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28/02/08
• TV Digital (22) - "Royalties ameaçam
lançamento oficial do Ginga"
----- Original Message -----
From: Helio Rosa
To: Celld-group ; WirelessBR
Sent: Thursday, February 28, 2008 9:35 PM
Subject: TV Digital (22) - "Royalties ameaçam lançamento oficial do Ginga"
Em outubro do ano passado o Ginga foi alvo de nossas atenções:
Fonte: Convergência Digital
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Responsável pela interatividade – o chamariz
para a atração do consumidor para a TV Digital Terrestre aberta – o software
brasileiro Ginga, em fase final de desenvolvimento, esbarra, agora, em
questões ligadas ao pagamento ou não de licença de uso de interfaces Java. O
impasse pode adiar o lançamento da versão completa do Ginga para o segundo
semestre, quando o prazo esperado era final de abril.
O chamado ginga J, baseado na linguagem Java,
pode ter que vir a pagar licença de uso de APIs, interfaces de aplicações,
baseadas na linguagem, desenvolvida pela Sun Microsystems. A discussão
acontece mundialmente, mas ainda não há uma posição oficial se há ou não
obrigação relativa ao pagamento de royalties pelo uso de algumas interfaces
(APIs).
O problema já mobiliza o Fórum do Sistema
Brasileiro de TV Digital Terrestre. Isso porque na norma de criação da TV
Digital aberta, apesar de não ser uma imposição, há uma diretriz que o Ginga
deverá ser lançado de forma integral, ou seja, reunindo as duas vertentes -
o Ginga NCL e o Ginga J.
Fontes que participaram da reunião do Fórum do
Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre, realizada na última
segunda-feira, 25/02, na capital paulista, admitem que o impasse preocupa.
Sem uma solução, o lançamento poderia ser adiado de final de abril para o
segundo semestre.
"Será um problema se houver um atraso. A
interatividade é o grande chamariz da TV digital e todos sabem que os
fabricantes estão preocupados com a fraca demanda dos conversores, até
porque o próprio ministro falou para a população não comprar os que estão no
mercado por considerá-los caros e sem a interatividade", diz uma fonte que
pede para não ser identificada.
Quando dois + dois são quatro
A norma do Fórum do Sistema Brasileiro de TV
Digital Terrestre prevê dois diferentes "engines" para o Ginga, o middleware
nacional da interatividade. São eles: o Ginga J e o Ginga NCL, este
último, desenvolvido pela PUC do Rio de Janeiro para prover uma
infra-estrutura de apresentação de aplicações baseadas em documentos
hipermídia escritos em linguagem NCL, com facilidades para a especificação
de aspectos de interatividade, sincronismo espaço-temporal de objetos de
mídia, adaptabilidade e suporte a múltiplos dispositivos.
O Ginga NCL é declarativo e tem foco na
sincronização de mídia, ou seja, ele é capaz de utilizar instruções ou
procedimentos para definir o conteúdo (vídeo, áudio, imagens e textos)
tornando-o um único conteúdo interativo. Esta versão, de acordo com as
fontes presentes a reunião do Fórum, está bastante adiantada e dentro do
cronograma que previa o lançamento de conversores no mercado com Ginga até o
final de abril.
Já o Ginga J - hoje motivo do impasse - foi
desenvolvido pela Universidade Federal da Paraíba, e tem como base a
linguagem Java. O desenvolvimento da ferramenta também está bastante
adiantada do ponto de vista tecnológico, mas, agora, há as dúvidas relativas
à necessidade ou não de pagamentos de royalties (licenciamento) pelo uso de
algumas APIs(Application Programming Interface ou Interface de Programação
de Aplicativos).
Todo o temor com relação ao adiamento do
lançamento oficial do Ginga para o segundo semestre reside no fato de o
Ginga J complementar o Ginga NCL, uma vez que ele permite implementar
qualquer tipo de algoritmo ou aplicações mais sofisticadas, não possíveis,
do ponto de vista técnico na linguagem NCL, segundo explicações de
especialistas ligados ao desenvolvimento do Java.
A discussão sobre royalties determinou,
inclusive, uma maior participação da Sun, desenvolvedora da linguagem Java,
no processo de criação do Ginga. Há um grande esforço para que o impasse
venha a ser solucionado o mais rápido possível. O ponto central não é o
fato de ter que pagar pelo uso das APIs Java, dizem as fontes, mas sim, a
necessidade de a questão dos royalties ficar explicada de forma transparente
para todos os integrantes do Fórum.
Essa definição é necessária para que, num
futuro, o problema de licenciamento não venha prejudicar a evolução do Ginga
no Brasil e, a venda do middleware, para outros países, que por ventura
venham a adotar o sistema brasileiro de TV digital terrestre, que adapta o
ISDB-T japonês. A norma de criação da TV Digital Terrestre especifica que o
ideal é que o Ginga venha a ser lançado completo, ou seja, com as duas
vertentes disponibilizadas, mas não há uma imposição oficial.
Segundo as fontes consultadas pelo Convergência
Digital, já há uma parcela de fornecedores interessados em lançar uma versão
do conversor (set-top-box) - equipamento que vai converter o sinal analógico
para o digital - apenas com o Ginga NCL - que já permitiria interatividade
para o consumidor final - comprometendo-se a tão logo a questão do Ginga J
seja resolvida, incorporá-la ao seu produto. Esse posicionamento, no
entanto, não é unânime e, por enquanto, a discussão está ainda centralizada
no Grupo de Trabalho de Mercado do Fórum. O Governo não teria, pelo menos,
segundo as fontes, sido consultado sobre a questão.
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