A secretária de
Educação do Estado do Rio de Janeiro, Tereza Porto,
comemora a obrigatoriedade de oferta gratuita de
serviços de banda para as escolas públicas, da parte
das operadoras de telefonia local, definida pelo
governo federal. No Rio de Janeiro, isto significa
que a Oi, até 2010, deve prover conexão em banda
larga para todas as escolas situadas nos perímetros
urbanos do Rio de Janeiro. "Isto nos libera mais
recursos para investir nas áreas rurais", disse
Tereza Porto, em evento sobre conexão em banda larga
no ensino público, realizada nesta segunda-feira na
bela sede do Sesc, no bairro do Flamengo. Isto
Tereza Porto não disse, mas digo eu: levar banda
larga para as escolas situadas nas áreas rurais pode
ser um bom mercado para o WiMAX no Rio de Janeiro.
Com a entrega de 31
mil notes (PCs Intel ClassMate) a professores do 6º
ao 9º ano do Ensino Fundamental e às 1ª e 2ª séries
do Ensino Médio, o governo estadual acredita ter
dado um passo importante para que o computador faça
parte do dia a dia do professor. Mas Tereza Porto
quer mais: "É preciso que o computador seja rotina
no cotidiano do professor. E na Secretaria de
Educação isto ainda não é prática nem realidade".
Por isso, a segunda fase do projeto Cidade do
Conhecimento prevê a conexão do professor e a
conexão da escola.
Hoje, existem 117
laboratórios de informática conectados à rede
Infovia. Mas, Teresa Porto quer mais. "Até agora a
automação não trouxe melhoria no cotidiano dos
profissionais de ensino e dos alunos. Existem várias
pesquisas que demonstram isto, porque os
laboratórios são usados só para aprendizagem de
informática e, não, das diversas disciplinas, como
Matemática, História etc. Hoje, os alunos passam um
tempo enorme diante do PC e para professor o uso do
computador como ferramenta de trabalho é cada vez
mais importante, já que é ele quem ensina o aluno. O
objetivo final da informação trocada deve ser o
conhecimento", avalia a secretária.
Até agora, 600 escolas
públicas do Rio de Janeiro estão conectadas em rede
banda larga e faltam 1.591 escolas em áreas urbanas
a receberem a conexão. O estado já investiu RS$ 70
milhões e pretende abrir nova licitação para a
aquisição de mais 12 mil notes para professores do
1º ao 6º anos do Ensino Fundamental.
Nesta questão de
inclusão digital, é preciso caminhar na corda bamba.
A inclusão digital depende do incentivo do governo
(federal e estadual), mas este apoio não deve ser
utilizado como plataforma político-eleitoreira. As
empresas fornecedoras de infra-estrutura e
equipamentos precisam de receita, mas não podem
perder o filão do e-gov, mesmo que isto signifique
queda nos preços de produção e final. E as
operadoras têm a chance de aumentar suas linhas de
conexão (sejam elas chamadas de backbone, backhaul
ou que seja) de maneira impensável à época dos
primeiros programas de universalização.
Estas questões de
governança permeiam, hoje, todos os grandes desafios
de governos e sociedades. Iniciativas de preservação
do meio ambiente, de proteção dos bens naturais
disponíveis (como a Amazônia) e dos projetos de
inclusão social e digital (já que a tendência é o
mundo em desenvolvimento dominar a riqueza mundial
nas próximas décadas) dependem de boas políticas e
bons realizadores desta política. Nós também
precisamos querer mais.
Fonte:
e-Thesis