Ola Hélio e demais colegas
Após algum tempo desde o apagão da Telefonica (alguma
coisa foi feita para não se repetir? Até o momento parece
que não) o Carlos Greco postou na lista
provedores-brasil da Visualnet[1] uma mensagem sobre como
ele achava que os PTTs (Pontos de Troca de Tráfego)
poderiam ser a solução para diminuir o custo de link dos
provedores (e com isso diminuir a dependência dos
backbones nacionais, das teles)
Essa mensagem gerou outras, em particular na lista da
ANID - Associação Nacional para a Inclusão Digital,
onde hoje o Julião Braga (que também participa aqui
da wireless.br) publicou um resumo de textos sobre o tema
"PTT" e que acredito oportuno adicionar aos estudos do
bloco "Como funciona a Internet"
O texto segue abaixo com algumas adições minhas
em vermelho.
Estão mantidos os créditos das listas onde a mensagem
circulou.
Mais abaixo está o artigo
Os Pontos de Troca de Tráfego, o PTTMetro e a Internet
brasileira
Autores:
Demi Getschko, Diretor presidente do Núcleo de
Informação e Comunicação do Comitê Gestor da Internet no
Brasil (NIC.br), Conselheiro do Comitê Gestor da Internet no
Brasil (CGI.br), eleito como representante de notório saber
em assunto da Internet.
Antonio M Moreiras, Coordenador de projetos no Núcleo
de Informação e Comunicação do Comitê Gestor da Internet no
Brasil (NIC.br).
[]s,
!3runo Cabral
[1]
provedores-brasil@listas.visualnet.com.br
[2]
inclusaodigital@anid.com.br
--------------------------------------------------------------------
--- =?iso-8859-1?Q?Juli=E3o_Braga?= <juliaobraga@gmail.com>
escreveu:
A propósito de PTT, aqui está um texto para começar a
entender o que é, embora tenha sido escrito em 2000.
Lendo esse texto e os demais do link que passei em mensagem
anterior.... que é o texto,
muito didático, em
http://www.politics.org.br/m3.html
e que responde as perguntas mais comuns sobre o que é um
PTT, como funciona, quais as vantagens etc.
.... (e, em pesquisa no Google), é possível entender onde o
PTT se encaixa na vida dos provedores.
Em tese, um provedor sozinho não
faz verão em PTTs (e, nem se justificaria), exceto os muito
grandes.
Mas a Anid pode ajudar muito. Quem ler pensará do mesmo
jeito:
http://ftp.mct.gov.br/Temas/Socinfo/Livro_Verde/ca04.pdf
O texto é um anexo do Livro Verde, organizado pelo Tadao
Takahashi, também em 2000.
Um ótimo material, que pode ser obtido na íntegra em .pdf.
Pena que não tenha sido atualizado, pois é um clássico:
http://ftp.mct.gov.br/Temas/Socinfo/Livro_Verde/livroverde.pdf
E, PTTs já operacionais, estão em:
Belo Horizonte
Brasília
Curitiba
Florianópolis
Porto Alegre
Rio de Janeiro
Salvador
São Paulo
conforme links e referências que podem ser encontrados a
partir de:
http://sp.ptt.br/intro.html
Também, um bom começo para a visão global de PTTs, da
independência e motivação do Comitê Gestor para mantê-los
sob controle.
Além de imaginarmos o mal das trocas de tráfegos
independentes das concessionárias (que parece existir no
Brasil) afetando a eficiência e aumentando o risco da
dependência,... (como no caso
do apagão da tele fixa de SP)
... sobre os pequenos e médios provedores e respectivos
usuários. O que, inclusive faz parte dos pré-requisidos de
sobrevivência. Essa é a principal razão de manter o
controle dos PTTs no Comitê Gestor. E, consequentemente,
garantir a independência do Comitê Gestor (sob controle da
sociedade), já que Internet é um componente estratégico
para o país.
[]s, Julião
--------------------------
Os Pontos de Troca de Tráfego, o PTTMetro e a Internet
brasileira
Autores:
Demi Getschko, Diretor presidente do Núcleo de
Informação e Comunicação do Comitê Gestor da Internet no
Brasil (NIC.br), Conselheiro do Comitê Gestor da Internet no
Brasil (CGI.br), eleito como representante de notório saber
em assunto da Internet.
Antonio M Moreiras, Coordenador de projetos no Núcleo
de Informação e Comunicação do Comitê Gestor da Internet no
Brasil (NIC.br).
A Internet é uma construção coletiva que integra milhares
de redes pelo mundo afora. Os brasileiros participam desse
ambiente desde 1989 e sua participação tem se
mostrado cada vez mais dinâmica.
Pesquisas mostram, por exemplo, que somos uma das
populações que mais tempo passam conectadas.
Uma das melhores novidades que a Internet trouxe para a
sociedade é a nova forma de realizar a conectividade,
tanto a meios de informação, quanto entre indivíduos
diretamente. Essa nova forma, além de ágil e acessível, é
notavelmente mais barata que as tradicionais.
Ora, a Internet, como estrutura de rede, apóia-se nos
mesmos canais de comunicação que são utilizados pela
telefonia convencional e pelos canais internacionais de
televisão e rádio: os cabos ópticos submarinos e de longa
distância, os canais de satélite, a transmissão sem fio.
Como se dá, então, o processo de formação do “modelo de
negócio” da era da Internet nessas aplicações?
Na verdade, a Internet trouxe uma nova forma de usar os
canais de telecomunicação, com muito mais flexibilidade e
eficiência que, somada à expansão de banda ocorrida nas
duas últimas décadas, possibilitou essa “mágica”. E essa
nova forma inclui intervenção – em diversos níveis lógicos
e físicos – de atores que não são, necessariamente,
oriundos do meio de telecomunicações.
Esse artigo descreve uma das ferramentas que ajudam a
melhorar a eficiência de rede e que, como boa parte das
ações na Internet, baseia em colaboração: os PTTs - Pontos
de Troca de Tráfego.
Serão examinados de forma simples seus objetivos, sua
importância e sua operacionalização, em especial para as
redes brasileiras, e apresentados situação e desafios
atuais. Antes, no entanto, é importante relembrar alguns
conceitos básicos sobre as redes e a Internet, em
particular, que ajudarão na compreensão do restante do
texto.
A Internet é constituída, em sua parte física, de um
enorme conjunto de redes de computadores interligadas,
formando uma única grande rede, de alcance mundial.
Cada uma dessas redes nada mais é do que um conjunto de
computadores e outros equipamentos conectados e capazes de
comunicar-se usando uma linguagem comum, denominada
protocolo. O protocolo da Internet é o IP (internet
protocol) que foi projetado justamente para fazer com que
redes diferentes se comuniquem (internet = entre redes).
Assim, as redes de computadores das residências, das
empresas, dos provedores, dos datacenters e webfarms, das
universidades e de tantas outras instituições, espalhadas
pelo mundo e interligadas, formam a Internet.
Essa definição é bem aceita e não costuma causar
estranheza, contudo, nem sempre é bem compreendida.
É comum imaginar a Internet como uma “nuvem” à qual se
está, de alguma forma, conectado; e a forma de conexão
mais comum é uma relação comercial de compra
de trânsito com um provedor, como representado na figura
1.
Figura 1:
Abstração da Internet como uma “nuvem”. Normalmente uma
empresa ou usuário doméstico realizam sua conexão à
Internet através de um provedor. Esse desenho reflete uma
forma comum de pensar e não ajuda a perceber a realidade
de que a empresa, os computadores domésticos e o próprio
provedor, todos fazem parte da Internet
Freqüentemente, costuma-se pensar nessa forma de
conexão à Internet como a única possível. Não é hábito
refletir sobre a natureza da “nuvem” nem pensar na
possibilidade da conexão direta entre redes diferentes
como uma realidade prática.
Contudo, uma vez que se esteja ligado à Internet, passa-se
a fazer parte dessa “nuvem” imaginária, como ilustra a
figura 2.
Figura 2: A
“nuvem” Internet é formada pelos seus participantes,
interligados por meios físicos e falando o IP (Protocolo
Internet).
Essa “nuvem” é, de fato, uma abstração que representa
todas as redes interligadas, incluindo os usuários
domésticos, empresas de todos os tamanhos, redes
acadêmicas e governamentais, etc.
Ligações diretas entre essas redes, sem a participação
obrigatória de provedores, são possíveis, reais, e parte
integrante da Internet, e não apenas uma abstração teórica
na sua definição.
Mesmo técnicos experientes em redes, por vezes, fazem
confusão quando se trata desse assunto.
Não se está afirmando aqui que os provedores sejam
dispensáveis.
Para a maioria das situações eles devem ser o principal
meio de conexão à Internet. Contudo, pode-se identificar
outros participantes da Internet com quem a comunicação
através da rede seja relevante e estabelecer um enlace
físico direto, trocando através dele o tráfego que antes
passava pelo provedor.
Isso se chama troca de tráfego, e continua sendo parte da
Internet.
Essa substituição de uma relação de compra de trânsito
pela troca de tráfego está ilustrada na figura 3.
Figura 3: Na
situação mostrada no lado esquerdo da figura, duas
instituições participantes da Internet, fazem sua conexão
através de provedores, pagando a eles pelo tráfego trocado
com qualquer outro participante da rede. Caso elas
percebam que trocam entre si muitos dados através da
Internet, podem estabelecer um enlace físico e passar a
trocar tráfego diretamente, como na situação ilustrada no
lado direito da figura, o que permite a diminuição do
tráfego trocado através dos provedores e o aumento de
qualidade. Essa ligação direta passa a ser parte da
Internet.
Pode-se identificar, então, dois tipos básicos de relação
entre participantes da Internet:
- a compra de trânsito, bem conhecida, onde um provedor
fornece acesso a parte ou à totalidade das demais redes
interligadas, em troca de dinheiro;
- e a troca de tráfego (em inglês: peering), onde redes
conectam-se diretamente, fornecendo acesso umas às outras
mutuamente.
Uma relação de troca de tráfego tem caráter colaborativo,
ou seja, consiste em um serviço recíproco entre as redes
envolvidas, e normalmente não envolve
pagamentos de uma parte à outra.
Contudo, se a relação de tamanho ou tipos de usuários
entre as redes for desbalanceada, pode haver também uma
relação comercial, para compensar as diferenças.
A troca de tráfego traz economia, porque deixa-se de pagar
ao provedor pelo tráfego que é trocado diretamente com as
outras redes.
Traz também melhoria de qualidade, porque conexões diretas
são mais rápidas e confiáveis.
No entanto, há despesas envolvidas. Enlaces devem ser
estabelecidos, o que costuma custar muito caro,
especialmente no Brasil.
Equipamentos, como roteadores, podem ter de ser trocados.
E deve-se dispor de mão de obra especializada, capaz de
lidar com as configurações necessárias. Além disso, como
muitas vezes a troca de tráfego implica numa relação não
comercial, nem sempre há acordos de nível de serviço
estabelecidos; em caso de problemas, conta-se com a boa
vontade do parceiro para resolvê-los, sem garantias
contratuais.
Relembrados e entendidos esses conceitos básicos sobre a
Internet, podemos tratar do assunto principal desse
artigo, os Pontos de Troca de Tráfego.
Eles existem para ajudar os participantes da Internet a
estabelecer relações de troca de tráfego, mantendo as
vantagens já apresentadas, mas reduzindo as despesas e
problemas envolvidos.
O conceito em que se baseiam é extremamente simples:
consistem numa estrutura centralizada, onde várias redes
podem se interligar.
Dessa forma, não são necessários vários enlaces distintos
para estabelecer relações de troca de tráfego com
diferentes redes, mas apenas um enlace, para o PTT.
Esse conceito está ilustrado na figura 4.
Figura 4:
Com o PTT, mostrado na figura da direita, não são mais
necessários diversos enlaces para estabelecer diferentes
relações de troca de tráfego, como mostrado na figura da
esquerda. Um único enlace para o PTT permite que relações
desse tipo, e mesmo de compra de trânsito, sejam
estabelecidas com qualquer um dos outros participantes. Os
PTTs reduzem os custos e potencializam os benefícios das
relações de troca de tráfego.
Uma vez conectadas, as empresas e instituições podem fazer
acordos bilaterais ou multilaterais para troca de tráfego,
de caráter comercial ou não. Mesmo relações de compra de
trânsito podem também ser estabelecidas através dos PTTs,
com um ou mais provedores e em conjunto ou não com
relações de troca de tráfego, embora isso não seja o
objetivo principal de sua existência.
Costuma-se fazer uma analogia, comparando um Ponto de
Troca de Tráfego à uma mesa de bar. Várias pessoas podem
estar presentes. A cerveja está disponível. O bar oferece
um ponto de encontro e toda a infra-estrutura necessária!
Isso não quer dizer que todos estejam bebendo, e menos
ainda que todos bebam ou conversem juntos. Essa
possibilidade existe e pode até ser bem interessante,
mas as circunstâncias podem levar um pequeno grupo a se
reunir para beber e conversar num canto, outro no canto
oposto, etc.
Há vários tipos de situações que podem levar determinadas
redes a terem, ou não, interesse em trocar tráfego com
outras, mesmo participando do PTT.
Estar em um PTT não significa a obrigatoriedade em se
trocar tráfego com todos os outros participantes, mas
traz, isso sim, essa possibilidade.
Não se deve confundir os Pontos de Troca de Tráfego com
backbones.
Os PTTs são regionais, normalmente de caráter
metropolitano. Sua função não é carregar o tráfego das
redes a longas distâncias, mas sim, melhorar os custos e a
qualidade das conexões das redes de uma mesma localidade.
O ideal é que haja um PTT por região.
Com mais de um PTT regional os participantes têm de
sujeitar-se a fazer múltiplas conexões, ou a reduzir o
número de parceiros na troca de tráfego; em ambos os casos
os custos são maiores do que com apenas um PTT por
localidade, diminuindo-se a vantagem dos mesmos.
Uma vez entendido o conceito de Ponto de Troca de Tráfego,
pode-se dar mais um passo, e tentar entender seu papel na
Internet real, em especial no Brasil.
A estrutura da Internet pode ser considerada, de forma
aproximada, como hierárquica.
Em seu centro estão os provedores de nível 1, que são
aqueles que têm acesso a toda a Internet sem necessidade
de pagar a ninguém.
São exemplos de provedores nível 1 a Sprint, a
Genuity/BBN, a AT&T, a UUNet, dentre outros.
Eles possuem grandes backbones e trocam tráfego entre si
diretamente e através de PTTs.
Os provedores que não conseguem acesso a toda a Internet
através da troca de tráfego, devem se tornar clientes dos
provedores de nível 1, pagando a eles pela conexão à
Internet.
Eles são chamados de provedores nível 2, e nessa categoria
incluem-se nossos principais provedores nacionais, como
Embratel, Telefônica, Telemar, Brasil Telecom, etc.
A troca de tráfego regional entre os provedores nível 2
brasileiros, e mesmo entre provedores menores e usuários
finais, é recomendada, pois traz as vantagens já
mencionadas anteriormente: custos menores, com a redução
do valor pago aos provedores estrangeiros, e melhoria de
qualidade, com diminuição da latência e da taxa de erros
nas conexões.
Alguns países, como os Estados Unidos, chegam a legislar
sobre quem e como deve trocar tráfego no nível mais alto
da rede.
No Brasil, o Comitê Gestor da Internet (CGI.br) lançou mão
do projeto PTTMetro, como forma de incentivar e apoiar a
troca de tráfego regional.
O projeto PTTMetro foi criado em meados de 2004, tendo o
escopo inicial de construir cinco PTTs, em importantes
capitais brasileiras.
No final do mesmo ano entrou em operação o PTT de São
Paulo.
Atualmente (maio de 2008), são oito os Pontos de Troca de
Tráfego do PTTMetro: São Paulo, Porto Alegre, Belo
Horizonte, Curitiba, Brasília, Rio de Janeiro, Santa
Catarina e Salvador.
Juntos, eles são responsáveis por lidar com um tráfego
médio de 3,3 Gb/s de dados, e que apresenta picos de
6,4Gb/s.
Pode-se observar o gráfico do tráfego do conjunto dos PTTs
na figura 5.
Os picos ocorrem entre as 10h e as 17h, e os vales entre
as 4h e as 8h. Os dias com menores tráfegos são os sábados
e domingos. Boa parte desse tráfego, caso não estivesse
sendo trocado via PTT, dependeria de conexões pagas a
provedores de Internet, levando a custos maiores e
qualidade inferior de conexão para os participantes.
Estão previstos novos PTTs a serem criados em Londrina,
Recife e Fortaleza.
É importante notar que, quando se diz que os PTTs devem
ser regionais, ou ainda que há um único PTT numa
determinada cidade, não significa que possa haver apenas
um único ponto de conexão físico ao PTT.
Um Ponto de Troca de Tráfego pode ter vários Pontos de
Acesso, chamados também de PIXes.
No PTTMetro, empresas particulares, como datacenters,
podem ser PIXes. Para isso elas devem estabelecer uma
conexão com o PIX Central da região através de uma fibra
óptica apagada (que permite grande escalabilidade no
tocante ao volume de dados) e arcar com os custos do
equipamento local (switch).
Elas podem, então, estabelecer condições e valores para a
conexão dos participantes do PTT ao seu PIX.
Os equipamentos, no entanto, são administrados pelo
NIC.br, representando o Comitê Gestor da Internet, que
define também a política de troca de tráfego e do uso em
geral do sistema de interconexão.
Essa infra-estrutura é considerada pelo Comitê Gestor como
de uso público e, portanto, seu uso é, hoje, gratuito.
Em outras palavras, pode-se pagar ao administrador de um
determinado PIX para se conectar ao mesmo, e o preço e
condições podem variar de um PIX para outro; no entanto,
todo o uso da infra-estrutura do PTT, seja para troca de
tráfego ou compra de trânsito de outros participantes, é
gratuito.
Não se paga pelo volume de tráfego trocado.
A figura 6 mostra a estrutura do PTT de São Paulo, para
permitir a melhor compreensão do conceito de PIX.
Figura 6:
Estrutura do PTT São Paulo. 7 PIXes. Um único PTT.
Há um PIX Central, no NIC.br, um PIX acadêmico, na USP, e
5 PIX comerciais, na Brasil Telecom, Locaweb, TIVIT, CTBC
e Alog.
Não importa onde um determinado participante se conecte, a
comunicação com os demais é transparente. Um participante
conectado, por exemplo, no PIX Locaweb pode ter um acordo
de troca de tráfego com outro, digamos, ligado ao PIX
Tivit.
Como no Brasil os custos dos enlaces locais são muito
altos, essa diversidade de PIXes colabora de forma
importante para o sucesso do projeto.
Um participante pode escolher conectar-se ao PIX que
implicará num custo de enlace menor.
Como muitos dos PIXes são datacenters comerciais, pode
também existir o caso em que toda a rede, ou parte
importante da rede da instituição participante esteja
dentro do próprio datacenter, levando o custo de conexão
para próximo de zero.
O PTTMetro tem hoje participantes importantes, como os
principais provedores de banda larga: Brasil Telecom, Oi,
Telefônica, Embratel, CTBC Telecom, GvT e Net.
Conta também com a participação da RNP, que conecta as
principais universidades e centros de pesquisa do país.
Tem ainda os principais conteúdos da Internet brasileira,
através da participação da Locaweb, Terra, Yahoo! e UOL.
São cerca de 80 participantes no total, alguns dos quais
presentes em mais de um dos PTTs.
A troca de tráfego, enfim, é uma relação de colaboração
entre os participantes da Internet que ajuda a manter sua
“mágica”: comunicação barata e sem fronteiras; e o
PTTMetro, criado por iniciativa do Comitê Gestor da
Internet no Brasil (CGI.br), tem obtido sucesso em
viabilizá-la e incentivá-la através de seus Pontos de
Troca de Tráfego regionais.
Há, no entanto, alguns desafios ainda a serem vencidos: é
preciso uma maior participação; é preciso vencer a
resistência de algumas redes importantes, especialmente
daquelas que se enquadram entre os provedores nível 2, em
participar dos PTTs, e em trocar tráfego entre si; há que
se encontrar soluções para diminuir os custos de enlace
locais, que são exageradamente altos.
Um PTT fica mais atrativo à medida em que há mais
participantes; enquanto mais atrativo, mais redes querem
participar... É preciso, então, crescer - e a Internet só
tem a ganhar.