(...) Em suma, a proliferação de padrões de
radiodifusão digital cria um sério conjunto de desafio regulamentares no que
se refere ao planejamento do espectro e na apresentação de novos serviços.
Com mais de dez padrões diferentes disponíveis, cada um deles necessitando
de um receptor diferente, e com nenhum destes padrões tendo alcançado
aceitação ampla, a radiotransmissão digital ainda está longe de um estado de
convergência e interoperabilidade. A abordagem administrativa à alocação de
espectro envolve uma escolha entre padrões concorrentes cuja viabilidade é
incerta a longo prazo, especialmente em termos de receptores a nível de
consumidor. Abordagens com base no mercado não garantem de forma alguma a
aceleração do desenvolvimento, e podem até diminuir sua velocidade. A
incompatibilidade e a interferência causada entre os sistemas
incompatibiliza a aplicação de um modelo de espectro aberto. Diante desta
situação, vários governos tem iniciado uma revisão fundamental das diversas
opções para a difusão de som e das suas práticas regulatórias tradicionais.
Para os países em desenvolvimento ou em
transição seria correto admitir que, ao menos a médio prazo, os sistema
analógicos tradicionais (AM e FM) continuarão a ser a forma dominante de
rádio. Não seria recomendável investir no desenvolvimento de grande
infra-estrutura e novos sistemas de transmissão digital de rádio até que
haja maior certeza da viabilidade dos diversos sistemas digitais
disponíveis, além de disponibilidade geral de aparelhos receptores a preços
acessíveis às audiências dos países em desenvolvimento. Enquanto isso, a
melhor política de regulamentação pode ser a de esperar que tecnologias
serão bem-sucedidas nas economias mais desenvolvidas, de acordo com uma
revisão regular de padrões técnicos em desenvolvimento e de tendências de
mercado. (...)
Temos uma boa
coleção de matérias sobre o tema "Rádio Digital" e a mais antiga é de agosto
de 2005 (já vai completando três e meio aninhos). :-)
Eis um trecho:
Fonte:
Observatório da Imprensa
[11/08/05]
RÁDIO
DIGITAL - A um passo da democracia nas ondas sonoras
(...) Entrevista com o
engenheiro Higino Germani mostra como o Brasil pode definir de forma açodada a
transição do serviço de radiodifusão sonora, criando uma situação de fato que
tende a contribuir para tornar os canais de rádio ainda mais inacessíveis a
novos atores e dificultar a reestruturação desta mídia tão fundamental para a
cidadania. Em pleno andamento dentro dos órgãos de governo, este debate está
distante de diversos atores interessados e, ainda mais, dos cidadãos.
Desde o
início, nunca houve intenção do governo de trazer o "Rádio Digital" para um
debate mais amplo nem de levá-lo à consideração e estudo pela "academia".
O IDG Now!, em notícia de 13/09/05 - Anatel
autoriza primeiros testes de rádio digital -
já registrava o "fato consumado":
(...) Com essa realidade batendo à
porta dos brasileiros, o esperado era que ocorresse um debate público sobre os
novos conceitos de produção de conteúdos, canalização e interatividade, que
são os grandes desafios na migração das tecnologias de comunicação social
eletrônica. Prevalecendo o silêncio, pode imperar a posição defendida pelo
lobby de um grupo de empresas norte-americanas que quer ver o padrão In-Band
On-Channel (Iboc)
de rádio digital em alta definição implantado no Brasil de forma rápida. O
canto da sereia [conheça as empresas que financiam este lobby mundial
clicando aqui]
deste conglomerado parece ter seduzido boa parte dos empresários do setor e
de autoridades públicas, uma vez que o comparativo entre o Iboc e os padrões
europeus (DAB e DRM) e o japonês (ISDB Tn) de rádio digital está passando ao
largo das principais decisões. Ao contrário da TV Digital, onde a Anatel
realizou testes de campo e de laboratório com todos os padrões existentes, no
rádio a situação é outra.
Em agosto do ano passado o Governo
ainda tentava sacramentar o "sistema ideal" IBOC sem os devidos e necessários
testes.
Confiram:
Fonte: Info Online
[01/08/07]
Governo pode definir rádio digital sem testes
Apenas uma emissora de rádio já entregou à Anatel o relatório com os
resultados dos testes realizados no padrão digital de transmissão. De acordo
com o presidente da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert),
Daniel Slaviero, as emissoras entregarão os relatórios em até 60 dias. Mas
a definição do governo sobre o sistema ideal pode sair antes disso. Se
cumprir o prazo anunciado, o conselho consultivo apresentará sua proposta
final até o dia 14 de setembro. Atualmente, 16 emissoras de rádio AM e FM
operam em caráter de teste no sistema norte-americano In Band on Chanel (Iboc).
(...) O diretor de TV Digital do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em
Telecomunicações (CPqD), Juliano Castilho Dall`Antonia, alerta que "é preciso
ter um volume razoável de dados para responder categoricamente qual sistema é
o melhor. O que parece é que a discussão está incipiente. Precisava ter mais
informação. Não é só uma discussão teórica. São tantos os parâmetros e os
padrões possíveis, que precisa fazer um monte de testes, depois um monte de
análises", diz. (...)
Ainda sobre os
testes e a metodologia de avaliação, vejam esta matéria de maio de 2007:
Fonte: Observatório do Direito à
Comunicação
[15/05/07]
Padrão norte-americano não serve para o Brasil,
diz Frente (Frente
Nacional por um Sistema Democrático de Rádio e TV Digital)
Ela também questiona o fato da Consulta tratar o tema como “uma mera
substituição dos receptores analógicos por outros de melhor qualidade,
digitais”. De acordo com o documento, “trata-se de uma mudança de paradigmas
(...) rumo a um mundo mais convergente e integrado”.
(...) Outra questão apontada pelas entidades se refere à metodologia de
avaliação, que “indica a realização de testes pulverizados, em lugar de um
teste mais amplo realizado por um consórcio de entidades”, citando como
exemplo a ser seguido o método realizado com a TV Digital em São Paulo.
Ainda no âmbito da metodologia, o documento critica a falta de clareza em
relação à amostragem nas diversas etapas dos testes. “Na falta deste
plano, qualquer resultado ‘quantitativo’ terá um aspecto tecnicamente frágil,
pois um resultado num caso específico não será indicador seguro de que aquele
comportamento se dará em todas ou pelo menos na maioria das situações”. (...)
A Frente também reivindica transparência, equidade e publicidade na realização
dos testes, por meio de uma maior participação de outros atores da sociedade.
O ministro
nunca se cansa de ostentar sua "isenção" na linha do "para o IBOC tudo, para
o DRM, nada!"... :-)
Fonte: Estadão
[03/08/07]
Sistema de rádio digital só será escolhido após
testes
(...) Hélio Costa afirmou, no
entanto, que não tem como esperar a realização de testes com o sistema europeu
Digital Radio Mondiale (DRM). "Os testes DRM tem que ser feitos por eles
(técnicos que defendem o sistema europeu). Eles têm que trazer um transmissor
da Europa, colocar em São Paulo, fazer o teste, indicar para as emissoras que
estão dispostas a montar o sistema. Se não trazem esse transmissor até São
Paulo, não tem teste. Ou eles fazem os testes, ou não tem como participar".
(...)
O "conteúdo"
do atual Congresso Nacional é "lamentável" mas estamos numa democracia e é
preciso preservar e valorizar a instituição.
Bem ou mal, é na "Casa do Povo" que o tema deve ser debatido.
Mas...
Fonte: Agência Brasil
[14/08/07]
Erundina diz que ministro isolou legislativo da
escolha de modelo de rádio digital
(...) A deputada Luiza Erundina
(PSB-SP), presidente da subcomissão de Radiodifusão da Câmara dos Deputados,
criticou hoje (14) o ministro das Comunicações, Hélio Costa. Segundo ela,
Costa afastou o legislativo das discussões sobre o modelo de rádio digital que
será adotado pelo país. "Nem o Congresso Nacional, nem a Comissão de
Ciência e Tecnologia, que deveriam ter sido consultados, foram ouvidos.
Apesar da reivindicação que fizemos reiteradamente, não houve a possibilidade
de que o legislativo fosse ouvido”, afirmou.A deputada foi a autora do pedido
para realização de um debate público sobre os procedimentos de outorga,
fiscalização e legislação de radiodifusão comunitária, ocorrido hoje na
comissão. Segundo Erundina, a atitude do ministro do ministro pode prejudicar
a democracia nos meios de comunicação."A gente sabe que, se ele tiver o poder
que vem tendo até agora para, por conta própria, unilateralmente, e sem
nenhuma consulta ao Poder Legislativo, com certeza, as distorções,
desequilíbrios e as concentração deste poder fantástico da comunicação da
informação vai se tornar ainda pior a partir da incorporação dessas
tecnologias".
O ministro
Helio Costa, nestes três anos, tem citado somente o padrão americano
iBiquity que é um sistema IBOC (In-Band On-Channel).
Nos "States" este sistema é conhecido como "HD
Radio" (Hybrid Digital Radio) mas na
nossa mídia ganhou o apelido de "IBOC" mesmo. :-)
Um "pequeno" detalhe: iBiquity é uma empresa americana proprietária do sistema
"IBOC": para usar, tem que pagar royalties...
(...) Segundo o presidente da
Abert, o modelo de negócio definido pela Ibiquity para o Brasil prevê
que não seja cobrada a licença. O consórcio irá ter remuneração apenas sobre
os transmissores e receptores. De acordo com ele, o mercado no Brasil é de
cerca de 200 milhões de receptores.
(...) Fonte:
Agência Brasil
"Remuneração" sobre 200 milhões de
receptores...uau!!!
A escolha não-técnica de um "padrão proprietário" corresponde, em última
análise, à contratação de uma empresa sem licitação.
Tudo pode estar sendo feito com a maior lisura mas é preciso muiiiiita
transparência...
O ministro não
desiste do IBOC, fala "barbaridades" e a mídia repercute tudo com se fosse
"normal".
Vejam este texto, bem recente:
Fonte: TIInside
[14/12/07]
Ministro condiciona parceria à abertura da
tecnologia de rádio digital
O governo quer ser parceiro da
empresa norte-americana i-Biquity, detentora da tecnologia HD Radio, no
desenvolvimento de um sistema de transmissão e recepção de rádio digital. O
anúncio foi feito pelo ministro das Comunicações, Hélio Costa, durante
reunião, em Brasília, com representantes de 89 professores e pesquisadores
ligados ao Núcleo de Pesquisa Rádio e Mídia Sonora da Sociedade Brasileira de
Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom).
A comissão, que teve
o professor de jornalismo da Ulbra, Luiz Artur Ferraretto, como um de seus
três integrantes entregou ao ministro uma carta com propostas para a adoção de
uma tecnologia digital para o rádio.
Ao se referir à parceria com a i-Biquity, o ministro disse que o interesse do
governo é ser como um sócio da empresa para, inclusive, fabricar equipamentos
no Brasil e, no futuro, exportar transmissores e receptores para outros países
da América Latina. Hélio Costa condicionou essa aproximação à abertura da
tecnologia, hoje proprietária, ou seja sob controle total da empresa. Com a
medida, os radiodifusores passariam a ter direito de uso e de adaptação do HD
Radio às características do sistema de radiodifusão sonora brasileiro.
Os principais "padrões" de Rádio Digital, num
"resumo-resumido", são:
- Sistemas "americanos", do tipo IBOC (In-Band
On-Channel):
- HD Radio - é o tal que "já ganhou"...
- FMeXtra da Digital Radio Express
- DRM (Digital Radio Mondiale) apoiado por um grande consórcio de emissoras
internacionais
- DAB (Digital Audio Broadcasting) adotado pela
Comunidade Européia, Canadá e Ásia
- DAB + (versão mais atualizada do DAB)
- DMB (outra versão do DAB que transmite rádio e tv)
- ISDB (Integrated Services Digital
Broadcasting) - "sistema japonês"- cuja sigla já é conhecida da "TV Digital"
pois é uma espécie de convergência tecnológica de Rádio com TV
Digital.
Alguns classificam ainda um "sistema europeu" que, na verdade, é constituído
de duas variações, uma para cada serviço: o DAB para FM e o DRM para AM.
No artigo que foi citado no início desta
mensagem há uma discussão ampliada sobre estes padrões (Radiodifusão
digital por Steve Buckley)
Artigos técnicos têm sido publicados ao longo
do tempo, no site do
Informativo Sete Pontos,
- que os mais antigos já conhecem - e são de autoria de Takashi
Tome, pesquisador em telecomunicações da Fundação CPqD e membro
do SinTPq e FITTEL.
Já nos
perguntaram o que é que temos contra o IBOC. :-)
Resposta: Não temos nada, nem contra, nem a favor, nem "muito pelo contrário".
:-)
Nosso objetivo é ampliar o debate para que nossos participantes e leitores
formem sua opinião.
Mas como
Coordenador de uma ComUnidade de técnicos tenho "tudo" contra uma decisão
política ou comercial quando temos uma "academia" com nível de primeiro mundo
para debater e estudar o tema.
E mais. Nós,
que lutamos diariamente para "informar e compartilhar conhecimentos", ficamos
estarrecidos com a apatia e a anestesia geral sobre este e outros temas do
interesse do país.
De algum modo, nas linhas e entrelinhas, como vimos nos recortes acima, as
intenções do governo estão explicitadas e a reações (ou ausência delas) da
sociedade, também.
O aspecto "investigativo", característico da mídia convencional, parece que
não consegue seduzir a mídia dita "especializada".
A TV Digital
nasceu junto com a "TV Pública" ou a "TV do PT" segundo a sabedoria popular.
E vem aí a "Rádio Pública" e que poderá também se tornar a "Rádio do PT".
Exagero? Paranóia?
Confiram esta notícia:
Fonte: Agência Brasil
[01/08/07] Poder
público terá uma rádio digital em cada município, diz ministro
(...) “A idéia é que cada cidade
tenha pelo menos uma rádio pública”, afirma Hélio Costa, que hoje se reuniu
com o conselho consultivo que estuda o assunto. Até 14 de setembro o conselho
deverá apresentar um relatório com a indicação do sistema digital que o Brasil
deverá adotar. Há dois modelos em análise, o norte-americano (Iboc) e o
europeu (DRM).
Com o crescimento das rádios comunitárias, que já somam aproximadamente 2,5
mil em todo país – contando apenas aquelas em situação regularizada –, Hélio
Costa não vê necessidade de criar rádios temáticas, como ocorrerá com a TV
digital, em que o governo federal terá quatro canais - do Poder Executivo,
cultural, educativo e da cidadania -, além de dois canais para o legislativo
(Câmara e Senado).
“Elas [rádios comunitárias] atendem muito bem a comunidade”, mas,
“evidentemente, fica um espaço reservado para o poder público”, afirma o
ministro.
Segundo ele, a intenção é de que as rádios públicas sejam utilizadas
principalmente para o ensino à distância. “É um aumento do conteúdo, já que
você vai ter a possibilidade da multiprogramação com quatro programações
diferentes e simultâneas dentro da mesma banda”. (...)
Antes de prosseguir, não posso deixar de
registrar a "modéstia" do ministro que está no centro de tantas polêmicas:
(...) O ministro [Helio Costa]
aproveitou a oportunidade para reforçar o seu desejo de tentar alcançar o
governo de Minas em 2010. "O meu nome está sempre à disposição do meu
partido e dos partidos da base de apoio. Tenho 20 anos de serviço público
como deputado, senador e ministro", afirmou. Hélio Costa não escondeu sua
intenção de deixar o Ministério das Comunicações e reassumir o mandato no
Senado até no máximo julho do ano que vem. "Meu trabalho está se
completando. Acho que depois da implantação da TV digital, rádio digital,
internet banda larga sem fio e dos Telecentros posso me considerar realizado
e satisfeito. Se não terminar tudo isso até dezembro, acho que finalizo no
primeiro semestre de 2008", adiantou o ministro Hélio Costa. (...) Fonte:Correio
de Uberaba
Não sei se o ministro "Xará" Costa anda lendo
Goebbels mas se ele repetir um pouco mais acho que eu também vou acreditar
na conclusão dessa imensa obra...uau!
Mas voltemos
aos testes.
A Anatel, sem muito alarde, fazendo mais do que falando, tem dado
mostras que, gradativamente, está "encurtando as rédeas" em várias áreas.
Esta matéria,
já veiculada aqui em nossos fóruns, dá uma boa idéia de como e quem vai
executar os testes.
De qualquer modo fico com a forte impressão que estes testes ainda estão sendo
feitos "na correria" e num universo muito reduzido.
Qual é a pressa, sô?
Fonte: Jornal Hoje
[08/10/07]
Testes: Anatel vai enviar a emissoras a
metodologia criada
Sistema digital deve
ser testado por três rádios
Nas próximas semanas, a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) vai
enviar a duas ou três emissoras de rádio escolhidas a metodologia criada para
a realização de testes com os sistemas de rádio digital.
De acordo com o superintendente de Serviços de Comunicação de Massa da
agência, Ara Apkar Minassian, a escolha das rádios fica a cargo do setor. “Nós
pedimos que escolhessem, entre eles, quem vai ser o cobaia para estes testes.
É mais fácil do que você impor”. Para tanto, as especificações e metodologia
serão entregues à Abert (Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e
Televisão) e à Abra (Associação Brasileira de Radiodifusores).
Três principais questões deverão ser avaliadas: a qualidade do sinal, a
abrangência da cobertura e possíveis interferências entre emissoras do sistema
digital sobre o analógico.
O superintendente destaca que concentrar os testes em duas rádios “não
significa que são as duas melhores. Não tem nada a ver. Mas tenho que fazer um
teste na praça de São Paulo porque é crítica. Tenho edifícios altos e um monte
de obstáculos. Se o sistema der certo em São Paulo, a tendência de dar certo
em outras cidades mais planas é muito maior”.
Ele cita também Belo Horizonte e Rio de Janeiro como cidades que têm a
topografia bem diversificada. “Não pretendo remeter para 20 emissoras porque,
quando você abre muito o leque, vai ter resultados dispersos”, acrescenta.
RELATÓRIOS
Há dois anos, a Anatel começou a autorizar emissoras a realizarem testes com
sistema digital. Ao todo, 19 emissoras pediram autorização, no entanto, a
Anatel não sabe dizer quantas efetivamente realizaram testes.
Minassian conta que cada rádio testava o sistema da sua forma e o resultado
dos relatórios entregues à Anatel não responderam a uma série de dúvidas sobre
os sistemas. “Ninguém até agora conseguiu apresentar um resultado concreto,
sólido, que possa dizer o seguinte: ‘Eu usei o sistema e ele me atendeu, não
perdeu cobertura, não gerou interferência nos sistemas analógicos vizinhos’.
Ninguém me apresentou isso”, diz.
A Anatel definiu as metodologias que devem ser usadas pelas rádios nos testes.
Com ela, “vamos tentar fazer isso de forma coordenada”, completa o
superintendente.
Estas matérias recentes ainda não foram
divulgadas aqui nos Grupos e estão transcritas mais abaixo:
No final desta mensagem registramos nossa
"coleção comunitária" de artigos e notícias sobre Rádio Digital.
Respondendo à uma pergunta: não sou
jornalista, sou apenas um "leitor colecionador de notícias".
E deixo duas sugestões.
Este início de ano é uma boa oportunidade
para nossa mídia especializada voltar a procurar os atores - técnicos,
por favor! - que são muitos e fazer uma nova rodada de avaliação da
implantação do "Rádio Digital" no Brasil.
Tendo em vista tudo que está registrado acima, um governo realmente
sério "puxaria o freio", convocaria a "Academia" com uma boa verba para
pesquisa e adiaria a decisão por uns dois anos, no mínimo.
Tenho dito! :-)
Fonte: Oboré
[23/04/07]
Radiodifusão digital
por Steve Buckley, presidente da AMARC –
Associação Mundial de Rádios Comunitárias
A primeira geração da radiodifusão digital está sendo superada por
tecnologias melhores e mais eficientes.
A digitalização da televisão resultou na
proliferação de padrões de irradiação concorrentes, ao invés de uma
convergência de uma plataforma digital única. Comparado ao rádio, no
entanto, a escolha de padrões é relativamente limitada e a seleção
pode ser feita pela administração pública de cada país de acordo com
uma decisão de custo/benefício público e econômico relativamente
simples.
No caso da radiodifusão digital, onde
sistemas de transmissão digital tenham sido testados e desenvolvidos
durante um período de tempo bem maior, a situação é mais confusa. A
primeira geração da radiodifusão digital está sendo superada por
tecnologias melhores e mais eficientes. Os países, empresas e
consumidores que fizeram um investimento antecipado em sistemas
digitais encaram agora a necessidade de substituir uma tecnologia de
primeira geração cada vez mais obsoleta. É cada vez maior a
proliferação de padrões. Para os países em desenvolvimento ou em
transição há oportunidades de pular os primeiros estágios de
desenvolvimento mas ainda há riscos de se comprometer com tecnologias
ainda não testadas.
A digitalização do rádio, assim como a da
televisão, promete a melhoria da qualidade técnica do serviço, o uso
mais eficiente do espectro e maior funcionalidade. Em contraste com a
televisão, no entanto, a adoção de plataformas digitais pelos
consumidores tem sido lenta, mesmo em países onde os serviços de rádio
são amplamente disponíveis em plataformas digitais. Os principais
motivos para isso são que, aparentemente, a qualidade do serviço não é
o suficiente para convencer a audiência a mudar para o padrão digital,
além do custo do equipamento de recepção digital ser muito superior ao
seu equivalente analógico e das plataformas digitais não oferecerem
uma escolha ainda maior na variedade e diversidade dos serviços
disponíveis.
As agência de regulamentação no ambiente
de radiodifusão digital confrontam-se, por um lado, com uma adoção
relativamente lenta das plataformas digitais e, por outro, com as
demandas concorrentes de possíveis sistemas de transmissão digitais,
todas necessitando acesso ao espectro de rádio se elas desejarem se
firmar. Ao mesmo tempo o avanço tecnológico, particularmente em
técnicas de codificação de áudio, exige que os padrões digitais sejam
suficientemente flexíveis para poder evoluir com o tempo sem a
necessidade de substituir equipamento caro pelo consumidor.
As tecnologias já desenvolvidas ou em
desenvolvimento para a radiodifusão digital situam-se em seis grupos
principais. Três deles foram especificamente desenvolvidos para
transmissão terrestre e são conhecidos como DAB, IBOC e DRM. Além
disso, as tecnologias digitais de televisão DVB e ISDB estão sendo
desenvolvidas para incorporar serviços de transmissão de som. Nenhum
desses sistemas ainda foi aceito de maneira ampla. Finalmente, existe
um grupo distinto e não-compatível de tecnologias desenvolvidas para
rádio digital por satélite (SDR).
DAB, a primeira geração de radiodifusão
digital, foi desenvolvido por um consórcio europeu (1) no fim dos anos
80 e em alguns países, especialmente no Reino Unido, recebeu
substancial investimento de infra-estrutura e promoção pública como a
“nova” tecnologia. O padrão DAB apresenta uma melhoria da qualidade de
áudio apenas marginal, sua aplicação exige novo espectro e para
serviços de rádio locais (ao contrário de redes nacionais) não
representa uma melhoria significativa da eficiência do espectro em
comparação com sistemas analógicos. Uma tecnologia de codificação mais
avançada foi apresentada com uma versão atualizada e conhecida como
DAB+. Além disso, uma plataforma derivada que pode transmitir rádio e
televisão foi desenvolvida na República da Coréia com o nome de DMB
(2). Infelizmente, a primeira geração de receptores DAB são incapazes
de receber sinais DAB+ ou DMB e eventualmente terão que ser
substituídos.
Uma preocupação adicional com o DAB, sob a
perspectiva do interesse público, é a introdução de uma nova e
poderosa função para o operador da plataforma DAB e o alto custo de
infra-estrutura, inviável para muitos serviços de rádio rurais, de
pequena escala ou comunitários (3). A plataforma DAB funciona como um
“multiplex” em que um mesmo sistema de transmissão pode carregar até
10 programas. Na prática esta característica somente é viável para
cobertura regional ou nacional, ou para áreas urbanas que possam
sustentar este número de serviços de programa. Onde o DAB foi
aplicado, o operador do multiplex ganha uma posição de dominação que
pode gerar maior concentração de mídia, a não ser que sejam tomadas
medidas para garantir acesso justo e acessível à plataforma DAB, ou
que haja a garantia de oferecimento de serviços de interesse público
específico – como rádios comunitárias.
IBOC é um método geral ao invés de um
padrão técnico específico. A sigla em inglês significa “In Band On
Channel” e tem sido a abordagem preferida para a radiotransmissão
digital nos Estados Unidos. Os sistemas IBOC oferecem sinal digital
sobre um canal de rádio analógico. Em essência, IBOC é uma abordagem
incremental à digitalização, com impacto mínimo em sistemas de
regulamentação existentes ou na seleção de serviços disponíveis. Há
dois sistemas IBOC em operação nos Estados Unidos, conhecidos como
HDRádio (4) e FMeXtra (5). O Brasil, as Filipinas, a Tailândia e a
França já se licenciaram para testar a transmissão de rádio HD.
DRM (6) significa Digital Radio Mondiale,
que é o nome tanto de um consórcio internacional como de um padrão de
transmissão digital desenvolvido por este consórcio. DRM foi
desenvolvido inicialmente para a operação nas bandas AM (até 30MHz) e
particularmente para transmissão digital de rádios internacionais como
a Deutsche Welle. DRM oferece transmissão a custo relativamente baixo
e vem sendo considerado como um substituo viável para serviços de
rádio AM existentes. Comparado à transmissão em AM ele oferece
qualidade de som muito superior e maior eficiência de espectro. Uma
versão extensiva do DRM, conhecida como DRM+, está sendo desenvolvida
para bandas acima dos 30MHz, incluindo bandas de FM, e pode oferecer
uma solução de transmissão digital mais flexível e acessível que a
DAB para serviços de rádio em pequena escala, rurais ou comunitários.
A regulamentação dos serviços DRM deve ser semelhante à abordagem dos
serviços de rádio analógicos.
Tanto o sistema DVB europeu como o ISDB
japonês, discutidos na seção anterior e destinados à transmissão de
TV, estão sendo desenvolvidos para radiotransmissão digital. Uma
versão compacta do sistema DVB, conhecido como DVB-H, para sistemas
portáveis (sistema de mão ou handheld), é de particular relevância à
transmissão de som e pode tornar-se disponível rapidamente se mais
fabricantes de telefones celulares embutirem chips DVB-H na próxima
geração de celulares. Da mesma forma, uma variante do sistema japonês
ISDB, conhecido como ISDB-Tsb, está sendo desenvolvido no Japão para
serviços de transmissão de som terrestres.
Rádio Digital por Satélite (SDR) agrupa
sistemas distintos e não compatíveis para a transmissão digital por
satélite. Ao nível internacional tem liderança o sistema desenvolvido
por Worldspace e pode ser captado na África, no Oriente Médio, na Ásia
e na América Latina, e em desenvolvimento na Europa. Esse sistema está
em direta concorrência pelo uso do mesmo espectro que na distribuição
terrestre e por satélite de DAB. Nos EUA, XM Radio e Sirius Radio
conseguiram uma base substancial de assinantes para serviços
exclusivos em SDR. Os sistemas DMB, DVB e ISDB tem adaptações que
permitem distribuição por satélite.
Em suma, a proliferação de padrões de
radiodifusão digital cria um sério conjunto de desafio regulamentares
no que se refere ao planejamento do espectro e na apresentação de
novos serviços. Com mais de dez padrões diferentes disponíveis, cada
um deles necessitando de um receptor diferente, e com nenhum destes
padrões tendo alcançado aceitação ampla, a radiotransmissão digital
ainda está longe de um estado de convergência e interoperabilidade. A
abordagem administrativa à alocação de espectro envolve uma escolha
entre padrões concorrentes cuja viabilidade é incerta a longo prazo,
especialmente em termos de receptores a nível de consumidor.
Abordagens com base no mercado não garantem de forma alguma a
aceleração do desenvolvimento, e podem até diminuir sua velocidade. A
incompatibilidade e a interferência causada entre os sistemas
incompatibiliza a aplicação de um modelo de espectro aberto. Diante
desta situação, vários governos tem iniciado uma revisão (7)
fundamental das diversas opções para a difusão de som e das suas
práticas regulatórias tradicionais.
Para os países em desenvolvimento ou em
transição seria correto admitir que, ao menos a médio prazo, os
sistema analógicos tradicionais (AM e FM) continuarão a ser a forma
dominante de rádio. Não seria recomendável investir no desenvolvimento
de grande infra-estrutura e novos sistemas de transmissão digital de
rádio até que haja maior certeza da viabilidade dos diversos sistemas
digitais disponíveis, além de disponibilidade geral de aparelhos
receptores a preços acessíveis às audiências dos países em
desenvolvimento. Enquanto isso, a melhor política de regulamentação
pode ser a de esperar que tecnologias serão bem-sucedidas nas
economias mais desenvolvidas, de acordo com uma revisão regular de
padrões técnicos em desenvolvimento e de tendências de mercado.
(Tradução: Ricardo Paoletti)
(1) Desenvolvido pelo projeto Eureka 147,
ver
http://www.worlddab.org
(2) Digital Multimedia Broadcasting, ver
http://eng.t-dmb.org
(3) Já em 1992 um estudo do Conselho da Europa chamou atenção para as
dificuldades que o sistema DAB representa para radialistas em áreas
pequenas ou comunitárias, ver: Gronov, Lannegren e Maren (1992) New
Technical development in the sound broadcasting sector and their
impact on mass media policy, CDMM (92)18, Strasbourg: Council of
Europe
(4) Desenvolvido por Ibiquity Consortiumm, ver
http://www.ibiquity.com
(5) Desenvolvido por Digital Radio Express, ver
http://www.dreinc.com
(6) Digital Radio Mondiale, ver
http://www.drm.org
(7) Na França, por exemplo, ver: Republico f France (2006)
“Consultation publique sur lês norms de la radio numérique”,
disponível em
http://www.drm.gouv.fr/IMG/pdf/consultationradionumvf.pdf
Fonte: Hoje
[30/10/07]
Sistema digital deve ser testado por três
rádios
Nas próximas semanas, a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações)
vai enviar a duas ou três emissoras de rádio escolhidas a metodologia
criada para a realização de testes com os sistemas de rádio digital.
De acordo com o superintendente de Serviços de Comunicação de Massa
da agência, Ara Apkar Minassian, a escolha das rádios fica a cargo do
setor. “Nós pedimos que escolhessem, entre eles, quem vai ser o cobaia
para estes testes. É mais fácil do que você impor”. Para tanto, as
especificações e metodologia serão entregues à Abert (Associação
Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão) e à Abra (Associação
Brasileira de Radiodifusores).
Três principais questões deverão ser avaliadas: a qualidade do sinal,
a abrangência da cobertura e possíveis interferências entre emissoras
do sistema digital sobre o analógico.
O superintendente destaca que concentrar os testes em duas rádios
“não significa que são as duas melhores. Não tem nada a ver. Mas tenho
que fazer um teste na praça de São Paulo porque é crítica. Tenho
edifícios altos e um monte de obstáculos. Se o sistema der certo em
São Paulo, a tendência de dar certo em outras cidades mais planas é
muito maior”.
Ele cita também Belo Horizonte e Rio de Janeiro como cidades que têm
a topografia bem diversificada. “Não pretendo remeter para 20
emissoras porque, quando você abre muito o leque, vai ter resultados
dispersos”, acrescenta.
RELATÓRIOS
Há dois anos, a Anatel começou a autorizar emissoras a realizarem
testes com sistema digital. Ao todo, 19 emissoras pediram autorização,
no entanto, a Anatel não sabe dizer quantas efetivamente realizaram
testes.
Minassian conta que cada rádio testava o sistema da sua forma e o
resultado dos relatórios entregues à Anatel não responderam a uma
série de dúvidas sobre os sistemas. “Ninguém até agora conseguiu
apresentar um resultado concreto, sólido, que possa dizer o seguinte:
‘Eu usei o sistema e ele me atendeu, não perdeu cobertura, não gerou
interferência nos sistemas analógicos vizinhos’. Ninguém me apresentou
isso”, diz.
A Anatel definiu as metodologias que devem ser usadas pelas rádios
nos testes. Com ela, “vamos tentar fazer isso de forma coordenada”,
completa o superintendente.
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Fonte: O Globo
Online / Agência Brasil
[07/10/07]
Não há prazo para fim dos testes com
rádios digitais, diz Anatel
BRASÍLIA - O prazo para o fim dos
testes com rádios digitais vai depender dos esforços que serão
realizados por cada grupo. A afirmação é do superintendente de
Serviços de Comunicação de Massa da Agência Nacional de
Telecomunicações (Anatel), Ara Apkar Minassian, sobre o tempo que se
levará para concluir os testes oficiais de rádio digital dentro da
nova metodologia.
- Se tiver um esforço integrado com universidades, em dois, três
meses, é possível ter, pelo menos, alguma finalização. Porém, o último
pedido de autorização para realização de teste individual foi feito em
abril deste ano. Ou seja, até abril do ano que vem, ainda haverá
rádios testando - explica.
Minassian diz não querer gerar expectativas sobre quando os testes
oficiais com os sistemas de rádio digital estarão prontos.
- Hoje, eu não tenho resultados confiáveis - avisa o superintendente.
- O importante é ter resultados confiáveis porque a sociedade
internacional vai olhá-los com lupa e não pode ter furos - afirma.
O superintendente conta que, no processo de escolha da TV digital,
"muita gente questionou o resultado dos testes, mas nós tínhamos tanta
confiança que confirmamos tudo e tínhamos razão. Então você não pode
vacilar", diz Minassian.
Para ele, só agora, com a metodologia elaborada, é que o processo de
escolha do sistema digital começa a andar.
- Estamos na estaca, se não zero, incipiente ainda. Recentemente
conversamos com os radiodifusores que têm vontade de prosseguir com os
testes e também com as associações de classe envolvidas.
Segundo Minassian, o prazo final será dado pelo desenrolar dos testes.
- Temos que avaliar com muita cautela esses resultados. Se, na hora de
testar, surgir um imprevisto? É difícil você identificar agora os
problemas que vão surgir - avalia.
O superintendente conta que a maioria da empresas - tanto AM, quanto
FM - que realizaram testes individuais, optaram por testar o sistema
americano Iboc. Duas a três rádios serão escolhidas para fazerem os
testes oficiais.
Já o modelo europeu DRM será testado pela Universidade de Brasília
(UnB) em parceria com a Radiobrás. O transmissor já está com a equipe
da UnB e será instalado na estação transmissora da Rádio Nacional, em
Brasília. O aparelho receptor será instalado em um veículo móvel da
Radiobrás. Onze rotas distintas foram traçadas para testá-lo em
diversas localidades. Para iniciar os testes, a equipe aguarda a
visita de um técnico alemão que finalizará a instalação dos
equipamentos.
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Fonte: O Globo OnLine
[30/12/07]
Testes da rádio digital começam por São
Paulo por Mônica Tavares
BRASÍLIA - A partir do dia 10 de janeiro, a Associação Brasileira de
Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) e o Instituto Mackenzie vão
começar os últimos testes da Rádio Digital, na capital paulista, com
três emissoras - Rádio Globo (FM), Rádio Cultura (AM) e Rádio
Bandeirantes (FM). O assessor técnico da Abert, Ronald Barbosa,
informou que eles terão duração de pelo menos 10 dias e vão considerar
análise nos locais dos transmissores, para verificar as especificações
analógicas e também as híbridas (analógica e digital). Os testes serão
feitos com a tecnologia americana IBOC (In-Band-On-Channel).
- Nesta análise, temos condições de avaliar
a cobertura da estação e também saber as características técnicas como a
potência utilizada pela emissora - disse.
Também serão feitos testes de campo, para
verificar a cobertura analógica e digital do sinal e o desempenho do
sistema digital. Segundo Ronald Barbosa, objetivo é analisar as
características do sinal, transmitindo locução e diversos estilos de
música e programas.
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel),
segundo o assessor, solicitou que fossem indicadas emissoras para testes
de referência, com o objetivo de avaliar se os sinais das estações de
rádio causarão ou sofrerão interferência, no sistema digital.
Após concluir os testes em São Paulo, a
equipe irá para a cidade de Ribeirão Preto, onde vai avaliar a
tecnologia pelo período de 10 dias. E depois, fará testes também em
Belo Horizonte.
A partir de janeiro, a Associação Brasileira
de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) e o Instituto Mackenzie vão
fazer os últimos testes de rádio digital. O trabalho terá duração de
cerca de 40 dias e vai utilizar a tecnologia IBOC (In-Band-On-Channel).
O primeiro teste ocorrerá na cidade de São Paulo e vai durar 10 dias.
Depois, a equipe irá para Ribeirão Preto (SP), onde permanecerá
avaliando a tecnologia pelo mesmo período. Por fim, os testes ocorrerão
em Belo Horizonte (MG). O trabalho será coordenado pelo assessor técnico
da Abert Ronald Barbosa.
- Passaremos um período em cada cidade,
analisando todos os aspectos da transmissão digital. O objetivo é fazer
uma análise profunda do comportamento do sinal, para que o governo tenha
total segurança de optar pela tecnologia - disse Barbosa.
Os técnicos da Agência Nacional de
Telecomunicações (Anatel) serão convidados a acompanhar os testes porque
é importante que todos os passos tenham a concordância da Anatel,
explicou Barbosa. Para a Abert, o IBOC reúne as melhores condições para
ser adotado no Brasil porque é o único padrão capaz de promover a
transmissão simultânea, ou seja, mesmo com o funcionamento da tecnologia
digital, o sinal analógico continuará sendo transmitido.
A expectativa da associação é que até meados
de janeiro do ano que vem os trabalhos sejam concluídos para serem
encaminhados ao governo.
- Vamos solucionar qualquer dúvida a
respeito do IBOC, colaborando com o governo no processo de escolha do
padrão tecnológico - afirmou Ronald Barbosa.
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Fonte: TIInside
[14/12/07]
Ministro condiciona parceria à abertura da
tecnologia de rádio digital
O governo quer ser parceiro da empresa
norte-americana i-Biquity, detentora da tecnologia HD Radio, no
desenvolvimento de um sistema de transmissão e recepção de rádio
digital. O anúncio foi feito pelo ministro das Comunicações, Hélio
Costa, durante reunião, em Brasília, com representantes de 89
professores e pesquisadores ligados ao Núcleo de Pesquisa Rádio e Mídia
Sonora da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da
Comunicação (Intercom).
A comissão, que teve o professor de
jornalismo da Ulbra, Luiz Artur Ferraretto, como um de seus três
integrantes entregou ao ministro uma carta com propostas para a adoção
de uma tecnologia digital para o rádio.
Ao se referir à parceria com a i-Biquity, o
ministro disse que o interesse do governo é ser como um sócio da empresa
para, inclusive, fabricar equipamentos no Brasil e, no futuro, exportar
transmissores e receptores para outros países da América Latina. Hélio
Costa condicionou essa aproximação à abertura da tecnologia, hoje
proprietária, ou seja sob controle total da empresa. Com a medida, os
radiodifusores passariam a ter direito de uso e de adaptação do HD Radio
às características do sistema de radiodifusão sonora brasileiro.
O ministro acenou, ainda, com a
possibilidade de abertura de financiamentos pelo Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a indústria
eletroeletrônica. Até o fim do ano, Hélio Costa espera receber da Anatel
um relatório, “pormenorizado e consolidado”, sobre a situação dos testes
com o HD Radio que estão sendo realizados por emissoras comerciais.
Durante o encontro, o ministro
comprometeu-se em manter um canal aberto à discussão com a comunidade
científica, prometendo analisar as sugestões apresentadas pelos
pesquisadores. A comissão de representantes dos pesquisadores de rádio e
mídia sonora avalia como positivo o encontro com Hélio Costa e seus
assessores.
Os professores esperam que a decisão sobre o
sistema brasileiro de rádio digital considere as sete diretrizes
apontadas na carta entregue ao ministro: manutenção da gratuidade do
acesso ao rádio, transmissão de áudio com qualidade em qualquer situação
de recepção, adaptabilidade do padrão escolhido ao parque técnico
instalado, coevolução e coexistência do digital com o analógico,
aparelho receptor com potencial de popularização, escolha de uma
tecnologia não proprietária e com potencial de integração do rádio com
outras mídias digitais. Da Redação
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O coordenador da Associação Brasileira de
Radiodifusão Comunitária (Abraço), José Guilherme Castro, disse que o
debate sobre a implantação do rádio digital enfatiza a qualidade que o
novo sistema oferecerá e não trata da democratização da informação, o
que, para ele, inclui as rádios comunitárias. Ele também pediu anistia
para os comunicadores comunitários que respondem a processos na Justiça.
As observações foram feitas durante audiência pública na Comissão de
Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT), que
discutiu nesta quinta-feira (22) a implantação do rádio digital.
As rádios comerciais recebem tratamento diferenciado em relação às
comunitárias, disse José Castro. Segundo ele, a legislação é aplicada de
forma desigual ao fiscalizar e punir as comunitárias, o que não acontece
com as comerciais.
Quanto deve ser o saldo médio para não ser fiscalizado? Queremos vistas
grossas para todos ou Polícia Federal para todos? -indagou José Castro,
ao argumentar que o erro do Estado é tratar as rádios comunitárias como
"erva daninha".
Já na opinião da presidente da Federação das Associações das Rádios
Comunitárias do Rio de Janeiro (Farc), Maria das Graças Rocha, a
comunicação deve ser abordada como um direito das pessoas. Para ela, as
rádios comunitárias desempenham importante papel ao dar oportunidade às
comunidades para que se expressem. Ela também salientou que tais rádios
contribuem para a divulgação das tradições culturais, bem como prestam
serviço de utilidade pública à comunidade.
Maria das Graças Rocha ainda criticou a proibição legal que impede as
rádios comunitárias de captarem recursos publicitários. Ela destacou que
sem financiamento as emissoras não podem sobreviver nem se adequar às
novas tecnologias.
Durante audiência pública realizada na
Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática
(CCT), que discutiu nesta quinta-feira (22) a implantação do rádio
digital no Brasil, o secretário de Telecomunicações do Ministério das
Comunicações, Roberto Pinto Martins, afirmou que o Estado deve adotar o
sistema que respeite as características do modelo brasileiro de
radiodifusão, bem como contemple todos os radiodifusores. Para ele, a
decisão não poderá excluir emissoras por questões de custo tecnológico.
Martins explicou que existem os sistemas
norte-americano Iboc (In-Band-On-Channel), que utiliza as mesmas faixas
de freqüência usadas na atualidade, tanto em freqüência modulada (FM)
como em amplitude modulada (AM); os europeus DRM (digital Radio
Mondiale), para AM, e DAB (Digital Audio Broadcasting), para FM; e o
japonês ISDB (Integrated Services Digital Broadcasting). Ele informou
que o ministério está desenvolvendo testes em parceria com a Agência
Nacional de Telecomunicações (Anatel) para escolher o melhor sistema
para o Brasil.
Na opinião deMartins, a rádio digital
contribui para o aperfeiçoamento das mídias, uma vez que, segundo ele,
as emissoras farão uso mais eficiente do espectro de freqüência, bem
como terão possibilidade de realizar transmissões com maior qualidade.
Ele também disse que o rádio tem alta penetração e a digitalização
também poderá oferecer novas oportunidades de negócios com publicidade.
Na opinião do assessor técnico da Associação
Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) Ronald Siqueira
Barbosa, o sistema Iboc, por ser hibrido - transmite tanto de forma
analógica como digital -, poderá melhor se adequar às necessidades
brasileiras. Ele disse que, ao adotar tal sistema, as empresas poderão
continuar a transmitir suas programações analogicamente até que tenham
condições de implantar o sistema digital. Para o assessor, também o
público é beneficiado ao continuar recebendo sua programação preferida
sem a necessidade de haver mudança de freqüência ou de identidade da
emissora.
O gerente-geral de Administração de Planos e
Autorização de Uso de Radiofreqüências da Anatel, Yapir Marotta, disse
que a agência ainda não tem subsídios para fazer recomendações
conclusivas ao Ministério das Comunicaões em relação ao melhor sistema a
adotar. Ele informou que, das 20 autorizações para realizar testes,
foram efetivados 18 testes e destes, apenas cinco apresentaram
relatório. A Anatel, disse ele, decidiu elaborar procedimentos de testes
em parceria com a Universidade de Brasilía (UnB), cujos resultados estão
disponiveis no site da agência:
http://www.anatel.gov.br. Yapir
Marotta também informou que não existem resultados conclusivos sobre se
as emissoras de rádio comuntiárias poderão ser inseridas nos sistema
digital.
O professor do Departamento de Engenharia
Elétrica da Universidade de Brasília (UnB) Lúcio Martins da Silva
alertou para o fato de que o processo de implantação de rádios pode não
ter sucesso. Ele disse que, ao mesmo tempo em que há necessidade de
digitalizar para que o rádio não fique ultrapassado em relação às demais
mídias, há risco de não adesão das empresas e por parte do público. Ele
informou que as empresas radiodifusoras precisarão investir cerca de
cerca de cem mil dólares em equipamentos para transmitir de forma
digital e que também os usuários precisarão comprar novos receptores.
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Agilidade, interatividade, segmentação,
alcance e preço são algumas das qualidades apontadas para o meio rádio,
que, às portas da entrada na era digital, vive uma fase de
"renascimento", com novos formatos para os anunciantes e briga pela
audiência.
O faturamento publicitário no rádio, que
representa 4% do total, atingiu R$ 461,3 milhões entre janeiro e agosto
deste ano, montante 2,72% menor que os R$ 474,187 milhões de igual
período do ano passado, ano de Copa do Mundo, que alavancou a receita de
2006, segundo dados do Projeto Inter-Meios (Editora Meio & Mensagem). A
capital paulista e a Grande São Paulo concentram 46,9% do investimento,
seguido por região sul (17,6%) e Rio (15,3%). Em 2006 o faturamento
atingiu R$ 726,6 milhões, 8,7% maior que os R$ 668,3 milhões de 2005.
O publicitário Mário D’Andrea, VP de criação
da JWT Brasil, enxerga um renascimento do rádio nos últimos cinco anos.
"O rádio vem retomando sua posição junto aos grandes clientes", afirma
D’Andrea, que ressalta a interatividade do meio. "Hoje se fala muito da
internet mas o rádio é o primeiro grande veículo interativo do mundo."
Nos últimos cinco anos, diz o publicitário, melhoraram as ferramentas
técnicas de controle e planejamento de mídia, entre elas informações de
ranking de audiência, pesquisas e checagem da veiculação, outro fator
que têm atraído anunciantes. "Hoje o rádio oferece todas as ferramentas
tecnológicas de retorno do investimento", diz D’Andrea, que elogia
também o custo relativamente baixo e a agilidade do veículo.
D’Andrea, que considera o rádio o segundo veículo mais atraente para
novos investimentos, atrás da internet, pondera, no entanto, que a
qualidade criativa ainda está abaixo da criação para outras mídias. "O
brasileiro perdeu o hábito de escrever por causa da cultura televisiva,
então existe uma formação capenga na área de texto, é difícil encontrar
bons redatores publicitários."
O diretor de criação da Talent, João Livi,
destaca que o rádio está num período de retomada há três ou quatro anos,
após perder espaço para TV e internet. "Houve um grande esforço com
gente nova, novos formatos e programações, transmissão na internet, que
revitalizaram as rádios", diz Livi.
O publicitário observa que o rádio dá muito resultado, mas é comum as
agências criarem para TV e depois, aos 45 minutos do segundo tempo,
pensar para rádio. Única agência brasileira a ganhar um Leão de Ouro em
rádio no Festival de Cannes deste ano, a Talent fez trabalhos recentes
para Bavaria Premium (Femsa), Tigre, Ipiranga e Semp Toshiba.
A empresa de eletroeletrônicos, por sinal,
aumenta a cada ano seu investimento em anúncios no rádio. "É algo que
faz parte da historia da empresa, que foi fundada em 1942 para fabricar
rádios", conta o diretor de marketing da Semp Toshiba, Oswaldo Ubrig.
Segundo ele, o rádio é mais flexível e a empresa consegue captar as
diferenças regionais, já a TV fica mais presa à programação nacional. A
empresa investiu R$ 37 milhões em ações de marketing em 2006, das quais
R$ 3,5 milhões no rádio. Neste ano deve investir R$ 40 milhões e R$ 5
milhões, respectivamente.
O VP de criação da Euro RSCG, Jader Rossetto,
comenta que o rádio é uma das mídia que causa maior impacto e tem a
vantagem de ser mais barata que outras. "O rádio é um veículo com muita
força, formador de opinião. O programa Pânico surgiu no rádio e olha o
sucesso deles", destaca.
Entre janeiro e agosto deste ano, a Euro RSCG Brasil registrou
investimento de 3% no meio rádio, ante 2% no mesmo período do ano
passado. Para Rossetto, entretanto, o rádio ainda esta muito mal
aproveitado. "A geração de criativos de hoje pensa muito pouco sobre
rádio", menciona.
Segundo Luis Flávio Padilha, VP de mídia da Euro, a perspectiva de
crescimento neste meio está vinculada à criação de novos formatos de
campanha, atrelados à produção de conteúdo. "As campanhas atuais pedem
cada vez mais que se crie um contexto entre marca e conteúdo. O meio
oferece grande flexibilidade e dinamismo para esta forma de comunicação
e por isso penso que boas oportunidades devem aparecer a curto e a médio
prazo até por conta da chegada da rádio digital."
O presidente e diretor de criação da
LongPlay, Fernando Luna, conta que a agência começou a trabalhar mais
com rádio após a Lei Cidade Limpa. "A lei fez com que mídia indoor e
rádio começassem a ser programados com mais carinho no planos de mídia",
conta Luna. O publicitário diz que a agência, que têm como cliente a
Klabin Segall, está conseguindo botar campanhas no ar de clientes que
não faziam rádio, como imobiliárias. "Com o rádio, por ser uma mídia
segmentada, o anunciante consegue atingir o público certo", ressalta
Luna, elogiando também o custo baixo em relação a jornal e TV. O rádio
está crescendo dentro do orçamento da agência e neste ano a criação para
o veículo deve crescer de 20% a 30% sobre 2006.
Daniela Pereira, diretora de mídia da LongPlay, informa que atualmente
15% do bolo publicitário da agência é investido em rádio. "A empresa
está sempre inquieta na busca pelo aumento deste share e, portanto, é
com otimismo que vemos o futuro deste meio no nosso negócio", arremata a
diretora.
(Gazeta Mercantil - Gustavo Viana
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Artigos e
Notícias referenciados nesta e nas mensagens anteriores:
Fonte: AESP -
Associação das Emissoras de Rádio e TV do Estado de São Paulo /
Origem: O Estado de S.Paulo - Economia & Negócios
[21/10/07]
A polêmica do rádio digital no Brasil por
Ethevaldo Siqueira
Fonte: Portal G1 - Coluna
do Silvio Meira
Fonte: Agência Brasil
[19/08/07]
Rádios pequenas podem desaparecer se migração
for cara, alerta coordenador de fórum
por Alessandra Bastos
Fonte: Caderno Link
do Estadão
[19/08/07]
Rádio
digital espera definição do governo
Fonte: Thesis
[15/08/07]
Rádio digital: alto custo por
Equipe Thesis
Fonte:
Correio do Povo
[17/08/07]
Super RG faz jantar para 27 anos
Fonte:
Agência Brasil
[14/08/07]
Erundina diz que ministro isolou legislativo
da escolha de modelo de rádio digital
por Alessandra Bastos
Fonte:
Estadão
[03/08/07]
Sistema de rádio digital só será escolhido
após testes
Fonte:
IDG Now!
[03/08/07]
Receptor de rádio digital nacional custará
cerca de R$ 70, afirma Costa por
Redação do IDG Now!
Fonte:
IDG Now
[02/08/07]
Rádio digital nacional misturará padrões da
Europa e dos EUA, diz Costa Por
Redação, do IDG Now!*
Fonte:
TIInside
[02/08/07]
Escolha de sistema de rádio digital será
adiada até conclusão de testes
Fonte:
Convergência Digital
[02/08/07]
Congresso terá de impor limites à MP do
Paraguai por Luiz Queiroz
Fonte: CorreioWeb
Fonte: Agência Brasil
[01/08/07]
Conselho de Rádio Digital discute modelo a ser
anunciado até setembro por
Alessandra Bastos
Fonte: Meio&Mensagem
[31/07/07]
Hélio Costa e Abert se reúnem com Iboc
Fonte: Meio&Mensagem
[27/07/07]
Sistema Brasileiro de Rádio Digital será
híbrido por Alexandra Bicca, de
Brasília
Fonte: Revista Publicidad
Fonte: Agência Brasil -
Telebrás
Fonte: Observatório do
Direito à Comunicação
Fonte: JC Online
[09/05/07]
Os padrões de Rádio Digital
Um ótimo resumo num texto de Marcelo
Alencar, professor titular da UFCG e Vice-Presidente da Sociedade
Brasileira de Telecomunicações (SBrT)
Fonte: Teleco
[04/07/05]
Tutorial
Rádio Digital por Juarez Quadros do Nascimento,
ex-Ministro das Comunicações e engenheiro eletricista.
Fonte: Informativo Sete Pontos
Artigo Técnico:
[Nov 2004]
DAB Eureka 147 por
Takashi Tome, pesquisador em telecomunicações da
Fundação CPqD e membro do SinTPq e FITTEL.
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