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Julho 2008 Índice Geral do BLOCO
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----- Original Message ----- From: J.R.Smolka
Julião, !3runo (legalzinho esse negócio
de leetspeak :-) ) e demais colegas,
Vou tentar me limitar às questões técnicas, e deixas ar discussões sobre
política e legislação para a troca de posts com o Rogério
:-) .
Primeiro a questão "quem veio primeiro o ovo ou a galinha?" do BGP-4 versus
AS. Vou transcrever a introdução da RFC 1930 - Guidelines for creation,
selection and registration of an Autonomous System (AS) - que pode ser
consultada em
http://tools.
This memo discusses when it is appropriate to register and utilize an
Autonomous System (AS), and lists criteria for such. ASes are the unit of
routing policy in the modern world of exterior routing, and are specifically
applicable to protocols like EGP (Exterior Gateway Protocol, now at historical
status; see [EGP]), BGP (Border Gateway Protocol, the current de facto
standard for inter-AS routing; see [BGP-4]), and IDRP (The OSI Inter-Domain
Routing Protocol, which the Internet is expected to adopt when BGP becomes
obsolete; see [IDRP]). It should be noted that the IDRP equivalent of an AS is
the RDI, or Routing Domain Identifier.
Nesta mesma RFC, na seção 3 (definitions), está escrito que:
The classic definition of an Autonomous System is a set of routers under a
single technical administration, using an interior gateway protocol and common
metrics to route packets within the AS, and using an exterior gateway protocol
to route packets to other ASes. Since this classic definition was developed,
it has become common for a single AS to use several interior gateway protocols
and sometimes several sets of metrics within an AS. The use of the term
Autonomous System here stresses the fact that, even when multiple IGPs and
metrics are used, the administration of an AS appears to other ASes to have a
single coherent interior routing plan and presents a consistent picture of
what networks are reachable through it.
To rephrase succinctly: An AS is a connected group of one or more IP prefixes
run by one or more network operators which has a SINGLE and CLEARLY DEFINED
routing policy.
Routing policy here is defined as how routing decisions are made in the
Internet today. It is the exchange of routing information between ASes that is
subject to routing policies.
Portanto para mim é claro que:
a) O conceito de AS foi criado para
definir unidades administrativas que controlam segmentos lógicos (isto é, uma
parte do espaço de endereçamento IPv4 ou IPv6) da Internet e a forma de
roteamento no seu interior. Sem isto seria impossível que a Internet atingisse
a escala mundial que ela tem hoje;
b) Cada AS deve apresentar aos demais AS
(isto é, para o restante da Internet) uma política de roteamento única e
claramente definida (isto é, como o tráfego destinado a endereços IP no seu
interior deve ser encaminhado até a sua "fronteira")
c) A forma como estas políticas de
roteamento entre AS são comunicadas entre eles é através das mensagens de um
protocolo de exterior routing, compartilhado em comum acordo por toda a
comunidade dos AS. Este protocolo já foi o EGP (RFC 904), hoje é o BGP-4 (RFC
4271), e um dia (talvez, when the hell freezes over
:-) ) venha a ser o IDRP (ISO/IEC 10747).
Mas as interconexões AS-AS mostram apenas a organização lógica da Internet.
Por baixo disto (e muito mais obscura) está a estrutura física de
encaminhamento do tráfego.
É um fato (e não só no Brasil) que a posse física dos meios de conexão
interfere muito na maneira como as coisas ocorrem na prática.
Vamos ver, como exemplo, a RNP (ASN 1916).
Ela é dona dos seus roteadores, mas os links que os conectam
certamente não são de sua propriedade.
Então, no mapa que mostra a topologia da RNP (e também o seu "estado de
saúde") em
http://www.rnp.
Supondo que os roteadores destes dois AS também estejam localizados em SP,
existe uma forte possibilidade que os dois links passem pela
infra-estrutura da rede MPLS da Telefónica, e tenham caído juntos durante o
meltdown.
O caminho alternativo de tráfego mais óbvio seria a conexão SP-RJ, mas se
alguma parte física deste link também depender da rede MPLS da
Telefónica, adiós.
Próxima alternativa seria rotear o tráfego via DF e MG (desde que o link
SP-DF também não tenha caído junto com os outros), mas existe a possibilidade
de congestionamento se a falha ocorrer em HMM.
Conclusão: se os administradores da RNP não planejarem com cuidado de quem
eles contratam os seus links, a esperada resiliência do projeto lógico
da rede vai pras cucuias.
Se este problema existe no nível urbano das maiores cidades do país, imagine o
resto.
Quando se trata se provimento de enlaces interestaduais a quantidade de
escolhas se reduz a meia dúzia de operadores, e nem todos os trechos que
alguém gostaria de conectar possuem mais de um operador com caminhos físicos
completamente distintos.
Saídas internacionais? Se vc precisa de banda de verdade (digamos, assim,
algumas centenas de Mbps) a única alternativa prática são os cabos submarinos
de fibras óticas.
No mapa disponível em
http://www1.
A administração destes cabos geralmente é feita por consórcios, e aposto
alguns destes consórcios operam mais de um cabo.
A conseqüência final é que os pontos de interconexão das redes tendem a ser
colocados apenas nos locais onde o agregado de tráfego justifique o custo.
E é por isto que os grandes provedores de interconexão, que operam os AS de
"passagem" para os pequenos provedores de interconexão (que fazem o varejo do
negócio de acesso à Internet), cobram "pedágio".
Enquanto o tráfego da Internet for composto principalmente por aplicações
best effort (ex.: http e smtp) estas "voltas do mar" que o tráfego tem de
fazer para passar de um AS para outro não chegam a comprometer a
performance (alguns milissegundos a mais ou a menos? No big deal).
Mas, quando houver um volume considerável de tráfego real-time, isto
será um problema.
Será um problema grande o suficiente a ponto de forçar uma mudança neste
estado de coisas? Depende de vários fatores, mas isto é assunto para outro
post.
Ah! Só para terminar... Alguém aí sabe quais seriam os impedimentos técnicos
de lançar um trecho de cabo submarino de Fortaleza a Belém, e um trecho "subfluvial"
de Belém a Manaus? Isto daria um desafogo e tanto para a região norte, onde
praticamente só se chega por satélite.
[ ]'s
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