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Agosto 2009               Índice Geral do BLOCO

O conteúdo do BLOCO tem forte vinculação com os debates nos Grupos de Discussão  Celld-group e WirelessBR. Participe!


15/08/09

• 1ª Confecom (29): Comentário de José Smolka sobre o "post" "Empresários saem"

----- Original Message -----
From: J. R. Smolka
To: wirelessbr@yahoogrupos.com.br
Sent: Saturday, August 15, 2009 10:49 AM
Subject: Re: [wireless.br] 1ª Confecom (28): Msg de Márcio Patusco: "Empresários saem"

Pessoal,

Sobre a debandada das entidades empresariais do processo de formação do regimento interno da CONFECOM, creio que o ponto principal da discórdia, e que vem navegando "abaixo do radar" das nossas discussões aqui nos grupos, é o tal "controle social dos meios de comunicação".

Sobre este assunto transcrevo um post de ontem no blog do Reinaldo Azevedo. Concorde-se ou não com ele (e eu concordo), acredito que o ponto de vista empresarial está muito bem explicitado. Só que ele não é noticiado como tal, e devia. Devia haver um posicionamento ideológico muito claro dos participantes deste debate, mas acho que esperar seriamente por isso seria uma atitude muito Polyanna-like de minha parte.

Já tinha me manifestado antes, com preocupação, que a tentativa de misturar assuntos díspares (convergência tecnológica versus prestação de serviços versus produção de conteúdo) em um mesmo fórum de debates poderia dar confusão. E deu.

[ ]'s

J. R. Smolka

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Fonte: Blog Reinaldo Azevedo
[14/08/09]   NÃO HÁ DIÁLOGO POSSÍVEL COM OS INIMIGOS DA LIBERDADE DE IMPRENSA

Prometi voltar ao assunto da Confecom, a tal Conferência de Comunicação de Lula e Franklin Martins. Qual era o busílis? Os dois bonitões tiveram uma idéia genial: juntar governo, ONGs, entidades da sociedade civil e empresas para discutir a comunicação no Brasil e consolidar propostas a serem enviadas para o Congresso. É mesmo? Comovente!

Brinco que Confecom lembra nome de exame laboratorial cujo material se envia numa latinha. Uma reunião desse gênero está cheia de coliformes ditatoriais. Até compreendo que as entidades empresariais tenham, de início, topado a iniciativa. Queriam demonstrar, creio, que não alimentam preconceito de nenhuma natureza, que aceitam conversar com todas as correntes etc.

Há uma questão de ordem e de princípio: se estamos todos juntos, vamos lutar a favor do quê? Ou contra o quê? Qual é a pauta da conversa entre ONGs formadas para combater a propriedade privada de empresas de comunicação e os donos dessas empresas? Qual é o meio do cominho entre a corda e o pescoço? Eu respondo: uma corda posta permanentemente no pescoço, pronta a ser acionada. Chegamos ao ponto.

Na tal Confecom, governo, entidades da sociedade civil e ONGs nada mais são do que faces distintas de um partido. Vamos lembrar a lição: o lulo-petismo não segue os passos de Chávez não porque não queira, mas porque não pode. As instituições, por enquanto ao menos, não permitem. Isso não quer dizer que essa gente não tente permanentemente solapar as regras da democracia e do estado de direito. É o que chamo de bolivarianismo light.

O governo Lula tentou, por meio do sindicalismo laranja, criar o tal Conselho Federal de Jornalismo — que, na prática, funcionaria como um Conselho de Censura do Petismo. Deu com os burros n’água. Aí Franklin Martins decidiu criar a Lula News, que prometia revolucionar o jornalismo. Deve ser o traço mais caro da TV mundial. Verba publicitária do governo e de estatais é usada de modo descarado, acintoso, para financiar o subjornalismo amigo — e até blogs que optam pela delinqüência descarada. Ongueiros que mal disfarçam o viés partidário tentam criar limites crescentes à publicidade das empresas privadas. Já há gente querendo proibir propaganda de biscoito. Todo esforço, em suma, é feito para pôr a corda no pescoço das empresas de comunicação.

E elas, inicialmente, pareciam dispostas a dialogar com a corda. “Vamos ver o que eles querem, qual é a sua pauta”. E a pauta dessa gente é uma só: o tal “controle social dos meios de comunicação”. Na prática, isso significa submeter a comunicação a um comitê de representantes do “povo”. Como o “povo” é uma entidade abstrata, sem endereço, sindicalistas e ongueiros se oferecem para representá-lo: “O povo somos nós”. As propostas autoritárias veiculadas em seus fóruns de debate vão assumindo as mais diversas tonalidades do autoritarismo: da revisão das concessões de TV, passando pela criação de um fundo para financiar empresas públicas de comunicação, chegando a um comitê censor, há loucura para todos tamanhos de camisa-de-força.

O que os une? O ódio à liberdade de imprensa e à livre iniciativa. O que há a conversar com esses caras? Nada! Têm é de ser combatidos e desmascarados.

Lula quer debater a comunicação no Brasil? Sugiro que comece pela concessão de uma rádio ao filho de Renan Calheiros no mesmo dia em que este gigante moral comandava uma baixaria inédita no Senado.

Pois bem: a ficha das empresas caiu, e elas se retiraram da tal conferência. Descobriram que, com a corda, não se negocia. Os verdugos da liberdade de imprensa têm é de ser combatidos e, se possível, destruídos. A democracia não tem de negociar com quem pretende solapá-la usando os instrumentos que ela própria oferece.

Diálogo de carrasco com vítima é a cabeça.


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