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Setembro 2008 Índice Geral do BLOCO
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18/09/09
• PLC (05) - Banda larga pela rede elétrica + "Mitos e Verdades no e-Thesis + Informações básicas + Consulta Pública
Como nós não desistimos nunca continuamos "salivando" os
testemunhos dos participantes e leitores envolvidos com o tema. :-))
Vamos lá?
Parabéns, Jana e Rogério Romano pela disposição em
compartilhar estas informações!
Vamos à degustação? :-)
Fonte: e-Thesis
VivaVoz -
Artigos
[16/09/08]
Banda larga na rede elétrica: mitos e verdades por
Jana de Paula
Expira no próximo dia 29 de setembro o prazo dado pela Anatel para a consulta pública ao regulamento do uso da rede elétrica para internet em banda larga. Para a maioria dos players envolvidos neste mercado, esta regulamentação traz à discussão um tema de interesse e que movimenta vários pesos pesados das áreas de energia, telecomunicações e fabricantes há alguns anos.
Neste debate, porém, dois conceitos são apresentados como verdade absoluta quando, de fato, não passam de 'ouro de tolo'. Ou seja, de que será possível ampla e irrestrita banda larga em 98% da rede elétrica e, por conseguinte, à mesma proporção do território nacional. E o que faz da interferência a outros serviços de telecom um vilão invencível. Nesta conversa com Rogerio Botteon Romano (foto), pesquisador de telecomunicações da Gerência de Infra-estrutura de Redes do CPqD, foram abordados estes mitos e levantados os modelos de negócios factíveis, em curto e médio prazos.
Enquanto não se regulamenta o uso da rede externa de energia elétrica, o PLC - Power Line Communications, ou sistema de telecom que utiliza a rede elétrica de distribuição como meio de transmissão - vai sendo adotado para implantação de redes locais privadas no cabeamento interno, ou seja, na parte da rede do usuário, seja ele corporativo ou residencial. A Light, do Rio de Janeiro, tem este serviço de telecom para prédios residenciais. A Cemig, de Belo Horizonte, para residências e escolas. A maior, a Eletropaulo, fornece o PLC na rede interna para soluções residenciais, corporativas e de ensino na Região Metropolitana de São Paulo, além de vários outros projetos semelhantes prestados pelas diversas concessionárias de energia elétrica do país.
O que se deseja agora é regulamentar o uso da rede externa, como nova alternativa de fornecimento de banda larga em ampla escala. De fato, a rede elétrica tem potencial para transmitir multimídia (canais de TV), telefonia (voz) e internet em banda larga. Isto tudo adicionado a outro portfólio que inclui medição e balanço energético, com redução de custo eficiente. Este modelo já é adotado em mercados maduros, como nos Estados Unidos e no Reino Unido. Mas, para que a rede elétrica no país atue como mais um meio de transmissão de serviços de comunicação é necessário um amplo entendimento e a realização de minuciosos modelos de negócios que tragam rentabilidade e confiabilidade.
Até que se chegue a este consenso, algumas questões devem ser levantadas - e respondidas. Como será o modelo de banda larga via rede elétrica externa do país? As concessionárias de energia elétrica concederão suas redes para outros players, inclusive os de telecom? Ou atuarão diretamente no mercado? Que tipos de rede terão preferência? Uma rede totalmente fixa, com fibra óptica na interligação da central de transmissão com a subestação de eletricidade? Ou se dará prioridade a uma rede híbrida, onde a interligação dos dois serviços será feita por tecnologias de radiofreqüência, como Wi-Fi e WiMAX? Que tipo de 'limpeza' será exigida da rede elétrica para que ela esteja apta a transmitir em IP?
O fato é que o uso da rede elétrica para provimento de serviço em banda larga dá uma forte 'mexida' no mercado. Além da disposição das concessionárias da rede propriamente ditas, é fundamental a participação, desde o DNA deste tipo de serviços, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que terá que trabalhar em estreita parceria com a Anatel e a Aneel, as agências reguladoras de telecom e de energia elétrica. Um fato é claro: ao final do processo haverá um ganho bastante democrático: os serviços de telecom ganham um novo meio de transmissão, as concessionárias de energia podem se transformar em rede toda IP - e estar mais aptas a coibir roubos e evitar acidentes; e o usuário, além de receber banda larga pela velha rede elétrica, terá um serviço mais eficiente de fornecimento de eletricidade e, consequentemente, de melhor custo/benefício. Um verdadeiro nirvana...
Quem disputa nesta arena
O problema são os passos que se deve dar para atingir este admirável mundo novo. Como já dito, a primeira providência, após a regulamentação, as especificações e as definições de praxe, é a escolha do modelo ou modelos de negócios. "Para quem já tem backbone de fibra óptica, o negócio é bom de imediato. E, para quem não tem, é bastante viável o uso de rede WiMAX, com IP, numa solução híbrida. Assim, quem é que está mais próximo da rentabilidade? Primeiro quem tem backbone; depois, o dono da rede elétrica; e, em seguida, os vendors de infra-estrutura, modems e outros dispositivos móveis ou fixos e de serviços. No caso específico das concessionárias há um ganho extra: elas podem adotar o uso corporativo na própria rede, com significativa economia", avalia Romano.
Segundo o especialista, o CPqD tende mais para o modelo do PLC como integrante de uma solução híbrida, ou seja, composta de fibra, WMAX e/ou Wi-Fi, até para o mercado ganhar força. "Já que não é preciso instalar a rede, as soluções sem fio podem se mostrar atraentes, sobretudo em situações que requeiram muitos repetidores", acrescenta Romano. Uma vantagem do PLC surge de imediato: sua adoção em áreas de alta densidade populacional, pois, ao contrário do DSL, por exemplo, o sistema permite que a rede se regenere e se amplifique.
O modelo com inclusão digital
Muito se fala, nesta etapa de consultas e sugestões, sobre uma possível capacidade da banda larga via rede elétrica em projetos de inclusão social. De fato, existe o piloto coordenado pela Aptel PLC Brasil - com FITec, Cemar, Eletropaulo, Celg, EBA, Samurai, Positivo e Star One - para levar banda larga (45 Mbps) numa escola de ensino fundamental com 365 alunos em Barrerinhas, no Maranhão. O projeto de inclusão social e digital tem o apoio do Sebrae e da Secretaria Estadual de Saúde. Como este há outros - o Restinga, em Porto Alegre (RGS), o Bandeirante, em São Paulo (SP). Mas, pelo número e o porte dos players envolvidos nestes projetos, que se pode clasificar de pequeno porte, é possível enxergar o nível de parceria envolvido e os custos implicados.
"Não vejo a inclusão digital como a principal aplicação do PLC. Prefiro acreditar que há outras formas de ele decolar", adverte Romano. Aí, novas questões se pousam. Quem vai realizar as instalações necessárias? O próprio governo? Haverá planos de metas de inclusão digital para os players interessados, como no caso das outorgas da 3G?Estarão as concessionárias de energia elétrica dispostas a reduzir a tarifa de concessão de eletricidade diante do aumento de receita originário destes serviços de banda larga através de sua rede? Como se vê, antes de se pensar em projetos de inclusão de grande porte, mais uma vez, é preciso se elaborar um minucioso plano que inclua um detalhado calendário de retorno sobre investimentos (ROI).
"Como já disse, os modelos de negócio mais viáveis para o PLC atualmente são o que implicam outro tipo de meio acoplado a ele, seja fibra óptica ou tecnologias de radiofreqüência. As grandes cidades, com seus amplos backbones de fibra óptica, podem ser consideradas o filé mignon deste negócio. As áreas com pouca densidade populacional não são atualmente o melhor mercado. Mas, com a regulamentação do PLC e a elaboração de um minucioso ROI é possível torná-lo rentável. A oferta de equipamentos ainda é incipiente, sobretudo internamente. O modem com gerenciador é um equipamento fundamental, por exemplo. Hoje há alguns players estrangeiros competindo no mercado local. A Current (dos EUA), por exemplo, realiza testes com a Eletropaulo em projetos de telecom em prédios residenciais (banda indoor)", pondera o especialista.
De nome difícil, mas
princípio simples, o Power Line Communication (PLC)
usa a rede elétrica para a transmissão de dados e voz. Os primeiros testes
da tecnologia foram feitos na Inglaterra, na segunda metade dos anos 90.
Atualmente, cresce aos poucos no Brasil, porém ainda sem utilizar todo o
seu potencial: 96% das residências brasileiras têm energia elétrica, mas o
PLC ainda é usado praticamente apenas em programas piloto.
O sinal de PLC é transmitido sobre os fios de cobre (ou alumínio) das
redes de distribuição de baixa e média tensão e pode chegar a todos os
cômodos de uma casa. Com ele, cada tomada se torna um ponto de acesso à
internet, sem precisar de conversores ou instalações especiais, apenas de
um decodificador, semelhante aos modens usados nas conexões em banda larga
wireless
ou através de linha telefônica e TV a cabo, que separa a corrente elétrica
dos sinais de voz, dados e Internet.
Empresas de energia brasileira já colocam projetos em andamento. A
Eletronorte,
que "irriga" com cabos de energia elétrica toda a região Norte, é parceira
do governo do Pará para a utilização de sua rede para transmissão de sinal
de internet no estado (leia mais no box Um estado inteiro ligado por PLC,
ao final desta matéria). A
Cemig,
de Minas Gerais, realizou, em 2002, piloto de PLC pelo período de um ano
em dois bairros de Belo Horizonte.
A
Copel,
do Paraná, em 2001 já havia realizado programa piloto em 50 domicílios,
com equipamentos doados por uma fabricante alemã. No mês passado, lançou
um
novo piloto,
ampliado, que durante um ano pretende levar internet por fios de luz a 300
domicílios, a fim de fazer novas avaliações. Outras companhias elétricas
também já se interessam por PLC.
"Atualmente, 96% das residências têm energia elétrica, e somente cerca de
65% são servidas por serviços de telecomunicações. Portanto, o acesso à
utilização de PLC pode representar, para algumas comunidades, a única
forma de receber sinais de telecomunicações", avalia Dymitr Wajsman, um
dos diretores da Associação de Empresas Proprietárias de Infra-Estrutura e
de Sistemas Privados de Telecomunicações (Aptel).
Ler mais:
PLC é alternativa de conexão
à internet banda larga
•
PLC Funciona?
•
Redes de Controle e PLC
Aqui está um pequeno texto de autoria de Thienne Johnson "expandindo
as siglas": :-)
•
PLC, BPL, DPL e PLT ... Qual a diferença?
A tecnologia BPL (Broadband over Power
Lines) é o uso de tecnologia PLOC para fornecer acesso de banda larga à
Internet através das linhas de energia elétrica. Um computador (ou outro
dispositivo) deve possuir um modem BPL ligado à rede elétrica em um prédio
equipado para ter o acesso de alta-velocidade.
Já a tecnologia DPL (Digital Power Line) é uma tecnologia anterior,
usada para transmitir dados a 1 Mbps pela rede elétrica, projetada pela
Nortel Networks. Foi desenvolvida na década de 90, mas foi abandonada devido
à dificuldades de implementação [2]. Leia o artigo “Nothing wrong with the
technology, everything wrong with the market”[3], para saber mais detalhes.
10.
Aqui está nossa coleção (parcial) de textos sobre o assunto:
Fonte: Plantão INFO
[22/08/08]
Regra vai fomentar web pela rede elétrica