BLOCO
Blog dos Coordenadores ou Blog Comunitário
da
ComUnidade
WirelessBrasil
Setembro 2008
Índice Geral do
BLOCO
O conteúdo do BLOCO tem
forte vinculação com os debates nos Grupos de Discussão
Celld-group
e
WirelessBR.
Participe!
15/09/08
• Como funciona a Internet (32) - Apagão: "O
dia em que a internet parou" - Artigo da Teletime
----- Original Message -----
Sent: Saturday, September 13, 2008 8:48 PM
Subject: Como funciona a Internet (32) - Apagão:
"O dia em que a internet parou" - Artigo da Teletime
Como era esperado, passado algum tempo, o "Apagão"
foi apagado da mídia...
E apesar de todo debate, ficamos com a sensação de um incidente mal
explicado e um pressentimento de novas ocorrências.
E também não conseguimos chegar à um esquema da "grande rede" no Brasil.
Foi-se o tempo em que a Internet era considerada um "amadorismo": hoje é
fator de segurança nacional!
Para retomar o tema, sugerimos a leitura
desta excelente matéria:
Fonte: Teletime
Antes, como recordação e para ambientação
dos recém-chegados, listamos os "posts" anteriores sobre o assunto.
Mais informações?
Comentários sobre a "função" e atuação do
CGI.br - Comitê Gestor da Internet?
Um comitê "deste tamanho" e com esta "diversidade" pode
"funcionar efetivamente"?
Ministério da Ciência e
Tecnologia:
AUGUSTO CESAR GADELHA VIEIRA (coordenador), titular;
ANTENOR CESAR VANDERLEI CORRÊA, suplente;
Casa Civil da Presidência
da República:
RENATO DA SILVEIRA MARTINI, titular,
EDGARD LEONARDO PICCINO, suplente;
Ministério das
Comunicações:
MARCELO BECHARA DE SOUZA HOBAIKA, titular;
JEFERSON FUED NACIF, suplente;
Ministério da Defesa:
MARCELO ANDRADE DE MELO HENRIQUES, titular;
EWALDO JOSÉ ROETTGER, suplente;
Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior:
JAIRO KLEPACZ, titular;
MANUEL FERNANDO LOUSADA SOARES, suplente;
Ministério do
Planejamento, Orçamento e Gestão:
ROGÉRIO SANTANNA DOS SANTOS, titular;
RODRIGO ORTIZ D'AVILA ASSUMPÇÃO, suplente;
Agência Nacional de
Telecomunicações:
PLÍNIO DE AGUIAR JUNIOR, titular;
JOSÉ ALEXANDRE NOVAES BICALHO, suplente;
Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico:
JOSÉ ROBERTO DRUGOWICH DE FELÍCIO, titular;
GERALDO SORTE, suplente;
Conselho Nacional de
Secretários Estaduais para Assuntos de Ciência e Tecnologia:
ALEXANDRE AGUIAR CARDOSO, titular;
ALBERTO DUQUE PORTUGAL, suplente.
Representante de notório
saber em assunto da Internet:
DEMI GETSCHKO
Representantes do setor
empresarial:
a) provedores de acesso e
conteúdo da Internet:
JAIME BARREIRO WAGNER, titular e
ANTONIO ALBERTO VALENTE TAVARES, suplente.
b) provedores de
infra-estrutura de telecomunicações:
ALEXANDRE ANNENBERG NETTO, titular e
ERCIO ALBERTO ZILLI, suplente.
c) indústria de bens de
informática, de bens de telecomunicações e de software:
HENRIQUE FAULHABER, titular e
JOSÉ CARLOS LOURENÇO REGO, suplente.
d) setor empresarial
usuário:
NIVALDO CLETO, titular e
CASSIO JORDÃO MOTTA VECCHIATTI, suplente
Representantes do terceiro
setor:
MARIO LUIS TEZA, titular;
CARLOS ALBERTO AFONSO, titular:
GUSTAVO GINDRE MONTEIRO SOARES, titular;
MARCELO FERNANDES COSTA, titular;
EVERTON DOS SANTOS
RODRIGUES, suplente;
JAMES GÖRGEN, suplente;
ANA MARIA DRUMMOND CHICARINO, suplente; e
MARIA DO AMPARO ARAÚJO, suplente.
Representantes da
comunidade científica e tecnológica:
NELSON SIMÕES DA SILVA, titular;
LISANDRO ZAMBENEDETTI GRANVILLE, titular;
FLÁVIO RECH WAGNER, titular;
OMAR KAMINSKI, suplente; e
TÚLIO LIMA VIANNA, suplente
Ao debate! :-)
------------------------------------------
Fonte: Teletime
A queda da rede da Telefônica, que tirou a
internet do ar durante 36 horas, no último dia 2 de julho, em São Paulo,
revelou uma grande vulnerabilidade nos sistemas que muita gente preferia
esquecer. Bolsa de valores, hospitais, bancos, empresas diversas, centros de
processamento de dados, enfim, todo tipo de empreendimento fez uma longa
parada compulsória.
Os funcionários ficaram praticamente de braços
cruzados, porque os negócios estão baseados sobre uma teia frágil de
comunicação. É como uma cidade construída na cratera de um vulcão extinto que
pode voltar a ficar ativo a qualquer momento e romper com tudo à sua volta.
Passado o choque dos primeiros dias da paralisação ficaram várias perguntas
sem resposta, inclusive transparência sobre as causas do problema. O laudo
sobre as questões técnicas que o CPqD entregaria à Telefônica em até dez dias,
como prometera na ocasião o presidente da operadora, Antonio Carlos Valente,
atrasou.
E agora não temos mais nem prazo;, informou
fonte da tele.
Uma pane desse tipo não é inédita na história mundial das telecomunicações. No
Japão, 2,85 milhões de clientes da NTT East ficaram sem conexão em banda
larga, em maio de 2007. O apagão atingiu conexões em fibra óptica, ADSL e
ISDN, afetando também telefones IP. No total, 14 de 17 prefeituras ficaram
fora do ar. A diferença é que lá o problema foi resolvido mais rapidamente, em
sete horas.
Na BellSouth/AT&T, em outubro de 2006, a
internet ficou fora do ar das 23h30 até por volta das 10h do dia seguinte.
Novo problema foi reportado pelos usuários em dezembro/2007.
A NCI também ficou fora do ar durante nove horas
nos Estados Unidos. Ou seja, precedentes existem, mas com tamanha duração, só
no Brasil.
E não precisa ir muito longe. Aqui mesmo acontece uma série de apagões
menores, com diversos provedores de acesso, mas que não ganham tal proporção.
O usuário reclama, acha que o problema é só com
a rede dele e não tem a dimensão real do problema.
Em meados de julho, alguns clientes da Net até
relataram queda de conexão, mas houve restabelecimento em poucas horas.
Jorge de La Roque, presidente da Rede Global
Info, que reúne em torno de 500 provedores de internet, disse que essas quedas
de conexão são sentidas de forma intermitente pelos pequenos provedores
distribuídos pelo País. Quando ligamos para as operadoras sempre recebemos a
mesma resposta: problema de manutenção. Nunca recebemos uma resposta oficial
clara, diz o executivo.
Um agravante é que as teles vendem links em
regiões onde não existem conexões, criando mais problemas para os provedores.
As causas
Executivos de fornecedores que preferiram não
ser identificados apresentaram alguns fatos que talvez possam explicar o
porquê de tão longo apagão no Brasil, envolvendo a operadora espanhola.
Uma teoria analisada é que a rede de dados está
sobrecarregada e a operadora tem investido abaixo do necessário para
supervisionar e manter a planta de dados interna e externa. Isto seria apenas
a ponta do iceberg.
O processo de compras da Telefônica é outro fator considerado crucial por
alguns. Segundo o consultor Virgílio Freire, há uma pressão enorme sobre a
Mesa de Compras; um método global implantado na operadora pelo qual os
compradores receberiam em seus salários um percentual sobre o que economizam
nas compras da empresa.
O objetivo de economizar e lucrar ao máximo
teria reduzido a qualidade e segurança da rede, diz Freire.
A terceirização é apontada por vários executivos como outro fator importante
na queda da rede. Recentemente, a Telefônica promoveu um grande processo de
terceirização de serviços de manutenção, cujo contrato para a rede de fibra
óptica ficou com a Ericsson e os serviços de manutenção com a Nortel e NEC.
No processo foram demitidos cerca de 700
profissionais, dos quais se previa que 400 seriam absorvidos pelos
fornecedores contratados.
Para um dos entrevistados, a terceirização
oculta algo maior, pois no processo são eliminadas muitas empresas pequenas
que prestavam serviços para a operadora. Além disto, o quadro da tele diminuiu
mais de três vezes, o que é considerado um corte excessivo mesmo com a
terceirização, e isto poderia comprometer a qualidade.
Entretanto, os entrevistados garantem que com
terceirização ou não, a responsabilidade pelos serviços junto aos cliente e à
Anatel é sempre da operadora.
Uma explicação mais técnica é arriscada por Demi
Getschko, integrante do Comitê Gestor da Internet e diretor-presidente do
NIC.br (Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR).
Para ele, teria havido problema na configuração
do roteamento da empresa, e não excesso de demanda que justificasse um
colapso.
A demora em restabelecer o sistema estaria na
complexidade da rede interna da operadora, com estruturas tradicionais e,
crescendo paralelamente de forma anárquica, a telefonia de roteamento IP.
Na explicação oficial, contudo, o presidente da Telefônica descartou que o
apagão tenha se dado por falta de manutenção ou de investimentos na
infra-estrutura para abarcar o crescimento explosivo da banda larga no País. A
rede está preparada para o crescimento, garante o executivo.
Sem saber direito o que dizer à imprensa muitas
horas depois de iniciada a pane, Valente argumentou que se tratava de um
defeito raro e de difícil diagnóstico.
O problema foi atribuído a um roteador na região
de Sorocaba, interior paulista, apesar da duplicação nos sistemas de rede.
E seria justamente isto que estaria estudando o
CPqD ao lado de técnicos da operadora e da Anatel.
Apesar de outras falhas não terem sido
descartadas, esta parece ser a visão de quem vê a árvore, mas não a floresta.
A questão, na verdade, é mais ampla, envolvendo investimento em rede,
qualidade e competição.
Mudança de modelo?
Esse é o resultado da política de concentração
das telecomunicações. Com grandes empresas atuando no setor, se acontece
alguma falha, as dimensões são catastróficas.
O que se questiona é se num momento em que se
discutem novas regras para telecomunicações e que a concentração entre as
teles parece gozar da simpatia de governo e dos agentes econômicos, não seria
hora de a Anatel estabelecer normas de atendimento, qualidade e competição
para a internet tão abrangentes e rigorosas quanto as da telefonia fixa.
Para o presidente do Instituto Brasileiro de
Defesa da Concorrência (Ibrac), advogado Dutra, não precisa mudar modelo.
Precisa fiscalização. No Brasil não aplicam o modelo existente e ainda querem
outro. Se um modelo fica parado, a culpa não é do modelo. Põe mais
concorrência, provoca ele.
De fato, falta competição. A Telefônica tinha 88% do mercado. Começou a sofrer
concorrência da Net e ao invés de investir na própria rede, comprou outras
duas redes redundantes (cabo e MMDS da Abril) para impedir que outros as
comprassem e aumentasse a concorrência, disse Dutra.
Somadas ao Speedy (ADSL), a tele espanhola fica
com três redes em São Paulo.
Ele não acredita que o Conselho Administrativo
de Defesa Econômica (Cade) autorize a operadora a ficar com todas elas. O mais
provável é que mande vender ao menos uma. Este ato de concentração está há
quase dois anos parado na Anatel, que não o envia para julgamento, acusa o
advogado.
Devem existir regras de qualidade na internet, admite o consultor Virgílio
Freire. É preciso controlar taxa de erros, velocidade prometida e não
entregue; impedir o traffic shaping, que é quando um usuário começa a
usar muito o peer-to-peer e a empresa reduz o seu tráfego e
capacidade de download. Só isto daria motivo para fiscalização por parte da
Anatel.
A tese de mudança de modelo não ganhou muitos adeptos entre os ouvidos por
este noticiário.
A justificativa é que historicamente a internet
nasceu para ser uma rede que possa funcionar em circunstâncias adversas.
Não foi planejada para oferecer qualquer tipo de
garantia. Sua garantia de qualidade era o melhor esforço. Mas ela está
evoluindo e existe agora uma infra-estrutura IP que está sendo usada para
diversos serviços, inclusive a internet.
Considera-se que é muito difícil falar em níveis
de qualidade de serviço na grande rede. Se a empresa estiver usando um
servidor na Europa e dez operadoras cujos pacotes precisam passar por ele,
teria que envolver várias teles em acordo global de garantia de serviço. E
isto é diferente de outros serviços, como voz local, ou rede privativa
virtual, que têm cobertura regional, física, bastante clara.
A regulamentação pode ser aplicada a serviços
mais bem determinados em cobertura, ou seja, dentro do País. Mas há polêmica,
porque esses serviços começam a usar estrutura também de internet.
Regulamentar a internet é desvirtuá-la, mudar
sua proposta original. Deve-se regulamentar serviços sobre os quais se coloca
aplicações críticas, como algo adicional, regido por contratos, opina um
grande fabricante de roteadores.
Quem constrói serviços sobre a internet conhece
suas características. Para esse fornecedor, a regulamentação que comanda os
contratos já tem especificações suficientes para que as teles tenham medo de
serem punidas. Por isto, duvida que regras adicionais possam melhorar a rede.
Há espaço para que a Anatel seja mais presente em fiscalização da rede física,
como também há espaço para a atuação do Comitê Gestor da Internet na questão
lógica da rede, afirma Getschko. O comitê se reunirá no início de agosto para
discutir o assunto.
Mas Getschko sugere que na questão da
fiscalização, órgãos de defesa do consumidor, como Procon e Idec, seriam mais
adequados. Pode ser, mas não é correto retirar do órgão regulador sua função
de observar o que está acontecendo no mercado, impor disciplina e cobrar pelo
respeito ao consumidor, seja ele residencial ou empresarial. Até agora, a
Anatel lavou as mãos e não mostrou que providências teria tomado em relação à
Telefônica. Procurada por este noticiário, a agência não atendeu a reportagem.
A Telefônica preferiu não comentar as críticas de Virgílio Freire.
Prevenir novo desastre
Não está descartada nova pane como esta do
começo de julho.
Aliás, quanto mais crescem as redes, misturando
estruturas novas e antigas, maior é a probabilidade.
Um dos fabricantes considera normal até que isso
aconteça. Não conheço sistema eletroeletrônico que não possa entrar em pane,
argumentou. São anomalias fora do esperado e do controle, mas os sistemas
estão em contínua evolução e aprimoramento.
Mas como não há garantia total, mesmo que a responsabilidade de falhas seja da
operadora, o melhor mesmo é prevenir, principalmente no caso dos serviços que
não podem ficar fora do ar de forma alguma.
Estes precisam de planos B e C.
Para Getschko, do Nic.br, é um absurdo que
empresas públicas como a Companhia de Processamento de Dados do Estado de São
Paulo (Prodesp), Correios, Caixa Econômica Federal, entre outras, não tivessem
uma rede alternativa à da Telefônica. Geralmente a maioria das empresas
hospeda seus servidores em um data center.
Seria interessante negociar com esse data center
uma rede alternativa (por rádio ou com um outro provedor) para acessar em
períodos de emergência, como um adicional do contrato, aconselhou.
A direção da Prodesp aprendeu a lição. A Telefônica é fornecedora exclusiva
para seus serviços de banda larga até 2010. Por contrato, a empresa conta com
switches de baixa, média e alta redundância, desde 150 K até 1 GB.
Apesar disto, a empresa não pensou em colocar no
contrato um segundo provedor para assumir os sistemas em caso de crise.
Isto será corrigido no próximo edital, afirma o
presidente da Prodesp, Leão Carvalho.
Para remediar, nesse meio tempo será montado um
plano de contingência para agüentar até 2010, incluindo a ativação de linha
discada em determinados pontos e sistemas de rádio em locais estratégicos.
O problema vivido pelo Estado de São Paulo pode
servir de alerta não só ao poder público, mas também aos empresários, no
sentido de que a internet não é apenas uma ferramenta de trabalho; é item de
primeira necessidade de qualquer negócio, diz o diretor comercial da Neovia,
operadora de rede sem fio com tecnologia WiMAX, Sérgio Sá. É necessário fazer
planos de contingência, o que poucas empresas têm hoje, sugere ele.
ComUnidade
WirelessBrasil
Índice Geral do
BLOCO