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Setembro 2008               Índice Geral do BLOCO

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19/09/08

• Rádio Digital (38) - Ainda a mídia "pautada" + "Ethevaldo registra a opinião do Instituto Mackenzie" + Comentário técnico sobre o IBOC

----- Original Message -----
Sent: Friday, September 26, 2008 10:42 PM
Subject: [Celld-group] Rádio Digital (24) - Ainda a mídia "pautada" + "Ethevaldo registra a opinião do Instituto Mackenzie" + Comentário técnico sobre o IBOC
01.
Acompanhamos pela mídia, desde agosto de 2006, o tema "Rádio Digital".

Quem leu as últimas mensagens já sabe o que é uma "pauta" e já aprendeu a identificá-la.  :-)
 
Aproveitando uma "quase espinafrada" recebida em "pvt" :-)) é preciso esclarecer que nada tenho contra as "pautas" ou notícias enviadas pelos interessados.
Creio que faz parte da dinâmica atual do processo de divulgação de informações.
Mas tenho "tudo" contra quem simplesmente "copia-e-cola" a pauta como se fosse fruto de reportagem.
 
02.
Nesta mensagem acrescentamos mais informações sobre "Rádio Digital" e aproveitamos para exemplificar como uma "noticia pautada" e "não aprofundada" pode confundir o leitor e "fazer o jogo" do interessado.

Comentei esta "noticia pautada" na nossa última mensagem:
Abert aponta padrão IBOC para rádio digital no Brasil 
 
Da notícia recorto estes trechos como exemplo:

(...)  Segundo Slaviero, os dados estão sendo consolidados, mas por exclusão, o padrão que melhor se adaptou para transmissão de AM e FM foi o sistema norte-americano IBOC (In-Band-On-Channel). "Com base nos dados dos testes será possível para o Governo decidir qual será o padrão implementado no país", frisou. (...)
(...) Os testes aconteceram a partir de uma iniciativa que reuniu a Abert, o Minicom, a Anatel e o Instituto Mackenzie, de São Paulo. O diretor da Abert, Flavio Cavalcanti, enfatizou que não há no mundo outro padrão que, hoje, opere com qualidade as faixas de AM e FM. (...)

Não sei se o jornalista Ethevaldo Siqueira também recebeu a pauta diretamente, mas foi um dos destinatário "com cópia" da última mensagem enviada aos Grupos.
É muito pretensão achar que tivemos alguma influência mas o fato é que o Ethevaldo Siqueira não se contentou com a fala do presidente da Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão), Daniel Pimentel Slaviero e registrou em seu novo artigo a posição do Instituto Mackenzie e do professor Gunnar Bedicks que dirigiu os testes.
 
Fonte: Estadão
[26/08/09]  
Escolha de rádio digital abre polêmica por Ethevaldo Siqueira (transcrição completa mais abaixo)
 
(...) O Instituto Mackenzie concluiu os testes sobre o desempenho do padrão norte-americano de rádio digital Iboc (In Band on Channel, ou HD Radio) feitos sob a direção do professor Gunnar Bedicks, mas não recomenda sua adoção pelo Brasil sem que se façam testes comparativos com outros padrões. Essa é a razão por que o Mackenzie se recusa a assinar o relatório final dos testes, nos termos solicitados pela Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert).
 
Defensora ardorosa do padrão norte-americano, a Abert insiste na adoção dessa tecnologia digital pelo Brasil, independentemente de qualquer comparação com outros padrões. Para tanto, vai elaborar relatório final sobre os testes feitos pelo Mackenzie e levar o documento ao Ministério das Comunicações.
 
O Instituto Mackenzie não considera correto nem possível recomendar um padrão sem conhecer o desempenho dos demais com a mesma profundidade. (...)
 
Mas...
Ethevaldo, conhecido crítico "de carteirinha" do ministro, deixou de citar que Helio Costa tem feito um esforço escandaloso em favor do IBOC.
Vejam está "pérola de imparcialidade" publicada no próprio Estadão:

Fonte: Estadão
[03/08/07]  
Sistema de rádio digital só será escolhido após testes
(...)  Hélio Costa afirmou, no entanto, que não tem como esperar a realização de testes com o sistema europeu Digital Radio Mondiale (DRM). "Os testes DRM tem que ser feitos por eles (técnicos que defendem o sistema europeu). Eles têm que trazer um transmissor da Europa, colocar em São Paulo, fazer o teste, indicar para as emissoras que estão dispostas a montar o sistema. Se não trazem esse transmissor até São Paulo, não tem teste. Ou eles fazem os testes, ou não tem como participar". (...)
 
De qualquer modo, parabéns Ethevaldo, pelo conteúdo do artigo, que trouxe mais informações aos leitores do que a bendita "notícia pautada". :-)
 
03.
O TELECO possui uma Seção sobre Rádio Digital no Brasil.
Visitamos e transcrevemos mais abaixo um comentário técnico feito pelo leitor José Parise sobre o padrão IBOC.
Com visão crítica, vale conferir.
 
Boa leitura!
Um abraço cordial
Helio Rosa
 
----------------------------------------
 
Fonte: Estadão
[26/08/09]  
Escolha de rádio digital abre polêmica por Ethevaldo Siqueira
 
Abert quer sistema americano, mas Mackenzie pede novos testes
 
O Instituto Mackenzie concluiu os testes sobre o desempenho do padrão norte-americano de rádio digital Iboc (In Band on Channel, ou HD Radio) feitos sob a direção do professor Gunnar Bedicks, mas não recomenda sua adoção pelo Brasil sem que se façam testes comparativos com outros padrões. Essa é a razão por que o Mackenzie se recusa a assinar o relatório final dos testes, nos termos solicitados pela Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert).
 
Defensora ardorosa do padrão norte-americano, a Abert insiste na adoção dessa tecnologia digital pelo Brasil, independentemente de qualquer comparação com outros padrões. Para tanto, vai elaborar relatório final sobre os testes feitos pelo Mackenzie e levar o documento ao Ministério das Comunicações.
 
O Instituto Mackenzie não considera correto nem possível recomendar um padrão sem conhecer o desempenho dos demais com a mesma profundidade. Os testes de campo do padrão Iboc foram contratados em novembro de 2007 pela Abert, e foram acompanhados pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e pelo Ministério das Comunicações.
 
"Ao fazer esses testes, nossa missão foi avaliar o desempenho do padrão Iboc, isoladamente, acompanhando os testes que vinham sendo feitos em várias emissoras em São Paulo, Ribeirão Preto, Cordeirópolis e Belo Horizonte", diz Bedicks. "Medimos o alcance do sinal digital em comparação com o sinal analógico, as eventuais interferências, a qualidade da transmissão e da recepção móvel e fixa, tanto em amplitude modulada (AM) como em freqüência modulada (FM). Não podemos, entretanto, recomendar a adoção desse padrão sem compará-lo com outros padrões europeus, como o DRM (Digital Radio Mondiale) e DAB (Digital Audio Broadcasting)."
 
Bedicks reitera que o Mackenzie aprova o objetivo geral de digitalização das emissoras de rádio. "Mas não pode recomendar o padrão Iboc sem comparar seu desempenho com o de outros padrões. E não queremos fazer nada de forma apressada, senão corremos o risco de adotar um padrão que será como a lei que não pega. Além disso, é bom reconhecer que a digitalização do rádio em todo o mundo está numa fase incipiente, muito menos avançada do que a TV."
 
OS TESTES
 
Os testes de cobertura de área foram feitos com as Rádios Bandeirantes (FM), Cultura (AM), Ribeirão Preto (FM), Belo Horizonte (AM) e Cordeirópolis (AM) classe C, ou seja, rádio comunitária. Os resultados dos testes com emissoras de AM na área da cobertura predefinida mostraram que o alcance do sinal digital é praticamente equivalente ao do analógico, e a qualidade, satisfatória.
 
O padrão Iboc testado permite a transmissão simultânea do mesmo programa tanto na forma digital quanto analógica, no mesmo canal de freqüência. É a característica chamada simulcast - que permitirá aos receptores analógicos sintonizar as mesmas emissoras, durante 10 anos ou mais, até que todas as rádios encerrem suas transmissões analógicas e passem a transmitir exclusivamente com sinal digital. Até aqui, o Iboc era o único padrão que permitia o simulcast.
 
Esse padrão digital, entretanto, enfrenta alguns problemas ainda insanáveis, como o atraso de 4 a 8 segundos do sinal digital em relação ao analógico. Quando o sinal digital perde intensidade e não é recebido, entra o analógico. Ao retornar, o sinal digital está atrasado alguns segundos em relação ao analógico, causando a repetição de trechos já ouvidos.
 
Pior do que isso é o consumo excessivo de baterias dos receptores digital, que torna praticamente impossível o uso de receptores portáteis. Essas limitações parecem ser de todos os padrões de rádio digital existentes atualmente e, talvez, só venham a ser superadas com a evolução tecnológica futura.
 
O professor Gunnar Bedicks acha essencial que o Brasil compare o desempenho do padrão norte-americano com os padrões europeus DRM e DAB. Até porque a versão DRM-Plus também permite a transmissão simultânea de programa analógico e digital no mesmo canal, tanto em AM como em FM, conforme foi demonstrado no evento International Broadcasting Conference (IBC), realizado há duas semanas em Amsterdã.
 
ABERT QUER IBOC
 
O presidente da Abert, Daniel Slaviero, diz que vai "defender a adoção do único padrão digital capaz de atender AM e FM". Na opinião dele, "não existe outro". Além disso, a digitalização é uma "questão de sobrevivência" para as rádios AM e não pode mais ser protelada. Se aprovado o padrão Iboc, o próximo desafio da Abert será buscar financiamento para a troca dos equipamentos pelas emissoras.
 
A troca de equipamentos analógicos por digitais deve custar de US$ 80 mil a US$ 120 mil - ou seja, de R$ 144 mil a R$ 216 mil - a cada emissora de rádio. Para a maioria das emissoras brasileiras, é um valor muito alto.
 
----------------
 
Fonte: TELECO
Seção: Rádio e TV
08/02/08  
Comentários sobre o padrão IBOC de Rádio Digital  
Esta página: Apresenta comentários dos leitores do Teleco sobre o padrão IBOC de Rádio Digital.

Comentário de José Parise - Técnico em Eletrônica 

Reflexões sobre o padrão de Rádio Digital IBOC 

Convicções a gente muda. Eu mudei a minha após muita pesquisa sobre o HD RÁDIO.  

O que estão dizendo a respeito do sistema IBOC ou HD Rádio é uma barbaridade, não posso aceitar passivamente, e o que mais me preocupa é que os que estão testando o sistema no Brasil sabem e calam, nem os relatórios que deveriam ser apresentados aos órgãos governamentais estão sendo feitos de forma clara e concisa, pois se assim o fossem, apareceriam as deficiências do sistema. 

Como posso apostar num sistema que verdadeiramente não é In Band On Channel como dizem? A falácia já começa pelo nome. 

A largura de um canal AM analógico é de 10KHz, e o IBOC avança sobre os dois canais adjacentes, necessitando um banda muito mais larga do que aquela autorizada. Talvez o correto fosse IBO3C (In Band On 3 Channel)
Todas as informações que estão aqui foram retiradas de sites da internet (vários), além de conclusões recolhidas em palestras e seminários sobre o assunto. 

Vejam na imagem abaixo:



620 e 660KHz transmitindo em IBOC  –  600 e 640KHz transmitindo em analógico 

Não precisa ser técnico para saber o que acontecerá quando em 600KHz e 640KHz também transmitirem em HD Rádio... O que isto faz é abrir a porta à interferência significativa para todas as estações AM. Salve-se quem tiver potência... 

-Em dois receptores HD Rádios, constatou-se que os sinais digitais são muito frágeis, e cobrem cerca de metade do raio (1 / 4 da área), de um bom sinal analógico.  

-O HD Rádio não é totalmente imune às interferências 

-HD Rádio tem muito limitada cobertura geográfica. À noite o HD Rádio é pior ainda.  

-WiFi - tipo iPod vende porque eles fazem tudo, não apenas rádio, são portáteis e econômicos com as baterias e o IBOC não cabe num iPod. -

Pouco mais de 15% das emissoras norte americanas estão digitalizadas (No país que desenvolveu o sistema!). 

Vejam abaixo: Wimax vai estar em toda parte e podemos receber o streaming de qualquer emissora com um pequeno palm top, ou com um verdadeiro “Caixão de Abelhas” que é o HD Receiver.   

 


O  novo      é      tão          portátil            quanto          o  velho...


-Streaming de áudio não tem nenhum destes limites. Os Programas e números de canais são limitados apenas pela imaginação e recursos do fornecedor de conteúdos e a cobertura em breve será semelhante a dos celulares e ainda podemos escolher a operadora (só não é gratuito)...                  

 

 
-Receptores para HD Radio não são largamente vendidos nos Estados Unidos, nem os fabricantes estão entusiasmados sobre o assunto, são caros e grandes, não tem portabilidade, sendo incompatíveis com os equipamentos e as exigências dos nossos dias, só recebem um sistema e não tem onda curta que poderia ser a grande beneficiada com a digitalização.  

Aí nós colocamos um verdadeiro “caixão de abelhas” em cima da mesa e vamos ouvir Rádio Digital, como nos velhos tempos, só falta instalarmos um "cata-vento" em nossas casas para recarregar as baterias.  

-Pesquisando eu li um comentário interessante. "A razão pela qual esses meninos nos grandes mercados são tão pró IBOC é porque gostam do hashish...”  

- Estou começando a achar que é verdade...

Como disse o Eng.Craig Healy: “eu tenho aconselhado meus clientes a gastar tempo e esforço em streaming de áudio.Tenho também incentivado coisas como vídeo e áudio 1.5.  Essa tecnologia HDR logo se tornará obsoleta como Vinil, Betamax e Super-8. Todas tiveram seu dia, mas são passado. Elas têm ainda um pequeno e dedicado fã-clube, mas não o suficiente para manter a grande indústria. O HD Radio como está estruturado hoje irá juntar-se a elas em pouco tempo.  O conteúdo é determinante, a entrega é secundária, desde que conveniente para as massas.  Essa entrega será através de um dispositivo prático e divertido que faça muitas coisas, e faça-as todas bem e não atraves de um sistema "tapa-furo".  Não será numa única função rádio, supervalorizada”.

Certamente alguns ficarão contrariados com o que está aqui, mas, se tiverem dúvidas, leiam alguns sites estadunidenses sobre o assunto.  

Comente. Para enviar um comentário clique em: teleco@teleco.com.br 


 

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