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Julho 2008
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O conteúdo do BLOCO tem
forte vinculação com os debates nos Grupos de Discussão
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01/07/08
• PL-29/2007 (04) -
"Resumo" e novo Editorial de Alice Ramos
Este é o "Serviço ComUnitário" sobre o PL-29/2007
que propõe novas regras para o setor de TV por assinatura no Brasil e abre o
segmento de distribuição de conteúdo para as empresas de telefonia.
01.
Mais abaixo transcrevemos parcialmente o novo
Editorial da jornalista e nossa participante Alice Ramos, que trata
do assunto PL-29: Brasil terá marco regulatório para telecom e
radiodifusão.
Esta matéria está publicada no
Adnew e no
AliceRamos.com,
ambos "parceiros informais" da ComUnidade, para compartilhamento de
informações, sem interesses comerciais.
(...) Em artigo enviado com
exclusividade ao Adnews, a colunista Alice Ramos escreve sobre um possível
novo marco regulatório para telecom e radiodifusão brasileiras.
Trata-se do projeto de Lei n° 3516/2008, que pretende atualizar e definir
regras claras aos consumidores, bem como unificar a regulação dos serviços de
TV a cabo e distribuição de conteúdo audiovisual. Porém, segundo ela, a idéia
sofre oposição da Rede Globo, contrária à modernização das leis (...)
(...)
Todavia é relevante destacar
que a proposta de consolidação da LGT, através do Projeto de Lei n°
3516/2008 prepara o caminho de outro projeto, extremamente importante para o
Brasil, e que vem sendo discutido arduamente.
Trata-se do PL 29, que está
em tramitação no Congresso Nacional.(...)
Vale conferir.
No meu entender, Alice Ramos destaca-se na pasteurizada "mídia especializada
em TI e Telecom" pela sua coragem; não teme opinar; ferina, bate forte em
"gregos e baianos", sempre "colocando os pingos nos iis". :-)
Independente das suas posições, não raro polêmicas, Alice é alvo de nossa
admiração, respeito e carinho.
Todos os Editoriais da Alice estão referenciados
nesta página comunitária.
02.
Confesso minha dificuldade de colocar este
assunto e suas particularidades num "resumo-resumido" que permita uma melhor
perspectiva.
Enquanto isso, aguardando ajuda de alguma boa
alma, vamos recortando da mídia e costurando nossa "colcha de retalho
comunitária" para permitir a ambientação de todos e o desejável debate. :-)
O Projeto de Lei 029/2007 tem 43 artigos que vão
desde a definição de cada ator no modelo de negócios da TV por assinatura
(produção, programação, distribuição e empacotamento) até a concessão de
outorgas de serviço, passando por cotas para produção nacional e independente,
além de alterar alguns pontos da destinação do Condecine (Contribuição para o
Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional).
O texto completo está neste "post" do nosso BLOCO:
PL-29/2007 (01) - Duas notícias + Texto do Projeto
O relator do projeto é o deputado Jorge Bittar
(PT-RJ).
O Portal TELECO publicou um trabalho do deputado Bittar em formato de
Tutorial, com várias páginas e muitas figuras e gráficos:
Substitutivo ao Projeto de Lei - PL 29/07 e
apensos.
De lá anotamos este "mini-currículo":
Jorge Bittar é
engenheiro formado pelo Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), durante 22
anos Jorge Bittar foi funcionário da Embratel, onde começou sua carreira
sindical elegendo-se presidente do Sindicato dos Engenheiros do Rio de
Janeiro. Sua carreira parlamentar teve início em 1992, quando foi eleito
vereador com 125 mil votos - o vereador mais votado do país.
Foi reeleito vereador em 1996 e, em 1998, eleito deputado federal,
reelegendo-se em 2002 com 140 mil votos. Na Câmara dos Deputados, Bittar tem
forte atuação nas áreas de Orçamento, Comunicações, Ciência, Tecnologia e
Informática.
Bittar foi secretário de Planejamento do Estado do Rio, cargo que exerceu de
janeiro de 1999 a abril de 2000. Bittar também foi secretário-geral do Partido
dos Trabalhadores - partido que ajudou a fundar - e coordenador da bancada do
PT. Foi relator do Orçamento da União de 2004, o primeiro a ser elaborado pelo
Governo Lula, e membro da Comissão Especial da Reforma Tributária.
É Relator na Comissão de Ciência e Tecnologia que pretende impor as cotas
obrigatórias para conteúdo nacional nas TVs por assinatura em seu Substitutivo
ao Projeto de Lei nº 29 de 2007.
Da mídia recortamos:
(...) "A TV por
assinatura é praticamente um monopólio", afirmou Bittar. "Um grupo domina o
cabo e outro, o satélite."
Hoje, as concessionárias de telefonia local - Telefônica, Oi e Brasil Telecom
- são proibidas de controlar empresas de cabo na sua área de concessão.
Além disso, existe um limite de 49% ao capital estrangeiro no cabo. A
o mesmo tempo, não existe limite para a participação de investidores
internacionais em outras tecnologias de TV paga - como o satélite e o MMDS
(microondas).
O PL 29 acaba com a proibição da participação das concessionárias no setor e
com o limite ao capital estrangeiro.
O ponto polêmico da proposta, no entanto, é que ela também trata da produção
de conteúdo, impondo regras complexas que prevêem cotas obrigatórias para a
produção nacional. (...)
De outro texto:
(...) No jogo de forças em
torno do PL 29, a principal voz contrária é:
- da Associação Brasileira de TV por Assinatura (ABTA), que em dezembro,
quando foi apresentada a primeira versão do projeto, lançou uma campanha
contra às cotas na TV por assinatura.
- Também se posiciona contra a Associação Brasileira de Programadores da
Televisão por Assinatura (ABPTA).
Entre os
favoráveis, estão
- a Associação Brasileira de Produtores Independentes de Televisão (ABITV),
- o Congresso Nacional de Cinema (CBC) e
- entidades da sociedade civil, como o Intervozes – Coletivo de Comunicação
Social.
Porém, todos discordam das recentes alterações do PL, que reduziram o espaço
para a produção independente. (...)
Recorte de matéria de hoje no Adnews:
[30/06/08]
Leitores querem manifesto contra monopólio
(...) Os grupos também vão
se posicionar de forma favorável ao PL 29/07, projeto que defende cotas de
produção nacional para a TV paga. Entretanto, devem pedir mudanças na
redação do documento. Abril, Band e Record alegam que o atual PL privilegia
a Globo, que ocuparia sete dos 10 canais nacionais que entrariam
obrigatoriamente na programação por meio de um pacote básico. Os grupos
reivindicam que cada um deles fique com dois dos canais.A emissora dos
Marinho detém participação nos dois principais canais deste mercado, a Net e
Sky. Esta última que gerou polêmica ao cortar o sinal da MTV e prejudicar
quase 2 milhões de assinantes. (...)
03.
Matérias transcritas anteriormente:
Fonte: Espaço Painel Telebrasil 2008 -
Convergência Digital
Fonte: FNDC
04.
Para formar opinião, leia mais estas matérias transcritas
abaixo:
Fonte: Estadão
Ao debate! :-)
Boa leitura!
Um abraço cordial
Helio
Rosa
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Brasil terá marco regulatório para telecom e
radiodifusão por Alice Ramos
Encontra-se em vias de tramitar na Câmara Federal
o Projeto de Lei n° 3516/2008, de autoria do deputado Bruno Rodrigues
(PSDB-PE), que consolida todo o Livro da Lei Geral de Telecomunicações (LGT).
O novo texto elimina uma série de disposições transitórias que já caducaram ou
foram revogadas, e atualiza uma série de dispositivos obsoletos, ou que já
foram cumpridos, como é o caso da criação da Agência Nacional de
Telecomunicações (Anatel).
O projeto, ao ser aprovado, dará mais poder aos consumidores, não somente como
usuários da telefonia, mas também enquanto telespectadores, na hora de cobrar
seus direitos, e até de exercer um maior controle sobre o que as emissoras
andam despejando nos lares brasileiros.
Mesmo assim, as alterações na LGT se resumiram a retirar o “lixo” legal que
transformou o Livro num emaranhado de leis, muitas delas sem sentido ou sem
aplicabilidade.
A justificativa para a consolidação, no entanto deixa claro que o resultado
final do trabalho proposto não implica na modernização das leis, ou na
introdução de novos marcos regulatórios ou dispositivos que contemplem as
inovações tecnológicas no setor, como a Internet.
Tampouco prevêem construção de novas bases
legais que acolham o fenômeno da convergência de tecnologias, com a
transmissão de dados, voz e vídeo por várias mídias.
Entretanto o novo texto da LGT nem por isso é
menos importante, no que diz respeito aos avanços que a sociedade como um todo
está esperando nas telecomunicações.
Conforme especifica, a consolidação das leis propiciará a racionalização no
acesso e manuseio e aumentará o nível de aplicabilidade das mesmas; auxiliando
a dirimir dúvidas, inclusive junto às cortes judiciais.
Segundo o deputado federal Bruno Rodrigues, a nova LGT elevará a segurança
jurídica no setor, necessária para atrair crescentes investimentos e
facilitará, sobremaneira, ao cidadão o exercício dos seus direitos e o
controle dos limites de atuação do Poder Público.
Todavia é relevante destacar que a proposta de
consolidação da LGT, através do Projeto de Lei n° 3516/2008 prepara o
caminho de outro projeto, extremamente importante para o Brasil, e que vem
sendo discutido arduamente.
Trata-se do PL 29, que está em tramitação no
Congresso Nacional.
Ler mais:
Adnew e AliceRamos.com
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Fonte: Estadão
SÃO PAULO - O Projeto de Lei 29, que abre o
mercado de TV paga para as concessionárias de telecomunicações, recebeu
muitas críticas ontem durante evento no Instituto Fernando Henrique Cardoso.
O relator do projeto, deputado Jorge Bittar (PT-RJ), disse que ele deve ser
votado hoje na Comissão de Ciência, Tecnologia, Comunicação e Informática da
Câmara. A expectativa de Bittar é que o projeto vá a plenário na próxima
semana.
"A TV por assinatura é praticamente um
monopólio", afirmou Bittar. "Um grupo domina o cabo e outro, o satélite."
Hoje, as concessionárias de telefonia local - Telefônica, Oi e Brasil
Telecom - são proibidas de controlar empresas de cabo na sua área de
concessão. Além disso, existe um limite de 49% ao capital estrangeiro no
cabo. Ao mesmo tempo, não existe limite para a participação de investidores
internacionais em outras tecnologias de TV paga - como o satélite e o MMDS
(microondas).
O PL 29 acaba com a proibição da participação
das concessionárias no setor e com o limite ao capital estrangeiro. O ponto
polêmico da proposta, no entanto, é que ela também trata da produção de
conteúdo, impondo regras complexas que prevêem cotas obrigatórias para a
produção nacional. "Acreditamos que uma política de fomento seja mais eficaz
que as cotas", disse o presidente-executivo da Associação Brasileira de TV
por Assinatura (ABTA), Alexandre Annenberg. As informações são do jornal O
Estado de S. Paulo..
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Fonte: Telebrasil 2008
O Projeto de Lei 029/2007, cujo ponto principal
é o estabelecimento de cotas para a produção nacional e independente na TV
por assinatura, pode ser votado na quarta-feira (14). É esta a expectativa
de Jorge Bittar (PT-RJ), relator do projeto, que tramita na Comissão de
Ciência e Tecnologia (CCT) da Câmara dos Deputados.
A última previsão para votação era no último dia
7. Porém, uma manobra regimental do deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) retardou
o processo. “Mesmo assim, o projeto continua tramitando”, afirma o
presidente da CCT, Walter Pinheiro (PT-BA). Porém, o deputado é pessimista
em relação à aprovação. “Eu acho que, se ele for submetido à votação na
próxima quarta, não será aprovado”.
Em sua terceira versão, o PL 29 estabelece cotas
para a veiculação de produção independente e de programas nacionais na TV
por assinatura (leia abaixo o detalhamento dos principais pontos). O quesito
que sofreu maior alteração em relação às versões anteriores é o da produção
independente, que perdeu espaço.
Quando alterou o projeto pela segunda vez, em
março, Bittar afirmara que a mudança “aumentaria as possibilidades de
aprovação”. Mesmo com as resistências, o deputado diz se manter otimista.
“Historicamente, o tema do audiovisual é difícil de lidar, tenho consciência
de que estou mexendo com um assunto complicado”. E afirma que já esperava
dificuldades. “Não esperava que o processo caminhasse de maneira linear.
Está difícil porque envolve interesses conflitantes e vaidades”.
No jogo de forças em torno do PL 29, a principal
voz contrária é da Associação Brasileira de TV por Assinatura (ABTA), que em
dezembro, quando foi apresentada a primeira versão do projeto, lançou uma
campanha contra às cotas na TV por assinatura. Também se posiciona contra a
Associação Brasileira de Programadores da Televisão por Assinatura (ABPTA).
Entre os favoráveis, estão a Associação
Brasileira de Produtores Independentes de Televisão (ABITV), o Congresso
Nacional de Cinema (CBC) e entidades da sociedade civil, como o Intervozes –
Coletivo de Comunicação Social. Porém, todos discordam das recentes
alterações do PL, que reduziram o espaço para a produção independente. A
ABPITV já se manifestara contrariamente ao enquadramento de radiodifusores
dentro da cota de produção independente. O Intervozes entregou ao relator
Bittar na última terça-feira (06/05) um estudo apontando que, se o atual
texto do PL 29 for mantido, haverá pouco impacto das cotas no mercado de TV
por assinatura.
Entenda os principais pontos relativos às cotas
na TV por assinatura
O Projeto de Lei 029/2007 tem 43 artigos que vão
desde a definição de cada ator no modelo de negócios da TV por assinatura
(produção, programação, distribuição e empacotamento) até a concessão de
outorgas de serviço, passando por cotas para produção nacional e
independente, além de alterar alguns pontos da destinação do Condecine
(Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional).
Os artigos 17 e 18 tratam especificamente de
cotas.
Artigo 17
– Trata dos canais cujo horário nobre é ocupado
por programas que não sejam televendas, eventos esportivo, horário eleitoral
gratuito e conteúdos jornalísticos (definidos como espaço qualificado).
Nestes canais, 3h30 semanais de conteúdo veiculado deverá ser brasileiro,
sendo que metade (ou seja, 1,15h) oriunda de produtora brasileira
independente.
– O ponto de discussão deste quesito é a
definição de espaço qualificado. Na versão atual, “programas de debates e
comentários” são considerados integrantes deste espaço qualificado, ou seja,
podem ser incluídos no computo para o cumprimento de cotas – o que não havia
na versão anterior. Com isso, parte dos canais já atende a essa exigência,
não havendo necessidade das cotas para tal.
– O artigo também estabelece que na modalidade
de conteúdos organizados pela programadora em forma de canais, 10% dos
conteúdos do espaço qualificado (todos os programas excetuando televendas,
eventos esportivo, horário eleitoral gratuito e conteúdos jornalísticos) têm
de ser brasileiros.
– As 3h30 de cotas semanais estabelecidas pelo
Artigo 17 podem ser compensadas parcialmente entre canais “em que pelo menos
50% dos capitais de seus programadores sejam, direta ou indiretamente,
detidos por uma mesma empresa ou pessoa física”. Ou seja, os canais de uma
mesma programadora que cumprem com excedente a cota poderiam “emprestar
horas” de sua programação para outros que não cumprem.
Um exemplo está no Canal Brasil, que se encaixa
em todas as qualificações de cotas. Com isso, ele poderia “emprestar” suas
horas excedentes para outros canais da programadora Globosat (dona do
canal).
Artigo 18
– Determina que 25% dos canais distribuídos ao
assinante têm de cumprir as seguintes exigências:
A: ser programado por programadora brasileira
B: veicular diariamente oito horas de conteúdo
nacional, das quais quatro integrando o espaço qualificado. Destas oito
horas, duas têm de compor o horário nobre. E destas duas, uma hora tem de
ser oriunda de produção independente. Ou seja, diariamente tem de ser
veiculada uma hora no horário nobre apenas de produção independente.
C: 1/3 da fatia dos 25% de que trata o Artigo 18
tem de ser programado por programadora brasileira incentivada (programadora
que não esteja associada a empresas que programem mais de 1/3 dos canais do
pacote de sua empacotadora ou distribuidora).
D: dentro da fatia de 25%, um canal deve
veicular, no mínimo, oito horas diárias de conteúdo brasileiro oriundos de
produtora independente (excetuando programas de debates, jornalísticos,
eventos esportivos, entre outros), sendo três horas em horário nobre.
– Tanto o Artigo 17 como o 18 prevêem a
possibilidade de compensação das cotas (mecanismo em que um canal “empresta
horas” para outro). O ponto de discordância entre quem se posiciona
favoravelmente ao PL 29 está na definição de espaço qualificado. Segundo
estudo do Intervozes, o conceito, por permitir diversas interpretações, dá
margem a que programas de debates e comentários sejam entendidos como
integrantes do espaço qualificado, ou seja, diminuiria o impacto das cotas.
Data: 12/05/2008
Fonte: Outros
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No último dia do 52º Painel Telebrasil, os
debates centraram-se em torno do projeto de lei 29, que libera o ingresso
das operadoras de telecomunicações no mercado de TV paga e cria cotas de
distribuição ao conteúdo audiovisual nacional. Tanto o presidente da
comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara, Walter Pinheiro, como o relator
do projeto, deputado Jorge Bittar, avisaram que o fatiamento do projeto em
dois – para tratar da liberação das teles e outro para tratar do conteúdo
audiovisual – não será aceito pelo partido. “O mesmo vento que venta lá,
venta cá”, afirmou Bittar, dizendo que se esta idéia prosperar, poderá ser
tomada iguais medidas protelatórias para que a tramitação dos projetos
fatiados fiquem também paralisadas no Legislativo.
Mas Bittar acredita que o seu substitutivo irá
ser aprovado. Para isso, informou, além do apoio de parlamentares de
diferentes partidos três ministros do governo – Franklin Martins, da
Comunicação Social, Dilma Rousseff, da Casa Civil, e Gilberto Gil, da
Cultura – já explicitaram o seu apoio à proposta. “O vazio legal não
favorece a ninguém”, ressaltou Pinheiro.
Segundo Bittar, as principais resistência às
cotas para produção nacional residem nas Organizações Globo, que não aceitam
abrir espaço para o conteúdo nacional independente. Há também a oposição da
Net e Sky, que detêm 80% do mercado de TV paga no Brasil, e que são
contrários ao ingresso de novas empresas no segmento.
Em outra frente, a Abril e a Bandeirantes, que
inicialmente apoiavam o projeto, resolveram dele se insurgir porque
entenderam que perderam canais na última versão do projeto.
O PL será votado, explicou Bittar, quando se
conseguir o apoio parlamentar suficiente para a sua aprovação, o que espera
acontecer esta semana. Embora existam resistências de grupos poderosos, ele
está convencido que o projeto trará grandes benefícios para a sociedade
brasileira, pois irá ampliar a competição no mercado, e conseqüentemente
propiciar a queda nos preços, além de estimular a produção e distribuição do
audiovisual nacional.
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Fonte: Espaço Painel Telebrasil
2008 - Convergência Digital
Ao participarem do painel executivo da
Telebrasil 2008, realizado neste sábado, 07/08, na Bahia, o presidente da
Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara Federal, Walter Pinheiro (PT/BA),
e o deputado Jorge Bittar (PT/RJ), relator do projeto, que trata de novas
regras para TV por Assinatura, deixaram claro que qualquer tentativa de
fatiamento da legislação em debate é inaceitável.
Pinheiro foi além: ressaltou que quem apóia essa
idéia é quem não quer que nada aconteça no setor". Bittar, ao falar das
resistências, também mandou um recado: "vento que sopra por aqui, também
sopra pra lá". O maior alvo das criticas - a Organização Globo - teve um
representante no evento, Fernando Bittencourt, diretor da Central Globo de
Engenharia, que preferiu, no entanto, não tecer comentários sobre o PL 29,
mas desferiu: "Não sei se sou o patinho feio, o patinho amado, o patinho
odiado".
Bittar, que ouviu, nos últimos dois dias, todo o
tipo de comentário e observação sobre o PL 29, em especial, as críticas
ligadas à imposição de cotas para a programação de contéudo nacional por
parte dos representantes da radiodifusão, aproveitou o último painel
executivo para expor, mais uma vez, a sua redação para o PL 29.
PL 29: Uma alternativa de universalização para
Banda Larga
O parlamentar reafirmou que a TV por Assinatura
não ocupou o espaço nos últimos anos que se esperava do setor - os serviços
atendem a apenas 8% da população brasileira e, exatamente, por isso, há um
potencial emergente para novos players, maior competição e preços mais
baixos para atingir camadas de menor poder aquisitivo,entre elas, a classe
C, apontada por Bittar como o "hit" do momento.
Também destacou a necessidade de usar o PL 29
para resolver, do ponto de vista mais amplo, a universalização de acesso ao
serviço banda larga. "O governo fez o acordo com as teles para o backhaul e
o acesso nas escolas. A mudança do PL 29, que retira a oferta de serviços do
meio tecnológico utilizado, aumenta a oportunidade para ofertas de acesso.
Talvez, hoje, não valha a pena pagar R$ 70,00 para ter TV, mas pode ser um
bom custo/benefício pagar um valor de R$ 50,00 ou até menos, espero, para
ter TV, voz e banda larga", sinalizou.
Apesar das críticas - muitas consideradas
infundadas por Bittar e classificadas por Pinheiro até como "levianas" - o
relator do PL 29 assegura que está aberto ao diálogo e pronto para mudar o
substitutivo, desde que a essência dele - de abertura de mercado - não seja
afetada.
"Unanimidade será impossível de conseguir. Mas
posso garantir que o PL 29 tem o apoio do ministro da Cultura, Gilberto Gil,
Franklin Martins da Comunicação Social e a ministra-chefe da Casa Civil,
Dilma Roussef, apóiam integralmente a minha proposta. Sei que há a crítica
de um grupo dominante que não quer mudanças, mas não faço projeto para
atender a um ou outro setor, quero fazer uma lei que atenda a todos",
destacou Bittar.
Manobra tática
Questionado se o projeto poderia ser
reapresentado na próxima semana na Comissão de Ciência e Tecnologia da
Câmara federal para votação, Bittar disse que fará todos os esforços
possíveis para que isso aconteça. Inclusive, revelou, já há uma série de
reuniões agendadas para agilizar o processo. No entanto, o parlamentar
ressaltou que o PL 29 deverá ser votado quando estiver pronto para isso,
revelando assim, a sua indisposição de aceitar mudanças consideradas ruins
para a legislação em troca da agilidade na sua tramitação.
"Acabamos de votar um projeto que estava há 13
anos à espera sobre o uso de animais para experiências ( de autoria do
falecido deputado Sérgio Arouca, do RJ). É claro que espero não levar este
tempo todo, mas vamos negociar o tempo que for necessário. Esse PL 29 é um
projeto importante para o Brasil", completou. O presidente da Comissão de
Ciência e Tecnologia da Câmara Federal, Walter Pinheiro, porém, foi mais
incisivo.
Disse que os defensores do fatiamento do PL 29 -
que aceitam a discussão da infra-estrutura -no caso cessam todas as
limitações ligadas ao meio de transporte de conteúdo e unifica o serviço de
TV a cabo - mas propõem deixar o debate sobre conteúdo para um
aprofundamento melhor do debate - não querem, na prática, a mudança do Marco
Regulatório. "Essa é uma tática para inviabilizar o projeto que é uma
mudança significativa para o país. Ao mexer com a parte de conteúdo, o PL
colocou o dedo na ferida e mexeu com os interesses de uma parcela que não
quer mudança", sustentou.
O presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia
da Câmara admitiu que a política de cotas é o ponto mais polêmico, tanto
que, segundo ele, houve uma "leviana propaganda de uma associação de TV por
Assinatura para confundir o consumidor com relação às mudanças propostas".
Tal e qual Bittar, Pinheiro se mostrou totalmente desfavorável ao fatiamento
do PL 29. "É hora de votar, de fazer andar esse projeto que é essencial para
o Brasil", reforçou.
O senador Antonio Carlos Magalhães Junior, do
DEM/BA, foi mais cauteloso. Representando o presidente da Comissão de
Ciência e Tecnologia do Senado Federal, Wellington Salgado, ele afirmou que
a discussão do PL já chegou à Casa, antes mesmo de o projeto ser aprovado na
Câmara.
Ele admitiu que há pontos bastante controversos
e polêmicos e observou: os debates também serão marcantes no Senado, onde o
projeto deverá chegar no segundo semestre, caso a Câmara aprove o
substitutivo do deputado Jorge Bittar antes do "recesso branco", que
acontecerá em função das eleições municipais. O próprio presidente da
Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara Federal, Walter Pinheiro, é
candidato à prefeitura de Salvador, numa chapa PT/PC do B.
Quem sou eu?
O maior alvo de todas as críticas e apontada
como a maior interessada em "segurar" a votação do PL 29, a TV Globo
participou do Telebrasil 2008 com a presença do Diretor da Central Globo de
Engenharia, Fernando Bittencourt. Ao abrir sua participação, o executivo
disse que se sentia um "patinho, só não sabia dizer se seria um patinho
feio, um patinho amado ou um patinho odiado", disparou.
Instigado a falar sobre o PL 29 - Bittencourt
num primeiro momento afirmou que não falaria sobre o projeto - o executivo
defendeu a qualidade e a excelência do conteúdo produzido pela Globo.
"Usamos técnicos e empregamos brasileiros. Parece que isso não é levado em
conta", destacou.
"Além disso mais de 70% da audiência da TV paga
é resultado da programação das TVs abertas. Isso precisa ser levado em
conta. Há uma produção de conteúdo nacional na Globo, na Record e em outros
canais abertos", completou. Bittencourt, no entanto, se absteve de falar do
PL 29. Disse não estar "familiarizado" com o tema e informou que o assunto é
tratado pelo diretor Evandro Guimarães, que não foi ao evento.
------------------------
Seção: Espaço Painel Telebrasil 2008 - Convergência
Digital
[15/05/08]
Imposição de conteúdo pode "travar" onda da
convergência por Fernanda Ângelo
As operadoras móveis mantêm o tom de preocupação com relação ao PL 29, que
vai reger as novas regras para a TV por Assinatura. Para a TIM Brasil, por
exemplo, a imposição de conteúdos específicos na grade de programação desses
provedores de TV pode reduzir a atratividade dos programas para o assinante
de TV móvel.
Levando em conta a forma como a adoção da banda
larga móvel superou expectativas de analistas e mesmo das operadoras, Renato
Ciuchini, diretor de planejamento estratégico e novos negócios da TIM,
acredita que a TV no celular possa conquistar também um mercado maior do que
se imagina.
Mencionando números de institutos de pesquisas
como o ABI Research, o executivo diz que a previsão é que um em cada dez
assinantes de telefonia móvel terá serviços de TV no celular já em 2009 e,
em 2011, o mercado de TV móvel movimentará US$ 92 milhões no Brasil. "O
número representaria apenas 0,4% das receitas das operadoras, mas nós
acreditamos que a previsão seja muito conservadora", avalia Ciuchini.
Ele lembra que ao final de 2007 a banda larga
móvel já respondia por 30% de todo o mercado de internet rápida no Brasil.
"A concorrência entre as operadoras móveis no Brasil é uma das mais
acirradas do mundo. As empresas precisam se movimentar para oferecer novos e
atraentes serviços", afirma.
"O mercado de TV móvel pode ser muito maior do
que o previsto. Pode acontecer o mesmo que ocorreu com a banda larga móvel",
pondera o diretor da TIM. Mas ele adverte que isso só será possível se o
conteúdo oferecido for atraente e interessante para o consumidor.
O executivo falou nesta quarta-feira (14/05),
durante o 7º Tela Viva Móvel, evento realizado pela Converge Comunicações,
na capital paulista. Em sua apresentação, Ciuchini fez sérios alertas
relacionados ao Projeto de Lei 29/2007 (PL29), que cria novas regras para o
setor de TV por assinatura. A TIM anunciou recentemente uma parceria com a
Sky para a oferta de conteúdo de TV por assinatura através de sua
recém-lançada rede 3G.
Na opinião de Ciuchini, a imposição de conteúdos
específicos na grade de programação desses provedores de TV pode reduzir a
atratividade dos programas para o assinante de TV móvel. "Não
necessariamente a regulamentação o conteúdo fomentará a produção nacional",
alertou o executivo.
"Se não tivermos um conteúdo relevante e que
interesse ao consumidor, este serviço não vai para frente", garante o
diretor da TIM. "Para o País, o mais interessante seria aproveitar a onda da
convergência para alavancar novos serviços e mercados", sugere Ciuchini, em
tom de crítica à importância dada pelos órgãos reguladores brasileiros à
produção de conteúdo nacional.
[Procure "posts"
antigos e novos sobre este tema no
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