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30/11/08
• "Conexão WiMAX" - Textos de Jana de Paula, "owner" do e-Thesis - Coleção de Novembro
[27/11/08] Conexão WiMAX - Os destaques da semana
Por Jana de PaulaNo dia 11 de novembro passado, a Hughes, fornecedora de serviços via satélite, emitiu um comunicado à imprensa, anunciando que sua subsidiária no Brasil ganhou a licitação para provimento de conectividade sem fio à internet, através de tecnologias WiMAX e Wi-Fi, para todos os municípios do estado do Amazonas. Confesso que eu boiei. Só fui dar pela notícia após uma das rondas que faço (não tão) regularmente pelos sites de notícias e análises de WiMAX, web afora.
A nota resumida que eu li sobre o contrato da Hughes com a Prodam (a empresa de processamento de dados do Amazonas) não me satisfez. Procurei a jornalista Karin Ferreira, que presta assessoria de imprensa à Hughes, para ver se ela conseguia, a toque de caixa, obter respostas às minhas perguntas. Isto foi ontem, quarta-feira.
A Karin conseguiu as respostas às três perguntinhas básicas que eu fiz. A Hughes vai instalar uma rede de WiMAX própria (em que banda)? Há restrições regulatórias para isso? Equipamentos de quais fabricantes serão usados? As respostas vieram de Rafael Meinking Guimarães, diretor de marketing da Hughes do Brasil:
Sim, será uma rede nova, pré-WiMAX, instalada pela Hughes, uma em cada um dos municípios do interior do estado do Amazonas. A retransmissão da rede de satélite será feita através de WiMAX/Wi-Fi. Portanto, sim, ela vai 'funcionar' via radiofreqüência, em faixa não-licenciada ('em torno' dos 5,8GHz), sem restrições regulatórias. E, por fim, é claro que a Hughes vai precisar de equipamentos, que certamente serão fornecidos por players com atuação local, mas "não podemos divulgar ainda" o(s) fabricante(s), disse Guimarães.
Vocês ficaram satisfeitos? Confesso que nem eu. Afinal são 61 municípios a serem atendidos em três anos. Trata-se de um projeto avaliado em R$ 51 milhões e - o principal - visa levar conectividade em banda larga, numa rede pré-WiMAX, a toda a informação trocada no âmbito do governo do Amazonas, o que implicará seu uso em inclusão digital.
Estive no Amazonas, em dezembro do ano passado, a convite da Intel, para ver os resultados de um ano da Cidade Digital de Parintins. Nas andanças (como falar de andanças sobre as águas dos rios e igarapés?) e em conversas com representantes do governo (no caso municipal), vi que, para a Amazônia, só mesmo uma conectividade baseada sobre infra-estrutura de satélite. A gente só acredita quando vê o quanto os 'bairros' são isolados uns dos outros, por riachos, pântanos e uma densa vegetação.
Além disso, tudo o que se refere a este 'universo paralelo' que é a Amazônia me interessa e deve interessar a todos os brasileiros e vizinhos, próximos e nem tanto. Eu, como vocês, quero saber mais sobre este projeto. Temos, assim, uma semana para levantar novas informações. Peço a quem quiser que me envie as suas perguntas ( thesis@e-thesis.inf.br) que eu vou ver se dou um jeito de saber mais sobre esta nova etapa do Projeto Amazônia Digital.
Até semana que vem.
Fonte: e-Thesis:
[27/11/08]
Fornecedores de WiMAX se previnem contra a crise por
e-Thesis
[26/11/08] Ericsson no WiMAX por Dan Jones
[26/11/08] O carro se transforma em assistente pessoal por L'Atelier
[26/11/08] Competição em telecom: negócio só para grandes? por Jose Roberto de Souza Pinto
[27/11/08] Motorola confiante no WiMAX, em 2009 por e-Thesis
[25/11/08]
Hughes fornecerá rede WiMAX e Wi-Fi ao Amazonas
por e-Thesis
[20/11/08]
Conexão WiMAX - Os destaques da semana
Por Jana de Paula
Muito foi debatido durante o Mobile Broadband Brazil, realizado no dia 19
passado, em São Paulo. O evento, sob os auspícios da CorpBusiness e Inter
IT, reuniu representantes de players chaves do ecossistema de mobilidade com
atuação no país, para tratar das abordagens viáveis e interessantes em banda
larga, com soluções de WiMAX, 3G e 4G. A questão regulatória, é claro, teve
destaque, pois é sobre ela que as companhias podem elaborar suas próximas
estratégias. O gerente-geral de Comunicações Pessoais Terrestres da Anatel,
Nelson Mitsuo Takayanagi, não se fez de rogado e explicou muito do próximo
processo de licitação de bandas de freqüência com uso para serviços móveis.
Em primeiro, o calendário das licitações para 2009 parece cada vez mais
claro. A previsão de licitação para a banda H é o primeiro trimestre de
2009. Quanto aos cobiçados 3,5 - 3,7MHz, com o fim da consulta pública já em
curso, a previsão é de que o chamado Leilão das Sobras seja marcado entre o
final do segundo trimestre e início do terceiro de 2009. Já sobre o não
menos aguardado rearranjo da sub-faixa de 2,5 GHz, ainda não há um período
definido, mas a Anatel trabalha para que ele ocorra ainda em 2009.
Enquanto esta agenda se cumpre - e garanto que só sua existência já é um
bálsamo para os players interessados em produtos/serviços/equipamentos para
banda larga móvel e sem fio - deverá ocorrer outras iniciativas, na virada
2008/2009. A primeira delas é que a Anatel espera o anúncio, por parte das
operadoras de 3G, do cumprimento das metas de banda larga para 3.387
cidades.
Outra iniciativa que incentiva indiretamente o WiMAX é a consulta pública e
regulamentação das MVNO (as redes virtuais móveis que alugam capacidade das
carriers móveis), que devem ocorrer e serem concluídas em 2009. A Anatel
também quer regulamentar a numeração para as empresas de SCM e retirar a
restrição de mobilidade para as empresas com este tipo de autorização. Isto
significa que quem comprar sub-faixas de freqüência poderá trabalhar com
WiMAX móvel e não apenas fixo ou nômade.
Os anúncios da Anatel foram feitos a uma seleta platéia de players, que
também colaboraram com suas apresentações. Entre eles, Dalmo Gripp, CEO da
Sweden Telecom, Wilson Cardoso, diretor para América Latina de Solution
Sales Management da Nokia Siemens Networks, Marcelo Arraes diretor comercial
da Alcatel-Lucent, Carlos Klemz CEO da WxBR(joint-venture formada pela
Icatel, Trópico, Asga e Padtec, voltada a soluções WiMAX cem por cento
nacional) e diversas outras "figuras", como Marcelo Frasson da Brasil
Telecom, Marcelo Duarte da IBM, Jesper Rhode, VP de Multimídia da Ericsson,
Marcelo Motta da Huawei, Jacques Benain da Claro, Cyro Hemsi da
Promomlogicalis, José Geraldo da Motorola, José Edio da Hispamar e diversos
outros representante de peso de operadoras e fornecedores.
Parece que agora vai...
Até semana que vem
Fonte: e-Thesis:
[20/11/08]
WiMAX: o melhor e o pior dos tempos por Informa Telecoms & Media
[21/11/08]
VoIP: o catalisador do ecossistema de WiMAX? por Basharat H. Ashai
[21/11/08]
Acordo Sprint-Nextel deverá ser concluído ainda em 2008 por e-Thesis
[20/11/08]
Provisionamento para operadoras de WiMAX "over-the-air" por BridgeWater
Systems
[20/11/08]
É uma picocell? É uma femtocell? Não. É uma Super Femto! por ABI
Research
Mas, mesmo diante desta elasticidade do prazo para poder prestar serviços de WiMAX no país, os players - pequenos e grandes - acreditam que o momento é de comemoração. Além das iniciativas de players com forte atuação no país, como Intel, Parks, Asus e CPqD, já se verifica um movimento intenso de players internacionais - como BridgeWater e NetCracker - em cimentar posição de fornecedor no mercado local da tecnologia.
A definição do novo presidente dos Estados Unidos, após a esmagadora vitória do democrata Barack Obama sobre seu adversário republicado John McCain, traz novas perspectivas no cenário mundial. Como numa partida de um grande jogo de Copa do Mundo, todo o planeta acompanhou o processo eleitoral dos EUA. E mesmo que as portas dos países endinheirados ainda não estejam abertas para o novo presidente, sua vitória deve significar novos e mais refrescantes ventos na difícil política internacional de nossos dias. Pois, se os líderes dos países capitalistas mais fortes não se rasgaram em elogios para Obama, a TV mostrou a massa popular apoiando o novo presidente, da Alemanha à Venezuela.
Em termos locais, a fusão do Itaú com o Unibanco fortaleceu a posição e a imagem da área financeira brasileira junto aos vizinhos latino-americanos e, também, foi aprovada pelos grandes grupos de capital mundial. Talvez, se o WiMAX dependesse de setores produtivos como os de petróleo, automobilístico e mineração, as perspectivas não fossem tão boas. Mas a tecnologia de banda larga sem fio do WiMAX é democrata, como Obama, e traz em seu DNA a função de superar o fosso digital das classes sociais menos atendidas - uma das principais bandeiras do governo brasileiro.
Estas, é claro, são pinceladas superficiais de uma visão macro sobre o mercado de WiMAX. Mas o próprio Futurecom 2008, encerrado no penúltimo dia de outubro passado, já deu uma idéia do empenho de alguns players em fazer o negócio de WiMAX funcionar. Parks e Asus, com as bênçãos da Intel, anunciaram a produção local das ansiadas CPEs de WiMAX. De acordo com Mauro Araújo, diretor comercial da Parks, há tecnologia para produzir as necessárias CPEs em 2,5GHz ou 3,5GHz, o que depende menos da Parks e mais da demanda.
Ainda no Futurecom, Renato Guerreiro, ex-presidente da Anatel e hoje analista de mercado, divulgou pesquisa de sua autoria, que contou com o apoio da Intel, onde define que o governo pode obter entre R$ 2,85 bilhões a R$ 3,4 bilhões com a venda do espectro remanescente do SMP. "O governo precisa assegurar a competitividade econômica nacional por meio deste tipo de tecnologia e o Brasil oferece grande oportunidade nisto, por ser um mercado emergente no acesso á banda larga sem fio", disse Guerreiro.
O que eu concluo? Que a expansão do WiMAX no Brasil pode ser um excelente negócio para todos. E, além disso, penso que seria interessante para o país se ficar comprovado que há mesmo um ganho econômico na adoção desta tecnologia em projetos de inclusão digital, de disseminação da banda larga numa escala de experiência do porte do Brasil. Seria uma atitude no mínimo corajosa, que nem a Rússia, com todo aquele território, ainda foi capaz de demonstrar. Notem que eu falei da Rússia, que tem características de mercado emergente. Nem toquei no assunto da Xohm dos EUA, pois seu exemplo tem mais impacto entre os países de primeiro mundo. Mas por lá os ventos também sopram a favor do WiMAX, com o 'approval' da fusão Sprint-Clearwire pela FCC.
Há ainda a questão do impacto da banda larga com DNA em IP, o caso do WiMAX, versus a tecnologia 3G, em franca expansão no país, e na qual já foram investidos vários bilhões. Mas vou deixar para falar sobre isto numa próxima ocasião.
Até semana que vem.