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Janeiro 2008 Índice Geral do BLOCO
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20/01/08
• "Ouvidor critica Anatel" e opinião de Rogério Gonçalves,
da Abusar
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To: Celld-group@yahoogrupos.com.br ; wirelessbr@yahoogrupos.com.br
Sent: Tuesday, January 15, 2008 5:03 PM
Subject: Ouvidor critica Anatel e defende criação de megaoperadora
nacional
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----- Original Message -----
From: Rogerio Gonçalves
To: wirelessbr@yahoogrupos.com.br
Sent: Wednesday, January 16, 2008 1:36 AM
Subject: [wireless.br] Re: Ouvidor critica Anatel e defende criação de
megaoperadora nacional
Oi Hélio,
Vamos ao nosso diálogo de sempre...
O Aristóteles me surpreendeu. Depois de passar quase quatro anos admirando o
próprio umbigo na ouvidoria da agência, o cara mandou bem...
Gostei dele ter enxergado o óbvio da Anatel ter sido capturada pelas futuras
concessionárias de telefonia quando ainda estava na barriga do Sérjão (não me
pergunte como foi o parto). Só faltou ele falar da ANUST e do IBDT, que
reuniam os investidores para os quais foi criada a doutrina "...tudo deverá
ser feito para assegurar aos investidores um excelente retorno do capital
empregado", que é seguida à risca pela agência até hoje.
Também foi interessante ele ter lembrado do discurso padronizado (pag. 12),
inventado pelo governo FHC, que justificava a necessidade da privatização como
forma de atração de investimentos privados nacionais e internacionais, para lá
adiante (pag. 36) afirmar que, "de acordo com os levantamentos realizados pela
Ouvidoria, os
investimentos internacionais no setor ao longo do tempo ficaram, praticamente,
restritos à aquisição do controle acionário das concessionárias de telefonia
fixa, os quais foram complementados por aportes do capital nacional."
Uma das poucas derrapadas do Aristóteles aconteceu quando, depois de pronto,
ele resolveu mudar o relatório para fazer média com o chefe pois, na ânsia de
encher a bola do "programa de banda larga" do Lula, o ouvidor criou uma
tremenda contradição com a sua afirmativa de que, a partir dos monopólios
privados na rede da telefonia local, as empresas estabeleceram um outro
monopólio, na prestação de serviços de banda larga utilizando a tecnologia
aDSL (pág. 14). Considerando que o projeto do governo pretende utilizar
justamente a malha aDSL monopolizada das concessionárias para implantar as
conexões internet em banda larga nas escolas dos grandes centros e, ainda por
cima, remunerá-las com a grana do FUST, graças a troca das obrigações dos PSTs
pelos backbones, o adendo intempestivo do ouvidor acabou virando uma tremenda
bola fora.
Uma revelação curiosa aparece na pág. 32 quando, ao assumir para a FITTEL a
idéia da criação de uma grande empresa de telecomunicações que
disponibilizaria apenas a infra-estrutura, sem disputar serviços, o
Aristóteles se refere implicitamente ao contrato de concessão do serviço de
troncos que a Embratel, por força do art. 207 da LGT, deveria assinar. Daí
surge uma dúvida: se ele mesmo reconhece que os reguladores mais modernos do
mundo apostam nesta fórmula (modelo "open reach"), como a melhor forma de
afastar o fantasma do monopólio e de assegurar a competição nos seus países,
por que então não abriu logo o jogo e cobrou do governo o cumprimento imediato
do art. 207 da LGT, já que seria impossível o ouvidor da agência desconhecer a
maracutaia do falso contrato de concessão de STFC de
longa distância da Embratel que rolou em 1998?
As única coisa que me desagradou profundamente foi o extremo cuidado
demonstrado pelo ouvidor em evitar que os serviços de redes IP da internet
fossem caracterizados como serviços públicos de comunicação de dados (conforme
prevê o art. 69 da LGT), que o forçou a utilizar sofismas ridículos no texto,
do tipo "levar Banda Larga e Internet para todos" (Págs. 31 e 46), quando a
expressão correta deveria ser: "levar Internet em Banda Larga para todos".
Isso pegou muito
mal, por passar a impressão que até o ouvidor da Anatel está querendo encobrir
as violações ao art. 86 da LGT praticadas pelas concessionárias de telefonia.
O Lula não saber desse cambalacho é até justificável. Mas, um cara com
milhares de quilômetros rodados em assuntos de telecom feito o Aristóteles não
saber disso, é ruim de
engolir.
De qualquer forma, mesmo ignorando solenemente a existência da Abusar, o
ouvidor fez bem a parte dele.
Valeu?
Um abraço
Rogério Gonçalves
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