se revelam inviáveis.
Na abertura do evento internacional Américas Telecom, em outubro de 2005, em
Salvador (Bahia), ele anunciou que o Brasil já vivia "a era do rádio digital"
(quando apenas algumas emissoras iniciavam os primeiros testes com o padrão
norte-americano HD Radio ou Iboc). Na mesma ocasião, anunciou ao auditório que
a Grande São Paulo veria as imagens da Copa do Mundo de 2006 com imagens da TV
digital, que só entrou no ar em 2 dezembro de 2007.
Entrevistado no programa Roda Viva, da TV Cultura, em 2005, afirmou
categoricamente que o Ministério das Comunicações iria investir não apenas o
montante de R$ 600 milhões anuais dos recursos do Fundo de Universalização dos
Serviços de Telecomunicações (Fust), bem como o saldo acumulado então superior
a R$ 4 bilhões.
Até hoje o Brasil não utilizou praticamente nada do Fust. No ano de 2006, o
ministro garantiu que o Japão havia concordado em instalar uma indústria de
semicondutores (circuitos microeletrônicos) no Brasil, em contrapartida à
escolha do padrão de TV digital nipo-brasileiro. Na verdade, o Japão jamais
prometeu essa fábrica.
Ethevaldo Siqueira - O Estado de S.Paulo
Fonte: Caros Ouvintes
[21/12/08]
E
o rádio digital? Uma análise responsável por Hélio Costa, jornalista,
senador da República, ministro das Comunicações
O rádio digital, mesmo nos países de origem, tem ainda muitos problemas, que
precisam ser solucionados antes de tomarmos uma decisão que terá um impacto
direto nas comunicações.
O artigo de Nair Prata (3/12) sobre o projeto de rádio digital, em estudos no
Ministério das Comunicações (Minicom), merece reparos em virtude dos inúmeros
equívocos cometidos pela autora. O primeiro é não ver que a TV digital está
com o seu cronograma de instalação adiantado em 18 meses e que, em apenas um
ano, desde seu lançamento, em 2 de dezembro de 2007, cerca de 46% da população
brasileira, inclusive a de Belo Horizonte e região, já tem cobertura de TV
digital. Os Estados Unidos levaram 10 anos para chegar a esse índice em um
país que tem aproximadamente a mesma extensão territorial do Brasil.
Diferentemente da TV, o rádio digital continua enfrentando sérios problemas
nos seus países de origem. Em retrospecto, quando chegamos ao Ministério das
Comunicações, há três anos, algumas das principais emissoras brasileiras já
estavam testando, sem observação de normas técnicas, o sistema norte-americano
IBOC de rádio digital. O grupo de trabalho que criamos para supervisionar as
decisões sobre o rádio digital sugeriu a realização de testes oficiais e
rigorosos com o IBOC e também com os padrões europeus. O nosso objetivo é
encontrar as ferramentas básicas de um sistema que transmita em ondas médias (OM)
e freqüência modulada (FM), de modo a que o receptor do rádio digital possa
captar as transmissões no sistema analógico atual, em OM e FM, e passar
automaticamente para o digital onde a tecnologia estiver disponível. Caso
contrário, precisaríamos de três receptores diferentes: um para o rádio
analógico que você tem em sua casa ou no carro, um para captar a transmissão
em FM digital e outro para captar a transmissão em ondas médias ou OM digital.
Os padrões norte-americano e europeu de rádio digital têm diferenças
fundamentais. Enquanto o IBOC transmite no mesmo canal, sem utilização de um
novo espaço no espectro eletromagnético, tanto em OM quanto em FM, o europeu
DAB (digital audio broadcasting) , precisa de freqüências diferentes para a
transmissão em ondas médias e não faz transmissões em FM, ou freqüência
modulada. O DRM, por sua vez, também só transmite em OM e precisa de novos
canais, impossibilitando a sua utilização nas principais cidades brasileiras.
Só recentemente o padrão europeu DRM informou que está estudando um sistema de
freqüência modulada, transmitido no mesmo canal, no sistema digital. A empresa
IBiquity, detentora da patente do IBOC, ou Radio HD, se prontificou a trazer
os equipamentos para os testes que estão sendo conduzidos no Brasil pela
Universidade Mackenzie, supervisionados pelo Ministério das Comunicações,
Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e Associação Brasileira de
Emissoras de Rádio e Televisão (Abert). Os europeus, entretanto, até agora,
não viabilizaram a aparelhagem necessária às medições de campo, fundamentais
para uma avaliação científica e correta dos seus padrões. Outra questão que os
três sistemas precisam resolver é a transmissão em baixa potência, que ainda
não está definida, para que o rádio digital, no Brasil, não exclua as rádios
comunitárias autorizadas, principais instrumentos de interação dos bairros e
pequenas comunidades. Na verdade, esperamos que os EUA e a Europa resolveram
os problemas que encontraram na implantação do rádio digital e que impediram,
até agora, a sua popularização.
Vejam os exemplos: a edição do Wall Street Journal de 4 de novembro trouxe um
artigo assinado pela editora de tecnologia Sarah McBride, no qual diz que
“apesar dos milhões de dólares gastos no desenvolvimento e divulgação do Rádio
Digital HD, os consumidores, até agora, não têm informações suficientes e
ainda não demonstram qualquer entusiasmo pela nova tecnologia”. A revista
Radio World, editada por engenheiros de rádio, em artigo de Paul J. McLane,
diz que apenas 0,0015% dos norte-americanos ouvem o rádio digital, que está
sendo testado comercialmente por 1,8 mil rádios de um total de 13 mil
emissoras existentes no país. A FCC, a agência reguladora norte-americana,
informa que o Radio HD cobre, atualmente, só 1,5% do território
norte-americano e que tem apenas 450 mil usuários em uma população de 300
milhões de pessoas. A revista Radio World critica, também, o preço do receptor
de rádio digital nos EUA: US$ 80 (R$ 170), o mais barato. Imagine a que preço
esse rádio chegaria ao Brasil. Na Europa, a implantação do rádio digital
também está com enormes problemas. A conceituada publicação Observatório do
Direito à Comunicação, em 22 de fevereiro deste ano, fez uma análise crítica
da questão sob o título “A transição para o rádio digital ainda está em xeque
na Europa”. O artigo relata o “relativo fracasso do rádio digital, em ondas
médias, reafirmando que os testes demonstraram que a qualidade do áudio do
sistema DAB ou transmissão de rádio digital é pior do que o áudio da
transmissão FM analógica”. O jornal inglês The Guardian, por sua vez, foi
ainda mais incisivo na observação técnica que fez, e reproduziu assim o
pensamento dos radiodifusores europeus: “Nós temos medo de dizer isso
publicamente, mas, se pudéssemos, todos nós (dirigentes de rádios digitais)
devolveríamos nossas licenças de DAB amanhã”. O analista de mídia do Dresdner
Kleinwort, Richard Menzies-Gow, completou: “Os custos são altos e o formato
não gera lucro”.
Como se vê, claramente, nem mesmo nos Estados Unidos e na Europa o rádio
digital está aprovado. O Brasil está atento a tudo isso e só tomará uma
decisão quando ela for tecnicamente correta e atender o interesse público. A
demora não é nossa. O rádio digital, mesmo nos países de origem, tem ainda
muitos problemas que precisam ser solucionados antes de tomarmos uma decisão
que terá um impacto direto nas comunicações, na indústria eletroeletrônica e
principalmente nas políticas públicas de inclusão digital. Por outro lado,
como fez na decisão da TV Digital, o Governo Brasileiro não escolherá “um
sistema de rádio digital até o fim de 2008″, como diz equivocadamente a
articulista. Vamos indicar as ferramentas que devem compor a arquitetura do
rádio digital. Na verdade, entre outras exigências, já amplamente divulgadas,
o sistema terá de contemplar a transmissão em FM e OM, no mesmo canal, cobrir
todas as zonas de sombras do rádio analógico, dar à indústria brasileira
acesso aos detalhes técnicos do padrão, promover a transferência de tecnologia
e não ter custo para o rádio-ouvinte.
Assim, ao contrário do que diz um e-mail divulgado pelo Núcleo de Pesquisa de
Rádio e Mídia, e citado pela articulisa Nair Prata no Estados de Minas, o
Minicom não propôs qualquer parceria com a empresa americana IBiquity. O que
sugeriu foi que as indústrias brasileiras de eletroeletrônicos procurem os
detentores das patentes dos sistemas norte-americano e europeus para discutir
a transferência de tecnologia e os direitos de uso, especialmente do IBOC
estadunidense, um sistema proprietário e com várias ferramentas exclusivas que
demandam pagamento de royalties. Os mais recentes testes do rádio digital,
realizados na cidade de São Paulo pela Universidade Mackenzie, concluíram, em
julho último, que o IBOC, em ondas médias, apresenta sérios problemas de
propagação, com áreas de sombra maiores do que as que são observadas no
sistema analógico. O sistema europeu, DRM, por sua vez, só agora anuncia que
está trabalhando com a possibilidade de transmissão em FM, no mesmo canal.
Ainda ao contrário do que diz a articulista, o Ministério das Comunicações não
defendeu, e nem defende, a adoção de qualquer dos sistemas estudados enquanto
os técnicos do Minicom e da Anatel não estiverem satisfeitos com os testes que
estão sendo realizados no Brasil e forem criteriosamente avaliadas as
experiências com o rádio digital nos EUA e na Europa. Certamente, precisamos
modernizar o rádio, mas só podemos fazer isso quando os sistemas estiverem
funcionando a contento, seguindo as normas técnicas exigidas no exterior e no
Brasil.
* Jornalista, senador da República, ministro das Comunicações
Fonte: Caros Ouvintes
[05/12/08]
E o rádio digital? por Nair Prata, Jornalista, doutora em lingüística
aplicada (UFMG), professora do Centro Universitário UNI-BH
A implantação da TV digital no Brasil completa um ano, alcançando a marca de
470 mil aparelhos vendidos com o conversor embutido, atingindo cerca de 910
mil brasileiros, ou 0,5% da população do país, de 183 milhões. (*)
Mas e o rádio digital? Quando será, finalmente, que os brasileiros conhecerão
essa nova modalidade de radiofonia? A data para o início das transmissões do
rádio digital no Brasil era, inicialmente, 14 de setembro de 2007. Mas um
amplo movimento dos pesquisadores de rádio e mídia sonora de todo o país
questionou o Ministério das Comunicações acerca da tecnologia e dos métodos
que poderiam ser utilizados na implantação da modalidade digital. O movimento
culminou com um encontro em Brasília, em 13 de dezembro, entre uma comissão de
três professores e o próprio ministro Hélio Costa.
Na reunião, o ministro informou que o governo queria ser parceiro da empresa
norte-americana i-Biquity, detentora da tecnologia HD Radio, no
desenvolvimento de um sistema de transmissão e recepção de rádio digital
adaptado às particularidades brasileiras. Hélio Costa afirmou também, à época,
que o interesse do governo era ser como um sócio da empresa para, inclusive,
fabricar equipamentos no Brasil e, no futuro, exportar transmissores e
receptores para outros países da América Latina. O ministro condicionou esta
aproximação à abertura da tecnologia, hoje sob controle total da empresa. Com
a medida, os radiodifusores passariam a ter direito de uso e de adaptação do
HD Radio às características do sistema de radiodifusão sonora brasileiro.
O tempo passou e, findo o primeiro semestre deste ano, a população foi
brindada com a informação do Ministério das Comunicações de que até o fim de
2008 o Brasil teria o rádio digital. Dezembro começa e a promessa não se
concretiza. A digitalização das transmissões radiofônicas no Brasil deve
proporcionar mudanças tanto no aspecto técnico, quanto no conteúdo. No campo
técnico, a principal transformação é o som de primeira qualidade, isto é, o AM
com som de FM e o FM com som de CD. Mas também devem chegar, possivelmente,
novidades no campo da linguagem, com novas possibilidades interativas, novos
canais de transmissão e, certamente, um novo jornalismo.
Em Minas Gerais, apenas duas emissoras, das 350 existentes, têm dado passos
concretos rumo à implantação do rádio digital: a Rádio Globo AM, que iniciou
os testes em 2005, e a Rádio Itatiaia FM, que se prepara para as
experimentações. Como nos casos das outras emissoras brasileiras autorizadas
pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), as experiências em Minas
são com o Iboc (In-Band O Channel). Em entrevista para um estudo apresentado
há duas semanas no Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo, em São
Paulo, a Associação Mineira das Emissoras de Rádio e televisão (Amirt)
informou que o digital em Minas não vai chegar no prazo previsto. Segundo o
diretor Luiz Carlos Gomes, em 2007, os trabalhos não avançaram e isso
certamente vai impedir que o rádio digital se torne uma realidade em Belo
Horizonte nos próximos cinco anos.
Na pesquisa apresentada no congresso, Gomes observa que a evolução do processo
tem sido impedida em todo o Brasil pelo atraso na escolha do sistema de
transmissão e pela limitação de recursos, principalmente por parte das
pequenas e médias emissoras. O diretor da Amirt explica que, apesar de o
investimento médio mínimo ser de cerca de R$ 300 mil para uma emissora que já
conta com base física bem estruturada, há aquelas que já investiram mais de R$
1 milhão só neste período de testes ainda sem saber oficialmente se o modelo
que o Brasil vai adotar será mesmo o Iboc. Gomes diz que para os
radiodifusores está difícil até calcular os custos da empreitada. Segundo ele,
a Amirt fez uma tentativa, frustrada, de consultar nas indústrias brasileira e
norte-americana os custos para a implantação de transmissores digitais.
“Observamos que investir no rádio digital envolve muito dinheiro e apostas no
escuro em um projeto cercado de informações imprecisas. Todos os preços
passados pelos fornecedores eram hipotéticos, impossibilitando as emissoras de
terem, previamente, uma noção do quanto precisariam dispor para a implantação
do sistema digital.” Quando o país comemora o primeiro aniversário da
implantação da TV digital, pergunta-se: quando o rádio digital chegará ao
Brasil?
The radio industry's answer to the Internet, iPods and satellite radio has
been slow to make waves with consumers.
Called HD Radio, the technology allows radio stations to transmit a digital
signal in addition to a traditional analog signal. Plus, extra stations,
called "HD-2" or "HD-3," allow broadcasters to offer a wider range of
programming in a static-free medium. And listeners don't have to pay
subscription fees charged for satellite radio.
But four years after the first HD radios hit the marketplace, the new service
hasn't gained traction with consumers. For one thing, the signal can be heard
only through special digital radio receivers, with prices that start at about
$80. And just some of the nation's radio stations offer extra HD-2 or HD-3
channels -- with programming that often isn't much different from what
broadcasters play on their primary frequencies. Moreover, the digital signal
typically doesn't reach as far as the same station's analog signal, so in many
cities, the signal comes and goes as listeners drive around town.
[Sony's XDR-S10DHiP] Sony
Sony's XDR-S10DHiP is one of about 70 different tuners in the marketplace that
get HD Radio.
These drawbacks are temporary, argues Bob Struble, chief executive of Ibiquity
Digital Corp., the company that licenses and develops HD Radio technology. He
points to improvements, such as steadily lowering prices for HD radios, along
with some innovative HD stations.
Still, some industry veterans say HD Radio's rollout was bungled and fear that
the window of opportunity is rapidly closing as other audio entertainment
options, like Apple Inc.'s iPod music players, become entrenched. "If they
don't get [HD Radio] going right now, they're going to lose it," says Bill
Figenshu, a Skytop, Pa., consultant to radio and other media companies.
About 600,000 HD radios are expected to sell this year. Many say that rate is
too slow, considering that satellite radio now has 19 million subscribers and
that Apple will sell about 33 million iPods in the U.S. this year, says
Majestic Research's Richard Klugman.
But Mr. Struble says those aren't the right comparisons. Because HD radio
represents an upgrade rather than a brand new technology, it makes more sense
to compare it to the rollout of FM in an AM-dominated radio environment or to
color television in a world of black and white. Both technologies took years
to become dominant. "If folks expect this to be a one- to two-year transition,
that's not realistic," he says.
HD Radio is trying to find ways to piggyback on other popular products, like
creating HD tuners with docking stations for iPods and a feature that allows
users to tag songs for purchase later on iTunes.
Despite millions of dollars spent developing and marketing HD radio,
consumers' awareness and enthusiasm for the new technology is hard to gauge.
The industry-backed HD Radio Alliance, citing a survey it commissioned from
Critical Mass Media, says three out of four radio listeners know about the
technology. But an independent study from ratings service Arbitron Inc. and
Edison Media Research released earlier this year says only about one in four
had heard or read "anything recently about HD Radio." Since that study, the
industry has launched an aggressive advertising campaign for HD Radio.
Of some 13,000 radio stations in the country, about 1,800 are broadcasting
digitally. And of those, some 900 are offering extra HD-2 or HD-3 stations.
About 84% of Americans live in an area where they can hear at least one HD
radio station, Ibiquity says.
Work is also needed on the retail side, where some consumers report walking
into big electronics stores, asking for HD radio receivers and being led
instead to the section for satellite radio.
About 100 different models will be available in stores this holiday season, up
from just 30 last year, according to Ibiquity. Yet persuading holiday shoppers
of HD Radio's merits poses another challenge. The lure of extra HD stations
isn't always all it's cracked up to be, with too many sounding just like what
is already on the dial -- a classic-rock station might offer deep-cuts classic
rock on its HD-2 channel, for example. With such routine fare, "the audience
is going to give you a big ho-hum," says Mr. Figenshu.
Few HD-2 stations bring in revenue because most don't run advertising -- until
recently, the radio industry agreed to ban it in part to help HD-2 stations
win listeners. Meanwhile, because of the advertising downturn, revenue from
over-the-airwaves radio broadcasting has been declining at a rapid clip,
shrinking every month this year compared with the year-earlier period.
To win advertising, the digital HD-2 stations will have to prove they have
listeners. A new radio-audience measurement device being rolled out in some
big markets shows some people are listening to HD-2 and HD-3 stations, says
Thom Mocarsky, a spokesman for Arbitron. However, the listener numbers aren't
significant enough for the stations to show up in the rankings Arbitron sells
to radio companies.
There is a silver lining for HD-2 stations, however. Most are also running on
the Internet, where the better ones seem to be making headway. In Detroit, the
much-praised WRIF's Riff 2 plays a mixture of rap and rock, genres that are
normally strictly segregated on regular radio. It got about 6,000 streams in
September, meaning 6,000 visits by people who turned on the online feed. In
Denver, rock outlet 97.3 KBCO's HD 2 station, Studio C, got about 13,000
streams in September with its playlist of music sets collected from 20 years
of musician visits to its station.
Managers at both stations wondered whether adding HD-2 stations would draw
away listeners from their main outlets, hurting the rates they can charge
advertisers. In the end, they decided the tradeoff was worth it.
If listeners are about to switch off the station anyway, having them go
instead to Riff 2 is "better than having them go to all the other sources that
are out there," says Doug Podell, program director for Greater Media Inc.'s
WRIF. Still, he believes the vast majority of Riff 2 listeners hear the
station on the Internet, not on digital radio sets.
For the technology to really catch on with offline listeners, radio veterans
say, the industry needs to beef up the number of HD-2 and HD-3 stations and
increase the strength of the signal.
Already, the industry has filed a report with the Federal Communications
Commission, advocating the signal upgrade. Some broadcasters object, saying
stronger digital signals from nearby stations might cut into their own
signals. National Public Radio, a big HD player, supports the upgrade, but
with some protection measures in the roughly 15% of cases where it estimates
serious interference might result. Those measures could include limiting the
signal increase to core urban areas, says Mike Starling, NPR's chief
technology officer.
The industry also needs to make sure HD radios are widely available in cars.
But now that the price of the chipsets is dropping, making the extra cost of
HD Radio just $30 to $50 for car makers, the technology is creeping into more
auto showrooms. Next year, for example, HD Radio will be standard in new
Volvos.