----- Original Message -----
Sent: Wednesday, October 01,
2008 4:43 PM
Subject: TV Digital (30) -
Interatividade e Ginga: Resumo + Coleção de notícias
01.
Este é o "Serviço Comunitário" sobre
"TV Digital.
O objetivo do "Serviço" é informar
e estimular o "compartilhamento" das opiniões,
conhecimentos e experiências dos participantes.
O "Serviço" se completa com o debate
do tema.
Estamos também em "campanha" para incentivar a
interação de nossos membros com as autoridades,
entidades públicas e da sociedade civil e com a
mídia.
Neste "maravilhoso novo mundo conectado" a
participação individual é possível e faz uma enorme
diferença!
02.
É uma longa "tradição" na ComUnidade: acompanhamos
programas governamentais sem fazer política
partidária, com espírito crítico, para "ajudar a dar
certo".
De um modo geral, independente do governo de
plantão, os programas são bons mas não vingam por
incompetência e má administração, falta de
acompanhamento e auditoria e, não raro, muita
malandragem e corrupção.
Estamos acompanhando a implantação da TV Digital.
Sem maiores considerações, vemos que a imposição de
um padrão sem levar em conta os estudos anteriores
patrocinados pelo próprio governo e a precipitada
implantação parecem obedecer à fatores outros que
não os diretamente ligados ao interesse da
população.
O início prematuro das transmissões, a ausência de
estudos sobre os canais de retorno no "mundo
real" e a venda de conversores capengas é
simplesmente um escândalo.
Mas está aí e veio para ficar.
Agora tem que dar certo, com transparência, sem
enganação ou prejuízo para o consumidor.
No momento, nossa ajuda é procurar entender.
03.
Como disse numa mensagem anterior, comecei a
estudar um Tutorial para fazer aplicativos em
linguagem NCL e compreender melhor a tal da
"interatividade".
Serviu como motivação!
Em complemento, colecionei várias notícias sobre o
tema (transcritas mais abaixo).
Mas fiquei com enorme dificuldade de colocar tudo em
perspectiva com a simples leitura dos textos: haja!
:-)
Como não sou jornalista (nem "estou" mais
engenheiro...) mas sou curioso e chegado
num "resumo-resumido", tentei fazer um pequeno texto
apenas com os dados das matérias publicadas, o que é
uma atividade de alto risco. :-)
E arrisquei também alguns comentários simples,
simplistas e simplórios (riscos mais elevados
ainda...) :-))
Sobre o Fórum SBTVD continuo perguntando (perseverar
é preciso...): :-)
É mais uma entidade "chapa
branca" que recebe forte influência do governo?
Ou é mais um "balcão de negócios"?
Como tem sido sua atuação? Técnica? Política?
Isenta?
Quais são as "forças" atuantes no seu interior?
Aqui esta o "resumão"... :-)
Middleware, os "Gingas", os "interesses", a
Academia pragmática, o "canal de retorno", o "Fórum
Nacional de TV Digital"...
Muito genericamente, "middleware" (alguns traduzem como
"mediador") é um programa ou software intermediário que
interliga outros dois aplicativos que normalmente
encontram-se em camadas diferentes.
No caso da TV Digital é a ligação entre o "ambiente
sofware/hardware" do receptor e o "ambiente" do conversor
(set-top box).
Nesta situação, um "programador de interatividade"
pode "operar" apenas o "middleware" sem necessidade de
maiores conhecimentos sobre os dois ambientes.
Pelo que consta, ainda não existe um padrão de
middleware universal para TV Digital.
"Lá fora" três grupos principais tentam formalizar um
padrão aberto:
- a Europa com sistema DVB tenta padronizar o MHP,
- os Estados Unidos com ATSC tenta o DASE e
- o Japão com ISDB tenta o ARIB.
O SBTVD - "Sistema Brasileiro de TV Digital"
especificou um middleware com a denominação de
Ginga para ser o "padrão" nacional e está
sendo desenvolvido pela PUC-Rio (Pontifícia Universidade
Católica do Rio de Janeiro) e pela UFPB (Universidade
Federal da Paraíba).
Há mais uma entidade desenvolvendo um middleware
compatível com o Ginga.
As empresas TOTVS e a Quality estabeleceram uma aliança
chamada TQTVD (TOTVS - QUALITY para TV Digital) e
desenvolvem o middleware AstroTV que é uma
"implementação comercial 100% compatível com a
especificação brasileira do Middleware Ginga".
O middleware desenvolvido pela PUC-Rio é conhecido como
Ginga-NCL
O middleware desenvolvido pela UFPB é conhecido como
Ginga-J
Do website do Ginga anotamos estas duas "manchetes":
O Ginga-NCL foi desenvolvido pela PUC-Rio (Pontifícia
Universidade Católica do Rio de Janeiro). Ele define um
ambiente de apresentação para aplicações declarativas
escritas em NCL (Nested Context Language) e sua linguagem
de script Lua.
O Ginga-Java foi desenvolvido pela UFPB (Universidade
Federal da Paraíba). Ele provê uma infra-estrutura de
execução de aplicações baseadas na linguagem Java, com
facilidades especificamente voltadas para o ambiente de TV
digital.
Assim, vemos que o middleware Ginga pode ser
dividido em dois subsistemas principais, que permitem o
desenvolvimento de aplicações seguindo dois paradigmas
de programação diferentes. Dependendo das
funcionalidades requeridas no projeto de cada aplicação,
um paradigma possuirá uma melhor adequação que o outro.
Os interesses comerciais, como sempre, são enormes.
O middleware totalmente desenvolvido no país representa
uma grande oportunidade para as empresas que desenvolvem
de softwares que poderão explorar tanto no mercado
nacional quanto internacional novas formas de
interatividade.
A PUC-rio é uma universidade particular e a UFBP é federal
e, aparentemente, nos bastidores, travam uma feroz
batalha para emplacar seus sub-sistemas.
Consta que o Ginga-NCL da PUC-Rio (também conhecido como
Ginga 1.0) esteja pronto e em condições de ser "embarcado"
(jargão da mídia) nos conversores (set-top box).
O Ginga-J - ou Ginga Java - parece ser a melhor aposta
devido à universalização do Java. Mas está "sub-judice"
pois utilizou em seu desenvolvimento módulos proprietários
sujeitos ao pagamento de royalties para a empresa
americana Via Licensing.
Não há como não perguntar: O desenvolvimento de um sistema
complexo como este demanda um enorme tempo. Como ninguém
percebeu que estavam usando "programas proprietários"?
Para solucionar o impasse o "Grupo do Ginga-Java" fez
parceria com a Sun Microsystem para desenvolver
"aplicativos substitutos" que permitam uma versão "free"
chamada de "BSD".
Consta que o interesse da Sun é vender "grandes sistemas"
para as emissoras que precisarão armazenar "terabytes" de
informação.
Mas não está descartada uma versão chamada "GPL" que
permitiria a cobrança pelo licenciamento.
O Fórum SBTVD (ou Fórum Nacional de TV Digital) é uma
entidade muito estranha. Não possui e-mail para contato,
não há uma relação dos integrantes em seu portal e consta
que "entidades de classe" não participam do Fórum... por
decisão do governo!
O Fórum é presidido pelo diretor de tecnologia da emissora
SBT/Silvio Santos.
Não está muito claro se o Fórum tem preferência por um dos
sub-sistemas mas se opõe fortemente à liberação prematura
do Ginga-NCL antes do Ginga-Java pois quer garantir que os
aparelhos que forem para o mercado sejam compatíveis entre
si. "Meno male".
As principais entidades da área de software - Associação
Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e
Comunicação (Brasscom), a Associação para Promoção da
Excelência do Software Brasileiro (Softex), a Associação
Brasileira das Empresas de Software (Abes) e a Associação
das Empresas de Tecnologia da Informação, Software e
Internet (Assespro) pressionam para que o Ginga-NCL possa
ser "embarcado" de imediato, sem esperar pelo Ginga-Java.
Repetindo, assim, fica evidenciado o forte conflito de
interesses comerciais entre fabricantes de conversores,
radiodifusores, desenvolvedores de software e até da
"Academia"!.
Esses interesses não permitiram a participação de
fabricantes no grupo de trabalho que está, ao lado da Sun
Microsystems, desenvolvendo a versão do Ginga Java free.
Até porque quem entra nesse grupo é obrigado a assinar um
contrato dizendo que não vai cobrar patente.
Esse grupo é composto de apenas sete empresas, entre
elas - duas de radiodifusão - Globo e SBT - e duas de
software - TQTVD e Hyrix. Este número é considerado bem
aquém do ideal para a discussão técnica e da mobilização
necessária de um setor que pode estar tendo pela frente
uma chance única de ganhar presença mundial.
A Intel anunciou um acordo com a TQTVD para suporte do
middleware "AstroTV". O grande diferencial da plataforma
da Intel, segundo a TQTVD, desenvolvedora dessa
aplicação, é o tempo de resposta de processamento.
Se não fossem os interesses externos, aparentemente não
haveria necessidade de disputa pois consta que as
atualizações dos softwares poderiam ser feitas "pelo
ar", pelas próprias emissoras. E também através de um
download da Internet e inserção no "set-top box" com o
uso de um "pen drive". A conferir.
Apesar da ausência de maiores latidos percebe-se que é
um embate de cachorros grandes, todos farejando o
mercado exterior já que o nacional....está devagar,
quase parando. :-)
A batalha na área de software é apenas uma parte da
guerra pois sem "canal de retorno" não haverá
interatividade.
Continuando com nossa estranheza em relação ao Fórum
SBTVD, vemos que as operadoras de telecom - fixa e móveis
- também não participam.
Os executivos do Fórum afirmaram que há uma mobilização
para atraí-las, principalmente porque houve uma decisão
significativa: não há "canal de retorno", mas sim "canal
de interatividade" (ops!), e esse pode ser ocupado pela
tecnologia mais adequada - 3G, ADSL, WiMAX, entre outras.
E comento: parece que, ao planejar a interatividade, que
ajudou a justificar a importância da TV Digital para a
"inclusão", esqueceram de um pequeno "detalhe": o canal de
retorno.
Será que é isso mesmo?
O Fórum SBTVD, uma organização colegiada responsável pela
implantação da TV Digital, não possui representantes das
"entidades de classe" nem das operadoras de telefonia.
Alguém ouviu falar em representantes dos consumidores?
Não? Nem eu...
Este Fórum parece ter poderes de uma "agência de regulação
e execução" e tudo se passa como se o Governo, que fez
enorme esforço na imposição de um padrão, agora "não tem
mais nada com isso". Posso estar paranóico mas é muito
estranho... :-) A conferir.
Mas a "banda larga em 3G" e o iPhone e similares
estão aí... e a IPTV também.
Pode não ser o único mas certamente é um grande fantasma
para a "TV Digital" destepaís.
Quanto ao conteúdo não "resumido" das notícias abaixo, não
entendi bem as consequências do anúncio da Yahoo que está
cooperando com a Intel para criar canais de Web em
computadores que permitirão acompanhar programas de TV
(widgets).
Temos em nossos fóruns muitos participantes atuando na
área técnica e na produção de conteúdo.
Como disse no início, a "tentativa de resumo" acima foi
feita apenas com base nas matérias abaixo. :-)
Vamos corrigir e complementar?
Ao debate! :-)
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"Atores" citados nas matérias:
Américo Tomé, gerente da Intel para a América Latina
André Barbosa, assessor da Casa Civil
David Britto, diretor da Quality Software
Guido Lemos, da Universidade Federal da Paraíba
Hélio Rotenberg, presidente da Positvo
Luiz Fernando Maluf, diretor para a América Latina da
Sun Microsystem.
Nelson Wortsmann, consultor da Brasscom
Roberto Franco, presidente do Fórum SBTVD e diretor de
tecnologia do SBT
Salustiano Fagundes, diretor presidente da HXD
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A eterna recomendação: prefiram
sempre ler na fonte!
Fonte: Convergência Digital
Transcrições:
Fonte: HojeMídia
A distância entre o computador e o televisor está cada vez
menor, mesmo com a expansão da TV Digital por quase todo o
mundo. Ao contrário da caixa preta que leva o sinal
digital ao aparelho de TV, o dispositivo que faz o mesmo
com o micro e o notebook tem cara de pen drive, jeito de
pen drive e fica espetado na entrada USB do equipamento,
como um pen drive. Nesse caso, ser pequeno é vantagem,
pois garante portabilidade e, conseguinte, acessibilidade
à TV Digital aonde seu sinal alcançar.
Ainda não existem números de mercado quanto ao aumento de
venda desses aparelhinhos no Brasil, mas uma pesquisa
sobre hábitos do consumidor realizada pela empresa Choice
Stream mostra que 55% dos norte-americanos assistem
programas de TV por outros meios que não sejam o televisor
convencional. Desses meios, 36% são o computador.
O sucesso dos receptores, segundo os analistas de mercado,
vai depender também da expansão da TV Digital no Brasil.
Atualmente, em Belo Horizonte, as emissoras Record, Rede
TV e Globo têm transmissão digital, mesmo assim, somente
dos programas exibidos na TV aberta. As outras emissoras
têm até 2010 para adotarem a nova tecnologia, segundo
determinou o Fórum do Comitê do Sistema Brasileiro de
Televisão Digital.
Além de avaliar a real necessidade de ter o equipamento, o
consumidor deve ficar de olho em características que
influenciam na captação do sinal, a exemplo, o tipo da
antena, facilidade de configuração e portabilidade.
Segundo o professor do curso de Engenharia de
Telecomunicações da Universidade Fumec, Severino Carneiro,
um aparelho portátil não deve ter muitos apetrechos, se
não perde sua principal vantagem, que é facilitar a
mobilidade do usuário.
Observação que se aplica, principalmente, às antenas
maiores alternativas que acompanham os receptores, uma vez
que as menores nem sempre captam o sinal dependendo de
onde estão localizadas, por exemplo, em salas fechadas ou
aeroportos.
Carneiro alerta ainda que o consumidor não deve esperar
por uma TV Digital 100% no notebook ou no desktop quando o
sinal é captado por esse dispositivo. “Esse tipo de
transmissão sempre oferece perda de qualidade da imagem.
Comparada a um televisor digital ou com conversor, a
imagem exibida nos computadores se assemelha aos vídeos da
Internet”, destaca.
Para o funcionário público Antônio Nascimento, 52 anos, a
imagem não é assim tão ruim, apesar de ter percebido a
diferença em relação a um televisor. Ele só não vê muita
utilidade, pessoalmente falando, já que os programas que
gosta de assistir são exibidos na TV a Cabo. “Se conseguir
captar as imagens durante o trajeto de uma viagem ou em
locais onde as pessoas passam grande tempo paradas, será
interessante”, avalia.
Com 21 anos, viciada confessa em televisão e computador, a
estudante de Estética, Denise Mantuano, 21 anos, adorou a
novidade. “Como sempre carrego meu notebook em viagens,
essa anteninha garantiria diverssão em várias situações.
Por exemplo, na praia nós temos um televisão, mas quando
duas pessoas querem assistir canais diferentes fica
difícil”, afirma.
Denise ainda não tem um receptor de TV Digital para
computador, mas se mostrou empolgada quando conheceu o
produto, diferente do namorado, o operador de
telemarketing, Leonardo de Melo, de 19 anos. Ele gosta de
computador, mas diz detestar televisão. ½Por isso não acho
muito funcional. Comprar uma antena para exibir em menor
resolução um programa que a TV já exibe é bobagem”,
atesta.
Aparelhos localizaram só dois canais
O INFO.COM testou alguns dos receptores de TV Digital para
computador das principais marcas vendidas no Brasil. São
eles: Leadership, TeleSystem, AIKO e AOC. Todos foram
enviados à redação acompanhados com CD de instalação do
software de gerenciamento do dispositivo. As marcas
Leadership, TeleSystem e AIKO utilizam o mesmo programa de
exibição, o Presto. Já o AOC usa programa próprio para
visualização dos programas.
As imagens dos quatro aparelhos apresentaram as mesmas
nitidez e qualidade de som. A principal diferença
apresentada entre as marcas foi em relação à rapidez da
conexão e da busca pelos canais.
O aparelho da LeaderShip apresentou problemas na conexão.
Na primeira tentativa indicou erro na instalação do
programa. Na segunda tentativa, erro de leitura no
dispositivo. Na terceira vez, captou os sinais de dois
canais. Ao ser desconectado e reconectado, repetiu as
falhas, só funcionando na terceira tentativa.
Os receptores da TeleSystem, AIKO e AOC funcionaram assim
que conectados ao computador. Mas o AOC, por ser um
programa diferente, demorou cerca de 5 minutos para
localizar os canais, enquanto que os outros o fizeram em
alguns segundos. O aparelho da AOC encontrou apenas um
canal, enquanto os outros localizam dois, redes Record e
Globo. Apesar da Rede TV possuir transmissão digital em
Belo Horizonte, nenhum dos dispositivos captou seu sinal.
Todos os equipamentos foram testados no mesmo computador
e, como a busca de canais depende de onde a antena está
posicionada, os testes foram repetidos em dois locais, um
aberto e outro fechado.
Dispositivo não capta sinal de TV por assinatura
Um receptor de TV Digital para computadores custa em torno
de R$ 300 no Brasil. Quem gosta de buscar seus produtos no
exterior por causa do preço deve ficar atento quanto ao
tipo do aparelho. No Brasil, o modelo de transmissão
decidido pela Anatel e pelo Fórum SBTVD é o ISDB-T 1Seg,
que também funciona no Japão. Assim, só os receptores com
esse tipo de transmissão funcionarão aqui. O modelo
adotado pelos Estados Unidos, Europa e alguns países da
Ásia não são compatíveis com a recepção brasileira.
Essas antenas não precisam ser homologadas pela Anatel,
como os aparelhos set-top box para televisores
convencionais. A Agência informa que se o Fórum SBTVD
achar interessante, a Anatel poderá aplicar ações para
exigir a qualidade do produto. Os aparelhos set-top box
precisam da homologação pois emitem rádiofreqüência e por
isso podem causar interferências eu outras transmissões.
É importante lembrar ao consumidor que as antenas que
captam sinal de TV Digital para computador só conseguem
exibir canais de TV aberta. Os conteúdos pagos, como Net
ou Sky, mesmo com transmissão digital, não são captados
pelo aparelho. O presidente executivo da Associação
Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA), Alexandre
Annenberg, explica que o sinal que capta os conteúdos
digitais das TVs pagas é diferente. Por isso, mesmo que o
usuário possua TV por assinatura com conteúdo digital ele
não conseguirá assistir o conteúdo pelo computador com
essa antena.
Segundo Annenberg, há seis anos, quando o Fórum SBTVD
ainda se reunia para decidir que tipo de sinal iria
adotar, ABTA e as TVs abertas tomaram rumos diferentes,
pois isso o sinal utilizado para os dois tipos de TV são
diferentes. O executivo acredita que se as duas
organizações tivessem tomado o mesmo rumo, isso ajudaria a
aquecer as vendas dos receptores de TV Digital para os
computadores. E a busca em grande escala ajudaria a
diminuir o preço dos aparelhos.
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Fonte: Gazeta Mercantil
[25/09/08]
Interatividade deve ser aliada nas vendas
A definição dos padrões do ginga, o software de
interatividade que será utlilizado no Brasil, deve abrir
novas oportunidades de negócios no mercado de software, na
indústria e até mesmo para as geradoras de conteúdo. Até
agora, a maior parte dos conversores e televisores que
chegaram às lojas não são compatíveis com o software de
interatividade. "Com certeza a interatividade vai trazer
um novo apelo a este mercado", afirmou Izaias da Silva Jr,
diretor de vendas da TQTVD, joint venture entre a Totvs e
a Quality, que trabalha no desenvolvimento do ginga.
Apesar da grande expectativa do mercado, ainda não há uma
expectativa de quando serão definidas as especificações do
novo software, afirmou Roberto Franco, presidente do Fórum
Nacional de TV Digital e diretor de tecnologia do SBT, em
seminário, ontem, em São Paulo.
Para Willian Lima, gerente da linha Bravia, da Sony, a
definição das especificações do ginga pode influencia nas
vendas dos conversores e receptores de televisão digital.
"Com certeza, uma vez definido o padrão, novas
possibilidades serão abertas", disse. Segundo Lima, a
Sony, que atualmente comercializa apenas receptores
externos, deve ampliar a linha de televisores após a
definição do ginga. "As oportunidades são muito grandes",
disse Lima.
Otimismo Jorge Cruz, diretor comercial da taiwanesa
Proview, que lançou no mercado dois conversores em julho,
afirmou que as vendas da empresa foram positivas. "Temos
sempre mais pedidos do que produtos para entregar",
afirmou Cruz. Segundo ele, a implantação do sinal digital
está adiantada em vários estados. "O quadro geral é de
euforia e acreditamos que a disponibilidade do sinal
digital será muito mais rápida do que estava projetado
inicialmente". O diretor contou que a empresa, que
surpreendeu o mercado ao laçar conversores a até R$ 199,
preço bem abaixo em relação a concorrência, prepara
novidades. (Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 3)(Wilson
Gotardello Filho)
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Fonte: Convergência Digital
O diretor para a América Latina da Sun Microsystem, Luiz
Fernando Maluf, sustentou que até o final de outubro,
estará finalizada a especificação do Ginga Java,
desenvolvida em conjunto com o Fórum da TV Digital. Em
novembro, a versão passará por uma revisão técnica. Antes
do final do ano, garantiu o executivo, os desenvolvedores
mundiais terão acesso à especificação - que será a
primeira mundial no modelo free (sem cobrança de licença).
"Posso garantir que estamos fazendo todos os esforços
porque a Sun não está focada na TV Digital. Nós queremos
mobilidade e conectividade. Uma emissora vai armazenar
mais de 1 terabyte de informações. Ela vai precisar de
armazenar esses dados em grandes sistemas, que são o nosso
negócio", frisou o executivo, que participou de um evento
sobre TV Digital, desenvolvido pela Brasscom, nesta
quarta-feira, 24/09, na capital paulista.
O executivo da Sun - que falou para uma platéia
interessada em desenvolver aplicações de software para TV
Digital - reforçou: Resolver, de forma correta e
transparente, o problema de royalties é crucial.
"Hoje não temos problemas de tecnologia. Esses são
solucionáveis. O cerne sempre está na parte na propriedade
intelectual. Mais de 50% dos problemas mundiais no setor
são provocados por questões relativas à propriedade
intelectual. O modelo free precisa ser equacionado 100%.
Estamos fazendo isso"..
Maluf não revelou preocupação com o fato de parte do
mercado brasileiro - especialmente desenvolvedores de
software - tentem uma versão 1.0 do Ginga, com
interatividade, sem o Java, para ser lançada antes de
dezembro.
Para ele, esse é um mercado em evolução e que reúne mais
de 20 tecnologias. "Precisamos resolver questões mundiais.
O Brasil está saindo como um exemplo. Estamos fazendo uma
versão free, a BSD, que não haverá cobrança de royalties.
Isso é um marco e será replicado em vários países",
repetiu Maluf.
"Mas também haverá uma versão GPL onde poderemos cobrar
pelo licenciamento, se assim o quisermos, em parceria com
o Forum brasileiro. O cuidado precisa ser redobrado. Nâo
podemos nos antecipar", completou o diretor da Sun
Microsystems.
Com relação ao mercado nacional, o executivo assegura que
o mercado de conversor será, sim, emergente."Há 98% da
população com Televisão. É um mercado totalmente distinto
do de computadores. O usuário mais leigo não vai apenas
focar a questão da melhor qualidade da imagem. Ele vai
querer a interatividade. Eu vislumbro mercado emergente
para quem faz conversor". completou Maluf.
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A TV digital vem sendo implantada por todo o mundo com o
objetivo de facilitar o acesso às informações e apresentar
novos padrões de interatividade e qualidade.
No Brasil, não apenas o novo padrão de transmissão mas
também o desenvolvimento de plataformas que ofereçam
suporte à essa tecnologia, têm feito com que empresas do
setor de comunicação e desenvolvedoras de softwares se
unam com o intuito de auxiliar a implementação dessa forma
de convergência digital.
Durante o encontro "TV Digital: Uma nova oportunidade para
as empresas de software", realizado em parceria pela
Brasscom (Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia
da Informação e Comunicação), Abes (Associação Brasileira
das Empresas de Software), Assespro SP (Associação das
Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação, Software
e Internet) e Softex, foram discutidos e apresentados
modelos de negócios para o setor.
Estavam presentes no evento Roberto Franco, presidente do
Fórum SBTVD, Nelson Wortsmann, consultor da Brasscom, além
de representantes e executivos de empresas como Sun e
TQTVD, que já estão explorando oportunidades nessa área.
Um dos grande destaques foi a apresentação do middleware
Ginga, desenvolvido no Brasil pela PUC - RJ e Universidade
Federal da Paraíba.
Baseado em padrões de tecnologia abertos, o Ginga otimiza
os recursos e aplicações da TV digital com baixo
processamento de memória. Outro diferencial apresentado é
a interatividade e o sincronismo com as mídias. O
middleware brasileiro possui suporte tanto para linguagem
Java quanto Lua, e promete ser uma alternativa ao padrão
MHP.
Roberto Franco, afirmou que o projeto atende requisitos
únicos e permite desenvolvimento de aplicações interativas
independentes da plataforma de hardware dos fabricantes
dos set-top boxes.
Segundo Franco, o middleware totalmente desenvolvido no
país representa uma grande oportunidade para as empresas
que desenvolvem de softwares que poderão explorar tanto no
mercado nacional quanto internacional novas formas de
interatividade. Além disso, poderão aprimorar serviços
como T-banking, T-commerce, T-advertising e T-government,
que prometem mudar o cotidiano dos telespectadores.
Já para David Britto, diretor da Quality Software, o
grande desafio tem sido conseguir o apoio de empresas
detentoras de padrões que possam auxiliar no
desenvolvimento dessas aplicações e no aperfeiçoamento do
Ginga. De acordo com ele, essas empresas não querem
participar do projeto por não aceitarem os termos de
exploração livre das tecnologias.
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São Paulo - Associações defendem que o Ginga comece a ser
embarcado nos conversores, para que o mercado de
aplicativos possa florescer.
Os líderes das principais entidades da indústria nacional
de software defendem a estréia da interatividade na TV
digital com a máxima urgência possível, do contrário o
setor poderá perder a “janela” de oportunidade com a
oferta de aplicativos para o filão.
Em um evento realizado nesta quarta-feira (24/09), a
Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da
Informação e Comunicação (Brasscom), a Softex, a
Associação Brasileira das Empresas de Software (Abes) e a
Assespro defenderam que o middleware Ginga, componente
necessário para que a TV digital ofereça interatividade,
deve começar a ser embarcado o quanto antes nos
conversores vendidos no mercado.
O Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre
(SBTVD) está trabalhando com dois subsistemas para o
Ginga. O primeiro, conhecido como Ginga-NCL já está pronto
e já poderia ser embarcado nos conversores. Esta é a
demanda das empresas de software.
Porém, antes de liberar a adoção desta versão, o Fórum
quer garantir que os aparelhos que forem para o mercado
rodando o Ginga-NCL sejam também compatíveis com o outro
subsistema do middleware, o Ginga-J, baseado na linguagem
de programação Java, da Sun.
Segundo Salustiano Fagundes, diretor presidente da HXD e
membro do módulo técnico do Fórum, os primeiros
conversores com Ginga devem chegar ao mercado em até um
ano. Ele acredita que dispositivos móveis, que recebem o
sinal One Seg, podem sair na frente, estreando a
interatividade até o final de 2008.
“A barreira é a compatibilidade com a versão Java, o que
será resolvido com a especificação. Então já poderão ser
lançados equipamentos ‘Ready do Java’”, defendeu Nersol
Wortsman, diretor da Brasscom. As especificações devem
ficar prontas até o final de novembro, segundo David
Britto, que também é membro do Fórum.
Sem poupar críticas ao atraso no lançamento do Ginga,
Wortsman também defendeu uma participação maior das
empresas de software nas decisões sobre a implementação da
TV digital. “Defendemos que haja uma reformulação no
Fórum”, disse ele.
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As principais entidades da área de software - Brasscom,
Softex, ABES, Assespro - entregaram um documento oficial à
direção do Fórum SBTVD na reunião do Conselho
Administrativo, realizada há 15 dias. Nele, elas defendem
a adoção o quanto antes da versão Ginga NCL/Lua no mercado
brasileiro. A decisão das entidades foi antecipada pelo
Convergência Digital em informação obtida pela jornalista
Cristina de Luca, na coluna Circuito.
Temor é que ficar à espera da versão Ginga Java free -
prometida para dezembro pela Sun Microsystems- termine por
fazer o Brasil perder uma "janela única de oportunidade".
Medida, no entanto, é recebida com cuidado redobrado pelo
Fórum SBTVD. Há um forte conflito de interesses entre
fabricantes de conversores, radiodifusores,
desenvolvedores de software e Academia.
"Não gosto de falar em Ginga 1.0, porque isso me faz
pensar em várias versões pela frente. Não gosto desse
nome. Como presidente do Fórum SBTVD posso afirmar que
precisamos ter cautela para que essa versão NCL/Lua, de
fato venha a ter conformidade com a versão Ginga Java e
não haja problemas de interoperabilidade mais à frente",
ponderou Roberto Franco, que participou nesta
quarta-feira, 24/09, de um debate sobre a participação da
Indústria de Software na TV Digital, promovida pela
Brasscom, na capital paulista.
Franco admite que uma das maiores preocupações dos
radiodifusores é que não venha a existir um legado em
relação à essa versão Ginga 1.0, a ser lançada antes do
Ginga Java Free. "Temos que ter compromissos formais de
plataformas mínimas interoperáveis para que o investimento
feito em dezembro pelo consumidor não venha a ser perdido
em curto espaço de tempo", exemplifica o executivo. O
presidente do Fórum SBTVD diz que já há um legado -
conversores vendidos sem o Ginga -que terá de vir a ser
administrado mais cedo ou mais tarde.
"Quem comprou agora um conversor sem interatividade vai
gostar de saber que terá de trocá-lo em menos de um ano?",
indaga. A divisão da indústria da TV digital com relação
ao lançamento imediato do middleware Ginga é evidente. Se
de um lado os desenvolvedores de aplicativos querem a
interatividade o quanto antes para que possam mostrar o
valor das suas soluções e, claro, ganhar dinheiro com os
negócios a serem fechados, de outro, há o posicionamento
dos fabricantes. Eles simplesmente se mantêm fora dessa
discussão. A Academia também preferiu ficar à parte dessa
discussão inicial.
"Os interesses comerciais dos fabricantes e da Academia
não permitiram a participação deles no grupo de trabalho
que está, ao lado da Sun Microsystems, desenvolvendo a
versão do Ginga Java free. Até porque quem entra nesse
grupo é obrigado a assinar um contrato dizendo que não vai
cobrar patente. E vivemos num mundo competitivo. Não houve
ainda a percepção do momento", lamentou David Britto,
diretor da TQTVD, que está desenvolvendo o seu próprio
middleware- o AstroNet.
O Grupo de Trabalho que desenvolve o Ginga Java, com a
Sun, é composto de apenas sete empresas - duas de
radiodifusão - Globo e SBT - e duas de software - TQTVD e
Hyrix. Número considerado bem aquém do ideal para a
discussão técnica e da mobilização necessária de um setor
que pode estar tendo pela frente uma chance única de
ganhar presença mundial.
As entidades de classe - que não participam do Fórum SBTVD
por decisão do governo - mesmo formalizando o apoio ao
lançamento do Ginga 1.0 tentam minimizar os conflitos, mas
assumem que a TV Digital vive, hoje, um momento de
definição.
"São gigantes, competidores entre si que estão sentando à
mesa para dialogar sobre um tema absolutamente recente.
Não é simples. Não é mais apenas uma questão tecnológica.
Ela é política e financeira. Não é uma mudança da
convergência. É cultural", sublinhou Nelson Wortsman,
diretor de Convergência Digital da Brasscom.
A questão é tão delicada que Roberto Franco, com o
"chapéu" de diretor da SBT, assume que já faz testes com
interatividade com o Ginga NCL/Lua e, até o momento, não
há nada que reforce a idéia que a interatividade não
poderia ser aplicada - nas cidades onde há TV digital.
"Como SBT quero interatividade para ontem. Essa é a
verdade. Mas há que sem pensar no todo", detalhou.
Franco assume que a capilaridade da TV digital no Brasil
ainda é pequena - há um custo considerável de investimento
- mas também observa que há uma realidade nacional: A
burocracia. "No Rio de Janeiro, por exemplo, levamos oito
meses negociando com o Ibama para colocar uma antena
digital no mesmo lugar onde já havia outra antena. Esse é
apenas um exemplo. Teremos essa negociação em todo o país.
E não apenas nós, mas todos os radiodifusores", completou
o executivo.
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No médio prazo, as operadoras que estão investindo em DTH
(rede de televisão via satélite) - Embratel, Oi e
Telefónica - não preocupam. Ao contrário. Elas são vistas
como parceiras e já há negociações em curso, mas se a
interatividade demorar a acontecer na TV tradicional, o
mercado pode vir a ganhar outros contornos com a presença
maior de aplicativos de empresas estrangeiras. Fórum SBTVD
tenta atrair as concessionárias de telecom e busca uma
"harmonização" com as operadoras de cabo.
"É muito complexo afirmar que a ação das operadoras de
cabo está certa ou errada. É claro que não houve uma
harmonização, mas elas têm os seus negócios imediatamente
atingidos. O ideal é que se busque uma harmonização. Que
elas deixem os padrões proprietários e tentem usar os
padrões abertos. Mas o ideal nem sempre é alcançado",
frisou Roberto Franco, presidente do Forum SBTVD ao ser
questionado se a ação das TVs a cabo - que estão fazendo
pacotes populares vendendo imagem melhor e banda estreita
( de 64 a 128 Kb) para clientes de menor poder executivo e
usando a marca Digital.
Para Salustiano Fagundes, da Hyrix, desenvolvedora de
aplicativos para TV digital, as teles num médio prazo não
são concorrentes. Elas, até, buscam para seus conversores
de satélite e de IPTV, aplicações voltadas para a
interatividade e avaliam o Ginga. Mas, o mercado pode
sofrer, sim, se a interatividade na TV tradicional não
acontecer num curto prazo. "É claro que se a TV aberta
terrestre não se adequar, o mercado vai se reduzir porque
as teles não vão esperar. Elas têm negócios e vão usar a
solução de momento disponível", advertiu o executivo.
Indagados do porquê das operadoras de telecom - fixas e
móveis - estarem fora do Fórum SBTVD, os executivos da
entidade afirmaram que já há uma mobilização para
atraí-los. Principalmente porque houve uma decisão
significativa: Não há canal de retorno, mas sim canal de
interatividade, e esse pode ser ocupado pela tecnologia
mais adequada - 3G, ADSL, WiMAX, entre outras.
"A proposta é que as operadoras sentem à mesa e discutam
conosco o futuro da TV Digital. Elas têm um papel
importante nessa cadeia de titãs", completou Nelson
Wortsman, diretor de Convergência Digital da Brasscom. O
tema TV Digital e o mercado de software reuniu
especialistas da área nesta quarta-feira, 24/09, na
capital paulista.
Indagados do porquê das operadoras de telecom - fixas e
móveis - estarem fora do Fórum SBTVD, os executivos da
entidade afirmaram que já há uma mobilização para
atraí-los. Principalmente porque houve uma decisão
significativa: Não há canal de retorno, mas sim canal de
interatividade, e esse pode ser ocupado pela tecnologia
mais adequada - 3G, ADSL, WiMAX, entre outras.
"A proposta é que as operadoras sentem à mesa e discutam
conosco o futuro da TV Digital.
Após quase dez meses de sua
implementação, o Sistema Brasileiro de TV Digital (SBTVD)
ainda não emplacou. Telespectadores que residem em três
capitais (São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte)
podem captar som e imagem digitais em seus televisores,
desde que tenham o aparelho que faz a conversão do sinal.
Mas, na visão de Luiz Maluf – diretor da Sun na América
Latina -, de Nelson Wortsman – diretor da Brasscom -, e
outros representantes do setor acreditam que só a
interatividade dará força ao sistema. “A TV digital só vai
conquistar o mercado de massa se agregar algo nov, algo
que possa mudar a vida das pessoas – seja em lazer,
serviços, comércio, etc.”, afirmou Wortsman.
Durante o evento "TV
Digital: Uma nova oportunidade para as empresas de
software" realizado nesta quarta-feira (24/09), em São
Paulo, foi discutido o que as indústrias de software têm
feito para dar impulso ao sistema. “Passamos da infância
para a adolescência”, explicou Wortsman. A questão é que
ainda não foi definida uma data específica para o início
das transmissões com opções de interatividade. “Se não
sair agora, vamos perder uma oportunidade ímpar de pegar
uma tecnologia brasileira inovadora e leva-la para fora”,
observou Salustiano Fagundes, presidente da HXD, empresa
focada na criação de aplicações interativas para TV
digital.
O impasse da interatividade
passa pela regulamentação do Ginga, o middleware que
possibilita o funcionamento das aplicações recebidas nos
aparelhos. A Pontifícia Universidade Católica do Rio de
Janeiro (PUC-RJ) desenvolveu um middleware baseado na
linguagem NCL-Lua, pronto para ser utilizado e com
lançamento defendido por empresas interessadas – caso da
HXD.
Mas o Fórum SBTVD (entidade
criada pelo governo federal que reúne representantes das
emissoras de radiodifusão, fabricantes, empresas de
software e instituições acadêmicas para discussão do
sistema), vai contra essa idéia. Roberto Franco,
presidente da entidade, quer o lançamento somente após o
Ginga baseado em linguagem Java for aprovado – questão que
não foi resolvida antes porque alguns componentes são
patenteados e foi necessário desenvolver uma nova
plataforma livre de royalties. A Sun está por trás dessa
plataforma e promete disponibiliza-la até o final do ano.
Salustiano, da HXD, diz que,
se forem esperar todo o processo – entrega do Ginga
especificado em Java, o desenvolvimento de aplicações e o
início do uso -, a interatividade só chegará daqui a dois
anos. Já Wortsman, da Brasscom, defende o lançamento do
middleware com responsabilidade para que fabricantes não
tenham de se adaptar às mudanças de hardware que possam
ser necessárias futuramente, caso haja a integração com a
linguagem Java. É a mesma posição de Franco, cuja entidade
será responsável por definir um padrão de qualidade a ser
seguido. “O Fórum vai disponibilizar o Ginga somente
quando houver uma especificação que atenda a todas as
demandas [de linguagem]”, ressaltou.
Chance de ouro – Wortsman disse que a implementação de um
sistema interativo eficaz é a chance de ouro de o Brasil
sair na frente do restante do mundo – assim como aconteceu
no caso da automação bancária (há cerca de duas décadas),
no modelo eletrônico adotado para as eleições ou no
recolhimento de impostos pela Receita Federal. o desafio é
criar uma ponte entre as linguagens Java e NCL. David
Brito, presidente da Quality (empresa que, junto à Totvs,
criou a joint-venture TQTVD para TV digital), compartilha
da mesma opinião e diz que o Brasil está na dianteira
mundial do desenvolvimento de middleware do tipo, tanto é
que a empresa que comanda tem um projeto que integra as
duas bases – o AstroTV.
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Não estranhem. A pergunta é significativa. O momento para
a TV digital no Brasil é decisivo. Os desenvolvedores de
aplicação precisam definir seus planos. Empresas de
software brasileiras não resistem a projetos com longa
maturação. Falta grana. E será que vale a pena corrermos
este risco aqui? Com tanto já feito?
Enquanto isso o mercado anda. A Samsung deve ser a
primeira empresa a lançar um produto comercial baseado no
topo da família System on Chip da Intel, o CE3100, e no
"Canal Widgets", desenvolvido pelo Yahho!, demonstrados em
agosto no último IDF. "Será receptor avançado, com
conexão internet, com venda no início do ano que vem",
informou o gerente de novas tecnologias da Intel para a
América Latina, Américo Tomé.
Será essa uma das razões pelas quais a Samsung Brasil
lidera a lista dos fabricantes de receptores contrárias ao
lançamento de uma especificação Ginga 1.0, sem o módulo de
Java? Ganhar tempo para ter um produto topo de linha, com
produção em escala? Só o tempo dirá.
Durante a Set 2008, depois de ser apresentado a todas as
possibilidade de interatividade desenvolvidas pela TQTVD,
uma delas usando um protótipo do set-top-box da Tecsys com
o chip Intel CE2110, precursor do CE3100, Benjamin Sicsú,
vice-presidente da Samsung, limitou-se a dizer que, como
fabricante, nunca teve a menor dúvida de que a
interatividade é um recurso importante.
OK. Está claro.
Que os set-top-boxes terão recursos interativos, isso
ninguém duvida mais. Que rodarão o Ginga, também parece
questão fechada. A dúvida hoje é quando. A indústria de
software continua sendo a única a ter pressa. E quanto
mais o tempo passa, mais se percebe porquê.
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Ginga no CE3100
Perguntei ao Américo Tomé, da Intel, se dependendo da
memória do set-top-box seria possível, do ponto de vista
técnico, ter o Ginga e Canal Widgets
do Yahoo! instalados na mesma máquina. A resposta foi sim.
"Como o Ginga já foi portado para o CE2110 e o CE3100 é
compatível com o CE2110, ter o Ginga rodando no CE3100 é
muito simples", afirmou Américo. "O mais complicado aí é a
integração da interface. As funcionalidades de um de outro
deveriam ser cessadas sempre do mesmo jeito, de modo
transparente para o usuário. A padronização da interface é
importante para garantir que não haja mudança na
experiência de uso do consumidor final. Que ele continue
assistindo a sua televisão, e o acesso à interatividade,
com ou sem internet, seja feita da forma mais transparente
possível", concluiu.
@@@@@@@
Incerteza bloqueia investimentos
Quem melhor definiu a resistência dos fabricantes de
set-top-boxes à não adoção do Ginga 1.0 foi Hélio
Rotenberg, presidente da Positvo.
- A TV Digital seria um bom produto para a área
Educacional?, perguntei a ele.
- Maravilhoso, repondeu.
- E vocês não querem ser os primeiros a entrar nesse
mercado?
- Nossa. Aí entra a nossa área de conteúdo. Temos uma
série de produtos prontos para serem usadaos na TV
Digital.
- Mas precisa da interatividade. Alguém tem que quebrar
esse ciclo do Ginga...
- Não dá. Tem o problema dos royalties. Você já viu o que
dá para fazer com o Ginga sem o java. É muito pouco. Não
dá para investir em hardware que só faz metade das coisas
possíveis. Sem java fica limitado. É difícil. A gente
trabalha em um ambiente tão incerto de negócios, que não
para apostar em coisas mais incertas ainda.
E a Positivo fala com conhecimento de causa. A aposta
incial na TV digital foi uma aposta de volume, baseada na
crença de que o brasileira migraria para o novo sistema
para ter uma imagem melhor. Mas os conversores para as TVs
de tubo não venderam bem.
"A gente pretende reverter isso, mostrando para a
população as vantagens", disse Hélio.
Em paralelo, a empresa criou há três semanas uma área de
pesquisa e desenvolvimento da TV Digital. "Mas esse
pessoal ainda demora de quatro a cinco meses para começar
definir o que fazer", disse Hélio.
@@@@@@@
Enquanto isso, a fase de discussões e definições sobre os
requisitos mínimos dos conversores, a memória que terão, o
software, etc, avança no Fórum SBTVD entre emissoras,
empresas de software, fabricantes de hardware e o governo.
É muita cultura diferente para juntar, com interesses e
modelos de negócios que ainda não convergiram. Concordo
com quem diz que a TV Digital só vai acontecer no Brasil
quando discutirmos a interatividade. E quem vai determinar
os rumos dessa interatividade são os grandes players: o
governo, os bancos, as emissoras.
Se um grande banco quiser fazer o serviço, se o governo
quiser, see uma grande emissora conseguir definir como
ganhará dinheiro, aí sim, a engrenagem toda se
movimentará.
@@@@@@@
Em tempo
A Comcast, maior operadora de cabos dos Estados Unidos, já
anunciou uma parceria com a Yahoo e a Intel para oferecer
widgets a partir do ano que vem, em televisores,
decodificadores e outros aparelhos conectados a eles.
As pequenas janelas permitirão que os telespectadores
conversem ou troquem e-mails com amigos, assistam a
vídeos, acompanhem ações ou placares esportivos ou se
mantenham atualizados e termos de notícias e informações
meteorológicas, tudo isso por meio do controle remoto do
televisor.
Parte disso já é possível apenas com o uso do Ginga-NCL,
como demonstraram a MOPA, a HXD e a TQTVD na SET 2008. O
Brasil, que podia sair na frente, como fez na automação
bancária, corre o risco de ficar à reboque.
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Agência Estado
A tão propalada - e desconhecida - interatividade na TV
digital finalmente deu as caras. Ainda não está no
televisor mais próximo a você, mesmo que tenha um
decodificador. Mas, na semana passada, o que era só uma
promessa ganhou os holofotes e pôde pela primeira vez ser
conferido de fato. Pelas projeções mais otimistas, deve
estrear até dezembro.
Na Broadcast&Cable, evento que aconteceu no início do mês
reuniu emissoras, fabricantes e acadêmicos, dezenas de
televisores LCD e plasma espalhados pelo Centro de
Exposições Imigrantes, na zona sul, exibiam os testes de
interatividade de Globo, Record, SBT e Band. Os controles
remotos, necessários para experimentar, eram disputados.
Pela interatividade, o telespectador pode acessar um menu
transmitido pela emissora juntamente ao sinal de TV. A
Globo, por exemplo, exibiu um relativo à Olimpíada: era
possível visualizar o quadro de medalhas atualizado, o
calendário dos jogos e notícias. A navegação é muito
parecida à do PC, por ícones. Só que, para acessar cada
opção, ao invés de mover o mouse, usam-se as teclas do
controle remoto.
O SBT exibiu um menu com previsão de tempo e notícias
minuto a minuto sobre política, economia, internacional e
esportes. A Record apresentou receitas culinárias e mapa
com a situação do trânsito em São Paulo. Já a Band tinha
uma enquete sobre quais deveriam ser as prioridades dos
candidatos à prefeitura.
Com os testes, as emissoras começam a planejar sua
interatividade. O SBT quer ter um "portal" de serviços.
"Será como a primeira página de um site. Iremos mudar
constantemente. Em uma eleição, por exemplo, poderemos
informar como anda a apuração. O telespectador acessa
quando quiser", diz o diretor de tecnologia da rede,
Roberto Franco.
A Record, por outro lado, planeja ter conteúdo ligado aos
programas que estejam no ar. "Não é saudável ao programa
competir com outro tipo de informação. A TV não é
internet", opina o diretor de tecnologia da emissora, José
Roberto Amaral.
Já a Globo estuda formas menos "intrusivas". "O formato
com mais ‘cara’ de TV é o de colocar ícones na lateral da
tela. Quando o telespectador clica, vê dados como as
estatísticas de uma partida de futebol, por exemplo, sem
modificar a exibição do jogo na tela", conta Daniel
Domingos, da Globo.
E quando vai chegar?
Se os testes das emissoras chamaram atenção no
Broadcast&Cable, a pergunta que não queria calar era
"quando a novidade vai estrear?". Falta, primeiro, o
receptor compatível começar a ser vendido. A maioria dos
palestrantes evitava falar em prazos. O discurso era de
que seria em "muito, muito pouco tempo". Só os pequenos
fabricantes Visiontec e DTI, na área dos estandes,
anunciavam que iriam lançar em dezembro seus modelos com
Ginga, o software da interatividade.
O Ginga já está pronto. A demora para sua estréia se deve
a uma questão de licenças de uso. Uma da metades do
software foi totalmente desenvolvida no Brasil e não tem
impedimentos. Já a outra - que permitiria aos aplicativos
de interatividade serem compatíveis com outros padrões
mundiais - pode ser passível de cobrança de direitos, o
que desagrada fabricantes e emissoras.
Uma alternativa à segunda metade está sendo desenvolvida.
O prazo previsto é até o final de outubro. Quem toma
decisões e analisa essas questões é o Forum do Sistema
Brasileiro de TV Digital Terrestre, formado por governo,
emissoras, grandes fabricantes de eletrônicos, acadêmicos
e empresas de softwares. É aí que se montou um impasse.
Grandes fabricantes defendem que se espere até a conclusão
dos problemas com licenças, para que não seja necessário
atualizar nada. "É preciso resolver tudo antes. Mesmo se
isso ocorrer em outubro, será necessário um período de
testes Lançar em dezembro é impossível", diz o engenheiro
de desenvolvimento da Samsung Domingos Stavridis.
Acadêmicos, empresas de software e governo, por outro
lado, defendem que já seria possível lançar o Ginga, mesmo
incompleto. Depois, quando o problema estivesse
contornado, o usuário faria uma atualização de software.
Segundo um dos responsáveis por desenvolver o Ginga, o
pesquisador Guido Lemos, da Universidade Federal da
Paraíba, seria possível fazer o lançamento até o fim do
ano. "Mesmo que não consigamos resolver a questão dos
direitos, o que já temos permite rodar aplicações
interativas", diz. "Esse seria o caminho mais correto,
para não paralisarmos o processo de adoção da TV digital",
opina o assessor da Casa Civil André Barbosa.
-----------------
SÃO PAULO - A Positivo
Informática está perdendo dinheiro no segmento de
conversores para sinal de TV digital. Segundo o presidente
da empresa, Hélio Rotenberg, a demanda pelos produtos
ficou muito abaixo do esperado uma vez que a taxa de
adesão pelas camadas mais baixas da população à nova
tecnologia não ocorreu na velocidade prevista pela
Positivo.
"Como iríamos imaginar São
Paulo, o maior mercado do país, oferecendo TV digital mas
sem ter filas em lojas para comprar conversores?", afirmou
o executivo, que confirmou que, por conta da baixa
demanda, sua companhia está "perdendo dinheiro" com os
aparelhos.
A expectativa original da
Positivo, quando entrou nesse mercado no final do ano
passado, era vender cerca de 20 mil aparelhos por mês.
"Nossa média, hoje, é de cerca de mil aparelhos vendidos
por mês", afirmou o presidente da companhia.
Segundo o executivo, os
conversores mais equipados, voltados principalmente para
consumidores de classe mais alta e que tenham TV de tela
de LCD ou plasma, continuam vendendo razoavelmente bem. O
problema de demanda ocorre nos equipamentos mais simples,
que a empresa colocou no mercado para suprir as classes C
e D da população.
"Acreditávamos que o
consumidor de renda mais baixa, que muitas vezes assina o
plano básico de uma TV à cabo apenas para ter um sinal bom
das emissoras abertas, iria trocar essa assinatura mensal
pelo gasto único de um conversor e ter uma melhor
qualidade no sinal em sua TV convencional", afirma
Rotenberg. "Isso não aconteceu", lamenta.
Outra dificuldade enfrentada
pela Positivo no mercado de conversores foi a entrada da
concorrente Proview, com um aparelho mais barato. "Fomos
obrigados a baixar o preço depois do lançamento deles",
afirma Rotenberg.
Ainda assim, o executivo
afirma que a Positivo não tem intenção de abandonar o
mercado de conversores. Segundo ele, essa é uma posição
estratégica e que acompanha a expectativa da empresa de
que o futuro para a tecnologia é uma convergência digital
cada vez maior. Dessa forma, explica Rotenberg, é
importante que a empresa esteja bem posicionada para se
beneficiar das oportunidades que essa convergência poderá
criar para a indústria.
-------------------
Sem querer citar nomes de
mercado, o presidente da fabricante, Hélio Rotenberg,
assegurou, em entrevista coletiva concedida nesta
quinta-feira, 18/09, que os conversores para TV Digital
permanecem nos planos da companhia, mesmo com as vendas
bem abaixo da expectativa. O executivo fez severas
críticas ao modelo de divulgação da TV Digital no país.
"Acreditávamos que iríamos
vender conversores para TVs de tubos, que são os
consumidores que precisam melhorar a qualidade da imagem
de suas TVs, mas não houve esclarecimento para isso. Será
que acham que esse papel é apenas nosso, da indústria? As
emissoras pouco falam de Tv Digital", afirmou. A Positivo
está vendendo cerca de 1000 conversores/mês, número bem
abaixo da expectativa inicial: 25 mil.
Rotenberg seguiu a linha
recém-adotada pelo ministro das Comunicações, Hélio Costa,
e disse não entender o posicionamento das emissoras de TV.
"Elas não estão falando de TV digital como achamos que
fariam". Em contrapartida, as operadoras de cabo passaram
a vender pacotes populares - com o serviço delas - e
apenas com canais abertos - como se fossem TV Digital. "A
confusão se estabeleceu na cabeça do consumidor. Ele não
foi orientado", destacou.
Com relação ao preço, a
Positivo chegou a baixar para R$ 399,00 o custo dos
conversores para TVs de tubo depois que a Proview lançou o
seu por R4 299,00. "Chegamos a nosso limite de preço,
sendo que este é o preço para os conversores de tubo.
Esses foram os que encalharam".
Segundo o executivo, os
conversores topo de linha, HDMI para TVs de plasma,
venderam bem. Razão pela qual a empresa anunciou, no fim
se agosto, a criação de uma equipe de desenvolvimento de
produtos para TV Digital. No ano passado, a empresa
conseguiu um aporte da Finep para desenvolver inovação
tecnológica na área.
"Ainda temos produtos em
estoque, mas também temos a maior equipe de pesquisa para
TV digital do país. A aposta continua, mas temos que
esperar. Não somos aventureiros de mercado", disparou, sem
no entanto, revelar quem seriam esses "aventureiros".
Segundo Rotenberg, essa
equipe de desenvolvimento já tem algumas propostas de
produtos inovadores no forno. Perguntado se a Positivo
investiria em conversores com maior capacidade de memória
e interatividade, disse apenas que o projeto do produto já
existe, mas a Positivo não investirá nessa linha enquanto
a questão do middleware Ginga não estiver resolvida. "Sem
o Java, os recursos de interatividade ficam prejudicados",
afirmou.
A prova que a Positivo se
mantém no mercado é a inclusão da recepção digital no novo
modelo de PCTV que integra a nova linha de desktops topo
de linha da empresa. O Positivo PCTV V535 XL Digital traz
um conversor embarcado, com capacidade para receber o
sinal digital ou analógico. Tem ainda processador Pentium
Dual Core E220, 2G de RAM, HD de 250GB e gravador de DVD.
A empresa não divulgou o preço da máquina.
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A Intel e a Tecsys
anunciaram nesta sexta-feira, 12/09, o lançamento de três
set-top-boxes para TV Digital no Brasil usando o precursor
dos System on Chip Intel, apresentados no último IDF, o
CE2110.
O protótipo de um deles
rodava algumas as aplicações interativas baseadas no
Astro, implementação do middleware Ginga, no estande da
TQTVD no SET 2008, realizado no fim de agosto, em São
Paulo.
Ainda este ano, a Tecsys
colocará três modelos de set-top-boxes no mercado, com
marcas de terceiros: Amplimatic e Jabil (fabricante
multinacional). Um deles será para recepção por satélite.
Os outros dois, terrestre.
"A TV Digital é uma das
principais apostas da Intel para o mercado brasileiro na
área de soluções embarcadas", disse Américo Tomé, Gerente
de Novas tecnologias da Intel para a América Latina.
A Intel está prevendo um
crescimento exponencial no mercado de set-top-boxes a
taxas de 30%, até 2012. Também em 2012, o Brasil deverá
ser o segundo maior mercado de set-top-boxes avançado com
recursos de interatividade e conectividade, que demandam
uma caixa com maior capacidade de memória, software
embutido (no nosso caso o Ginga).
Sem disputa com o Ginga e
parceria com a TQTVD
A Intel anunciou também um
acordo com a TQTVD para suporte do AstroTV. O grande
diferencial da plataforma da Intel, segundo a TQTVD,
desenvolvedora dessa aplicação - disponibilizada no vídeo
abaixo - é o tempo de resposta de processamento.
Para os telespectadores
brasileiros, a interatividade na TV ainda é um conceito
muito distante. Uma fronteira nova no mundo da
radiodifusão. Explorar essa nova frente, do ponto de vista
de desenvolvimento de aplicações, atendendo primeiro às
demandas das radiodifusoras e, em seguida, das agências de
propaganda, tem animado os desenvolvedores de software no
Brasil.
Algumas aplicações
interativas criadas apenas para mostrar o potencial deste
mercado foram apresentados por empresas como o C.E.S.A.R,
a TQTVD, a Mopa e a HXD durante o SET 2008, realizado no
fim de agosto em São Paulo. Uma dessas aplicações, bem
complexa, rodava em uma plataforma Intel CE2110.
Desenvolvida combinando as
linguagens NCL, Lua e Java, fazendo uso da capacidade de
memória flash do receptor para armazenamento de pequenas
aplicações enviadas pelo canal de retorno, a aplicação se
aproximava muito do conceito apresentado pela Intel e a
Yahoo! no último IDF, de usar a interatividae para
aproximar a internet da televisão, oferecendo aos usuários
pequenos aplicativos baixados e usados a partir da tela da
TV.
Ao ser questionado se há
competição entre o Ginga, middleware brasileiro, e a
plataforma desenvolvida pela Intel, o gerente da Intel
para a América Latina, Américo Tomé, negou essa "disputa"
e garantiu que as plataformas são complementares.
*A jornalista viajou ao
Intel Editor`s Day, na Bahia, a convite da Intel do Brasil
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ATUALIZADA -Os esforços de
internacionalização do Ginga, o middleware brasileiro de
TV Digital pode escrever um capítulo decisivo
mundialmente, e porque não, também para o seu
desenvolvimento mais acelerado no próprio Brasil.
Representantes da Agência
Nacional de Telecomunicações (Anatel), da Pontifícia
Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e da
Fundação Centro de Análise, Pesquisa e Inovação
Tecnológica (Fucapi) defenderam nesta segunda-feira,
01/09, em reunião da União Internacional de
Telecomunicações (UIT), a validação do GINGA, como um dos
middlewares de padrão aberto existente atualmente para
sistemas IPTV.
Se passar por esta etapa, o
Ginga possui grandes chances de ser recomendado pela UIT.
Procurada pelo Convergência Digital, a Anatel, por meio da
Assessoria, disse que não falaria sobre o tema. A decisão
final deve ser tomada na próxima reunião da UIT, no início
de outubro, no Brasil, antes da Assembléia Geral da
organização, na África do Sul. O IPTV é um dos mais
promissores sistemas de transmissão de TV Digital.A
indicação do Brasil foi feita por japoneses e brasileiros,
em outubro de 2007, na primeira reunião da UIT-IPTV em
Tóquio.
De lá para cá, uma
contribuição técnica sobre o GINGA-J e GINGA-NCL foi
aprovada dentro do "Focus Group on IPTV" da UIT criando,
assim, a base para o início dos trabalhos de recomendação
do GINGA como um middleware para sistemas IPTV. Através de
reuniões em Genebra, como a desta segunda-feira, 01/09, o
GINGA-NCL passou a integrar a documentação do "Question
13/Study Group 16" da UIT, responsável por definir
recomendações na área de "Multimedia application platforms
and end systems for IPTV".
Recentemente, os japoneses
propuseram a recomendação formal à UIT do GINGA-NCL para
sistemas IPTV. "Eu diria que o Ginga-NCL é uma das
proposições mais fortes para se tornar padrão", afirma o
professor Luiz Fernando Soares, da PUC-Rio, coordenador do
desenvolvimento do Ginga. E os próprios japoneses
reconhecem isso.
Apesar do significado
especial que a chancela da UIT pode vir a representar para
o Ginga, neste momento em que se discute a criação de um
roadmap no Forum SBTVD, capaz de viabilizar o aparecimento
das primeiras aplicações interativas comerciais na TV
Digital já no primeiro semestre de 2009, esse esforço de
internacionalização é histórico. Isso porque é a primeira
vez que o Brasil consegue aprovar um tema para apreciação
na UIT.
Outros esforços estão em
curso
Além da frente aberta na
UIT, Luiz Fernando Soares submeteu o Ginga também ao grupo
do W3C (SYMM) que trabalha na nova versão do SMIL que deve
incluir uma profile da linguagem para TV Digital
Interativa.
"O W3C foi muito importante
ao atestar a qualidade da linguagem NCL e ao propor uma
fusão do NCL com a SMIL para criação de um novo padrão
multimídia", explica Luiz Fernando. A apresentação formal
do Ginga ao W3C tem como principal objetivo definir uma
profile SMIL, cujas aplicações possam vir a ser facilmente
convertidas para NCL e vice-versa.
Dessa forma será possível -
e é esse o plano dos especialistas brasileiros
-desenvolver "players" SMIL (Synchronized Multimedia
Integration Language) e NCL que dêem suporte às duas
linguagens. E, no futuro, viabilizar a integração das duas
linguagens em um único padrão W3C, ou no mínimo, assegurar
que todas as funcionalidades de SMIL estejam presentes na
NCL e vice-versa.
O professor Luiz Fernando
Soares é Invited Expert do grupo de trabalho de de
sincronização de mídia (W3C SYMM Group), e mantém um
trabalho em conjunto com o professor Dick Bulterman,
presidente deste grupo,há mais de oito anos.
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Fonte: Reuters
SAN FRANCISCO (Reuters) -
Depois de anos de largadas falsas em seus esforços de
levar a Web aos televisores, o Yahoo anunciou na
quarta-feira que está cooperando com a Intel para criar
canais de Web em computadores que permitirão acompanhar
programas de TV.
A empresa de Internet e a
maior fabricante mundial de chips estão trabalhando no que
chamam de "Canal Widgets", que permitirá que os
telespectadores interajam com e assistam a uma série de
widgets dinâmicos de TV -pequenos aplicativos que rodam na
Web e complementam programas de TV.
Os widgets aparecerão no
canto da tela de TV e trabalharão mais ou menos como as
janelas do sistema picture-in-picture disponíveis nos
televisores mais avançados. As pequenas janelas permitirão
que os telespectadores conversem ou troquem e-mails com
amigos, assistam a vídeos, acompanhem ações ou placares
esportivos ou se mantenham atualizados e termos de
notícias e informações meteorológicas, tudo isso por meio
do controle remoto do televisor.
Os serviços widget de TV
estão sendo desenvolvidos para operar com uma nova classe
de chip Intel para bens de consumo eletrônico, que permite
imagens de alta definição, áudio com qualidade de home
theater, recursos gráficos tridimensionais e a fusão de
recursos de Internet e televisão.
Os aparelhos baseados no
chip Intel CE3100 devem chegar ao mercado no primeiro
semestre de 2009, anunciou a Intel. A Comcast, maior
operadora de cabos dos Estados Unidos, anunciou em
comunicado separado, também em parceria com a Intel, que
planejava oferecer widgets a partir do ano que vem, em
televisores, decodificadores e outros aparelhos conectados
a eles.
"A TV mudará
fundamentalmente a maneira pela qual falamos sobre,
imaginamos e experimentamos a Internet", afirmou Eric Kim,
vice-presidente sênior da Intel e gerente geral de seu
grupo digital doméstico, no comunicado conjunto com o
Yahoo.
A Intel exibiu a nova
estrutura de software para os televisores e aparelhos
integrados a televisores que usarão seus chips em sua
conferência anual de programadores, realizada esta semana
em San Francisco.
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Fonte:
Blog de Ranato Cruz - Estadão
[08/03/08]
As patentes e a TV digital
interativa por Renato
Cruz
Ginga
Um problema jurídico
impede o lançamento da TV digital interativa no Brasil.
Blocos de software que fazem parte do Ginga, sistema de
interatividade criado por pesquisadores locais, podem
exigir pagamento de royalties para a empresa americana
Via Licensing. “As especificações técnicas do Ginga já
estão prontas desde 2 de dezembro”, disse Paulo Henrique
Castro, coordenador do Módulo Técnico do Fórum do
Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre (SBTVD).
A Via Licensing é dona de
patentes do MHP, software de interatividade europeu, e
também do OCAP, americano. O Ginga adotou o GEM, bloco
de software que faz parte do MHP e do OCAP, exatamente
para se tornar compatível com as tecnologias
internacionais. Esta semana, porém, o Fórum do SBTVD
fechou acordo com a empresa americana Sun Microsystems,
criadora da linguagem de programação Java, para
desenvolver um substituto do GEM em software livre, que
não exige pagamento de royalties.
Não existe no mercado
nenhum conversor (também chamado de set-top box) ou
televisor com o Ginga. Segundo o professor Luiz Fernando
Soares, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de
Janeiro, um dos pais do Ginga, os lançamentos podem
acontecer no segundo semestre.
Em 2 de dezembro, quando a
TV digital estreou no Brasil, os pesquisadores que
criaram o Ginga diziam que a tecnologia estava pronta,
enquanto a indústria falava que não. “Existe muito
ruído”, disse o professor Guido Lemos, da Universidade
Federal da Paraíba, que liderou os trabalhos do Ginga-J,
parte do sistema que usa o GEM. “Estão querendo
transformar o Ginga-J numa Geni.” Segundo Lemos, não
houve interatividade na estréia da TV digital porque os
equipamentos ficaram prontos um mês antes, e vieram
cheios de problemas.
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Fonte:
Teleco
Middleware é um termo geral, normalmente utilizado
para um de código de software que atua como um
aglutinador, ou mediador, entre dois programas
existentes e independentes. Sua função é trazer
independência das aplicações com o sistema de
transmissão.
Permite que vários códigos de aplicações funcionem com
diferentes equipamentos de recepção (IRDs). Através da
criação de uma máquina virtual no receptor, os códigos
das aplicações são compilados no formato adequado para
cada sistema operacional. Resumidamente, podemos dizer
que o middleware possibilita o funcionamento de um
código para diferentes tipos de plataformas de
recepção (IRDs) ou vice-versa.
O Middleware se faz necessário para resolver o novo
paradigma que foi introduzido com a TV Digital: a
combinação da TV tradicional (broadcast) com a
interatividade, textos e gráficos. Esta interatividade
necessitará de várias características e
funcionalidades, encontradas no ambiente WEB:
representação gráfica; identificação do usuário;
navegação e utilização amigável etc.
Assim, os desenvolvedores de aplicações deixaram de se
preocupar com os protocolos existentes nas camadas
inferiores do sistema de transmissão e focalizaram uma
interface padrão para desenvolvimento de seu trabalho.
Html e Java são formatos aceitos na maioria dos
Middlewares em funcionamento.
Além disso, o formato de apresentação Web traz um alto
grau da familiaridade para o usuário e, com “Return
Path”(canal de retorno do usuário), permite um
ambiente de interação com receptor. Esta inovação
revoluciona o sistema de TV. Um sistema que
basicamente apenas difundia informação agora permite
que o receptor interaja com o transmissor.
Padrões de Middleware
Ainda não existe um padrão de Middleware universal.
Três grupos tentam formalizar um padrão aberto:
- a Europa com sistema DVB tenta padronizar o MHP,
- os Estados Unidos com ATSC tenta o DASE e
- o Japão com ISDB tenta o ARIB.
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