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Julho 2008
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07/07/09
• Como funciona a Internet (4) - Mais
"Ecos" do "Apagão"... e MPLS ... e Framerelay...
----- Original Message -----
From: Helio Rosa
To:
Celld-group@yahoogrupos.com.br ;
wirelessbr@yahoogrupos.com.br
Sent: Monday, July 07, 2008 10:29 AM
Subject: Com funciona a Internet (4) - Mais "Ecos" do "Apagão"... e MPLS
... e Framerelay...
O "Serviço ComUnitário" está acompanhando os
"ecos" e as providências referentes ao recente "apagão" da Telefônica.
01.
Conforme prometido hoje vamos "baixar o
nível"...
Calma! Não vamos atacar o "ministro", sem o presidente "destepaís" nem o
valente presidente da "nossa" Telefônica! :-)
Vamos tentar baixar para as "profundezas técnicas"...
Ou seja, aproveitar o "apagão" para dar um "clarão" nos nossos
conhecimentos. :-)
Encaremos, pois, o MPLS citado pelo presidente Valente, da
Telefonica: :-)
(...) O problema afetou a rede de dados chamada de Multi Protocol Label
Switching (MPLS), que responde por 45% de todos os circuitos da
Telefônica, incluindo clientes empresariais, residenciais e órgãos
públicos (...)
02.
Do Artigo 03 vamos recortar um tópico sobre
Multi-Protocol Label Switching
(MPLS) (mais
abaixo).
03.
Logo após, está um interessante
trabalho sobre MPLS, encontrado nente link, via Google:
http://www.gta.ufrj.br/grad/01_2/mpls/mpls.htm.
É preciso acessar a fonte para consultar figuras e
gráficos.
Não consegui de imediato, mas gostaria de registrar os créditos da matéria e
informar aos autores.
Se alguém puder ajudar, agradeço.
04.
Por falar nisso, alguma boa alma didática poderia explicar o que é
mesmo "Framerelay"? :-)
Ainda Valente:
(...) O problema afetou a rede de dados chamada de Multi Protocol Label
Switching (MPLS), que responde por 45% de todos os circuitos da Telefônica,
incluindo clientes empresariais, residenciais e órgãos públicos - a outra
rede da empresa, chamada de Framerelay, não sofreu com o apagão. (...)
05.
Abaixo, duas notícias do sábado:
Fonte: Estadão
[05/07/08]
Empresa não descarta erro humano e sabotagem por
Rodrigo Brancatelli
Fonte: Estadão
[05/07/08]
''O que houve foi excepcional. O sistema foi para
o espaço''
Boa leitura!
Um abraço cordial
Helio
Rosa
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Telefônica localizou e isolou roteador com
defeito em Sorocaba
Comparando o problema que afetou a rede de
dados da empresa Telefônica com uma doença - e valorizando o trabalho dos
técnicos em informática como se fossem médicos -, o presidente da empresa
Antônio Carlos Valente ainda procura explicações para o apagão na
internet. Ontem à tarde, ele explicou que a "anomalia" surgiu de um
roteador defeituoso em Sorocaba, no interior de São Paulo. Ainda assim,
Valente não sabe explicar por que todo o sistema replicou o erro e falhou
em uníssono.
"Isolamos esse roteador, ele está lacrado e
passará por perícia técnica do Centro de Pesquisa do Desenvolvimento
(CPqD)", disse. "Ainda não sabemos por que a segurança de todos os
equipamentos acima desse roteador falhou, isso possivelmente estará neste
laudo, que deverá ser entregue em até dez dias. O que posso afirmar é que
nosso sistema não é vulnerável, temos equipamentos de ponta, os melhores
do mundo. Foi uma anomalia rara e complexa. Infelizmente isso acontece,
faz parte da vida."
O presidente da Telefônica ainda afirmou que
não acredita que o erro tenha sido causado por um ataque de hacker, mas
não descarta "falha humana" ou sabotagem de algum funcionário demitido
recentemente. "Não temos indícios para acusar, mas isso será investigado
pela perícia", disse. Na noite de ontem, a Telefônica informou que a sua
rede de dados estava reestruturada e funcionando plenamente, apenas com
problemas pontuais - das 1.600 delegacias afetadas pelo apagão anteontem,
quatro ainda estavam sem internet até as 20 horas de ontem. O Tribunal de
Justiça também permaneceu sem conexão em seis das suas 560 unidades.
INSTABILIDADE
Valente afirmou que a empresa percebeu a
instabilidade na rede por volta do meio-dia de anteontem. O problema
afetou a rede de dados chamada de Multi Protocol Label Switching (MPLS),
que responde por 45% de todos os circuitos da Telefônica, incluindo
clientes empresariais, residenciais e órgãos públicos - a outra rede da
empresa, chamada de Framerelay, não sofreu com o apagão.
Técnicos terceirizados da Telefônica ficaram,
até as 20 horas de anteontem, isolando e analisando cada área do sistema
até achar o roteador defeituoso no município de Sorocaba. "Por causa da
expansão no número de assinantes e do aumento da largura da banda, esses
equipamentos se atualizam a toda hora, interminavelmente", explicou
Valente. "Esse roteador estava emitindo um código falso, que acabou
prejudicando o sistema. Isolamos então esse roteador e tudo foi retomado.
"
----------------------
Fonte: Estadão
O contrato exclusivo com a Telefônica deixou a
Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo (Prodesp),
responsável pelo gerenciamento de informações de órgãos como a Polícia
Civil, Detran e Poupatempo, praticamente inoperante no apagão online de
anteontem. Ao Estado, o diretor-presidente da Prodesp, Leão Roberto
Machado de Carvalho, disse que o órgão já preparava a contratação de um
segundo provedor.
Faltou um plano B para evitar o caos de ontem?
Não existiu falta de plano B. Talvez o formato
não fosse o melhor. Há dois anos, quando foi montado o contrato, havia um
plano de contingência e solicitação de redundância. Quando a Telefônica
proveu o serviço à Prodesp, o fez com as devidas redundâncias. Esse
sistema tem funcionado razoavelmente. O que houve foi excepcional. Foi
para o espaço o sistema, foi a redundância, tudo. A gente estaria talvez
discutindo o plano C.
A Prodesp estuda mudanças?
No começo deste ano, já começamos a pensar que
era uma fragilidade que não queremos ter mais. A gente já tinha pensado
nisso, mas imaginando que nunca ia acontecer o que aconteceu.Tanto que,
para renovação da licitação, até 2010, já estamos prevendo dois lotes (de
prestação de serviços). O que aconteceu até confirmou nossa intenção de,
na próxima licitação, já ter dois fornecedores.
Qual o balanço do apagão?
Usamos como parâmetro o Poupatempo. A média
diária em 2008 é de 90 mil atendimentos nos 11 postos fixos do Estado.
Anteontem, não conseguimos fechar 30%. A ordem de desgraça foi de 67%. No
datacenter da Prodesp, só recebemos 10% do volume de informações e
emitimos 37%. Tínhamos o processamento, mas não conseguíamos transmitir
informações.
Multi-Protocol Label Switching (MPLS):
O Segundo maior fator que
afeta a latência de um roteador é o tempo necessário para que o protocolo IP
decida para qual interface física o pacote deve ser encaminhado, através da
inspeção da sua tabela de rotas (buscando o largest prefix match do
CIDR).
É evidente que, quanto maior for a tabela de rotas, maior será o tempo
necessário para a tomada desta decisão, e, conseqüentemente, maior será a
latência.
Os protocolos de dynamic routing, tanto para exterior routing
quanto para interior routing, preocupam-se com isto, tentando
minimizar o número de entradas na tabela de rotas pelo uso de rotas-sumário
(summary routes). Mesmo assim, na Internet é comum encontrarmos
roteadores cujas tabelas de rotas tem alguns milhares de entradas.
É desejável, então, algum mecanismo que permita simplificar o processo de
roteamento de pacotes através de grandes redes, evitando o custo
computacional de pesquisa em grandes tabelas de rotas. O método predileto,
hoje em dia, para conseguir isto é o MPLS (multi-protocol label switching).
O MPLS surgiu como uma proposta proprietária da Cisco Systems, chamada
tag switching. Posteriormente foi padronizada pelo IETF na RFC 3031. A
idéia básica é acelerar o encaminhamento (forwarding) dos pacotes, através
do uso de rotas pré-definidas (chamadas label paths).
Ao ingressar na rede MPLS, o pacote recebe um header MPLS, que pode
conter um ou mais labels. A identificação no label permite que os
roteadores MPLS associem o pacote a uma forwarding equivalence class
(FEC), e cada FEC está associada a um label path na rede. Os
protocolos para troca de informações de associação de FECs aos label
paths, e configuração (o termo bellhead para isto é
provisionamento) dos label paths entre os roteadores MPLS são o LDP (label
distribution protocol) e o RSVP-TE (resource reservation protocol –
traffic engineering extension).
Hum... meu headiness index meter está descendo... descendo...
estabilizou no –4. Um fato sobre o MPLS precisa ser bem compreendido: ele
não foi desenvolvido com o objetivo principal de acelerar o roteamento em
redes IP. O objetivo real era posicionar uma rede de roteadores como
alternativa viável ao frame-relay e ao ATM para a construção de redes
multi-serviço (leia-se: capazes de transportar voz e dados como entidades
separadas). E, especialmente com os acréscimos do PWE3 (pseudo-wire
emulation edge-to-edge, também conhecido como martini drafts),
esta vocação fica mais que evidente.
Tenho minhas dúvidas se o desempenho de roteamento no core de uma
rede TCP/IP de grande porte será significativamente melhor com o uso do MPLS
do que, por exemplo, uma política agressiva de sumarização de rotas via
dynamic routing associada ao uso de roteadores que armazenem a routing
table em CAM (content-addressable memory). Querendo ou não, o
processo de adicionar e remover labels aos pacotes IP vai exigir
algum aumento de latência nos pontos onde isto ocorra. Se o aumento da
latência for maior que a diminuição no delay para atravessar a rede
MPLS (comparado com o delay do roteamento IP convencional) então não
há ganho.
O que o MPLS tem de realmente bom, especialmente para os provedores de
serviço, são duas coisas: a possibilidade de configurar VPNs (virtual
private networks), que neste caso atendem pelo acrônimo VRF (virtual
routing/forwarding facility); e mecanismos de reconvergência em caso de
falha tão rápidos quanto nas redes SDH/Sonet – FRR (fast reroute).
Enfim... Uma vez que o MPLS está aí para ficar, vamos ver como ele funciona.
Os roteadores na borda da rede MPLS, chamados LER (label edge router)
ou PE (provider edge), são os responsáveis pela inserção e remoção
dos labels associados aos pacotes IP. Os roteadores PE são os que
“carregam o piano” em uma rede MPLS, porque precisam inspecionar a tabela de
rotas local e definir a FEC que será inserida no label.
O core de uma rede MPLS é formada por roteadores LSR (label switching
routers), também conhecidos como roteadores P (provider), cuja
única função é fazer o forwarding dos pacotes, com base na FEC
informada no label e em uma tabela simples de associação entre FECs e
label paths.
Outro conceito errado sobre MPLS é que ele é de grande ajuda (ou até
indispensável) para a garantia de QoS em redes TCP/IP. Então vamos à próxima
seção, para vermos como o QoS é tratado em redes MPLS.
MPLS e QoS:
No label MPLS existem
três bits EXP (experimental), que são utilizados para associar
informação de prioridade de forwarding aos pacotes. O fato de serem
chamados “experimental” dá uma boa idéia do que a proposta original
do MPLS dizia sobre QoS.
A forma mais comum para trasladar a informação dos DSCPs DiffServ dos
pacotes para o MPLS é repetir, nos bits EXP do label, os bits DS5,
DS4 e DS3 do byte DS no header IP.
Não tenho nenhuma informação objetiva sobre isso, mas não vejo porque um
algoritmo como o WFQ não pudesse ser utilizado no tratamento da fila de
pacotes associada a cada label path. De qualquer forma, assim podem
ser criadas até oito classes de prioridade para forwarding MPLS,
compatíveis com as classes de prioridade do DiffServ.
Uma confusão comum é achar que, configurando VRFs MPLS, é possível fazer
redes virtuais “mais prioritárias” do que outras (isto é especialmente comum
em operadoras de telecom). Só que não é verdade. O conceito de VRF serve
apenas para que as VPNs configuradas compartilhem a mesma infra-estrutura de
transmissão de forma logicamente independente, mas todos os pacotes, de
todas as VRFs, que tenham a mesma configuração nos bits EXP serão
encaminhados com a mesma prioridade.
Vamos a um exemplo prático (e comum na praça). A operadora XYZ telecom quer
implementar um core multi-serviço MPLS para poder implementar duas
VRFs TCP/IP separadas: uma para o tráfego de serviços aos assinantes, e
outra para a sua rede corporativa (tráfego administrativo interno).
Suponhamos que na VRF de serviços existam hosts que implementam
serviços VoIP para os assinantes, e que na VRF corporativa existam hosts
que implementam um PABX (private automatic branch exchange) VoIP.
O mais provável é que ocorra o seguinte: tanto na VRF de serviços quanto na
VRF corporativa, os pacotes de voz e de sinalização recebam os mesmos DSCPs
(EF e AF43, respectivamente). Enquanto os tráfegos fiquem segregados, tudo
bem. Mas, no momento que eles passam a trafegar pelo core MPLS, eles
receberão as mesmas configurações de bits EXP, portanto o tráfego VoIP dos
assinantes irá competir diretamente com o tráfego VoIP corporativo.
-------------
1. Introdução
O MPLS (Multiprotocol Label Switching) é um
protocolo de roteamento baseado em pacotes rotulados, onde cada rótulo
representa um índice na tabela de roteamento do próximo roteador. Pacotes
com o mesmo rótulo e mesma classe de serviço são indistingüiveis entre si e
por isso recebem o mesmo tipo de tratamento.
O objetivo de uma rede MPLS não é o de se
conectar diretamente a sistemas finais. Ao invés disto ela é uma rede de
trânsito, transportando pacotes entre pontos de entrada e saída.
Ele é chamado de multiprotocolo pois pode ser
usado com qualquer protocolo da camada 3, apesar de quase todo o foco estar
voltado no uso do MPLS com o IP.
Este protocolo é na verdade um padrão que foi
feito com base em diversas tecnologias similares desenvolvidas por
diferentes fabricantes. Ele é referido por documentos do IETF como sendo uma
camada intermediária entre as camadas 2 e 3, fazendo com que estas se
“encaixem” melhor.
1.1 Motivações
O MPLS surgiu como uma resposta de fabricantes
de equipamentos e centros de pesquisa a várias necessidades que surgiram com
a popularização da internet e diversificação de seus serviços.
Talvez a mais primordial destas necessidades
seja a sobrecarga que esta sendo aplicada aos roteadores da rede devido ao
sempre crescente número de usuários. Os roteadores IP possuem um algoritmo
de roteamento que é ineficiente a medida que o tamanho da rede cresce pois
para definir qual será o próximo salto (hop) do pacote, cada roteador tem
que analisar mais informações do que é realmente necessário.
Além disso cada roteador tem que realizar o
mesmo processo, que é muito semelhante para todos os roteadores, para cada
um dos pacotes, sem guardar nenhum tipo de memória sobre cada pacote. Isto é
especialmente ineficiente devido ao fato de que a maioria dos pacotes IP
pertencem na verdade a fluxos de pacotes com mesmas origens e destinos.
Outro fator extremamente importante é o custo
dos roteadores. Esse custo é em geral muito elevado, o que exige grandes
investimentos quando surge a necessidade de se aumentar a rede.
Com base nestes fatores pode-se chegar a
conclusão de que uma rede baseada no algoritmo de roteamento padrão das
redes IP não é escalonável. Ou seja, não é possível aumentar-se o tamanho de
uma rede indefinidamente pois por mais rápidos que os roteadores sejam
individualmente, a repetição excessiva de tarefas semelhantes torna o atraso
da rede proibitivo.
Ficou claro então a necessidade de novos
algoritmos de roteamento. Porém, agora entra em cena um outro fator. Mesmo
que fosse desenvolvido um algoritmo de roteamento extremamente eficiente,
este não seria muito útil se não fosse compatível com os protocolos e
equipamentos já existentes.
Este de certo modo foi o maior problema com as
redes ATM. Para se implementar redes ATM é necessário grandes investimentos
em equipamentos além do que existem grandes dificuldades na
interoperabilidade entre o ATM e o IP, principalmente no tocante a redes de
grande porte, retornando novamente ao problema de escalonabilidade.
Junto a todos estes fatores pode-se somar a
necessidade de novas funcionalidades de roteamento como por exemplo as
classes de serviço. Isto decorre do aparecimento de tecnologias como vídeo e
voz sobre IP que são extremamente sensíveis ao atraso, em especial atrasos
diferenciados para pacotes de um mesmo fluxo. Para ajudar a resolver este
problema é necessário se dar prioridade a esses tipos de pacotes, e essa
priorização não é suportada por roteadores IP padrão. Ler muito
mais em
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