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24/11/08

• Flávia Lefèvre no AliceRamos.com: "Os fins não justificam os meios ilegais e socialmente injustos"

----- Original Message -----
From: Helio Rosa
To: Celld-group@yahoogrupos.com.br ; wirelessbr@yahoogrupos.com.br
Cc: Alice Ramos ; Flávia Lefèvre
Sent: Monday, November 24, 2008 6:21 PM
Subject: Flávia Lefèvre no AliceRamos.com: "Os fins não justificam os meios ilegais e socialmente injustos"
 
Olá, ComUnidade WirelessBRASIL!
 
Visitamos o AliceRamos.com e anotamos este novo artigo, parcialmente transcrito mais abaixo:
 
[24/11/08]   Os fins não justificam os meios ilegais e socialmente injustos por Flávia Lefèvre Guimarães.
 
Boa leitura!
Um abraço cordial
Helio Rosa
Thienne Johnson
 
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Fonte: AliceRamos.com
[24/11/08]   Os fins não justificam os meios ilegais e socialmente injustos
 
• Flávia Lefèvre Guimarães
 
Há anos consumidores brasileiros estão mobilizados para reduzir o valor da assinatura básica. Houve épocas em que os cidadãos dormiam nas filas do Poder Judiciário para se livrarem do peso cruel da assinatura, pois, apesar de conseguirem habilitar as linhas, não têm capacidade financeira para arcar com a cobrança mensal, que representa 10% do salário mínimo.
 
A causa é tão legítima que, em 2002, o então Ministro das Comunicações – Miro Teixeira – reconhecendo que a assinatura vinha subsidiando outros serviços e funcionando como empecilho para a expansão do acesso ao Serviço de Telefonia Fixa Comutada - STFC, esforçou-se para reduzir o alto custo da telefonia fixa.
 
Mas foi obstado por entraves legais: os contratos de concessão e a previsão na Lei Geral de Telecomunicações - LGT de que os custos para cumprimento das metas de universalização são suportados com receita originada da exploração do STFC, ou, se esta for insuficiente, com os recursos do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações – FUST (art. 81).
 
E àquela época, a universalização das redes do STFC não estava concluída. Há também projetos de lei tramitando na Câmara Federal para acabar com a assinatura básica.
 
E o que o Governo e a ANATEL têm feito para mudar esse quadro e cumprirem suas obrigações constitucionais de garantir acesso ao serviço essencial?  NADA!
 
É este o motivo de a teledensidade brasileira ser de 20 telefones fixos por 100 habitantes em média, sendo que em estados como o Ceará não se chega a 9 telefones por 100 habitantes.
 
Em dezembro de 2005 a ANATEL deixou passar a oportunidade preciosa para por fim à barreira econômica impeditiva da universalização do STFC, erguida ao longo dos cinco primeiro anos de privatização. Foi quando os contratos de concessão foram prorrogados, e a estrutura tarifária do STFC poderia ter sido alterada.
 
Mas a ANATEL manteve o direito das teles de aplicarem sobre os itens da cesta de serviços da telefonia fixa, além da correção monetária, mais 5% de aumento anual até 2025.
 
Ficou claro que a tarifa da assinatura continuaria a subsidiar outros serviços.
 
Isto porque, o cumprimento das metas de universalização (art. 207, § 1°, da Lei Geral das Telecomunicações - LGT) era condição sine qua non para a prorrogação dos contratos; ou seja, cumpridas as metas, não havia mais justificativas para que o valor da assinatura básica continuasse alto.
 
O subsídio se revelou claro com a edição do Decreto 6.424, de 7 de abril de 2008, estabelecendo que a implantação da rede de suporte para banda larga – o backhaul passaria a ser meta de universalização nos contratos do STFC.
 
Ou seja, o Governo decidiu que o valor da assinatura passará a subsidiar a instalação de rede para prestação dos serviços de acesso à Internet prestados em regime privado, em absoluto desrespeito aos artigos,. 70 e § 2°, do art. 103, da LGT.
 
Para justificar esse golpe nos consumidores das classes C, D e E, o Governo agita a bandeira da massificação da banda larga.
 
Entidades de defesa do consumidor (Procon/SP, Pro Teste, Indec Telecom, IDEC, Movimento Defenda São Paulo, entre outras) manifestaram-se pública e oficialmente contra esse plano que, além de justificar a manutenção – ou até aumento – do valor da tarifa da assinatura básica, acirrará a posição de dominância que as concessionárias já possuem nos mercados de telefonia fixa e acesso à Internet.
 
A sociedade continua a bradar que quer telefone fixo em casa.
 
Compreensível: é o mínimo de dignidade que se pode esperar depois de 10 anos de privatização, levada à efeito sobre a promessa de redução de tarifas e melhoria da qualidade do serviço: poder falar ao telefone sem sair de casa ou pagar o quarto preço mais alto do planeta para fazer uma chamada no telefone móvel pré-pago.
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