----- Original Message -----
Sent: Friday, September 26,
2008 10:42 PM
Subject: [Celld-group] Rádio
Digital (24) - Ainda a mídia "pautada" + "Ethevaldo
registra a opinião do Instituto Mackenzie" + Comentário
técnico sobre o IBOC
01.
Acompanhamos pela mídia,
desde agosto de 2006, o tema "Rádio Digital".
Quem leu as últimas
mensagens já sabe o que é uma "pauta" e já aprendeu a
identificá-la. :-)
Aproveitando uma "quase
espinafrada" recebida em "pvt" :-)) é preciso esclarecer
que nada tenho contra as "pautas" ou notícias enviadas
pelos interessados.
Creio que faz parte da dinâmica atual do processo de
divulgação de informações.
Mas tenho "tudo" contra quem simplesmente "copia-e-cola"
a pauta como se fosse fruto de reportagem.
02.
Nesta mensagem acrescentamos
mais informações sobre "Rádio Digital" e
aproveitamos para exemplificar como uma "noticia pautada"
e "não aprofundada" pode confundir o leitor e "fazer o
jogo" do interessado.
Comentei esta "noticia pautada" na nossa última mensagem:
Abert aponta padrão IBOC
para rádio digital no Brasil
Da notícia recorto estes
trechos como exemplo:
(...) Segundo Slaviero, os dados estão sendo
consolidados, mas por exclusão, o padrão que melhor se
adaptou para transmissão de AM e FM foi o sistema
norte-americano IBOC (In-Band-On-Channel). "Com base nos
dados dos testes será possível para o Governo decidir qual
será o padrão implementado no país", frisou. (...)
(...) Os testes aconteceram a partir de uma iniciativa que
reuniu a Abert, o Minicom, a Anatel e o Instituto
Mackenzie, de São Paulo. O diretor da Abert, Flavio
Cavalcanti, enfatizou que não há no mundo outro padrão
que, hoje, opere com qualidade as faixas de AM e FM. (...)
Não sei se o jornalista
Ethevaldo Siqueira também recebeu a pauta
diretamente, mas foi um dos destinatário "com cópia" da
última mensagem enviada aos Grupos.
É muito pretensão achar que tivemos alguma influência mas
o fato é que o Ethevaldo Siqueira não se contentou com a
fala do presidente da Abert (Associação Brasileira de
Emissoras de Rádio e Televisão), Daniel Pimentel Slaviero
e registrou em seu novo artigo a posição do Instituto
Mackenzie e do professor Gunnar Bedicks que dirigiu
os testes.
(...)
O
Instituto Mackenzie concluiu os testes sobre o desempenho
do padrão norte-americano de rádio digital Iboc (In Band
on Channel, ou HD Radio) feitos sob a direção do professor
Gunnar Bedicks, mas não recomenda sua adoção pelo Brasil
sem que se façam testes comparativos com outros padrões.
Essa é a razão por que o Mackenzie se recusa a assinar o
relatório final dos testes, nos termos solicitados pela
Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão
(Abert).
Defensora
ardorosa do padrão norte-americano, a Abert insiste na
adoção dessa tecnologia digital pelo Brasil,
independentemente de qualquer comparação com outros
padrões. Para tanto, vai elaborar relatório final sobre
os testes feitos pelo Mackenzie e levar o documento ao
Ministério das Comunicações.
O
Instituto Mackenzie não considera correto nem possível
recomendar um padrão sem conhecer o desempenho dos
demais com a mesma profundidade. (...)
Mas...
Ethevaldo, conhecido crítico "de carteirinha" do ministro,
deixou de citar que Helio Costa tem feito um esforço
escandaloso em favor do IBOC.
Vejam está "pérola de imparcialidade" publicada no próprio
Estadão:
Fonte: Estadão
[03/08/07]
Sistema de rádio digital só
será escolhido após testes
(...) Hélio
Costa afirmou, no entanto, que não tem como esperar a
realização de testes com o sistema europeu Digital Radio
Mondiale (DRM). "Os testes DRM tem que ser feitos por eles
(técnicos que defendem o sistema europeu). Eles têm que
trazer um transmissor da Europa, colocar em São Paulo,
fazer o teste, indicar para as emissoras que estão
dispostas a montar o sistema. Se não trazem esse
transmissor até São Paulo, não tem teste. Ou eles fazem os
testes, ou não tem como participar". (...)
De qualquer modo, parabéns
Ethevaldo, pelo conteúdo do artigo, que trouxe mais
informações aos leitores do que a bendita "notícia
pautada". :-)
03.
Visitamos e transcrevemos
mais abaixo um comentário técnico feito pelo leitor
José Parise sobre o padrão IBOC.
Com visão crítica, vale conferir.
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Abert quer sistema
americano, mas Mackenzie pede novos testes
O Instituto Mackenzie
concluiu os testes sobre o desempenho do padrão
norte-americano de rádio digital Iboc (In Band on Channel,
ou HD Radio) feitos sob a direção do professor Gunnar
Bedicks, mas não recomenda sua adoção pelo Brasil sem que
se façam testes comparativos com outros padrões. Essa é a
razão por que o Mackenzie se recusa a assinar o relatório
final dos testes, nos termos solicitados pela Associação
Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert).
Defensora ardorosa do padrão
norte-americano, a Abert insiste na adoção dessa
tecnologia digital pelo Brasil, independentemente de
qualquer comparação com outros padrões. Para tanto, vai
elaborar relatório final sobre os testes feitos pelo
Mackenzie e levar o documento ao Ministério das
Comunicações.
O Instituto Mackenzie não
considera correto nem possível recomendar um padrão sem
conhecer o desempenho dos demais com a mesma profundidade.
Os testes de campo do padrão Iboc foram contratados em
novembro de 2007 pela Abert, e foram acompanhados pela
Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e pelo
Ministério das Comunicações.
"Ao fazer esses testes,
nossa missão foi avaliar o desempenho do padrão Iboc,
isoladamente, acompanhando os testes que vinham sendo
feitos em várias emissoras em São Paulo, Ribeirão Preto,
Cordeirópolis e Belo Horizonte", diz Bedicks. "Medimos o
alcance do sinal digital em comparação com o sinal
analógico, as eventuais interferências, a qualidade da
transmissão e da recepção móvel e fixa, tanto em amplitude
modulada (AM) como em freqüência modulada (FM). Não
podemos, entretanto, recomendar a adoção desse padrão sem
compará-lo com outros padrões europeus, como o DRM
(Digital Radio Mondiale) e DAB (Digital Audio
Broadcasting)."
Bedicks reitera que o
Mackenzie aprova o objetivo geral de digitalização das
emissoras de rádio. "Mas não pode recomendar o padrão Iboc
sem comparar seu desempenho com o de outros padrões. E não
queremos fazer nada de forma apressada, senão corremos o
risco de adotar um padrão que será como a lei que não
pega. Além disso, é bom reconhecer que a digitalização do
rádio em todo o mundo está numa fase incipiente, muito
menos avançada do que a TV."
OS TESTES
Os testes de cobertura de
área foram feitos com as Rádios Bandeirantes (FM), Cultura
(AM), Ribeirão Preto (FM), Belo Horizonte (AM) e
Cordeirópolis (AM) classe C, ou seja, rádio comunitária.
Os resultados dos testes com emissoras de AM na área da
cobertura predefinida mostraram que o alcance do sinal
digital é praticamente equivalente ao do analógico, e a
qualidade, satisfatória.
O padrão Iboc testado
permite a transmissão simultânea do mesmo programa tanto
na forma digital quanto analógica, no mesmo canal de
freqüência. É a característica chamada simulcast - que
permitirá aos receptores analógicos sintonizar as mesmas
emissoras, durante 10 anos ou mais, até que todas as
rádios encerrem suas transmissões analógicas e passem a
transmitir exclusivamente com sinal digital. Até aqui, o
Iboc era o único padrão que permitia o simulcast.
Esse padrão digital,
entretanto, enfrenta alguns problemas ainda insanáveis,
como o atraso de 4 a 8 segundos do sinal digital em
relação ao analógico. Quando o sinal digital perde
intensidade e não é recebido, entra o analógico. Ao
retornar, o sinal digital está atrasado alguns segundos em
relação ao analógico, causando a repetição de trechos já
ouvidos.
Pior do que isso é o consumo
excessivo de baterias dos receptores digital, que torna
praticamente impossível o uso de receptores portáteis.
Essas limitações parecem ser de todos os padrões de rádio
digital existentes atualmente e, talvez, só venham a ser
superadas com a evolução tecnológica futura.
O professor Gunnar Bedicks
acha essencial que o Brasil compare o desempenho do padrão
norte-americano com os padrões europeus DRM e DAB. Até
porque a versão DRM-Plus também permite a transmissão
simultânea de programa analógico e digital no mesmo canal,
tanto em AM como em FM, conforme foi demonstrado no evento
International Broadcasting Conference (IBC), realizado há
duas semanas em Amsterdã.
ABERT QUER IBOC
O presidente da Abert,
Daniel Slaviero, diz que vai "defender a adoção do único
padrão digital capaz de atender AM e FM". Na opinião dele,
"não existe outro". Além disso, a digitalização é uma
"questão de sobrevivência" para as rádios AM e não pode
mais ser protelada. Se aprovado o padrão Iboc, o próximo
desafio da Abert será buscar financiamento para a troca
dos equipamentos pelas emissoras.
A troca de equipamentos
analógicos por digitais deve custar de US$ 80 mil a US$
120 mil - ou seja, de R$ 144 mil a R$ 216 mil - a cada
emissora de rádio. Para a maioria das emissoras
brasileiras, é um valor muito alto.
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Fonte:
TELECO
Seção: Rádio e TV
08/02/08
Comentários sobre o padrão
IBOC de Rádio Digital
Esta página: Apresenta comentários dos leitores do
Teleco sobre o padrão IBOC de Rádio Digital.
Comentário de José Parise
- Técnico em Eletrônica
Reflexões sobre o
padrão de Rádio Digital IBOC
Convicções a gente muda.
Eu mudei a minha após muita pesquisa sobre o HD RÁDIO.
O que estão dizendo a
respeito do sistema IBOC ou HD Rádio é uma barbaridade,
não posso aceitar passivamente, e o que mais me preocupa
é que os que estão testando o sistema no Brasil sabem e
calam, nem os relatórios que deveriam ser apresentados
aos órgãos governamentais estão sendo feitos de forma
clara e concisa, pois se assim o fossem, apareceriam as
deficiências do sistema.
Como posso apostar num
sistema que verdadeiramente não é In Band On Channel como
dizem? A falácia já começa pelo nome.
A largura de um canal AM
analógico é de 10KHz, e o IBOC avança sobre os dois
canais adjacentes, necessitando um banda muito mais
larga do que aquela autorizada. Talvez o correto fosse
IBO3C (In Band On 3 Channel)
Todas as informações que estão aqui foram retiradas de
sites da internet (vários), além de conclusões
recolhidas em palestras e seminários sobre o assunto.
Vejam na imagem abaixo:
620 e 660KHz transmitindo em
IBOC – 600 e 640KHz transmitindo em analógico
Não precisa ser técnico
para saber o que acontecerá quando em 600KHz e 640KHz
também transmitirem em HD Rádio... O que isto faz é
abrir a porta à interferência significativa para todas
as estações AM. Salve-se quem tiver potência...
-Em dois receptores HD
Rádios, constatou-se que os sinais digitais são muito
frágeis, e cobrem cerca de metade do raio (1 / 4 da área),
de um bom sinal analógico.
-O HD Rádio não é
totalmente imune às interferências
-HD Rádio tem muito
limitada cobertura geográfica. À noite o HD Rádio
é pior ainda.
-WiFi - tipo iPod vende
porque eles fazem tudo, não apenas rádio, são portáteis
e econômicos com as baterias e o IBOC não cabe num
iPod. -
Pouco mais de 15% das
emissoras norte americanas estão digitalizadas (No país
que desenvolveu o sistema!).
Vejam abaixo: Wimax vai
estar em toda parte e podemos receber o streaming de
qualquer emissora com um pequeno palm top, ou com um
verdadeiro “Caixão de Abelhas” que é o HD Receiver.
O novo é tão
portátil quanto o velho...
-Streaming de áudio não
tem nenhum destes limites. Os Programas e números
de canais são limitados apenas pela imaginação e
recursos do fornecedor de conteúdos e a cobertura em
breve será semelhante a dos celulares e ainda podemos
escolher a operadora (só não é
gratuito)...
-Receptores para HD Radio
não são largamente vendidos nos Estados
Unidos, nem os fabricantes estão entusiasmados sobre o
assunto, são caros e grandes, não tem
portabilidade, sendo incompatíveis com os equipamentos e
as exigências dos nossos dias, só recebem um sistema e
não tem onda curta que poderia ser a grande beneficiada
com a digitalização.
Aí nós colocamos um
verdadeiro “caixão de abelhas” em cima da mesa e vamos
ouvir Rádio Digital, como nos velhos tempos, só falta
instalarmos um "cata-vento" em nossas casas para
recarregar as baterias.
-Pesquisando eu li um
comentário interessante. "A razão pela qual
esses meninos nos grandes mercados são tão pró IBOC é
porque gostam do hashish...”
- Estou começando a achar
que é verdade...
Como disse o Eng.Craig Healy: “eu tenho aconselhado
meus clientes a gastar tempo e esforço em streaming de
áudio.Tenho também incentivado coisas como vídeo e áudio
1.5. Essa tecnologia HDR logo se tornará obsoleta como
Vinil, Betamax e Super-8. Todas tiveram seu dia, mas são
passado. Elas têm ainda um pequeno e dedicado fã-clube,
mas não o suficiente para manter a grande indústria. O HD
Radio como está estruturado hoje irá juntar-se a elas em
pouco tempo. O conteúdo é determinante, a entrega é
secundária, desde que conveniente para as massas. Essa
entrega será através de um dispositivo prático e divertido
que faça muitas coisas, e faça-as todas bem e não atraves
de um sistema "tapa-furo". Não será numa única função
rádio, supervalorizada”.
Certamente alguns ficarão
contrariados com o que está aqui, mas, se tiverem
dúvidas, leiam alguns sites estadunidenses sobre o
assunto.
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