Boa leitura!
Um abraço cordial
Helio Rosa
Thienne
Johnson
Sandra
Santana
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Fonte: Baguete
[14/10/08]
GE cria sensores de RFID sem bateria por Gláucia
Civa
A GE Global Research, braço de desenvolvimento
tecnológico da General Electric Company, lança uma
plataforma de sensores de identificação por
radiofreqüência (RFID) sem baterias e de múltipla
detecção que possibilita a criação de vários
produtos sensoriais sem fio de baixo custo.
As ferramentas podem ser voltadas às áreas de saúde,
segurança, embalagem de alimentos, tratamento de
água e prevenção de poluição.
Os sensores RFID da GE são construídos com base nas
marcações RFID tradicionais. A plataforma é capaz de
dar respostas altamente seletivas a múltiplas
substâncias químicas sob condições variáveis,
operando sem baterias.
Assim, os sensores são indicados para aplicações de
segurança (detecção de ameaças químicas e
biológicas), monitoramento local da purificação de
água, monitoramento de segurança de alimentos e
bebidas (medição do frescor de mercadorias durante o
transporte, por exemplo), fabricação portátil de
vacinas e monitoramento de emissões em usinas
energéticas, entre outras.
“Acreditamos que nossos sensores revolucionarão
muitas plataformas de produtos. Sem a necessidade de
baterias, podemos desenvolver sensores menores e a
custos reduzidos”, afirma Radislav Potyrailo,
cientista-chefe da GE Global Research. “Como são
baratos, esses sensores também podem ser feitos para
serem usados apenas uma vez. Assim como suas compras
são escaneadas para verificar o preço, imagine
apontar um sensor portátil de leitura para uma
caixinha de leite, ou um enlatado, e verificar se
foi danificado”, completa ele.
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Fonte: ITWeb
[10/10/08]
Intel e Fundação Bradesco desenvolvem ensino do
futuro por Carlos Eduardo Valim | Gazeta
Mercantil
Elas desenvolveram um centro de estudos aplicados de
tecnologias para a formação escolar, no campus da
instituição sem fins lucrativos
A Fundação Bradesco e a Intel anunciaram um centro
de estudos aplicados de tecnologias para a formação
escolar, no campus da instituição sem fins
lucrativos em Campinas, no interior de São Paulo. A
fabricante americana, que lidera com mais de 80% de
participação o mercado mundial de chips para
computadores, também firmou compromisso de treinar
professores da rede pública do estado de São Paulo
na uso de computadores na sala de aula. Cerca de mil
educadores serão treinados para formarem outros
professores, com o potencial de atingir até 200 mil
representantes da rede.
Segundo o presidente do conselho de administração da
Intel, Craig Barrett, os computadores já mostraram
que, quando bem utilizados, podem ser uma importante
ferramenta de ensino. "Mas os professores precisam
ser treinados", reiterou. "Não se pode negar que ter
todas as informações globais à disposição pela
internet podem ajudar as crianças."
O objetivo do Centro de Educação Digital é que as
empresas e pedagogos possam aplicar novas
tecnologias, criar metodologias de ensino para elas,
verificar seus efeitos e fazer provas de conceito.
A Fundação Bradesco já utiliza a informática em
algumas de suas salas de aulas. Foi na unidade de
Campinas que se tornou a primeira instituição a usar
os notebooks educacionais Classmate, desenvolvidos
pela Intel, que estão disponíveis a todos os alunos
do campus.
Recentemente, Portugal e Venezuela assinaram acordo
de compra de máquinas para equipar suas escolas
públicas. O governo brasileiro chegou a realizar
licitação de compra de laptops educacionais no fim
do último ano, vencido pelo Classmate - produzido
localmente pela Positivo Informática -, mas o pregão
foi cancelado e ainda não retomado. "O Brasil é bem
maior que Portugal e os gastos de levar às escolas
são grandes. Mas espero que o Brasil adote a
tecnologia", afirmou Barrett. "Portugal está criando
empregos para construir e manter os computadores."
Na Fundação Bradesco, há também locais equipados com
lousas eletrônicas e iluminação inteligente,
ajustada para o perfil de cada aula: luz fria para
ensino de Matemática, baixa para facilitar a
memorização e similar ao de fim de tarde, em aulas
que estimulam a criatividade. Algumas tecnologias
que serão testadas no centro, como a identificação
por radiofreqüência (RFID), também chegarão às
salas, segundo o gerente da área de tecnologia da
Fundação Bradesco, Nivaldo Marcusso. Por meio de
etiqueta inteligente no crachá do aluno, ele será
identificado quando entrar na sala, tornando
dispensável a chamada por nome.
Entre as empresas que participam do centro está a
Lego Education, que traz ao Brasil tecnologia de
robótica, como motores, que podem ser montados em
bombas d´ água, por exemplo, e controlados por
laptops em rede. Por meio deles, os alunos podem
testar na prática conceitos de Matemática.
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Fonte: Baguete
[07/10/08]
GS1 Brasil testa RFID em congelados por Márcia
Lima
Um grupo de trabalho da GS1 Brasil deu início aos
testes do Código Eletrônico de Produto (EPC),
tecnologia de identificação por radiofreqüência
(RFID), em produtos congelados.
O objetivo do trabalho é validar a aplicação e
performance do EPC/RFID em unidades logísticas
resfriadas para identificação serializada de paletes
e automação do controle de estoques, além de
expedição e registro dos sistemas de
rastreabilidade.
O projeto-piloto contou com a parceria das empresas
Logimasters-Dachser, Edata, Genoa, Motorola, NEC,
SEAL e RR Etiquetas.
Os testes iniciais utilizando o EPC foram realizados
na linha de produção do frigorífico Flamboiã. Mais
de 18 mil quilos de produtos foram identificados. As
etiquetas foram aplicadas nas caixas de transportes
e nos paletes. Dois carregamentos foram efetuados do
frigorífico para a Logimasters, que recebeu a carga,
armazenou e expediu para o exterior, utilizando
portais EPC/RFID.
Como resultado do projeto, houve leitura completa
(100%) das caixas e aumento de produtividade nos
processos de expedição, recebimento e na integração
dos sistemas de informação e rastreabilidade em até
43 vezes.
Se comparado a um processo já automatizado com
código de barras, onde eram gastos em média 2
minutos e 10 segundos para identificação de 50
caixas de um palete, com a tecnologia EPC/RFID este
mesmo processo pode ser feito durante o embarque do
produto, ou seja, em menos de 1 segundo, não sendo
necessária a interrupção no carregamento.
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Fonte: ITWeb
[29/09/08] Automação de vendas e força de campo: as
novas soluções da Seal
Notícia enviada por Douglas Meira
PRESS RELEASE
A Seal Sistemas, empresa que atua há 20 anos no
mercado de soluções dedicadas a processos de
automação com código de barras, coletores de dados,
redes sem fio e RFID (identificação por
radiofreqüência), oferece tecnologias em duas novas
frentes, voltadas para a automação da Força de
Vendas e da Força de Campo. Essas soluções ajudam a
aumentar as vendas e a monitorar à distância o
trabalho de colaboradores, com o objetivo de
garantir o andamento dos negócios.
A solução voltada à Força de Vendas permite a
automação do processo de vendas baseada no uso de
coletores de dados. Com isso, os vendedores
permanecem integrados e conectados às suas empresas,
tendo acesso facilitado a informações sobre clientes
e produtos – o que dispensa o uso de papéis, corta
custos operacionais e reduz erros de digitação. A
tecnologia também melhora a comunicação com a matriz
e estimula uma maior competitividade no mercado, ao
impulsionar a produtividade nas vendas, agilizar a
captura de pedidos dos clientes e aperfeiçoar o
trabalho da equipe.
Já a solução para a Força de Campo tem entre seus
exemplos mais eficientes de usabilidade a automação
dos serviços da equipe de manutenção. Isto permite,
entre outros ganhos, um aumento de produtividade nos
chamados atendidos. Além de oferecer uma linha
completa de equipamentos móveis para esse processo,
a Seal auxilia seus clientes a adotarem uma solução
personalizada, destinada a processos específicos,
com equipes de desenvolvimento, implantação e
suporte técnico.
Outros benefícios da automação da Força de Campo
incluem a otimização dos processos remotos;
confiabilidade das informações; rapidez na obtenção
de dados e tomada de decisões; eliminação de
processos de digitação e conferência de informações;
e monitoramento das atividades do profissional em
campo, o que eleva a sua produtividade.
“Com a adoção dessas novas frentes, a Seal dá
seguimento ao seu compromisso em oferecer
tecnologias que simplificam e agilizam o trabalho em
setores como logística e varejo, tanto na parte de
vendas como na área operacional. Ambas as vertentes
cumprem essa função com base na facilidade de acesso
a informações relativas a clientes, produtos e
parceiros espalhados por diversas localidades”,
disse Wagner Bernardes, diretor de marketing e
vendas da Seal.
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Fonte: Scientific American
[Out 2008]
Tarjetas de identificação por radiofreqüência
por Katherine Albrecht
Katherine Albrecht é doutora em educação pela
Harvard University e diretora da Caspian,
organização com 15 mil membros que defende a
privacidade do consumidor contra a vigilância no
comércio varejista. Desde 2003 está seriamente
empenhada em denunciar e prevenir usos indevidos do
RFID em produtos e em objetos de uso pessoal. Ela
freqüentemente assessora legisladores e faz
palestras sobre RFID e privacidade no Massachusetts
Institute of Technology (MIT). É co-autora de dois
livros sobre como o uso comercial e oficial do RFID
pode ameaçar a privacidade e a segurança pessoal.
Minúsculos dispositivos de identificação por
radiofreqüência, utilizados para rastrear
suprimentos e estoques, estão presentes numa série
de produtos. Defensores da privacidade alegam que
eles representam novos riscos de segurança para
usuários
PESSOAS COMUNS podem não perceber quantas tarjetas
RFID estão carregando sem querer. Os dispositivos
são inseridos em itens pessoais e até em roupas.
Cidadãos americanos que vivem em estados na divisa
com o Canadá ou México, logo terão a oportunidade de
utilizar um item de altíssima tecnologia: uma
carteira de habilitação com leitura a distância.
Desenvolvida para identificar cidadãos americanos
que cruzam as fronteiras do país, a novidade vem
sendo utilizada pelo Departamento de Segurança
Nacional dos Estados Unidos como maneira de poupar
tempo e simplificar a entrada e saída do país. Mas,
para quem segurança e privacidade são tão
importantes quanto comodidade, é melhor pensar duas
vezes antes de se comprometer. As novas carteiras de
habilitação vêm equipadas com tarjetas de
identificação por radiofreqüência, ou RFID, que
podem ser lidas mesmo dentro do bolso, da carteira
ou da bolsa a uma distância que pode chegar a 10
metros. Cada tarjeta incorpora um microchip
codificado com um único número de identificação.
Quando o portador se aproxima de um posto de
controle de fronteira, um sinal de rádio transmitido
por um dispositivo de leitura é captado por uma
antena conectada ao chip, que emite o número de
identificação. No momento em que o portador da
habilitação passa pelo agente de segurança, o número
de identificação já foi introduzido no banco de
dados do Departamento de Segurança e a fotografia do
motorista e seus dados pessoais aparecem na tela do
funcionário do posto.
Embora o uso das carteiras de habilitação com chip
ainda não seja obrigatório, especialistas em
privacidade e segurança estão preocupados, pois
aqueles que optaram por usá-las não estão cientes do
risco que correm: qualquer pessoa que disponha de
uma leitora ativada – comerciantes inescrupulosos,
agentes do governo, ladrões ou simples curiosos –
também pode acessar os dados do portador da
carteira, ou seja, pode rastrear pessoas a distância
sem seu conhecimento ou consentimento. Além disso,
uma vez que o número de identificação de uma tarjeta
for associado à identidade do seu portador – por
exemplo, quando o portador da carteira de
habilitação faz uma transação via cartão de crédito
– sua identificação remota passa a ser uma
“procuração assinada” para essa pessoa. A carteira
de habilitação com chip representa apenas mais um
item da lista crescente de “identificadores” que
consumidores podem usar ou levar consigo, como
passes de transporte e aparelhos de pedágio
eletrônico, chaves eletrônicas, carteira escolar,
cartões de crédito com chip, roupas, telefones, e
até artigos de mercearia.
As tarjetas RFID têm sido associadas a códigos de
barra que transmitem a informação, e a comparação
tem validade quando os pequenos dispositivos são
utilizados principalmente para identificar itens e
controlar movimentações, como uma rês ao passar pela
cadeia produtiva. Em lugar de escanear o código
universal de produto (UPC) de cada item, um
funcionário de um depósito atacadista pode registrar
o conteúdo de lotes inteiros, digamos, de
papel-toalha, escaneando um único número codificado
na tarjeta RFID do produto. Esse número é enviado
para um banco de dados central que contém a lista
detalhada do lote. Mas pessoas não são produtos. Na
última década a tendência de inserir chips em bens
de consumo pessoal e, mais recentemente, em
documentos oficiais de identidade, criou uma nova
série de problemas de privacidade e segurança,
principalmente porque a RFID é uma tecnologia de
localização bastante poderosa. Existe muito pouca
segurança embutida no próprio chip e as leis
existentes oferecem proteção insuficiente às pessoas
que são identificadas secretamente e rastreadas
durante a vida cada vez mais controlada.
Além de Códigos de Barras
As primeiras tarjetas por radiofreqüência
identificavam aeronaves militares amigas ou inimigas
durante a Segunda Guerra Mundial, mas apenas no fim
da década de 80 tarjetas similares passaram a ser
utilizadas em sistemas de cobrança de pedágio
eletrônico como o E-ZPass na costa leste americana,
e o atual Sem Parar, no sudeste do Brasil. E já em
1999, empresas começaram a considerar o potencial
das tarjetas para localização de milhares de objetos
individuais. Naquele ano a Procter & Gamble e a
Gillette – que depois da fusão se tornaram a maior
empresa de produtos de consumo do mundo – formaram
um consórcio com engenheiros do Massachusetts
Institute of Technology, chamado Auto-ID Center,
para desenvolver tarjetas RFID pequenas, eficientes
e suficientemente baratas para substituir o código
de barras UPC em produtos de uso diário. Em 2003 o
grupo já havia desenvolvido uma versão funcional da
tecnologia e atraiu investimento de mais de 100
empresas e agências do governo. Os incentivadores de
tarjetas prometeram que os pequenos chips
revolucionariam a logística e a prevenção de
falsificação.
Para dar início à adoção dessa tecnologia, o
Departamento de Serviços Gerais (GSA), órgão do
governo americano que administra compras para outras
instituições governamentais, emitiu um memorando, em
2004, pedindo aos chefes de todas as agências
federais “para considerar uma ação a ser tomada para
estimular a indústria de RFID”. Repentinamente,
todos os órgãos públicos, do Seguro Social até a
Agência Americana que regulamenta produtos
alimentícios e medicamentos (FDA) passaram a
anunciar testes com RFID. No mesmo período,
iniciativas similares foram tomadas pelo mundo todo.
Em 2003, a Organização Civil de Aviação
Internacional (Icao), agência das Nações Unidas que
regula padrões globais de passaportes, endossou o
uso de tarjetas RFID em passaportes. A Icao agora
exige RFIDs em todos os “epassports”, ou passaportes
eletrônicos, que podem ser escaneados. Hoje dezenas
de países, incluindo os Estados Unidos, emitem
passaportes com tarjetas RFID embutidas nas capas.
Desde o início os novos passaportes se tornaram
motivo de controvérsia em relação à privacidade e
segurança. Em relatório de 2006 um alto funcionário
da Icao prometeu que medidas de encriptação
proporcionariam um “grau de proteção que impediria
que dados pessoais dos portadores de passaporte
fossem lidos sem seu conhecimento”. Especialistas em
segurança logo provaram o contrário. Em 2007 o
consultor de segurança britânico, Adam Laurie,
quebrou o código de um passaporte britânico e se
apoderou remotamente dos dados pessoais de seu
proprietário. Na mesma época, o consultor de
segurança alemão Lukas Grunwald copiou dados do chip
de um passaporte alemão em outra tarjeta RFID
criando um documento forjado para enganar uma
leitora eletrônica. Ao encontrar vulnerabilidades
similares em passaportes eletrônicos da República
Checa, pesquisadores da Universidade Carlos, em
Praga, afirmaram: “É surpreendente encontrar uma
implementação que, na verdade, encoraja ataques à
segurança em vez de eliminá-los”.
Mesmo assim as revelações sobre falhas na segurança
não desencorajaram a adoção da RFID. Pelo contrário,
a tecnologia está sendo usada em cartões de
identificação domésticos pelo mundo todo. A Malásia
emitiu aproximadamente 25 milhões de cartões de
identidade eletrônicos. O Catar adotou um modelo que
armazena as impressões digitais do portador, além da
informação pessoal. E num esforço que observadores
da indústria chamam de o maior projeto de RFID do
mundo, o governo chinês está gastando 6 bilhões de
dólares para trocar a cédula de identidade
tradicional de quase um bilhão de cidadãos e
residentes por uma com RFID.
Há, porém, uma importante diferença entre os cartões
de identidade que utilizam RFID de outros países e
as novas carteiras de habilitação do departamento de
segurança americano. A maioria dos países adotou em
seus passaportes e cartões de identidade eletrônicos
um chip RFID que respeita um padrão da indústria
conhecido como ISO 14443, desenvolvido
especificamente para cartões de identificação e de
pagamento que já inclui um dispositivo de segurança
e proteção de privacidade. Por outro lado, cartões
usados nas fronteiras americanas usam um padrão de
RFID conhecido como EPCglobal Gen 2, uma tecnologia
desenvolvida para localização de produtos em
supermercados, onde o objetivo não é segurança, mas
sim máxima facilidade de leitura.
Enquanto o padrão ISO 14443 inclui uma encriptação
rudimentar em que o chip para ser lido precisa estar
próximo da leitora – a uma distância de centímetros
e não de metros –, chips Gen 2 normalmente não têm
nenhum tipo de encriptação e somente uma proteção
mínima para os dados. Para efetuar a leitura dos
dados de um chip encriptado ISO 14443, é preciso
quebrar o código de encriptação; mas, nenhuma
habilidade específi ca é necessária para extrair os
dados de um chip Gen 2; basta dispor de uma leitora
Gen 2, que pode ser adquirida facilmente e é de uso
comum em depósitos atacadistas do mundo todo. Um
hacker ou um criminoso de posse de uma leitora
dessas poderia ler dados de um cartão de fronteira a
uma distância de alguns metros, mesmo que estivesse
dentro de uma bolsa ou até através de uma parede.
Até abril passado mais de 35 mil motoristas do
estado de Washington haviam solicitado as novas
carteiras de habilitação com chip, e outros estados
americanos também situados nas fronteiras do país,
como Arizona, Michigan e Vermont, aceitaram
participar do programa. O estado de Nova York
colocou as novas carteiras à disposição da população
em agosto passado.
No entanto, a possibilidade de que a segurança possa
ser comprometida é apenas uma das fontes de
preocupação. Mesmo se medidas de proteção de dados
mais rígidas pudessem evitar acesso não-autorizado
aos dados de tarjetas RFID, acredita-se que
documentos de identidade com leitura remota podem
facilitar abusos de poder por parte de governos que
queiram controlar seus cidadãos.
Os cartões de identificação da China contêm uma
quantidade impressionante de informação pessoal
codificada, incluindo histórico clínico e
reprodutivo, situação profissional, religião, etnia,
e até o nome e número de telefone do locador da casa
onde mora o portador do cartão de identidade. Pior
que isso, os cartões fazem parte de um projeto maior
para instalar sistemas de vigilância de alta
tecnologia em cidades chinesas. Michael Lin,
vice-presidente da Tecnologia de Segurança Pública
da China, empresa privada responsável pelos cartões
RFID do programa, declarou ao New York Times, sem
hesitar, que eles “permitirão que o governo controle
a população no futuro”. Mesmo que outros governos
não aproveitem o potencial de vigilância dos novos
cartões de identificação, há fortes evidências de
que empresas interessadas em dados pessoais farão
isso.
Espiões da Vida Alheia
Embora a idéia de que corporações pretendem usar
chips RFID para espionar pessoas pareça improvável,
ela já é realidade. Vale a pena considerar uma
patente da IBM solicitada em 2001 e concedida em
2006. A patente descreve exatamente como os cartões
podem ser usados para localizar e descrever perfis
pessoais, mesmo que o acesso a bancos de dados seja
indisponível ou estritamente limitado. Intitulado
“Identificação e localização de pessoas através de
tarjetas RFID em ambientes comerciais”, fornece
detalhes impressionantes sobre o potencial de
vigilância dos RFID num mundo onde uma rede de
leitoras de RFID – conectados às chamadas “unidades
localizadoras de pessoas”– seria instalada em
praticamente todos os lugares mais freqüentados pelo
público: shopping centers, aeroportos, estações de
metro, ônibus, elevadores, aviões, estádios
esportivos, bibliotecas, teatros, e museus – para
fazer monitoramento contínuo do movimento das
pessoas.
De acordo com a patente, numa loja de departamentos
o processo funcionaria da seguinte forma: “Um
escâner de chips RFID, localizado num determinado
ponto varre o chip RFID da pessoa. Enquanto ela se
movimenta pela loja, diferentes leitoras de RFID
espalhadas pelo ambiente captam sinais de seu chip,
cujo movimento é mapeado com base nas direções
tomadas. A unidade localizadora de pessoas mantém
registros dos diferentes locais visitados, bem como
o tempo de permanência em cada local”.
O fato de as informações pessoais não serem
armazenadas no chip não é problema, explica a IBM,
porque “as informações pessoais serão descarregadas
na próxima vez que a pessoa usar seu cartão de
crédito, cartão do banco, cartão da loja ou algum
outro cartão”. O link entre o número único do chip
RFID e a identidade da pessoa só precisa ser feito
uma vez, para que o chip passe a servir como uma
porta aberta para extrair informações sobre aquela
pessoa. Apesar de a IBM pretender localizar pessoas
por meio de minúsculos chips localizados em produtos
de consumo, com os cartões de fronteira RFID atuais,
não é preciso esperar que os chips de produtos
individuais se espalhem. A nova carteira de
habilitação com chip do estado de Washington seria
facilmente localizada em lojas, pois ela pode ser
lida por leitoras de estoque Gen 2, hoje usadas em
grandes lojas de departamento.
Essa infra-estrutura de localização se tornará cada
vez mais rendosa para o mercado, quando mais pessoas
carregarem ou até vestirem itens com chips RFID.
Atualmente estão em circulação dezenas de milhões de
cartões de crédito digitais e de cartões ATM
contendo chips RFID, juntamente com milhares de
crachás de funcionários. Cartões de transporte
urbano com RFID, muito usados na Europa e no Japão,
estão chegando às cidades americanas. O sistema de
rastreamento pessoal da IBM está em processo de
patenteamento, mas um parque de diversões inglês
chamado Alton Towers fornece uma ilustração real do
potencial rastreador do RFID. Ao entrar no parque
cada visitante recebe uma pulseira com um código de
identificação RFID exclusivo. Conforme a pessoa se
diverte nas atrações, uma rede de leitoras de RFID
estrategicamente espalhadas pelo parque detecta
todas as pulseiras numa certa área e aciona câmaras
de vídeo próximas. Gravações dos percursos
realizados espontaneamente pelas pessoas são
armazenadas em um arquivo identificado com o número
da pulseira. No final do dia o cliente poderá
comprar um DVD de seu passeio para recordação.
Protegendo o Público
Se tarjetas RFID permitem que vídeos personalizados
detalhados de milhares de pessoas por dia sejam
gravados num parque de diversões, imagine o que um
governo poderia fazer – sem mencionar comerciantes e
criminosos. É por isso que meus colegas da
comunidade da privacidade e eu nos opusemos
firmemente ao uso de RFID em documentos de
identidade emitidos pelo governo, ou em itens
comerciais. Já em 2003, minha organização, a
Consumidores
Contra Invasão de Privacidade em Supermercados
(Caspian) – em conjunto com a Privacy Rights
Clearinghouse, a Electronic Privacy Information
Center, a Electronic Frontier Foundation, a
Associação Americana de Liberdade Civil e 40 outros
defensores e organizações líderes em privacidade e
liberdade civil – reconhecemos essa ameaça e
emitimos um parecer condenando o rastreamento de
pessoas por meio de RFIDs.
Em resposta a essas preocupações alguns estados
americanos apresentaram projetos de lei de proteção
ao consumidor contra o RFID, – que foram rejeitados
ou receberam emendas, por forte oposição de lobistas
da indústria de RFID. Quando senadores de New
Hampshire votaram um projeto de lei impondo rigorosa
regulamentação sobre o RFID, em 2006, uma emenda de
última hora o substituiu por um estudo de dois anos.
Fui nomeada pelo governador para atuar na comissão
de resultados. Naquele mesmo ano um projeto de lei
da Califórnia, que proibiria o uso de RFID em
documentos emitidos pelo governo, foi aprovado no
Congresso e no Senado, mas acabou vetado pelo
governador Arnold Schwarzenegger. No âmbito federal
nenhum projeto de lei de proteção ao consumidor
relativo ao RFID foi aprovado. Ao contrário, em
2005, a Força Tarefa de Alta-Tecnologia de Membros
Republicanos do Senado americano elogiou as
aplicações do RFID considerando-as “novas
tecnologias empolgantes, altamente promissoras para
nossa economia” e prometeu proteger o RFID contra
regulamentações e leis.
Na União Européia órgãos reguladores estão
examinando a situação. A Comissão Européia – o braço
executivo da União Européia – reconheceu o potencial
dos sérios problemas de privacidade que cercam os
RFID e deram início a uma discussão pública no
início deste ano. Em julho último, quando esse
assunto chegou à mídia, esperava-se uma inflamada
repercussão por parte do público, mas há poucas
expectativas sobre uma regulamentação a favor da
privacidade do consumidor. Num discurso, em março de
2007, Viviane Reding, membro da comissão de mídia e
informação para a sociedade da União Européia,
anunciou que, em lugar de legislar sobre a questão
das RFID, a comissão deixaria “a cargo das empresas
a regulamentação sobre identificadores de
radiofreqüência”. “Minha posição é que não devemos
interferir no desenvolvimento do setor” conclui ela.
Lamentavelmente a auto-regulação do setor industrial
surte pouco efeito na proteção do público sobre
riscos do RFID. A EPCglobal, órgão que atualmente
estabelece os padrões técnicos para as tarjetas
RFID, criou um conjunto de regras para seu uso no
varejo. As recomendações do órgão impõem, por
exemplo, que os consumidores sejam informados da
existência da tarjeta RFID no produto – na forma de
um símbolo RFID de identificação. No entanto, quando
a Checkpoint Systems, empresa membro da EPCglobal,
desenvolveu tarjetas RFID para serem camufladas em
solas de sapato – numa clara violação do
estabelecido pela própria organização –, Mike
Meranda, então presidente da EPCglobal, confessou-me
que, como as diretrizes eram voluntárias, nem ele
nem a organização poderiam interferir.
O departamento de licenciamento do estado americano
de Washington assegura aos cidadãos que seus dados
pessoais serão resguardados, pois a tarjeta RFID da
carteira de habilitação “não tem fonte de energia” e
“não contém qualquer identificação pessoal” muito
embora esses fatos não impeçam que as carteiras
sejam usadas para rastreamento. Para alguns, uma
falsa noção de garantia para tentar tranqüilizar o
público pode ser perigosa. A Rede Nacional para o
Fim da Violência Doméstica, grupo americano que tem
se manifestado contra o uso de RFID em documentos de
identificação e produtos ao consumidor, está
apresentando ao Congresso exemplos práticos de como
infratores poderiam se aproveitar da tecnologia para
perseguir e monitorar suas vítimas.
Enquanto isso, a onda do RFID está ganhando força.
Gigi Zenk, porta-voz de uma agência de licenciamento
do estado de Washington, recentemente confirmou que
atualmente há 10 mil licenças RFID concedidas a
usuários comuns que andam normalmente com elas. Um
enorme potencial para uso indevido, que só tende a
aumentar. É verdade que o estado de Washington há
pouco tempo esboçou uma resposta parcial, aprovando
uma lei que declara a leitura não autorizada de
tarjetas “com finalidade de fraude, furto de
identidade ou qualquer outro propósito ilegal” como
infração grave, sujeita a cinco anos de prisão e
multa de US$ 10 mil. No entanto, em nenhum momento a
lei estabelece que a leitura feita com outras
intenções, como estratégias de vendas e promoção de
produtos, ou para “controlar a população” seja
criminosa. E nós somos coniventes com isso.
CONCEITOS-CHAVE
- Tarjetas de identificação por radiofreqüência
(RFID) têm sido inseridas em um crescente número de
itens pessoais e documentos de identificação.
- Como as tarjetas foram originalmente criadas para
serem poderosas ferramentas de localização e seu
controle de segurança é limitado, carregá-las na
roupa ou em outros objetos torna as pessoas
vulneráveis à vigilância indevida e ao furto de
dados.
- Legisladores do mundo todo pouco têm feito para
informar os cidadãos sobre esses riscos.
– Os editores
DIRETRIZES ESPONTÂNEAS
A EPCglobal é uma organização que estabelece padrões
para os identificadores RFID e criou um código de
conduta para sua utilização como “tarjetas
eletrônicas” em produtos de consumo.
Aviso: “A presença de tarjetas eletrônicas inseridas
em produtos ou embalagens deverá ser amplamente
divulgada aos consumidores, por meio do símbolo
ilustrativo ou outro identificador”.
Escolha: “Consumidores receberão instruções sobre
como remover ou desabilitar tarjetas eletrônicas dos
produtos adquiridos”.
Educação: Empresas que utilizam tarjetas eletrônicas
terão de “divulgar o símbolo ilustrativo e explicar
a tecnologia aos seus consumidores”.
Gravações: Dados do consumidor associados às
tarjetas “serão coletados, guardados, arquivados e
protegidos por empresas globais associadas à EPC em
conformidade com as leis aplicáveis”.
PARA CONHECER MAIS
Spychips: how major corporations and government plan
to track your every move with RFID. Katherine
Albrecht e Liz
McIntyre. Thomas Nelson, 2005.
Radio-frequency Identification (RFID): addressing
concerns over information collection and usage.
Vídeo de mesa-redonda na faculdade de direito da
University of Washington, em 19 de julho de 2007.
Disponível no endereço:
www.law.washington.edu/lct/Events/rfid
Privacy impact assessment for the use of radio
frequency identification (RFID) technology for
border crossings. Departamento de Segurança da
Regional da Califórnia, 22 de janeiro de 2008.
Política e informações da Comissão Européia sobre
RFID:
http://ec.europa.eu/information_society/policy/rfid/index_en.htm
Projeto de Ecossistema RFID da University of
Washington:
http://rfid.cs.washington.edu
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Fonte: Diário Digital
[30/09/08]
UE quer liderar expansão da Web 3.0
A Comissão Europeia quer que a Europa lidere a
expansão da Web 3.0, uma nova geração do uso de
Internet, que melhorará a gestão de dados e será um
importante apoio para as empresas, numa nova etapa
da revolução no sector da informação.
A Web 3.0 inclui redes sociais, serviços
empresariais online, sistemas GPS e televisão móvel,
assim como o aumento das etiquetas inteligentes, que
permitem lidar com a informação de uma forma mais
simples.
Para o organismo, a Europa está «bem situada» para
beneficiar-se da revolução, uma vez que as suas
políticas querem impulsionar as redes de
telecomunicações «rápidas, fiáveis e seguras»,
explicou a comissária da Sociedade de Informação,
Viviane Reding.
A responsável acredita que a Web 3.0 é sinónimo de
actividades comerciais, sociais e recreativas, que
se podem realizar «em qualquer lugar e em qualquer
momento», sendo que, entretanto a Comissão Europeia
já terá iniciado uma consulta pública sobre
políticas e iniciativas privadas, para exportar as
possibilidades da nova tecnologia.
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Fonte: Guia Digital.info
[24/09/08]
Ceitec apresenta chip de rastreamento bovino
O Brasil dá um passo à frente para alcançar a
excelência na rastreabilidade bovina. O Centro
Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec)
apresentou ontem, em Porto Alegre, o chip do boi. O
projeto, que conta com R$ 18 milhões de recursos
não-reembolsáveis do Banco Nacional do
Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes), é
considerado estratégico pelo governo federal. "A
rastreabilidade feita hoje no País é rudimentar e
isso nos torna alvo, inclusive, de medidas
protecionistas de outros países. Estamos começando a
mudar essa história", observa o ministro da Ciência
e Tecnologia, Sérgio Rezende.
Ele participou ontem da demonstração do processo de
identificação eletrônica, feita no Hospital
Veterinário da Universidade Federal do Rio Grande do
Sul (Ufrgs). O chip usado no animal foi um protótipo
e a versão final deverá ser ainda menor. O processo
de rastreabilidade eletrônica utiliza um software de
banco de dados, um coletor e um brinco, formado por
um chip e uma antena. O procedimento de leitura é
bastante simples. Basta aproximar um bastão com um
leitor do chip, que fica na orelha do animal. Ele
ativa o dispositivo e colhe as informações através
da tecnologia RFID, de identificação por
radiofreqüência. A partir daí, os dados são
repassados para um computador via cabo ou rádio,
nesse último caso, através da tecnologia bluetooth.
O leitor tem capacidade para armazenar cerca de 7
mil dados, o que facilita o trabalho de coleta no
campo. A identificação eletrônica permitirá o
conhecimento do animal através da coleta e análise
de informações como raça, idade, identificação
visual - inclusive dos pais - e lote do qual foi
comprado, entre outros. A tecnologia segue uma
demanda do mercado internacional, cada vez mais
exigente quanto à rastreabilidade. O custo do chip é
de aproximadamente R$ 50,00 a unidade. A idéia é
estender também para a cadeia de suínos e aves.
O Ceitec agora tem a propriedade intelectual do
projeto, mas os próximos passos ainda serão
estudados. O chip do boi está dentro de uma
estratégia maior nacional de desenvolver um padrão
brasileiro de rastreabilidade e, a partir daí,
estimular a criação de um mercado comprador. Também
será preciso definir se a fabricação será feita
imediatamente, e, dessa forma, fora do País, ou no
próprio Ceitec. Nesse caso, a produção só poderá
iniciar-se entre o final de 2009 e o começo de 2010,
quando a fábrica da Lomba do Pinheiro estiver em
operação.
A assessora da presidência do Bndes, Margarida
Baptista, destacou a importância do chip do boi para
a agropecuária brasileira. "Esse é um projeto
símbolo dos nossos esforços de apoiar a inovação
tecnológica no Brasil e, ao mesmo tempo, esse setor
que é tão representativo", afirmou. O Brasil possui
atualmente um rebanho de 210 milhões de cabeças de
boi. Os recursos captados através da instituição
foram usados também na compra de equipamemtos.
O Ceitec terá capacidade para fabricação de 4 mil
lâminas por semana, nas quais podem ser gravados até
15 mil chips, dependendo do tamanho. De acordo com a
gerente do Centro de Design da empresa, Edelweis
Garcez Ritt, apesar de não ter como foco a
fabricação em massa, a estrutura é suficiente para
atender a alguns projetos, como o próprio chip do
boi. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
entretanto, deve assinar o decreto que cria o Ceitec
como empresa pública federal nos próximos dez dias
e, só a partir daí, será feita a nomeação da nova
diretoria. O novo presidente deve ser o alemão
Eduard Rudolf Weichselbauer, que teria participado
do desenvolvimento do plano de negócios do Ceitec
S.A.
Fonte: J. do Comércio - Patricia Knebel