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Junho 2008               Índice Geral do BLOCO

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04/06/08

• Consulta Pública (12) - Gustavo Gindre sobre o FUST: Não ao "bolsa-STFC"

----- Original Message -----
From: Helio Rosa
To:
Celld-group@yahoogrupos.com.br ; wirelessbr@yahoogrupos.com.br
Cc: Luiz Queiroz ; Miriam Aquino ;
gindre@indecs.org.br
Sent: Wednesday, June 04, 2008 5:57 PM
Subject: Consulta Pública (12) - Gustavo Gindre sobre o FUST: Não ao "bolsa-STFC"
 
Olá, ComUnidade WirelessBRASIL!
 
O Ministério das Comunicações está fazendo uma Consulta Pública para aprimorar as políticas do setor de comunicações com prazo até 09 de julho .
 
São 21 perguntas que poderão eventualmente se constituir em 21 temas para debates em nossos Grupos.

O prazo inicial foi estendido como nos conta Luiz Queiroz na sua coluna
Capital Digital (tópico: Ajudinha).
 
A primeira das 21 perguntas é:
01. Que outra forma mais eficaz de aplicação dos recursos do FUST poderia ser adotada?
 
Ontem reapresentamos Gustavo Gindre à ComUnidade.  :-)
Hoje transcrevemos mais uma matéria de sua autoria:

Fonte: Tele.Síntese
[03/06/08]   Não ao "bolsa-STFC"  por Gustavo Gindre
 
Não dá pra não ler o Gindre!  :-)
 
Boa leitura!
Um abraço cordial
Helio Rosa
 
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Fonte: Tele.Síntese
[03/06/08]   Não ao "bolsa-STFC"  por Gustavo Gindre* 
 
*Gustavo Gindre - Integrante do Coletivo Intervozes, coordenador acadêmico do Nupef/RITS e membro eleito do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGIbr). 
   
O Senado aprovou projeto de Aloizio Mercadante (PT-SP) que visa modificar a lei do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (FUST), arrecadação de 1% da receita bruta das operadoras. O FUST foi previsto na Lei Geral de Telecomunicações (LGT), criado por lei ordinária em 2000 e até hoje não teve um único centavo gasto. Estima-se que o governo já tenha arrecadado mais de R$ 6 bilhões com esse imposto.
 
O projeto do senador Mercadante está tramitando atualmente em uma comissão especial da Câmara dos Deputados e seu relator, deputado Paulo Lustosa (PMDB-SP), já anunciou mudanças na proposta inicial. Com isso, o projeto terá que voltar ao Senado depois de aprovado pela Câmara.
 
Mas, tanto a versão inicial de Mercadante quanto o relatório de Lustosa mantêm um equívoco gigantesco, que atende apenas aos interesses das operadoras de telefonia fixa (Brasil Telecom, Oi, Telefônica, CTBC e Sercomtel). Trata-se do trecho contigo no inciso I do caput do artigo 2° e no inciso I do parágrafo 1° deste mesmo artigo.
 
Os acertos
Quase a totalidade do projeto visa garantir que o Estado poderá apoiar projetos de universalização da banda larga, através de suas próprias iniciativas, de governos estaduais, prefeituras, ONGs e empresas privadas. Acertadamente dá destaque para a meta de disponibilizar banda larga em todas as escolas públicas brasileiras e reserva pelo menos 30% dos recursos para as regiões Norte e Nordeste.
 
O projeto prevê também a necessidade de prestação de contas e a obrigação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) outorgar licenças e frequências para que o poder público local possa prover o acesso gratuito à Internet banda larga.
 
O equívoco
Contudo, logo em seu artigo 2° o projeto prevê um outro uso dos recursos do FUST, em total desacordo com o restante do próprio projeto. Trata-se da possibilidade da criação de um “bolsa telefonia fixa” (único serviço atualmente prestado em regime público), nos dizeres do presidente da Associação Brasileira das Concessionárias do Serviço Telefônico Fixo Comutado (Abrafix), José Pauletti, em recente entrevista à Tele.Síntese. Com estes dois incisos, o projeto permite que o governo federal pague as contas de telefone fixo daquelas pessoas que não tiverem recursos para tal.
 
A Anatel prevê apenas para 2010 o modelo incremental de custos que lhe permitirá definir um limite para a cobrança de interconexão. Atualmente, cada empresa cobra o que quer e não é possível saber até que ponto estes valores são justificáveis ou não. E na mesma Câmara dos Deputados tramitam projetos de lei que visam acabar com a assinatura da telefonia fixa.
 
Enquanto isso, a proposta de Mercadante e o relatório de Lustosa simplesmente desconsideram todo esse processo e determinam que o governo pague, sem discutir, o preço cobrado pelas teles. Para as teles é um negócio fantástico.
 
Para a enorme maioria da população, as concessionárias de STFC surgem como a única opção para o acesso ao telefone fixo (portanto, um monopólio desprovido da concorrência). E agora, as teles ainda poderão usufruir de recursos públicos para lhes remunerar não o custo, mas o preço final.
 
Na prática, as teles continarão oferecendo o mesmo serviço, no mesmo valor atual. Se José puder pagar a conta, ótimo. Se João não puder, o Estado paga. De uma forma ou de outra, a tele recebe.
 
Como as teles vêm perdendo a cada dia que passa assinantes do telefone fixo (expulsos por conta dos valores excorchantes), as propostas tanto do senador quanto do deputado permitem conter a sangria do monopólio privado utilizando recursos públicos.
 
Ao invés disso, o projeto deveria manter seus acertos e se destinar exclusivamente à garantia da universalização do acesso banda larga a Internet, que, graças aos serviços de VoIP, também permite levar a telefonia fixa (a custos reduzidos) ao conjunto da população brasileira.
 

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