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WirelessBrasil
Abril 2009
Índice Geral do
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O conteúdo do BLOCO tem
forte vinculação com os debates nos Grupos de Discussão
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e
WirelessBR.
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12/04/09
• TV Digital (42) - Interatividade: "O que é
Java DTV? Tem custo ou não?" por Cristina De Luca
O "Serviço ComUnitário" acompanha a implantação
da TV Digital e o registro de artigos, notícias e mensagens está no
BLOCO e nestas
Seções do site comunitário WirelessBR:
02.
Nas vésperas do "feriadão" a jornalista Cristina de Luca,
que acompanha de perto o tema "Interatividade", produziu ótimas matérias com
novas informações e perguntas ainda sem respostas.
04.
Até o momento, dos 4500 participantes, tivemos "zero"
repercussões sobre o tema "interatividade". :-)
Ninguém "mexendo" com programação Ginga para dar algum depoimento?
Continuamos perseverando. Desistir? Nunca! :-)) :-))
À propósito, alguém sabe se o Rodrigo Corbera já fugiu do
cativeiro?.... :-)
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Depois de passar os dois últimos dias tentando
ouvir o Fórum SBTVD sobre os motivos que o levou a não anunciar oficialmente a
decisão do Conselho deliberativo pelo uso do middleware fixo completo,
incluindo a nova especificação do Ginga-J, decidi publicar a entrevista feita
na terça-feira,07/04, com Paulo Riskalla, líder da área de Software OEM da Sun
Microsystems para América Latina.
Do Fórum continuei ouvindo esta semana que "nada
foi decidido, ainda", "não há sobre o que falar", "e a decisão não deve sair
esta semana, só na próxima", embora muitas fontes confirmem o contrário.
Procurei a Sun, então, para tentar entender,
exatamente, o que é o Java DTV. E tentar saber que custos sobre ele poderiam
ser objeto de uma negociação que, segundo algumas fontes, estaria atrasando o
anúncio oficial do Fórum SBTVD.
Riskalla foi didático e objetivo.
"Java DTV é um conjunto de APIs, que pode ser
considerado uma única API dentro do Ginga-J e que, funcionalmente, substitui o
GEM. Sua especificação foi criada a quatro mãos, pela Sun e um grupo definido
pelo Fórum", diz. "A especificação é, portanto, de co-propriedade da Sun e do
Fórum SBTVD. O Fórum tem a possibilidade de harmonizar a especificação com os
outros módulos do Ginga e, se quiser, fazer a implementação ou apenas
determinar que empresas o façam. O Fórum também pode definir que tipo de
licença deverá reger essa implementação", explicou.
Então, não há nenhuma cobrança da Sun para o
Java DTV?
"Não há custos sobre a especificação", responde
Riskalla. Pode haver cobrança sobre uma implementação. O Fórum pode pedir que
a Sun ou qualquer outra empresa faça uma implementação de referência. Para
isso há custo. Há custo para o desenvolvimento da implementação comercial e
pode haver cobrança por ela. Mas não houve qualquer pedido do Fórum para a Sun
nesse sentido".
E a própria Sun, vai fazer uma implementação
comercial da especificação Java DTV? _ quis saber. Segundo Riskalla, isso é
uma possibilidade, mas ainda não está nos planos da companhia. O que a Sun fez
foi deixar disponível para download em seu site a versão 1.0 da especificação
que foi entregue ao Fórum. "Posso te dizer que, desde março, quando foi
liberada, já tivemos um pouco mais de 600 downloads", afirma Riskalla.
Mas se a Sun ainda não tem planos de fazer uma
implementação comercial, e submetê-la ao Java Community Process (JCP) e ao Sun
Certified Programmer (SCP) para que vire uma JCR certificada, alguma outra
empresa pode fazê-lo? "Sim. E passar a cobrar de qualquer um que faça uso da
tecnologia aprovada lá", explica Riskalla.
Sobre o quê, então, há custos na relação da Sun
com o Fórum?
Riskalla explica que há cobrança sobre implementações comerciais da Sun usadas
no middleware, como a máquina virtual Java, o Java TV e o JMF. "E posso
assegurar que por termos interesse em ver o mercado brasileiro e latino
americano crescer, definimos um valor bastante agressivo, competitivo,
diferente de tudo que trabalhamos no mundo. É um valor para o teto, que pode
cair em negociações envolvendo grandes volumes. Um valor para ajudar o mercado
a decolar", explica o executivo.
Sobre esses valores, e a a possibilidade de
queda deles em uma provável nova rodada de negociação do Fórum com a Sun,
Riskalla não pode falar. Mas sua entrevista me levou a fazer outra série de
perguntas para fontes do Fórum, integrantes ou não do Conselho Deliberativo.
Que APIs integram o GEM e do MHP foram
substituídas pelo Java DTV?
Saem as APIs Havi e Davic e entram inovações
brasileiras como a inclusão das APIs LWUIT, para tratamento de interface, que
possibilita levar para a TV conquistas das interfaces dos celulares como
ícones que rodam, mudam de lugar, etc.
"GEM" e "MHP" são a espinha dorsal
especificações da interatividade camada do Blu-ray, da plataforma "tru2way", e
de middlwares adotados na Itália, Coreia, e outros países europeus. O que o
Brasil está propondo é uma espeinha dorsal nova, royalty-free/open. Razão de
um dos maiores argumentos favoráveis do Java DTV é o fato do Brasil ter a
oportunidade de deixar de ser um seguidor de tecnologias, pora se tornar um
propositor.
Quem propôs a renegociação de valores com a Sun?
A Eletros, representante dos fabricantes de
televisores e conversores. A Eletros sempre alimentou o desejo de ter o menor
preço possível para os componentes de software. O estranho é que componentes
como a Máquina Virtual Java não são de fornecimento exclusivo da Sun. Podem
ser adquiridos de outros fabricantes. E o próprio desenvolvedor do middleware
pode fazer tudo do zero, já que todas as APIs são públicas. Segundo algumas
fontes, é possível desenvolver um middleware do zero. E arcar apenas com os
custos de certificação, para poder usar marcas como Java, entre outras.
O Fórum SBTVD tem interesse em desenvolver uma
implementação de referência do Ginga-J com o Java DTV?
Essa possibilidade chegou a ser discutida e
depois perdeu força para a corrente que defende que o Fórum SBTVD investa no
desenvolvimento de uma suite de testes de conformidade para implementações do
middleware Ginga. Até porquê, teoricamente o projeto Ginga CDN, financiado
pelo governo, deve desenvolver uma implementação Ginga de referência e dar
contibuidade às pesquisas de novas tecnologias que possam vir a ser
incorporadas ao middleware Ginga. Um trabalho que deverá render os primeiros
frutos em um ano, no cenário mais otimista.
Perguntas ainda sem resposta
Durante toda a semana procurei confirmar com o
Fórum SBTVD os motivos que levaram ao adiamento do anúncio de escolha do
Ginga-J com o Java DTV. Como o Java DTV faz uso de APIs da implementação Java
TV, onde existe cobrança de licenciamento por parte da Sun, é bem possível que
a negociação pendente com a empresa passe por aí.
De todo modo, a opinião geral era a de que este
detalhe deveria ter sido negociado lá atrás, em março de 2008, quando da
assinatura do memorando com a Sun. E não agora.
Há quem veja nesse pedido uma manobra para
voltar a atrasar todo o processo.
Definido o uso do Java DTV, o Módulo Técnico do
Fórum SBTVD precisa consolidar o trabalho de especificação do Ginga-J e
submetê-la mais uma vez à aprovação do Conselho Deliberativo. Os mais
otimistas dizem que isso deve acontecer na próxima reunião do Conselho, no dia
27 de abril, uma vez que dia 21 é feriado e, no meio de caminho, muitos de
seus membros esatrão no NAB Show, em Las Vegas.
Caso aprovada na reunião do dia 27, a
especificação do Ginga-J segue para consulta pública na ABNT e referendo do
Comitê de Desenvolvimento. Processo que deve consumir todo o mês de maio, já
que demora no mínimo 30 dias.
Resumo da ópera: dá tempo para ter conversores
com middleware no mercado antes do Natal?
Os mais otimistas dizem que sim. Os pessimistas
dizem que não. E que se a interatividade for postergarda para 2008, será muito
mais complicado defender o padrão brasileiro nos países latino americanos.
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Acertou quem disse que poderia ser uma das
reunões mais longas do Coselho Deliberativo do Fórum do Sistema Brasileiro de
TV Digital. No início da manhã desta segunda-feira, 06/04, parecia o
contrário. A informação, recebida às 10h, foi de que a decisão, na votação do
Conselho Deliberativo, foi, de fato, pelo Java-DTV.
Mas, no meio da tarde, por volta das 16h30, a
informação da assessoria de imprensa do Fórum SBTVD, contudo, não foi a
esperada.
Oficialmente, "a decisão do Fórum SBTVD ainda
não foi tomada". E, sim, se dará esta semana. Mais, ninguém se atreveu a
dizer. Data, prazo para um anúncio? "Deve sair ao longo desta semana", recebi
por SMS.
Cruzem os dedos, senhores. O Fórum SBTVD não só
precisou, como, agora, demonstra toda a sua 'ginga' e jogo de cintura em mais
esse capítulo em torno da definição do middleware para os conversores fixos e
televisores com conversores embutidos. Detalhes importantes estão em
negociação.
E é sempre bom lembrar que qualquer decisão do
Conselho Deliberativo passa pelo crivo do Comitê de Desenvolvimento do Governo
Federal - formado pelos ministros - que pode referendá-la ou não. Geralmente o
governo confirma a decisão do Conselho Deliberativo. Mas pode discordar e
assumir o ônus de decidir diferentemente, como aconteceu com a decisão pela
obrigatoriedade do DRM no conversor.
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Esta segunda-feira, 06/04, é um dia importante
para o Fórum SBTVD e o futuro do mercado de TV Digital no Brasil. Pela
primeira vez desde que foi criado, o Fórum poderá tomar uma decisão sem
consenso, por voto. Na pauta, a especificação do middleware Ginga para
receptores fixos e televisores com receptores embutidos. E, ironia das
ironias, para decidir que Ginga teremos, o Fórum precisará mostrar toda a
sua 'ginga'.
Passados quinze dias da última reunião do
Conselho Deliberativo, ninguém arrisca um palpite. "Pode ser a reunião mais
rápida ou a mais longa da história do SBTVD". "Tudo pode acontecer". "As
opniões continuam muito divididas", formam as frases mais ouvidas nos
últimos dias.
Uma coisa é certa. Se realmente tomada hoje _
como espera a maioria e deseja o Conselho Deliberativo, formado por treze
conselheiros dos setores de Recepção, Radiodifusão, Software, Transmissão e
sete representantes indicados pelo Poder Executivo _ a decisão deixará ao
menos um segmento industrial feliz: o de software, que terá finalmente uma
diretriz clara para trabalhar.
Explico.
O middleware Ginga é desenvolvido em três
partes: uma é o Ginga-NCL, já definido; a outra, o Ginga-J, sobre o qual
pairam as dúvidas; e a terceira, uma camada comum a esses dois módulos,
declarativo e procedural, encarregado da comunicação entre eles, de modo a
balancear o uso do melhor em termos de performance para a aplicação
interativa.
É possível ter aplicações interativas só
usando o módulo NCL? É. E já existem várias delas em teste no mercado. É
inegável que a linguagem NCL, somada à linguagem Lua _ interativa, com alto
poder computacional (é sete vezes mais eficiente em termos de utilização que
o Action Script, utiizando um espaço quarenta vezes menor) e de penetração
(já é uma das linguagens mais usadas no mundo na área de entretenimento) _
dá aos desenvolvedores brasileiros a oportunidade de resolver de forma fácil
e eficiente um conjunto muito grande de tarefas da TV digital.
Mas é igualmente inegável que só com NCL/Lua,
podemos deixar de fazer coisas de forma tão eficiente quanto Java faz. Por
quê? Porque o Java dá conta de tarefas computacionais mais complexas, como
as necessárias a transações que demandem requisitos de segurança forte.
Qual o melhor dos mundos? Ter os dois. Razão
pela qual tantos defendem esse caminho.
São maioria? Impossível prever, dizem todos os
integrantes do Fórum com quem tive a oportunidade de conversar, de diversos
segmentos, software, academia, radiodifusão, indústria de receptores,
governo...
Sendo, o Conselho Deliberativo do Fórum SBTVD
precisará definir, então, que especificação de Ginga-J usar: a com GEM
(Globally Executable MHP) ou a com Java-DTV (especificação livre recém
criada pela Sun)? Qual das duas abre mais portas para o padrão brasileiro no
mercado internacional? Sobretudo nos países latino americanos, onde o lobby
do padrão DVB, europeu, vem usando a indefinição em torno da especificação
do middleware Ginga para receptores fixos e televisores como argumento
contrário ao padrão nipo brasileiro? E aí,novamente, as opiniões se dividem.
Há quem advogue que a única forma de manter o argumento "livre de royalties"
para o middleware seja optar pelo Java-DTV. E há quem acredite que a boa
penetração do GEM em outros mercados possa facilitar a disseminação do
padrão nipo brasileiro em outros países.
Uma decisão o mais rápido possível aceleraria
também os complexos trabalhos de harmonização do middleware brasileiro com
os diferentes padrões de middleware existentes, e de adequação aos
requisitos gerados pela convergência tecnológica com outras redes (Internet
e telefonia móvel, entre as principais).
A guerra dos Ginga é ruim para os negócios
Considerando que o Ginga é o único componente
genuinamente nacional do "sistema nipo-brasileiro" de TV Digital, a
definição da especificação que tanta curiosidade gera em outros mercados,
faria muito bem aos negócios, nos mercados interno e externo.
Quer um bom exemplo?
Daria ainda mais brilho ao cartão de visitas
do SBTVD na próxima NAB Show, de 17 a 23 de abril, em Las Vegas, onde o
Fórum SBTVD participará, este ano com estande próprio. Segundo a assessoria
de imprensa do Fórum, já estão confirmadas a presença, no mesmo espaço, da
UFPB - Universidade Federal da Paraíba e das empresas Mopa, Telavo, Transtel
Conti e EiTV. Outras empresas, como a TQTVD e a HXD Interactive Television,
também articulam a ida ao evento.
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Fonte: Teletime
[06/04/09]
Ginga-J deve ser
o middleware do Sistema Brasileiro
Uma complicada negociação com a Sun deve levar ao
desfecho da definição do middleware que será adotado no Sistema Brasileiro
de TV Digital. A reunião desta segunda, 6, do Fórum SBTVD, que deveria
decidir qual linguagem procedural será adotada no Ginga, levou apenas à
definição de "um caminho". O caminho, conforme apurou este noticiário, é
mesmo a linguagem da Sun, o JavaDTV, "mas ainda depende desta negociação",
diz um dos conselheiros do Fórum. Ainda há uma questão em relação a
royalties, explica o presidente do Fórum, Frederico Nogueira. A Sun
garantiu que não cobrará royalties pelo uso da linguagem JavaDTV, contudo,
ainda há cobrança sobre o uso do Java Virtual Machine, que é justamente o
que permite que os dispositivos executem os aplicativos desenvolvidos na
linguagem da Sun.
A expectativa é que a definição saia de uma reunião
com a Sun, que deve acontecer até sexta-feira, dia 10. "Queremos anunciar
o middleware antes ou durante a NAB", revela outro conselheiro. É
importante ressaltar que desta definição dependem negociações em curso com
outros países da América Latina que ainda não têm padrões definidos para a
TV digital aberta. Uma definição antes do principal evento internacional
do setor é estratégico para que essas negociações avancem.
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Fonte: Tele.Síntese
A decisão foi menos polêmica do que se imaginava.
Hoje, o Fórum SBTVD definiu, por 12 votos a um, o Java DTV (especificação
livre, recém criada pela Sun) para ser adotado no Ginga-J, o middleware da
TV digital.
A discussão que foi travada durante meses era se o
Brasil deveria adotar esse padrão aberto, ou se deveria optar pelo GEM (Globally
Executable MHP).O GEM, embora tenha boa penetração em outros mercados, tem
cobrança de royalties maior do que a do JavaDTV.
Inicialmente, argumentava-se que o JavaDTV, se tinha como desvantagem a
necessidade de maior tempo para o desenvolvimento e penetração em outros
mercados, tinha como vantagem a não cobrança de royalties.
Hoje, porém, na decisão do Fórum, optou-se pelo
JavaDTV, mesmo constando que haverá o pagamento de royalties à Sun. A Sun
havia estabelecido o valor de R$ 0,89 centavos por equipamento, a serem
pagos sob a forma de royalties. Mas constatou-se que outros fabricantes
têm a mesma tecnologia com custo menores, de até R$ 0,40 por equipamento.
O fórum deliberou, então, que o governo brasileiro deve renegociar os
valores com a Sun e fazer com que o preço mais baixo seja estendido para
os demais países latino-americanos que adotarem o padrão nipo-brasileiro
de TV digital. A expectativa é de que o acordo para os novos royalties
esteja fechado em uma semana. ( Da Redação )
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Fonte: Uai
[02/04/09]
Interatividade possível
Aplicações que garantem principal atrativo da TV digital engatinham em
pesquisas nos laboratórios por Frederico Bottrel - Estado de Minas
Imagens com qualidade digital, mobilidade para ver televisão em
equipamentos portáteis e interatividade. Esse era o trio de vantagens
apresentadas pela TV digital quando era uma novidade, em dezembro de
2007, no Brasil. Até hoje apenas as duas primeiras já são realidades
concretas nas cidades que recebem o sinal digital das emissoras no país.
A interatividade, que, potencializada na web, revolucionou a maneira
como as pessoas fazem a internet, ainda se resume a fase de testes no
universo da TVD. Em um futuro próximo – ou não – os telespectadores
poderão, clicando no controle remoto, participar de um programa, dando
opinião ou escolhendo câmeras alternativas na transmissão de um jogo de
futebol, por exemplo.
É um balde de água fria nos que
acreditavam que a TV digital significaria uma revolução democrática na
forma como a televisão é feita no país, a partir da possibilidade de
que, assim como na web, todos tivessem facilidades para transmitir
conteúdo. Aquela interatividade que reconfigurou a internet, a partir da
participação intrínseca dos usuários, está longe de ser a mesma
pesquisada na TV digital, que ainda engatinha nos laboratórios. O que os
pesquisadores indicam é que é preciso começar devagar.
“Nesse momento, estamos bem longe de
associar a interatividade da TV com a da internet. Teremos inicialmente
um grau de interação bem distante do que é a internet hoje, com
aplicações mais básicas. Coisas como participar de uma enquete ou
verificar detalhes adicionais como a escalação de um time em
transmissões esportivas, ou a tabela de um campeonato”, define Guilherme
Marcondes, gerente de desenvolvimento de software do Instituto Nacional
de Telecomunicações (Inatel), em Santa Rita do Sapucaí, a 406
quilômetros de Belo Horizonte, no Sul de Minas.
Para efetivar a interação entre
telespectadores e emissoras, há a padronização técnica, regulamentada
pelo Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital. A normatização garante
que todos trabalhem no mesmo sentido, gerando equipamentos e serviços
que “falem a mesma língua”. O sistema que garantirá interatividade no
padrão brasileiro é conhecido como Ginga. Ele tem, por sua vez, dois
subsistemas: o NCL (Nested Context Model) e o J (Java). Apenas o
primeiro foi totalmente especificado. E é com base nele que já existem
soluções no mercado que dão os passos iniciais.
O NCL permite a execução de aplicações
graficamente mais simples, de acordo com Rodrigo Cascão Araújo, da
RCASoft: “Interações que exijam mais atenção à segurança, como
transações bancárias ou compras eletrônicas, ainda dependerão da
normatização do Ginga-J”. A empresa, sediada em Campinas (SP), lançou um
middleware (camada intermediária de software) que transforma o conversor
padrão em instrumento para interatividade.
Quem comprou um set-top box da Proview,
apontado como o mais barato do mercado, e tiver interessado em
experimentar deve baixar um pacote de arquivos no site da RCASoft. O
modelo XPS-1000 (o único compatível com esse middleware) custa em média
R$ 200, em lojas de equipamentos eletrônicos. O download do pacote custa
o mesmo preço. Depois de baixar, o usuário deve colocar os arquivos em
um pendrive e conectá-lo ao conversor. Quem compra recebe e-mail com
instruções passo a passo. Segundo Araújo, a compra desse pacote garante
atualizações futuras para aplicações que ainda serão desenvolvidas,
inclusive no subsistema J.
É claro que, na prática, tudo depende dos
serviços oferecidos pelas emissoras, como ressalta Marcondes. “A chegada
da interatividade depende de vários fatores, inclusive modelos de
negócios de interesse entre as emissoras de conteúdo e fabricantes de
equipamentos. Não é só uma questão de solução técnica. Depende da
questão de mercados de negócios e, é claro, de investimento das
empresas”. O Inatel mantém, atualmente, quatro projetos relativos ao
desenvolvimento de equipamentos e programas voltados para a
interatividade na TV digital.
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"posts" antigos e novos sobre este tema no
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