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Julho 2008 Índice Geral do BLOCO
O conteúdo do BLOCO tem forte vinculação com os debates nos Grupos de Discussão Celld-group e WirelessBR. Participe!
• TV Digital (24) - "Cristina de Luca" + Caderno Link + "Ethevaldo"
Fonte: Convergência Digital
- Coluna Circuito
[21/07/08]
TV Digital: Ginga, ou não Ginga?
por Cristina De Luca
Fonte: Último Segundo -
Caderno Link do Estadão
[21/07/08]
"Link" testa conversor digital popular
Fonte: Estadão
[20/07/08] As promessas e a realidade da TV digital por Ethevaldo
Siqueira
Esta matéria ainda não está no Google. Obrigado, José Roberto de Sousa
Pinto, pela remessa em 'pvt'! :-)
Marcus
Aurélio Ribeiro Manhães e Pei Jen Shiehs
•
Canal de Interatividade: Conceitos,
Potencialidades e Compromissos
•
Padrão para TV Digital Brasileira: o Limite do
Sistema Canal de Interatividade
•
Canal de Interatividade: Uma Visão de Futuro
Ao debate! :-)
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Fonte: Convergência Digital
- Coluna Circuito
[21/07/08]
TV Digital: Ginga, ou não Ginga?
por Cristina De Luca
Semana passada, quando a Proview apresentou formalmente seus três modelos de
set-top boxes de baixo custo, uma discussão voltou a movimentar o mercado
brasileiro de Tv Digital.
Afinal, o que está faltando para o Ginga vingar como padrão de fato no Brasil?
Quem ganha e quem perde com a adoção do Ginga?
Vamos por partes.
O Ginga faz, sim, parte das normas técnicas da ABNT para interatividade no
Sistema Brasileiro de TV Digital.
Acontece que as primeiras aplicações interativas testadas nas primeiras
implementações Ginga em set-top boxes nacionais andaram travando.
A boa notícia é que várias redes des TVs toparam iniciar projetos-piloto de
interatividade com aplicações Ginga-NCL.
E o feedback é o de que elas estão rodando sem problemas em pelo menos dois
novos modelos de set-top boxes. Um deles, da Visiontec.
Outro problema do Ginga diz respeito à propriedade intelectual da parte
baseada em Java, que tem atrasado a entrada da interatividade e do middleware
Ginga-J.
Segundo o professor Luiz Fernando Soares, do Telemídia, da Puc do Rio de
Janeiro, as conversas com a Sun Microsystems estão caminhando.
E, como alternativa, conversações com o DVB também estão em curso.
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O que esperar para os próximos meses?
Em função dos primeiros testes bem sucedidos das emissoras com aplicações
interativas usando o Ginga-NCL, cresce a pressão para liberação imediata de
venda de terminais fixos com o Ginga-NCL, enquanto não se define a questão do
Java. Já existe muito envolvimento de empresas em aplicações NCL e não está
dando mais para esperar, principalmente porque grande parte das aplicações
serão em NCLe Lua. E O Ginga-NCL é totalmente livre de licensas e royalties.
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É necessário um middleware para o funcionamento da TV Digital?
Se interatividade for realmente um dos pilares para o SBTV, sim, por facilitar
a interoperabilidade das aplicações com os diferentes modelos de set-top
boxes, uma vez que as aplicações são escritas para o middleware, para ficarem
independentes dos sistemas operacionais usados nos set-top boxes.
E, nesse ponto, o Ginga oferece alguns recursos que o diferenciam dos demais
middlewares em uso no mundo.
Entre eles, a adaptabilidade do conteúdo ao modelo de set-top box em uso na
casa do telespectador.
Possibilitará, por exemplo, apresentar o serviço de trânsito de acordo com o
CEP informado pelo dono do set-top box na primeira vez que usar o aparelho.
Um vez cadastrado o CEP, essa informação pode ficar armazenada do ste-top box
para facilitar a apresentação da informação mais útil para o usuário daquele
aparelho.
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O que faltou dizer sobre os conversores da Proview?
Logo após a apresentação oficial dos três modelos de conversores de baixo
custo da Proview, na semana passada, algumas dúvidas começaram a surgir.
Afinal de contas, qual é o middleware dos modelos top e intermediário e sobre
qual sistema operacional ele roda?
Qual é o navegador internet e o que pode ou não pode fazer?
Por que a empresa afirma que o middleware será atualizado para o Ginga assim
que o padrão for liberado pelo governo brasileiro? Quer dizer "assim que os
problemas de royalties para a parte Java forem resolvidos?
Em um papo rápido por telefone, Gionanni Nóbrega, diretor de novos produtos da
Proview, respondeu a todas essas questões.
Segundo ele, o sistema operacional é uma distro Linux.
Sobre ela, roda um middleware desenvolvido pela própria empresa, em conjunto
com universidades de Campinas, que usa o Ginga-NCL no ambiente declarativo e
um modelo próprio baseado em java no modelo procedural, que será atualizado
pelo Ginga-J assim que ele for liberado pelo governo.
O mini-browser, também desenvolvido pela empresa e parceiros, roda sobre a
distro Linux e não roda vários plug-ins de amplo uso na Internet. "Temos
interesse em embarcar um browser melhorado, e estamos trabalhando nesse
licenciamento", comenta Nóbrega.
Hoje, o browser é a única diferença entre o modelo top e o intermediário. Os
dois são equivalentes nos recursos de hardware, incluindo o suporte a teclados
sem fio USB e até a possibilidade de acesso remoto na tela da TV ao conteúdo
do seu micro (padrão VNC). Basta que um VNCserver seja instalado no computador
a ser acessado, via rede local (set-top box intermediário) ou internet
(set-top box top de linha).
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Fonte: Último Segundo -
Caderno Link do Estadão
[21/07/08]
"Link" testa conversor digital popular
Finalmente! Para aqueles que não estavam dispostos
a fazer um rombo no bolso para assistir à TV digital, eis que surge na tela
uma opção boa e barata. A Proview, fabricante de eletrônicos de Taiwan, lançou
na semana passada três modelos de conversores com preços bem mais acessíveis -
o mais barato custará R$ 199, e o mais sofisticado sairá por R$ 299.
O Link testou com exclusividade o modelo XPS-1000 (o mais caro), nas lojas a
partir de hoje. O aparelho surpreende pela eficiência e qualidade de recepção
de sinal, além de vários outros detalhes que o tornam uma boa opção para quem
pretende dar uma chance à TV digital.
Nada de design sofisticado ou adereços que o façam parecer uma engenhoca
futurista. O conversor de 1,2 kg é o mais simples possível esteticamente. Ele
já vem acompanhado de uma pequena antena UHF, que resolve na maior parte dos
casos, mas, se for necessário, pode-se usar uma antena mais potente. Nos
testes feitos na redação do Estado, na zona norte de São Paulo, a anteninha do
próprio conversor foi suficiente para captar um bom sinal.
E a imagem é surpreendente. Testamos o aparelho em uma televisão LCD de alta
definição (HDMI 1080i) e não nos frustramos. O aparelho levou cerca de 40
segundos para reconhecer 18 canais - tanto com transmissão digital quanto
analógica. A quantidade de canais varia de região para região nas cidades onde
o sinal digital está disponível (São Paulo, Rio e Belo Horizonte).
Mesmo se você ainda não tem uma televisão de última geração, pode valer a pena
investir na compra do conversor porque, em locais onde a recepção da TV aberta
é ruim, a imagem do sinal digital é consideravelmente melhor.
O XPS-1000 tem saída analógica de vídeo composto, compatível com a maioria dos
televisores. Tem também saída analógica de alta definição (vídeo componente),
intermediária entre o vídeo composto e o HDMI. O conversor conta ainda com
saídas de áudio coaxial 5.1 e áudio óptico 5.1 - ou seja, funciona com
sistemas de home theater.
Com um menu simples, composto de quatro divisões principais (Canais,
Aplicativos, Configuração e Sistema), é só ligar os cabos que acompanham o
conversor e selecionar a opção a que eles estão conectados na TV (por exemplo,
se ele estiver ligado na entrada HDMI da televisão, essa deve ser a opção
escolhida). O aparelho faz então uma busca de canais e apresenta uma tabela
com aqueles reconhecidos. Todas as interfaces são semitransparentes, o que
permite assistir à TV enquanto são alteradas as configurações.
Internet e interatividade
O conversor também permite que se navegue na internet na tela da TV, desde que
haja uma conexão de rede (via cabo) próxima ao equipamento (a internet não
pode ser protegida por senha).
O navegador, criado pela própria Proview, é bem simples, lembra um pouco os
antigos sites WAPs - acessados via celular. Permite navegar e acessar o mesmo
conteúdo de sites da web, mas o visual é bem diferente, mais básico. É
possível conectar um teclado ou um mouse a uma entrada USB, o que é
extremamente necessário, já que não há um teclado virtual no próprio navegador
do conversor. O conversor mais barato, de R$ 199, não permite acesso à
internet.
Vale a pena comprar o equipamento? Sim, se o sinal de sua TV aberta for ruim
ou se você tiver uma televisão de alta definição e quiser conhecer a qualidade
digital, apesar de a programação ser bem limitada.
As informações são do O Estado de S. Paulo/Link
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Fonte: Estadão
[20/07/08] As promessas e a realidade da TV digital por Ethevaldo
Siqueira
Como brasileiro, estou esperando a instalação da indústria de semicondutores
prometida pelo ministro das Comunicações, Hélio Costa, em contrapartida à
escolha do padrão de TV digital ISDB pelo Brasil. Na solenidade de assinatura
do acordo Brasil-Japão sobre a TV digital, em Brasília, o presidente Lula
comemorou: "O acordo que hoje assinamos com o Japão nos ajudará a recuperar
esse tempo perdido na indústria de semicondutores e a avançar ainda mais na
área de software".
Na verdade, o Japão não vai instalar nenhuma fábrica por força desse acordo.
Segundo o texto oficial, aquele país só se comprometeu em cooperar "com o
governo do Brasil na elaboração, por parte do Brasil, de um plano estratégico
para o desenvolvimento da indústria de semicondutores, com vistas a
investimentos japoneses no Brasil. Este plano estratégico incluirá um pacote
detalhado de políticas especialmente elaborado para atrair investimento de
fabricantes de semicondutores no Brasil."
Para o ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, "essa história da indústria
de semicondutores era puro blá-blá-blá", já que o Japão não assumiu nenhum
compromisso formal em implantá-la.
Qualquer estudioso sabe que o Brasil não oferece as condições mínimas para
atrair as grandes empresas de microeletrônica. Falta-nos mão-de-obra altamente
qualificada e abundante, estrutura tributária favorável e laboratórios de
pesquisa.
E A TV DIGITAL?
A pressa populista chegou a levantar a hipótese de a estréia da TV digital em
São Paulo, ocorrer na Copa do Mundo de 2006. Além da alta definição, o
ministro das Comunicações deu a entender que teríamos logo interatividade,
multiprogramação, internet na TV, inclusão digital, portabilidade e
mobilidade, em veículos ou no celular.
Depois criou a expectativa dos set-top boxes a R$ 200, a R$ 100 e até menos,
sem levar em conta que mais de 90% da população não vê qualquer razão para
comprar um sintonizador para acoplar a seu televisor analógico. A rigor, o
povão ignora totalmente o que é TV digital. A própria classe média ainda não
compreendeu o que é nem quais são as vantagens da nova tecnologia.
Quem está frustrada é a classe A, que tem poder aquisitivo, que acreditou nas
promessas mirabolantes do ministro, que investiu pesado no melhor televisor
plano de 42 ou 50 polegadas, alta definição plena (Full HD ou 1.080 pixels),
com sintonizador digital incorporado. Essa elite está revoltada. E com razão,
porque percebe que o projeto de introdução da TV digital tem sido mal
conduzido, sem muita sintonia entre governo, emissoras, universidade e
indústria.
Por que não dizer toda a verdade à população, para que ela se prepare para a
longa transição? Por que não reconhecer que a adoção de qualquer nova
tecnologia exige longo tempo de maturação e produção em larga escala? Assim
ocorreu com a TV em cores, o CD, o DVD, o celular, o computador pessoal ou a
internet. Assim deverá ocorrer com a TV digital.
TUDO VAI BEM
Embora irritado com a ação governamental, não meu surpreendo com o atual
estágio da TV digital brasileira. No começo é assim mesmo, com poucos
programas de alta definição: uma novela, um ou outro jogo de futebol e
programas de auditório de qualidade medíocre. Multiprogramação,
interatividade, integração com a internet, portabilidade e mobilidade são
recursos que ainda demoram anos para chegar.
Vou mais longe: nenhum país poderia fazer melhor, no mesmo período, nas mesmas
condições. O grande problema do governo está em criar expectativas irrealistas
e misturar um projeto desses com interesses pessoais e político-partidários.
E nos Estados Unidos? Lá, em 2007, após 9 anos de introdução da TV digital, só
havia 30% de domicílios em condições de receber programas na nova tecnologia.
O país só se mobilizou quando percebeu que a data da transição da TV analógica
para a TV digital estava próxima e era intransferível: 17 de fevereiro de
2009. Daqui a 7 meses. Hoje, já são mais de 64%, segundo pesquisa da
Associação Americana de Radiodifusores (NAB, na sigla em inglês).
E para as famílias mais pobres, o governo norte-americano oferece
sintonizadores digitais inteiramente grátis, mediante a distribuição de
cupons. Para os demais, subsidia a venda desses receptores, a US$ 40.
RÁDIO DIGITAL
Mais sério do que o problema da TV é o rádio digital. O ministro das
Comunicações insiste em adotar no Brasil a tecnologia de HD Radio ou Iboc –
que tem diversas limitações e que ainda não está plenamente desenvolvida. Nos
Estados Unidos, depois de 6 anos, apenas 10% das emissoras aderiram ao padrão.
O percentual de receptores digitais em uso é ainda menor: 4%.
E mais: o ministro Hélio Costa retoma a idéia de trazer para o Brasil a
empresa americana Ibiquity, dona da tecnologia, apoiá-la com recursos do BNDES
para que termine o desenvolvimento do padrão Iboc e passe exportar para a
América Latina.
Imaginem o Brasil financiando uma empresa americana, com dinheiro púbico e
correndo o risco do futuro de uma tecnologia problemática.
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