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Abril 2009
Índice Geral do
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O conteúdo do BLOCO tem
forte vinculação com os debates nos Grupos de Discussão
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WirelessBR.
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16/04/09
• FUST - Fundo de Universalização dos
Serviços de Telecomunicações - "Vivo quer a extinção" + "Resumo"
01.
O FUST - Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações
- tema recorrente em nossos fóruns - volta ao noticiário:
Fonte: Tele.Síntese
[14/04/09]
Vivo quer a extinção do Fust e mudanças no Fistel por Fátima Fonseca
02.
O "Serviço ComUnitário", que acompanha o tema desde outubro de 2006, tem
um "resuminho", simples e simplista, sobre o FUST que não é repetido desde
novembro 2008. :-)
Contamos com a colaboração de todos para correções,
ajustes e atualizações no texto que está mais abaixo.
O site WirelessBR possui uma
Seção sobre o FUST e há também um
mini-site
comunitário sobre o assunto.
Recorto dois trechos em sintonia com a notícia citada:
(...) A não utilização do FUST para suas finalidades pode
se transformar num grande litígio pois as empresas contribuintes já questionaram
judicialmente o pagamento de um tributo que não é utilizado.
Se for "congelado" devido à eventuais ações legais, pode se depreciar e, na pior
hipótese (remota), ser devolvido a quem contribuiu. E não há como deixar de
temer o risco do FUST ser desviado para outros rumos com aconteceu com a CPMF. (...)
(...) Cremos que o FUST deveria ser simplesmente encerrado e toda a discussão
atual centrar-se no emprego dos recursos já arrecadados.(...)
03.
Por facilidade (nossa!) reproduzimos mais abaixo o "post" anterior
completo com mais conteúdo além do "resumo". :-)
04.
Aqui está a transcrição da notícia:
Fonte: Tele.Síntese
[14/04/09]
Vivo quer a extinção do Fust e mudanças no Fistel por Fátima Fonseca
Para o vice-presidente de regulamentação da Vivo, Ercio
Zilli, a carga tributária incidente sobre o setor de telecomunicações, de 40,2%
no Brasil, é a grande dificuldade para a ampliação dos serviços de acesso a
internet em banda larga.
Por isso, Zilli defendeu hoje,
no 17º Encontro Tele.Síntese, a extinção do Fust caso seus recursos não sejam
usados para a universalização das telecomunicações.
Zilli também propôs que o Fistel não incida sobre os terminais móveis; que os
governos estaduais reduzam o ICMS para os serviços de banda larga e o governo
federal reduza ou isente de IPI os investimentos realizados pelo setor para a
ampliação da infraestrutura de banda larga no país.
Zilli também defendeu mais freqüências para o SMP e que a licitação de espectro
concilie custos com equilíbrio financeiro; além de reivindicar a otimização de
espectros já alocados e políticas de estímulo ao compartilhamento de frequências
e de infraestrutura. “Se queremos ter um plano nacional de banda larga temos que
considerar essas questões”, afirmou, reforçando a reivindicação feita no mesmo
painel por Mario Cesar Pereira de Araujo, da TIM, de flexibilização nas leis
municipais para instalação de sites e direito de passagem.
Boa leitura!
Um abraço cordial
Helio Rosa
Thienne Johnson
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21/11/08
•
"FUST -
Visão panorâmica" + Artigo de Gustavo Gindre
O FUST - Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações - volta
ao noticiário na esteira da "liminar no backhaul".
O "Serviço ComUnitário" tem um "resuminho", simples e simplista, sobre o
FUST e desde junho que não o repetimos... :-)
Contamos com a colaboração de todos para correções, ajustes e atualizações
no texto que está mais abaixo.
Por oportuno, transcrevemos também está matéria, como recordação:
Fonte: Tele.Síntese
Da web anotamos:
Gustavo Gindre é jornalista (UFF), mestre em comunicação (UFRJ),
coordenador geral do Instituto de Estudos e Projetos em Comunicação e
Cultura (INDECS), membro eleito do Comitê Gestor da Internet do Brasil e
membro do Coletivo Intervozes.
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FUST - Visão panorâmica
O FUST - Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações - foi
criado há oito anos (Lei Nº 9.998, de 17 de Agosto de 2000) para viabilizar a
"inclusão digital", de enorme alcance social.
Consta que tem "em caixa" em torno de 7 bi de reais ou mais. Imobilizados. É a
própria "grana preta"!
A LGT restringe o uso do FUST ao serviço prestado em regime público
(concessão), que é a telefonia fixa convencional comutada.
É da ANATEL a responsabilidade de implementar, acompanhar e fiscalizar os
programas, projetos e atividades que aplicarem recursos do FUST.
Muita coisa mudou neste período e alterações nas leis se fazem necessárias.
O Congresso Nacional, apesar do desgaste e da falta de credibilidade, deve ser
prestigiado como instituição e é o local certo para o debate.
A arrecadação do FUST é uma das mais "tranqüilas": as empresas, de grande
porte, nem pensam em sonegar ou postergar e "pingam" em torno de 800 mi
anuais, garantidos.
O mau exemplo recente veio do Serviço Federal de Processamento de Dados
(Serpro) que perdeu a licença do SCM por ter dado um enorme calote no FUST.
(*)
O que se segue tem sido tratado pela mídia como o "nó do FUST":
Os governos, o atual e o anterior, têm adotado uma prática no mínimo estranha:
Emitem, no início de cada ano-fiscal (janeiro/fevereiro), decretos de
contingenciamento, isto é, normas (assinadas pelo Chefe do Executivo Federal,
sem apreciação posterior, pelo Congresso Nacional) que proíbem qualquer
"empenho" (empenho é o nome técnico-contábil do procedimento que reserva uma
determinada quantia para gastos públicos) de recursos do FUST.
O governo cria um paradoxo: ele próprio arrecada a receita que a lei criou
para o FUST, e ele próprio "contingencia" (proíbe) a si mesmo o gasto de toda
a receita arrecadada!!!
No entanto, a imobilização parece que tem servido para cumprir as metas de
superavit primário.
Assim, a não-utilização do FUST tem sido resultado de uma "vontade política".
Mas, aparentemente, a "mudança da vontade" também esbarra em enormes
empecilhos.
Mais um círculo vicioso: para prever recurso no orçamento da União é preciso um
planejamento do emprego.
Mas, em princípio, para formatar um plano para utilizar o recurso é preciso
saber o "quanto" estará disponível. E questiona-se, obviamente, se os órgãos
governamentais responsáveis por áreas como saúde, educação, segurança pública,
por exemplo, têm condições de elaborar "planos de inclusão" tão complexos e
abrangentes, com tantos problemas envolvendo a "Administração" do país.
A não utilização do FUST para suas finalidades pode se transformar num grande
litígio pois as empresas contribuintes já questionaram judicialmente o pagamento
de um tributo que não é utilizado.
Se for "congelado" devido à eventuais ações legais, pode se depreciar e, na pior
hipótese (remota), ser devolvido a quem contribuiu. E não há como deixar de
temer o risco do FUST ser desviado para outros rumos com aconteceu com a CPMF.
No momento, vários Projetos de Lei (PL) estão em discussão no congresso:
- PL 1063/07, da deputada Luiza Erundina (PSB-SP);
- PL 1776/07, do deputado Paulo Henrique Lustosa (PMDB-CE);
- PL 1.481/2007, do senador Aloizio Mercadante (PT/SP).
O deputado Lustosa é também o relator da Comissão Especial de Acesso as Redes
Digitais conhecida como "Comissão do FUST".
O FUST é o exemplo cristalino do "furor arrecadatório" dos governos que coletam
impostos e não conseguem aplicá-los.
Três governos (um "FHC" e dois "Lula") não conseguiram "desatar o nó" do FUST em
8 anos de existência.
Cremos que o FUST deveria ser simplesmente encerrado e toda a discussão atual
centrar-se no emprego dos recursos já arrecadados.
Mas já ouvimos comentários de que esta quantia não está mais disponível para
uso: é apenas contábil, se é que isto é possível. A conferir.
(*) Fonte: Convergência Digital
[02/09/08]
Serpro dá calote no Fust e perde licença de SCM da Anatel por Luiz Queiroz
[21/10/08]
Serpro negocia dívida do FUST e pede nova licença de SCM por Luiz Queiroz
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Fonte: Tele.Síntese
*Gustavo Gindre - Integrante do Coletivo Intervozes, coordenador acadêmico do
Nupef/RITS e membro eleito do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGIbr).
O Senado aprovou projeto de Aloizio Mercadante (PT-SP) que visa modificar a
lei do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (FUST),
arrecadação de 1% da receita bruta das operadoras. O FUST foi previsto na Lei
Geral de Telecomunicações (LGT), criado por lei ordinária em 2000 e até hoje
não teve um único centavo gasto. Estima-se que o governo já tenha arrecadado
mais de R$ 6 bilhões com esse imposto.
O projeto do senador Mercadante está tramitando atualmente em uma comissão
especial da Câmara dos Deputados e seu relator, deputado Paulo Lustosa
(PMDB-SP), já anunciou mudanças na proposta inicial. Com isso, o projeto terá
que voltar ao Senado depois de aprovado pela Câmara.
Mas, tanto a versão inicial de Mercadante quanto o relatório de Lustosa mantêm
um equívoco gigantesco, que atende apenas aos interesses das operadoras de
telefonia fixa (Brasil Telecom, Oi, Telefônica, CTBC e Sercomtel). Trata-se do
trecho contigo no inciso I do caput do artigo 2° e no inciso I do parágrafo 1°
deste mesmo artigo.
Os acertos
Quase a totalidade do projeto visa garantir que o Estado poderá apoiar
projetos de universalização da banda larga, através de suas próprias
iniciativas, de governos estaduais, prefeituras, ONGs e empresas privadas.
Acertadamente dá destaque para a meta de disponibilizar banda larga em todas
as escolas públicas brasileiras e reserva pelo menos 30% dos recursos para as
regiões Norte e Nordeste.
O projeto prevê também a necessidade de prestação de contas e a obrigação da
Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) outorgar licenças e frequências
para que o poder público local possa prover o acesso gratuito à Internet banda
larga.
O equívoco
Contudo, logo em seu artigo 2° o projeto prevê um outro uso dos recursos do
FUST, em total desacordo com o restante do próprio projeto. Trata-se da
possibilidade da criação de um “bolsa telefonia fixa” (único serviço
atualmente prestado em regime público), nos dizeres do presidente da
Associação Brasileira das Concessionárias do Serviço Telefônico Fixo Comutado
(Abrafix), José Pauletti, em recente entrevista à Tele.Síntese. Com estes dois
incisos, o projeto permite que o governo federal pague as contas de telefone
fixo daquelas pessoas que não tiverem recursos para tal.
A Anatel prevê apenas para 2010 o modelo incremental de custos que lhe
permitirá definir um limite para a cobrança de interconexão. Atualmente, cada
empresa cobra o que quer e não é possível saber até que ponto estes valores
são justificáveis ou não. E na mesma Câmara dos Deputados tramitam projetos de
lei que visam acabar com a assinatura da telefonia fixa.
Enquanto isso, a proposta de Mercadante e o relatório de Lustosa simplesmente
desconsideram todo esse processo e determinam que o governo pague, sem
discutir, o preço cobrado pelas teles. Para as teles é um negócio fantástico.
Para a enorme maioria da população, as concessionárias de STFC surgem como a
única opção para o acesso ao telefone fixo (portanto, um monopólio desprovido
da concorrência). E agora, as teles ainda poderão usufruir de recursos
públicos para lhes remunerar não o custo, mas o preço final.
Na prática, as teles continuarão oferecendo o mesmo serviço, no mesmo valor
atual. Se José puder pagar a conta, ótimo. Se João não puder, o Estado paga.
De uma forma ou de outra, a tele recebe.
Como as teles vêm perdendo a cada dia que passa assinantes do telefone fixo
(expulsos por conta dos valores escorchantes), as propostas tanto do senador
quanto do deputado permitem conter a sangria do monopólio privado utilizando
recursos públicos.
Ao invés disso, o projeto deveria manter seus acertos e se destinar
exclusivamente à garantia da universalização do acesso banda larga a Internet,
que, graças aos serviços de VoIP, também permite levar a telefonia fixa (a
custos reduzidos) ao conjunto da população brasileira.
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