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Dezembro 2009 Índice Geral do BLOCO
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06/12/09
• Segurança do Processo Eleitoral (09) - A advogada Maria Aparecida Cortiz comenta os testes feitos por "hackers"
de Helio Rosa <rosahelio@gmail.com>
para Celld-group@yahoogrupos.com.br, wirelessbr@yahoogrupos.com.br
data 6 de dezembro de 2009 20:18
assunto Segurança do Processo Eleitoral (09) - A advogada Maria Aparecida Cortiz
comenta os testes feitos por "hackers"
Olá, ComUnidade WirelessBRASIL!
01.
Agradeço à advogada
Maria Aparecida Cortiz a indicação da matéria de sua autoria (transcrita
mais abaixo) em que comenta os recentes testes feitos por "hackers":
Fonte: Investidura
[30/11/09]
Sigilo do Voto com Uso da Urna Eletrônica
Maria Aparecida Cortiz é advogada em S.
Paulo e especialista em auditoria de processos eleitorais.
É co-autora, com o engº Amilcar Brunazo, do livro "Fraudes e defesas do
voto eletrônico", publicado para as eleições de 2006.
02.
Acompanhamos o tema "Urna Eletrônica" desde 2006.
03.
Aqui está o link do primeiro "post":
03/09/06
• A
Urna Eletrônica é segura (1)?
04.
Em 2008 mudamos o "Assunto" da série de mensagens para "Segurança do
Processo Eleitoral".
O website comunitário sobre o tema é este: Segurança
do Processo Eleitoral com Urnas Eletrônicas
05.
Tomamos conhecimento deste comentário oportuno do engº Amilcar Brunazo sobre
o "ambiente controlado dos testes":
(...) Por exemplo: para se ter
sucesso numa adulteração do software da urnas é preciso pegar uma máquina pronta
e começar a analisá-la, testando algumas alternativas, para descobrir qual o
melhor meio de invadir (os hackers não tem sucesso imediato em todas as suas
investidas).
Mas isto não será permitido. Segundo as regras impostas, o pretendente a
atacante deverá descrever o que vai tentar fazer e entregar cópias de seus
softwares antes de ter contato com a urna para analisar que caminho seguir. E só
terá contato por três dias fora do seu ambiente normal de trabalho.
Não é assim que atacantes fazem. Eles primeiro ganham acesso ao equipamento
pronto, depois o analisam no seu ambiente próprio de “trabalho” usando uma
miríade de recursos e softwares, nem sempre “oficiais”, muitos desenvolvidos
autonomamente. Pedir para eles entregarem suas “ferramentas” já é uma restrição
enorme, que vai afastar muita gente boa.
Aliás, a própria idéia de estabelecer as regras do teste pela comissão nomeada
do TSE, já é um limite artificial ao próprio teste. A ação de hackers é marcada
justamente pelo desrespeito a regras. (...)
06.
Após o artigo estão transcritas estas as matérias citadas no texto:
Fonte: JusBrasil
17/11/09]
Hackers ou "Rackers" tentaram violar o sistema eleitoral - por Maria
Aparecida Cortiz
Fonte: IDGNow!
[20/11/09]
Perito quebra sigilo e descobre voto de eleitores em urna eletrônica do Brasil
- por Guilherme Felitti, do IDG Now!
Fonte: O Globo
[21/11/09]
TSE vai investigar email falso sobre violação de urnas eletrônica
Fonte: IDGNow!
[24/11/09]
Perito premiado esclarece teste de segurança com urna eletrônica - por
Redação e Daniela Braun, do IDG Now!
07.
Transcrevo também estas matérias ainda não veiculadas em nossos fóruns, com
agradecimentos ao Bruno Cabral e Márcio de Cístia, pelas
indicações:
Fonte: Convergência
Digital - Origem: Agência Brasil
[17/09/09]
Lula define se haverá ou não voto impresso em 2014 - por Luís Osvaldo
Grossmann
Fonte: Convergência Digital - Origem: Agência Brasil
[15/09/09]
Senado derruba exigência de impressão de 2% dos votos nas eleições
Fonte: Convergência Digital - Origem: Agência Senado
[21/08/09]
Impressão do voto eletrônico acirra disputas políticas
Boa leitura!
Um abraço cordial
Helio
Rosa
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Fonte: Investidura
[30/11/09]
Sigilo do Voto com Uso da Urna Eletrônica - por Maria Aparecida Cortiz
Mesmo assim, um pequeno descuido ameaçou alterar a certeza dos resultados negativos preanunciados. No primeiro dia dos testes de segurança no TSE, um investigador, usando um rádio de pilha conseguiu detectar vazamento de ondas eletromagnéticas do teclado das urnas eletrônicas., o que lhe rendeu o prêmio máximo da competição.
A potencialidade de identificação do voto foi
comprovada pelo investigador, através de vídeos sobre o experimento em "Compromising
Electreomagnetic Emanations Keyboards Experiment" dos pesquisadores suíços
Martin Vuagnoux Sylvain Pasini.
A solução do TSE, para a busca da certeza dos resultados e a defesa da honra da
prole imaculável, veio no dia 21/11/2009, com a
noticia que investigaria e-mail falso divulgando a quebra de segurança da urna
eletrônica.
Com a repercussão da notícia por vários outros portais, na madrugada de 24/11/2009, denunciando a volta do voto de cabresto na forma eletrônica, o investigador emitiu nota ao portal IDGNow, publicado em 24/11/2009, onde tenta fazer com que o seu sucesso se adéque ao resultado pretendido pelo TSE.
------------------------------
Transcrições dos links indicados no texto:
Fonte: JusBrasil
17/11/09]
Hackers ou "Rackers" tentaram violar o sistema eleitoral - por Maria
Aparecida Cortiz
Maria Aparecida Cortiz é advogada em S.
Paulo e especialista em auditoria eleitoral
Eis as observações presenciais feitas no evento de testes de segurança, na
condição de visitante, pois não foi permitido que os partidos políticos
participassem das comissões Disciplinadora, composta exclusivamente por
servidores da administração eleitoral, e da Avaliadora, composta quase na sua
totalidade por servidores de outras autarquias, todos escolhidos pela mesma
autoridade eleitoral.
Essa estratégia de controle absoluto das comissões foi essencial à produção dos
resultados positivos, posto que o TSE não poderia correr o risco de ver
divulgada qualquer vulnerabilidade nos sistemas, sob pena de responder por ações
judiciais daqueles que se sentissem prejudicados.
Genericamente o que se viu no evento, foi a completa violação do artigo
14 da Constituição Federal, que garante ao eleitor - agente ativo - e ao
candidato - agente passivo -, o direito de saber o destino do voto dado e
recebido, tarefa impossível no modelo escolhido e idolatrado pela Justiça
Eleitoral.
A desconsideração e o desrespeito aos direitos políticos albergados na
Constituição Federal são o sustentáculo que torna esse modelo tão bom para o
administrador eleitoral e tão ruim para os candidatos e partidos políticos.
Um dos exemplo do afastamento do TSE do comando constitucional, foi o fato de
não informar aos Observadores da OEA o motivo da ausência dos partidos no
evento. Essa signatária teve a oportunidade de ofertar-lhes as explicações bem
como de fornecer-lhes os documentos para comprovar as alegações. Eles afirmaram
ter estranhado a ausência dos partidos, mas não haviam sido informados do
porquê.
Outra situação diz respeito a divulgação de notícia que havia observador da
Câmara dos Deputados presentes aos trabalhos, que não foi confirmada pois
procurado no dia 12/11/2009, único dia de seu comparecimento ao evento,
obteve-se a informação que ali estivera para compartilhar informações sobre o
uso da tecnologia biométrica. Nada envolvendo testes de segurança do sistema.
Na mesma linha de ignorar o comando insculpido no artigo 14 § 3º da Constituição
Federal, permitiu que o TSE divulgasse na mídia a oportunidade para que hackers
tentassem violar o sistema eleitoral, mas intra muros, enviar ofícios a órgãos
públicos, convocando servidores para exercer esse papel.
Como os HACKERS funcionários públicos convocados, não tinham essa especialização
de fato, seria mais adequado qualificá-los de "RACKERS" ou LAMMERS, sem nenhum
sentido pejorativo, mas apenas para demonstrar a incompatibilidade de um
servidor público assumir a primeira denominação.
Nenhum dos investigadores, mesmo os "civis", se inscreveu por iniciativa
própria, todos foram convidados pela autoridade eleitoral. Os funcionários
públicos foram convocados por ordem da cúpula de suas entidades para atender ao
apelo, formal e incisivo, do TSE.
Nenhum dos investigadores tem histórico ou experiência bem sucedida em invasão e
adulteração de código protegido e apenas 3 equipes chegaram ao ponto de abrir,
para leitura, o setor de boot dos cartões de memória das urnas. Mesmo assim, não
obtiveram êxito por não deterem os mesmos conhecimentos da equipe de Princeton,
que atacou por esta via as urnas Diebold americanas, similares ás brasileiras.
Mas a campanha publicitária deve ser paga pelos cofres públicos. Duplo prejuízo:
ao eleitor que não sabe o destino dado a seu voto e à democracia ameaçada por um
sistema rejeitado em todo o mundo.
Outra questão que se tornou evidente durante os testes foi a motivação da
exclusão dos partidos das comissões deliberativas, posto que seus membros, todos
servidores ou indicados da Secretaria de Informática do TSE, decidiram IMPEDIR
TESTES DE ATAQUES AO CÓDIGO-FONTE dos programas, antes de sua compilação.
Essa medida impediu testes contra os procedimentos ocorridos no ambiente interno
do TSE, ou seja, que fossem tentados ataques diretos nos trabalhos realizados
pelos membros da Comissão Disciplinadora e seus pares, responsáveis exclusivos
pelo desenvolvimento dos programas das eleições. Decisão contrária levaria ao
fiscalizado permitir ao fiscalizador conferir o resultado de seu trabalho,
atitude difícil de acontecer.
Essa lacuna ficou aberta e como se sabe, nas eleições de 2008, aconteceu
irregularidade exatamente nessa fase dos trabalhos, quando os técnicos da STI do
TSE erraram e deixaram de assinar 16 arquivos das urnas, levando a
complementação da tabela de resumos digitais longe das vistas dos partidos e
demais fiscais, numa tremenda falha de segurança.
A decisão dos organizadores de excluir os testes sobre o código-fonte, fase
relativa aos trabalhos internos do TSE, dirigia o ataque para o código compilado
e nenhum dos "RACKERS" convidados mostrou histórico compatível ou conhecimento
mínimo para este mister, como domínio da linguagem Assembler avançada,
programação no modo protegido dos processadores ou inserção e camuflagem de
código.
Tome-se como exemplo o teste proposto por um Ilustre Professor de um vasto e
renomado currículo, mas que pretendia investigar a possibilidade de um eleitor
votar em duas urnas na mesma eleição. De tão elementar seu teste, fadado ao
fracasso, não durou mais que poucos minutos, excluindo-se o tempo que demandou
para ser informado sobre como funcionava o sistema. Ve-se por ai que não detinha
conhecimentos mínimos sobre os procedimentos que se propôs atacar.
Outro exemplo de ataque fadado ao insucesso foi tentar adulterar o Boletim de
Urna (BU) impresso, simplesmente ignorando que a totalização é feita a partir do
BU digital e não do impresso.
A ilegalidade dos procedimentos não se restringiu ao artigo 14 da Constituição,
pois não há como negar que a natureza jurídica dos testes de segurança
enquadra-se na última figura prevista no artigo 420 "caput" do
Código de Processo Civil brasileiro, por visar produzir prova da segurança
dos sistemas eleitorais através da modalidade avaliação.
Nesse particular, ao compor a Comissão Disciplinadora com seus servidores o TSE
violou o artigo 138, inciso II, do mesmo CPC que proíbe, a participação de
serventuários na produção da prova pericial.
Evidente também, violação ao contido no artigo 138, inciso III, do Código de
Processo Civil posto que compõem as comissões, regulamentadoras e avaliadoras
dos teste, professores universitários que já prestaram assessoria anterior ao
TSE, remunerada ou não, mas em comum defendem posição favorável a mantença do
sistema nos moldes atuais.
Muitos, incluindo nossos legisladores como também as mais de 50 Nações que aqui
estiveram conhecendo nosso sistema eleitoral, rejeitaram as teses apresentadas
por estes professores, e apóiam a
Lei 12.034/2009, que prevê no seu artigo 5º uma auditoria simples de
recontagem de 2% das urnas, possível de ser realizada por qualquer cidadão. Mas
ninguém deste grupo foi nomeado entre os membros das comissões.
Além das ilegalidades apontadas, pondere-se ainda, o tempo que os investigadores
presentes utilizaram para a realização dos testes:
investigadores da PGR - foram-lhes disponibilizados 4 dias - compareceram
integralmente apenas no dia 10/11/2009, parcialmente no dia 12/11/2009 e
13/11/2009 (14:00 às 18:00). Ausentes em 11/11/2009.
investigadores da CGU - Compareceram apenas no dia 12/11/2009, com o
relatório pronto. As sugestões nele encontradas são administrativas. Não foram
tentados ataques aos sistemas da urna.
investigador da Polícia Federal - apenas um compareceu no dia 13/11/2009
, chegando às 11:00 horas, saiu às 12:00 para almoço, retornou às 14:00 e às
15:00 horas já havia encerrado seus trabalhos.
investigadores do STJ - compareceram no dia 10/11/2009 e na manhã do dia
11/11/2009.
Investigador do TST - apenas um compareceu no dia 13/11/2009: chegou às
11:00 horas e antes das 15:00 já tinha terminado sua frágil tentativa;
Investigadores da Marinha - compareceram, alternadamente, apenas em
metade do tempo destinado a seus ataques. O chefe da equipe, único inscrito
formalmente, compareceu apenas na tarde do terceiro dia para apresentar o
relatório.
Todas essas dificuldades em adequar o modelo eleitoral atual às normas legais
previstas no direito pátrio devem ser suplantadas em 2014 com a vigência da Lei
12.034/2009, que prevê:
Art. 5o Fica criado, a partir das eleições de 2014, inclusive, o voto
impresso conferido pelo eleitor, garantido o total sigilo do voto e observadas
as seguintes regras: (...)
§ 4o Após o fim da votação, a Justiça Eleitoral realizará, em audiência pública,
auditoria independente do software mediante o sorteio de 2% (dois por cento) das
urnas eletrÃ?nicas de cada Zona Eleitoral, respeitado o limite mínimo de 3
(três) máquinas por município, que deverão ter seus votos em papel contados e
comparados com os resultados apresentados pelo respectivo boletim de urna.
Resta saber se a Justiça Eleitoral se rendera aos reclamos dos partidos,
eleitores e candidatos dando cumprimento a esse comando, fácil eficaz e barato,
que não exclui nenhuma das vantagens do modelo atual mas acrescenta a
possibilidade de se conferir o destino do voto dado pelo eleitor.
------------------------------
Fonte: IDGNow!
[20/11/09]
Perito quebra sigilo e descobre voto de eleitores em urna eletrônica do Brasil
- por Guilherme Felitti, do IDG Now!
Especialista ganha prêmio do TSE por registrar interferência da urna sobre
rádio, o que permitiria romper segredo por meio de receptores baratos.
Durante os testes promovidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para testar
a segurança da urna eletrônica a ser usada nas eleições de 2010, um perito teve
sucesso em quebrar o sigilo eleitoral e descobrir, por meio de radiofrequência,
o candidato escolhido pelo eleitor.
O consultor Sérgio Freitas da Silva compôs o grupo de 32 especialistas
convocados pelo TSE e compareceu à sede do órgão na terça-feira (10/11),
primeiro dia dos testes, com a estratégia de detectar a interferência
eletromagnética que a urna exerce sobre as ondas de rádio.
"Fiz meu experimento em 29 minutos e obtive sucesso no escopo que estava
proposto: rastrear a interferência e gravar arquivos para comprovar a
materialidade do fenômeno", que sintonizam ondas longas e curtas e estações em
AM e FM.
Segundo Sérgio, o equipamento usado é encontrado em rádios convencionais
vendidos nas lojas, "destes que custam 10 reais". A técnica acabou dando a
Sérgio a primeira posição no concurso de melhorias para urna promovido pelo TSE,
o que lhe rendeu prêmio de cinco mil reais.
"Enquanto eu digitava na urna, rastreava através do rádio pra ver se detectava
alguma interferência. Consegui rastrear a interferência que isto provocava na
onda, gravando um arquivo WAV com estes sons", explica.
Sérgio explica que após gravar os ruídos que os botões da urna eletrônica
exercem sobre a onda é possível decodificar os sons, o que levaria à descoberta
dos candidatos escolhidos pelo eleitor, quebrando seu sigilo.
"É como se o teclado da urna eletrônica se transformasse em um teclado musical,
conseguindo rastrear a tonalidade da interferência neste arquivo WAV que
gravei", compara.
A técnica descrita por Sérgio é chamada de Van Eck Phreaking, segundo o
especialista em segurança Marco Canut, que confirma a possibilidade de quebra do
sigilo eleitor caso o método seja aplicado à urna eletrônica brasileira.
Canut é diretor geral da Tempest, consultoria de segurança contratada tanto pela
iniciativa privada como pelo Governo para realizar testes de segurança em
sistemas computacionais, mesmo intuito do TSE ao convocar os 32 especialistas
que atacariam a urna eletrônica.
"Todo computador é uma pequena estação de rádio, emitindo ondas
eletromagnéticas", explica Canut. Enquanto os humanos notam como um chiado, a
interferência pode ser "entendida" por máquinas, demonstrando qual a tecla
escolhida pelo eleitor.
No experimento realizado no TSE, o perito precisava estar a até 20 centímetros
da urna para que sua interferência fosse sentida no receptor do rádio.
É o próprio Sérgio, porém, quem esclarece que o uso de antenas mais potentes
podem fazer com que a captação seja feita a até dezenas de metros da urna, como
demonstraram os pesquisadores Martin Vaugnoux e Sylvain Pasini.
No experimento, gravado em vídeo no Vimeo, o apertar de botões em teclados
convencionais poderiam ser interceptados e decifrados a até 20 metros de
distância de onde a suposta vítima usava seu computador.
Se aplicássemos o modelo para seções eleitorais brasileiras, a distância seria
suficiente não apenas para eleitores ou acompanhantes longe das salas onde as
urnas estão, mas também para imóveis vizinhos aos prédios onde acontecem as
votações.
Sérgio explica que seriam necessárias antenas mais potentes que melhorem a
recepção do sinal no sistema. A estratégia quebra o sigilo do eleitor, não
podendo ser aplicada para alterar os resultados de votações.
Durante a Guerra Fria, o exército dos Estados Unidos descreveu os perigos da
interceptação de ondas eletromagnéticas em documentos conhecidos como Tempest,
nome que acabou se tornando o apelido da técnica, explica Canut.
Desde então, as instalações militares norte-americanas usam técnicas que as
blindam do vazamento eletromagnético. O especialista não vê a blindagem da urna
eletrônica como uma saída plausível já que a "tornaria mais cara, mais pesada e
de manutenção mais díficil".
Possíveis alterações que poderiam minimizar a emissão de onda pela urna, sugere
Canut, incluiriam o uso de teclados sensíveis a toque, menos invasivos que os
mecânicos usados atualmente pelo TSE.
Procurado pela reportagem, o TSE confirmou que, ao contrário do que havia
confirmado anteriormente, quando disse que nenhuma estratégia de ataque havia
tido sucesso, que o teste de Sérgio foi bem sucessido, mas fez ressalvas.
"Nas condições que ele conseguiu, a repetição durante uma eleição é
impraticável. Seria necessário que a pessoa ficasse a centímetros da urna, o que
não é permitido. A cabine é vigiada pelos mesários. Ninguém pode ficar próximo",
afirmou o o secretário de tecnologia do TSE, Giuseppe Gianino.
Questionado sobre a possibilidade de uso de equipamento mais potente, levantada
pelo próprio Sérgio, Gianino afirmou que se trata "do campo teórico". "Se
tivesse realmente a possibilidade, ele (Sérgio) teria apresentado um aparelho
que faria isto"
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Fonte: O Globo
[21/11/09]
TSE vai investigar email falso sobre violação de urnas eletronica
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vai investigar a origem de um email que
circula na internet e que dá conta de o voto em urna eletrônica não é confiável.
O email afirma que o consultor Sérgio Freitas da Silva, que ficou em primeiro
lugar no teste de segurança do sistema eletrônica das urnas, divulgado na semana
passada pelo TSE, conseguiu quebrar o sigilo do voto e saber o candidato
escolhido pelo eleitor.
Ainda segundo o email, por meio de ondas de rádio a pilha seria possível, a uma
distância de até 20 metros, decifrar o número do candidato digitado pelo
eleitor.
Sérgio realmente ficou em primeiro lugar no teste promovido pelo TSE. Mas ele
explicou que seu experimento se restringiu a uma distância de no máximo 10
centímetros da urna ed que não fez um teste a 20 metros.
- No teste, isso não aconteceu - afirmou ele, ontem.
- No experimento que realizei, o rádio a pilha podia ser colocado sobre a urna -
disse Sérgio, observando que sua experiência demorou 29 minutos para ser
concluída.
Sérgio declarou que sugeriu ao próprio TSE uma blindagem do teclado e que,
segundo ele, a medida será adotada já para as eleições do ano que vem.
- Eu não divulguei nenhum email nem participei de nenhum fórum sobre esse tema -
esclareceu.
A assessoria de imprensa do TSE declarou que as urnas eletrônicas são seguras e
que esta não é a primeira vez que tem notícias de um email deste tipo.
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Fonte: IDGNow!
[24/11/09]
Perito premiado esclarece teste de segurança com urna eletrônica - por
Redação e Daniela Braun, do IDG Now!
Consultor detalha procedimento que identificou possível quebra de sigilo de urna
eletrônica e ganhou o primeiro prêmio em concurso do TSE.
O consultor Sérgio Freitas da Silva, autor do teste de segurança premiado em
primeiro lugar pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) detalhou alguns pontos
sobre o procedimento que demonstrou a possibilidade de interferência
eletromagnética na urna eletrônica.
Em e-mail enviado à redação do IDG Now! na madrugada desta terça-feira (24/11),
o perito acrescenta informações sobre o teste que detalhou na reportagem "Perito
quebra sigilo e descobre voto de eleitores em urna eletrônica do Brasil"
publicada pelo site na sexta-feira (20/11). Veja abaixo a íntegra da nota.
"NOTA:
Como autor do teste de segurança premiado em primeiro lugar pelo Tribunal
Superior Eleitoral, tenho a esclarecer o seguinte:
1. Conforme consta no Relatório de acompanhamento da execução do plano de teste
o experimento foi bem sucedido: após 29 minutos de testes foi possível detectar
e gravar a interferência eletromagnética causada pela digitação na urna
eletrônica até uma distância aproximada de 10 centímetros;
2. Considero que a quebra do sigilo do voto seria impraticável nestas condições
porque a proximidade tornaria o receptor de rádio visível ao eleitor e aos
mesários.
3. Não houve descoberta do voto do eleitor, porque não houve captação de votação
formal.
4. Equipamentos mais potentes para detecção a uma distância maior não foram
testados. Quanto maior a distância, maior o risco de interferência de outros
equipamentos, como celulares, computadores e automóveis.
5. O teste mostrou-se viável em laboratório, mas não foi realizado em campo.
Exemplificando: para realizá-lo no auditório do TSE, o Tribunal facilitou a
realização, desligando a rede sem fio e afastando
computadores que estavam próximos da urna para minimizar a interferência
eletromagnética.
Att.
Sérgio Freitas da Silva"
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Fonte: Convergência
Digital - Origem: Agência Brasil
[17/09/09]
Lula define se haverá ou não voto impresso em 2014 - por Luís Osvaldo
Grossmann
(...) Voto impresso
Outra questão que não chegou a ser modificada pelo Senado diz respeito à
impressão do voto. Houve uma tentativa, rejeitada pelos senadores, de fazer
valer a impressão do voto já para pleito do próximo ano. O que existe – e foi
definitivamente aprovado na noite de quarta-feira, 16/9 – é a previsão de que
haverá impressão do voto a partir das eleições de 2014.
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, que é um entusiasta da urna eletrônica –
especialmente durante sua passagem pela presidência do Tribunal Superior
Eleitoral – disse em entrevista nesta quinta-feira, 17/9, que vai defender que o
presidente Lula vete os artigos que tratam do voto impresso.
“Pode ser corrigido pelo Executivo o retorno ao texto da Câmara quanto à
impressão do voto. Aquilo é um retorno injustificável. Eu, inclusive,
conversarei com o presidente no sentido de sugerir, embora não seja da minha
área, sou do Ministério da Defesa, que seja vetado aquele dispositivo”, afirmou
Jobim.
Caso não seja vetado, o processo será o mesmo de 2002, mas que não sobreviveu ao
pleito seguinte, de 2004. Ao confirmar o voto na urna eletrônica, a máquina
imprime as escolhas do eleitor, que pode verificar se estão de acordo com o que
clicou por um painel transparente, mas não há contato com o papel.
Esse voto impresso será, então, depositado na urna. Depois da eleição, serão
sorteadas até três urnas eletrônicas por município para comparação dos
resultados com a totalização digital. (...)
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Fonte: Convergência
Digital - Origem: Agência Brasil
[15/09/09]
Senado derruba exigência de impressão de 2% dos votos nas eleições
O plenário do Senado derrubou nesta terça-feira, 15/09, a regra que determinava
a impressão de 2% dos votos que havia sido aprovado pela Câmara. O objetivo da
emenda, encaminhada pelo PDT, era a conferência os resultados das urnas por
amostragem, o que permitiria verificar possíveis fraudes na votação eletrônica.
Pelas novas regras aprovadas pelo Senado, a Justiça Eleitoral terá que manter
por seis meses os arquivos eletrônicos de cada votação. Esses arquivos, durante
esse período, poderão ser acessados pelos partidos para conferir se houve ou não
fraude nas eleições.
O senador Osmar Dias (PDT-RJ) disse que encaminhou a matéria por ser uma decisão
partidária, mas que pessoalmente discorda da impressão. “Defendi aqui uma
posição partidária. Eu não sou tão antiquado assim. Vou aceitar a ponderação dos
relatores”, disse.
Antes de virar lei, a reforma tem que voltar à Câmara para ser apreciada
novamente e só depois de aprovada é que vai para a sanção do presidente da
República. Para ter validade para as eleições do próximo ano ano, a lei deverá
ser publicada até o próximo dia 2 de outubro.
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Fonte: Convergência Digital - Origem: Agência Senado
[21/08/09]
Impressão do voto eletrônico acirra disputas políticas
A proposta para que os votos registrados nas urnas eletrônicas passem a ser
também impressos e guardados pela Justiça Eleitoral, para auditoria dos
resultados, divide especialistas em segurança de sistemas de votação. Isso ficou
evidenciado em audiência, realizada em conjunto pelas comissões de Constituição,
Justiça e Cidadania (CCJ) e de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e
Informática (CCT), nesta quinta-feira, 20/08. A medida está prevista no projeto
da reforma eleitoral (PLC 141/09) que começa a ser debatido no Senado.
O secretário de Tecnologia da Informação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE),
Giuseppe Dutra Janino, rejeitou enfaticamente a inovação, com implantação
prevista para as eleições de 2014. Aparentemente, como assinalou, o voto
impresso parece um ganho por oferecer ao eleitor uma comprovação adicional da
escolha que fez por via eletrônica - pelo projeto, essas urnas tanto serão
auditadas pela Justiça Eleitoral, por amostragem, ou quando for aceita denúncia
de fraude.
No entanto, ele salientou que a impressão também representará a volta de
vulnerabilidades típicas do antigo sistema de apuração manual de votos. "Esse
mecanismo vai trazer junto com ele a intervenção humana e um agregado de falhas,
como a morosidade na apuração e o portfólio de fraude que são possíveis onde o
ser humano coloca a mão", justificou.
Os defensores da impressão do voto salientaram, no entanto, que essa medida é a
única garantia plena contra tipos de fraude produzidas por alterações na
programação - o próprio software - e das urnas eletrônicas. Isso só seria
possível por meio de esquemas que se infiltrassem no corpo do próprio TSE, algo
difícil de acontecer, mas hipótese não totalmente descartável, como alertou
Jorge Stolfi, do Instituto de Computação da Unicamp.
Desse modo, um pequeno desvio de votos em cada urna poderia alterar totalmente o
resultado de uma eleição. "A impressão não cria novas modalidades de fraude e
elimina esse tipo de fraude centralizada, por atacado, a mais perversa",
assegurou.
Para Janino, do TSE, os riscos à segurança vão ser introduzidos justamente pela
impressão, com a possibilidade de quebra do sigilo constitucional do voto. Como
explicou, isso seria possível por meio de mecanismos que desvelem a relação
entre a identidade do eleitor e seu voto impresso.
Os defensores da impressão observaram que esse risco deixaria de existir com a
utilização softwares diferente para a identificação do eleitor e o de votação.
Amilcar Brunazzo Filho, técnico do PDT especializado em desenvolvimento dos
sistemas eleitorais, salientou que todo sistema eleitoral precisa permitir
auditoria independente do sistema de votação, para prevenir fraudes.
Segundo ele, a tecnologia usada no Brasil dificulta conferir a confiabilidade do
sistema, o que poderia ser corrigido com a impressão do voto. Tanto Brunazzo
quando Stolfi, o professor da Unicamp, observaram que nenhum outro país adotou o
modelo de urna brasileiro sem incorporar também a impressão.
Mamede Lima-Marques, professor da Universidade de Brasília (UnB) e que integra
comitê interdisciplinar que assessora o TSE, considera impróprio comparar o
modelo brasileiro com o de outros países. Segundo ele, nosso sistema é mais
complexo, utilizando padrão de "lacração" do software em camadas sucessivas e
com participação dos partidos, para uso nacional - diferentemente dos Estados
Unidos, onde cada estado organiza suas eleições.
"É um ritual bastante sofisticado, desde a 'lacração'. Para que se quebre cada
uma das camadas, seria necessário convencer uma série de pessoas envolvidas, o
que não seria possível sem deixar rastros", assinalou. Os requerimentos para as
audiências foram propostas pelo senador Flávio Torres (PDT-CE).
Na CCT, o relator da matéria é o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG). Em sua
opinião, ao contrário do que foi defendido por parte dos expositores, a
impressão do voto não aumentará a segurança dos pleitos contra fraude. a medida
desagrada o relator. "Acho um retrocesso retornar ao voto impresso, que vai
trazer de volta a contagem manual, muito mais frágil do que a feita pelo
computador", observou Azeredo.
O PLC 141/09 reforma diversos aspectos da legislação eleitoral, trazendo como
principal novidade o uso da internet nas campanhas. Ao contrário do que está
previsto com relação ao voto impresso, essas medidas poderão valer já para as
próximas eleições, desde que a lei seja sancionada até 30 de setembro deste ano,
prazo considerado muito curto pelos analistas. O texto da Câmara é um texto
substitutivo do deputado Flávio Dino (PCdoB-MA).
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