BLOCO
Blog dos Coordenadores ou Blog Comunitário
da
ComUnidade
WirelessBrasil
Dezembro 2009 Índice Geral do BLOCO
O conteúdo do BLOCO tem forte vinculação com os debates nos Grupos de Discussão Celld-group e WirelessBR. Participe!
08/12/09
• 1ª Confecom (49): Msg de Márcio Patusco - Expectativa e esperança se misturam + "A mídia está preparada para cobrir este gigantesco evento?"
de Helio Rosa <rosahelio@gmail.com>
para Celld-group@yahoogrupos.com.br, wirelessbr@yahoogrupos.com.br
data 8 de dezembro de 2009 20:06
assunto 1ª Confecom (49): Msg de Márcio Patusco - Expectativa e esperança se
misturam + "A mídia está preparada para cobrir este gigantesco evento?"
Olá, ComUnidade WirelessBRASIL!
01.
Encaminho mais uma mensagem recebida de nosso Márcio Patusco.
Obs: As mensagens do Márcio e dos demais participantes sobre este tema seguem
numerações diferentes.
Esta "intermediação" destina-se à um pequeno esforço de formatação para
publicação de um "post" no website comunitário 1ª
Confecom, coordenado pelo Márcio.
Este website "pioneirou" o acompanhamento da movimentação sobre a Confecom e
possui um rico conteúdo. Vale uma visita!
02.
Em "pvt" um leitor comenta:
(...)
A não repercussão do assunto me
intriga. Será que estamos em épocas de alheamento? O Setor sofre um abalo
sísmico com a privatização, e na primeira oportunidade de realmente discutirmos
novos caminhos ou a reafirmação do atual, poucos se arriscam. :-(
O espírito crítico esta abaixo da crítica :-) .
Felizmente na Confecom o conformismo não existe e foram catalogadas mais de
6.000 propostas! (...)
03.
Pergunto eu:
"A mídia está preparada para cobrir este gigantesco evento?"
Já podemos imaginar algumas manchetes sobre hotéis lotados, tumulto no plenário,
manifestações barulhentas e suas faixas coloridas, e as palavras vazias nas
entrevistas daqueles que gostam de aparecer, sem falar nas eventuais e
conhecidas "pautas".
Mas e a avaliação do conteúdo das propostas?
Será que os órgãos da mídia já estão fazendo seus "deveres de casa", que
deveriam tem começado "ontem"?
Pela importância da Conferência esperamos uma bela, rica, isenta e competente
cobertura, antes, durante e depois!
A conferir!
As comissões estaduais recebem cópias desta mensagem assim como os jornalistas que consideramos amigos da Comunidade.
Obrigado, Márcio Patusco,
pela excelente cobertura do "antes"! :-)
Ao debate!
Boa leitura!
Um abraço cordial
Helio
Rosa
-----------------------------
08/11/09
• 1ª Confecom (31): Expectativa e esperança se misturam
de Marcio Patusco <marciopatusco@oi.com.br>
para Comunidade WirelessBRASL
data 8 de dezembro de 2009 17:07
assunto 1ª Confecom (31): Expectativa e esperança se misturam
Olá ComUnidade!
Semana que vem teremos finalmente a etapa nacional da Confecom. A sistematização
realizada catalogou 6.101 propostas. Ao que se sabe estas propostas serão
divididas pelos eixos temáticos, e estes terão 15 Grupos de Trabalho (Conteúdo:
4 GTs, Meios de Distribuição: 6 GTs, Cidadania: 5 GTs) que analisarão as teses
durante o evento.
Infelizmente, o que se pôde perceber nos estados foi uma falta de discussão
dessas teses, mesmo após os eventos estaduais, razão pela qual é bastante
preocupante a retirada de consenso nesse ambiente de disputas. A Comissão
Nacional Pro-Conferência (CNPC) vem tentando reunir os delegados da sociedade
civil para uma reunião no dia anterior ao inicio da Confecom para tentar um
alinhamento das propostas e.
A inscrição de observadores utilizando o recurso da internet foi bastante
tumultuado, resultando em mais reclamações do que elogios. Na verdade, este
processo precisa ser repensado, pois não há nenhum critério associado, a não ser
o da sorte e rapidez.
O Ministro Helio Costa em entrevista ontem (07/12), no programa Roda Viva da TV
Cultura, se referiu inúmeras vezes à esperança de que a Confecom indique
caminhos que possam ser utilizados para a instituição do novo marco regulatório
para o Setor.
Como as comunicações nunca foram abertamente discutidas no Brasil, existe uma
grande expectativa na realização da Conferência. Todos têm, tal como o Ministro,
grandes esperanças de que se possa, com uma lei moderna e cidadã, impulsionar o
país para o desenvolvimento na área. Maior competição, melhores serviços,
menores tarifas, maior transparência, enfim, atributos que todos perseguem. Até
que ponto estaremos suficientemente maduros para, apesar das naturais
divergências que possam haver entre sociedade civil, empresários e governo,
retirar das eventuais convergências propostas de reformas concretas e úteis para
o país?
Como dissemos no "post" anterior, o cenário está montado. Quando a cortina cair
ao final dessa peça, vamos ver o desempenho dos atores, e a que reflexões ela
nos levou.
Abaixo, artigos que ilustram o mencionado acima.
Marcio Patusco
----------------------------
Sumário das transcrições:
Fonte: 1ª Conferência Nacional de Comunicação
[03/12/09]
Conferências Estaduais geram 6.101 propostas para 1ª Confecom
Fonte: Teletime
[03/12/09]
Vagas
para observadores livres da Confecom se esgotam em dez minutos - por Mariana
Mazza
Fonte: Observatório do Direito à Comunicação
[06/12/09]
Inscrição de observadores é tumultuada - por Jacson Segundo
Fonte: Tele.Síntese
[08/12/09]
Costa fala de banda larga, Confecom e Call Center no Roda Viva - por Lúcia
Berbert
Fonte: 1ª Conferência Nacional de Comunicação
[08/12/09]
Ministro
Hélio Costa diz que segmento empresarial está representado na Confecom
Fonte: 1ª Conferência Nacional de Comunicação
[03/12/09]
Celso
Schröder acredita que Confecom influencie Congresso
Fonte: Tele.Síntese
[07/12/09]
Governo proporá na Confecom regulamentação de leis existentes - por Lucia
Berbert
------------------------------
Transcrições:
Fonte: 1ª Conferência
Nacional de Comunicação
[03/12/09]
Conferências Estaduais geram 6.101 propostas para 1ª Confecom
O trabalho realizado nas 27 conferências de comunicação realizadas em todas as
unidades da Federação rendeu um total de 6.101 propostas encaminhadas à Comissão
Organizadora Nacional (CON) da 1ª Confecom. As propostas estão sendo compiladas
e ao final deste processo de sistematização, previsto para domingo, dia 6, vão
gerar o caderno de sugestões que orientará os delegados da 1ª Confecom.
Durante o processo de sistematização, as propostas foram divididas em diferentes
categorias. Inéditas são as que aparecem apenas uma vez entre todas as
produzidas no país inteiro. Convergentes são aquelas recorrentes ou que mantêm
certo nível de relacionamento – estas são compiladas numa única proposta. Locais
são as que tratam de temas estaduais e municipais e que, portanto, fogem do
escopo da 1ª Confecom. Propostas prejudicadas têm seu entendimento comprometido
por erros durante a submissão. E múltiplas são aquelas invalidadas por terem
mais de uma proposta inserida no campo de uma apenas.
Desde quinta-feira, dia 3, a sistematização realizada pela Fundação Getúlio
Vargas está em fase de revisão, para que até domingo, dia 6, todo o trabalho
esteja encerrado. Na próxima segunda-feira, dia 7, haverá a última verificação.
Depois, as propostas serão reunidas por afinidades em 15 chaves. Elas serão
então apresentadas aos delegados da 1ª Confecom, que, entre os dias 14 e 17 de
dezembro, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, se dividirão em 15 grupos
de trabalho para apreciar, discutir e votar as propostas que serão apresentadas
nas plenárias.
------------------------------
Fonte: Teletime
[03/12/09]
Vagas
para observadores livres da Confecom se esgotam em dez minutos - por Mariana
Mazza
O interesse da sociedade em participar da 1ª Conferência Nacional de Comunicação
(Confecom) surpreendeu os organizadores do evento. Nesta quinta, 3, foi aberto o
sistema de cadastramento dos "observadores livres" da conferência, pessoas da
sociedade civil que poderão acompanhar as plenárias do evento sem direito à voz.
Estes observadores também não terão acesso aos grupos de trabalho, área
reservada aos delegados eleitos.
A surpresa ficou por conta da altíssima procura pelas 130 vagas destinadas a
estes representantes especiais da sociedade. O cadastramento, realizado via
Internet, se encerrou dez minutos após iniciado por conta do preenchimento
completo das vagas. O sistema de registro estava agendado para ter início às
12h, mas por questões técnicas, o formulário só foi liberado às 12h23. Segundo
informações da comissão organizadora, o link saiu do ar às 12h33 já com todas as
vagas preenchidas. "A procura da sociedade foi imensa. Não esperávamos que as
vagas fossem preenchidas tão rapidamente", contou o presidente da comissão
organizadora, Marcelo Bechara.
O Ministério das Comunicações está analisando as inscrições para ver se todos os
dados estão corretos antes de confirmar oficialmente a lista dos observadores
livres cadastrados. Além dos 130 representantes da sociedade, outros 220
observadores livres serão escolhidos pelos três segmentos que compõe a comissão
organizadora - empresas, governo e entidades civis - totalizando 350 vagas nesta
categoria. A intensa procura frustrou muitos internautas que sequer conseguiram
ter acesso ao link de inscrição para disputar uma vaga. Em princípio, se forem
constatadas inconsistências nos cadastros realizados, a comissão pode fazer uma
nova chamada para preencher as vagas restantes. A dificuldade de acesso virou
tema inclusive na conferência virtual, fórum aberto na Internet para discussão
de temas ligados à Confecom.
A grande plenária nacional está agendada para ocorrer entre os dias 14 e 17 de
dezembro no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília. No dia 15 e 16,
haverá os painéis e discussões nos 15 grupos de trabalho, que deverão deliberar
sobre os principais temas. Pontos unânimes já serão considerados como decididos
para o relatório final. Os pontos divergentes serão levados para a votação
plenária, que acontece ao longo de todo o dia 17.
------------------------------
Fonte: Observatório do Direito à Comunicação
[06/12/09]
Inscrição de observadores é tumultuada - por Jacson Segundo
A forma como foi organizada o sistema de inscrições para os interessados em
participar da Conferência Nacional de Comunicação (Confecom) como observadores
recebeu críticas de dezenas de pessoas que tentaram se inscrever, bem como de
diversas entidades que participam do processo da Confecom. O interesse foi bem
maior do que o número de vagas disponíveis – apenas 130, por decisão da Comissão
Organizadora Nacional. Muitas pessoas acessaram o site no dia (3) e horário
anunciado (12h), mas sequer descobriram o link para o serviço. O Ministério das
Comunicações (Minicom), porém, não planeja abrir mais vagas, para além das que
foram disponibilizadas.
De acordo com informações do Minicom, das pessoas que conseguiram se inscrever,
oito não foram validadas porque, segundo a Fundação Getúlio Vargas, organizadora
do processo, os dados fornecidos por elas eram inconsistentes. Com isso, o
governo vai disponibilizar essas vagas remanescentes a partir do meio-dia (12h,
horário de Brasília) de segunda-feira (7). Elas poderão ser feitas no site
oficial da Confecom (www.confecom.com.br).
A lista dos 122 já inscritos está no site do ministério (http://www.mc.gov.br/
Uma das reclamações dos interessados é que o período de inscrição não iniciou no
horário divulgado anteriormente, ao meio-dia. Segundo registro do site
especializado TeleTime, por questões técnicas, o formulário só foi liberado às
12h23. O Minicom informou que as vagas foram preenchidas em dez minutos.
Além disso, a forma como o link foi publicado na página oficial da Confecom
confundiu algumas pessoas. A jornalista e pesquisadora do Laboratório de
Políticas de Comunicação da UnB (LaPCom), Lara Haje, diz que o link não estava
visível de forma clara. Apareceram, segundo ela, apenas umas figuras de olhos
dentro de um banner na home-page, dificultando o entendimento imediato dos que
navegavam no site. “Era quase um enigma”, relata Lara.
“Nem consegui ver na página”, diz a jornalista Leonor Costa. Para ela, que
participa da Comissão Pró-Conferência do Distrito Federal, seria importante
alguma medida para aumentar as vagas de observadores, sem prejudicar os que já
conseguiram se inscrever. “Cento e trinta é muito pouco levando em conta que
várias pessoas que participaram nos estados não conseguiram se eleger
delegados”, avalia. Até quem conseguiu se inscrever, caso de Lara, concorda que
o processo poderia ter sido melhor e defende a abertura de novas vagas: “Se
houver espaço para acomodar, mesmo no chão, tem que abrir.”
A participação de observadores torna o processo mais transparente. Na Confecom,
serão 350. Além dos 130 “observadores livres” inscritos pela internet, outros
220 serão escolhidos pelas entidades dos três segmentos (sociedade civil
empresarial, não-empresarial e governo) que fazem parte da Comissão Organizadora
Nacional. Entre esses, estão os observadores internacionais. Diferente dos
delegados, os observadores não podem votar. Também só terão direito à voz nos
grupos de trabalho.
------------------------------
Fonte: Tele.Síntese
[08/12/09]
Costa fala de banda larga, Confecom e Call Center no Roda Viva - por Lúcia
Berbert
O Plano Nacional de Banda Larga deve aumentar a competição para reduzir o custo
desse serviço no país que, segundo o ministro das Comunicações, Hélio Costa, é
um dos mais caros do mundo, se não for o mais caro. Disse, porém, que o governo
não tem a pretensão de competir com as operadoras no acesso. “O governo não quer
fazer a última milha, até por que ela poderá ser cem ou até mil milhas”, disse o
ministro, que ontem participou do programa Roda Viva, da TV Cultura.
Hélio Costa disse que, para oferecer banda larga às comunidades onde não há
interesse econômico das operadoras, o governo deve acionar as pequenas empresas
e provedores de internet. De acordo com ele, a proposta elaborada pelo seu
ministério, que inclui a participação das teles na massificação da banda larga,
é apenas uma contribuição, sem intenção de ser "o dono" do plano. Em sua
opinião, o momento é de se fazer um acordo no Confaz (Conselho de Política
Fazendária) para reduzir o ICMS incidente sobre os serviços de telecomunicações,
que ultrapassa 40% em alguns estados e assim reduzir o preço do acesso à
internet. Ele também defende a redução da tarifa da interconexão, como forma de
baratear as tarifas da telefonia móvel.
Confecom
Durante o programa, o ministro Hélio Costa apresentou as expectativas do governo
com a realização da 1ª Conferência Nacional de Comunicação, marcada para os dias
14, 15, 16 e 17 deste mês, em Brasília. “A idéia é estabelecer um amplo debate
sobre o marco regulatório do setor para influir na atuação do Congresso
Nacional”, disse. Mas duvida que as mudanças possam ocorrer ainda no atual
governo. “Será muito difícil mexer em marco regulatório em um ano de eleição”,
admite.
Costa disse que o governo não defenderá o controle social dos meios de
comunicação na Confecom e também não acredita que esse tema será aprovado, em
função da representação do evento. “Para aprovar qualquer tema, um segmento terá
que conversar com outro para obter a maioria dos votos no plenário”, disse.
Call centers
Sobre as reclamações contra os serviços de telefonia, Costa disse que pretende
buscar o entendimento entre operadoras, Ministério da Justiça e órgãos de
proteção de defesa dos consumidores sobre a questão dos call centers. Ele
acredita que em nenhum lugar do mundo seja possível resolver qualquer questão em
um minuto, como determina o Decreto que regulamento os call centers dos serviços
regulados. “Quando descumpre este limite, as operadoras recebem multas
milionárias”, reclama.
Para Costa, o número de reclamações contra as operadoras, registradas em 12
meses, chegou a 16 mil, quantidade insignificante diante da base de assinantes
que, segundo ele, é superior a 210 milhões de pessoas. Além disso, ressalta que
as empresas mantêm mais de 100 mil funcionários nos seus call centers e que a
impossibilidade de resolução imediata dos problemas se dá em função da
sobrecarga do serviço.
------------------------------
Fonte: 1ª Conferência Nacional de Comunicação
[08/12/09]
Ministro
Hélio Costa diz que segmento empresarial está representado na Confecom
O ministro das Comunicações, Hélio Costa, afirmou em entrevista ao programa Roda
Viva, da TV Cultura, que os segmentos empresariais estarão representados na 1ª
Conferência Nacional de Comunicação (1ª Confecom), de 14 a 17 de dezembro, em
Brasília. O ministro também garantiu que o governo não levará para a Confecom o
tema controle social da mídia.
Em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, exibido na noite de
segunda-feira, dia 7, Hélio Costa contou que todos os promotores da Confecom se
empenharam em ter a presença da Associação Brasileira de Rádio e Televisão (Abert),
mas a entidade decidiu não participar.
Para o ministro, a Abert perdeu a oportunidade de discutir as questões mais
importantes das telecomunicações. “A Abra (Associação Brasileira de
Radiodifusores) representa os radiodifusores e a Telebrasil (Asociação
Brasileira de Telecomunicações) representa as telecomunicações. Os segmentos
empresariais estão representados”, assegurou Costa, referindo-se a entidades que
têm presença confirmada na 1ª Confecom.
Entre os temas que poderão ser abordados na Conferência, está o controle social
dos meios de comunicação, que, segundo Hélio Costa, não será tratado por
iniciativa do governo. O ministro ressaltou que a composição da Conferência, com
40% de representantes da sociedade civil, 40% do segmento empresarial e 20% do
poder público, garante um equilíbrio na discussão dos temas controversos. “Para
ter maioria no plenário você tem que conversar com o outro lado. Nenhum segmento
consegue nada sozinho.”
Questionado se o controle social sobre os meios de comunicação poderia se
transformar em controle governamental pelo fato de a conferência ser organizada
pelo governo, o ministro frisou que o governo não quer impor nada e trabalha
para que o setor social e os empresários se entendam.
“A conferência está sendo organizada pelo governo, mas sem interferência do
governo. As propostas do governo são de setores do governo e não do governo como
um todo. Não recebi do Presidente da República orientação para posições do
governo”, afirmou.
Hélio Costa buscou explicitar a diferença entre rádios comunitárias e rádios
piratas, outro tema que promete mobilizar a Confecom. O ministro se disse
favorável à existência de rádios comunitárias, principalmente em locais que têm
essas emissoras como principal e às vezes única ferramenta de comunicação.
“O que condeno é o abuso. Embora exista no site do Ministério das Comunicações
todo o procedimento de solicitação de uma rádio comunitária, e que se tudo
correr de acordo em 180 dias você pode ter a licença, às vezes é mais fácil
comprar um transmissor pirata por 700 reais e botar a emissora no ar. Isso tem
trazido uma série de problemas e a gente tem que envolver a Anatel. Existe um
procedimento que é simples, que é fácil, mas se você prefere ser pirata você vai
ser fechado”, advertiu.
O ministro das Comunicações abordou também o tema das propriedades cruzadas dos
meios de comunicação, e considerou que a Constituinte de 1988 teve a
oportunidade de tratar essa questão, mas não o fez. Indagado sobre as mudanças
realizadas na Argentina, que limitaram a propriedade de meios, Hélio Costa
ressaltou que tudo foi feito através do Congresso.
“A lei argentina era da ditadura militar. O Congresso teve coragem de mudar. A
lei argentina está muito próxima de Lei Geral das Telecomunicações (do Brasil) e
até com algum progresso”, comparou.
Segundo o ministro, a Confecom promoverá uma ampla discussão para subsidiar o
Congresso para um novo marco regulatório das comunicações. Das conferências
estaduais, saíram mais de 6 mil propostas, que estão sendo sistematizadas e
serão debatidas por todos os segmentos interessados no tema. “Não existe
ambiente mais completo para essa discussão”, afirmou.
--------------------------
Fonte: 1ª Conferência Nacional de Comunicação
[03/12/09]
Celso
Schröder acredita que Confecom influencie Congresso
Celso Schröder é vice-presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj),
pela qual é membro da Comissão Organizadora Nacional (CON) da 1ª Confecom.
Schröder, que também é coordenador do Fórum Nacional pela Democratização da
Informação (FNDC) e presidente da Federação dos Jornalistas da América Latina e
do Caribe (Fepalc), em entrevista ao Boletim Confecom, deposita esperanças de
que os resultados do evento sirvam de base para projetos no Congresso Nacional.
Qual a maior importância da Confecom?
Quando pensamos na Conferência, ocorreu que era preciso romper o silêncio e a
invisibilidade que a comunicação tinha no país. Nossa opinião pública é moldada
pelos grandes meios e fazer um debate sobre eles era fundamental. Permitir que a
sociedade e os próprios meios pensem outras possibilidades; desnaturalizar um
pouco o processo. Este debate já aconteceu em outros países, vários deles no
pós-guerra. Aqui, não. Nem na redemocratização, uma hora propícia, nós tivemos.
Que papel a sociedade civil teve na realização da Confecom?
Ela é a grande avalista. Efetivamente, o governo tem um mérito enorme ao
convocar esta primeira Conferência. Mas foi a sociedade civil que propôs e
ajudou a reunir todos os agentes do processo. Ela procurou os empresários e tem
se mostrado generosa, tolerante, disposta a acatar posições contrárias. Tudo sem
preconceitos. Não é uma arena de disputas irresponsáveis. Aqui não haverá
vencedores ou perdedores a priori. Estamos juntos para ajudar a produzir,
racional e cuidadosamente, políticas para a comunicação.
E como o senhor imagina a discussão?
A partir do debate, vamos produzir uma agenda política. Vamos partir tanto do
consenso quanto do agendamento do dissenso. Não sou ingênuo de achar que
políticas públicas vão acontecer só pela mera realização da Conferência. Mas
podemos ter vários consensos, disso não tenho dúvidas. Outras decisões podem ser
tomadas por maioria também.
Quais temas devem se impor?
A questão da convergência tecnológica, sem dúvida. Podemos ter um modelo de
inclusão digital inédito, mas isso tudo dependerá de um marco regulatório. Temos
a possibilidade de entrada das teles, que detêm tecnologia, mas precisamos
regular, se não os serviços se canibalizam. Por outro lado, simplesmente vetar a
entrada dessas empresas é abrir mão da tecnologia.
Como lidar com o dilema, então?
Construir regras. Sem regras, as teles não terão nenhum compromisso
preestabelecido e entrarão no mercado de forma avassaladora. Precisamos chegar a
um termo em que a atuação das teles e as leis de radiodifusão se encontrem. O
modelo de negócio de comunicação hoje está em crise e as mudanças tecnológicas
vieram para ficar. E se vai haver mudanças, é preferível que elas ocorram sob o
controle do povo brasileiro, com regras claras.
Depois da Conferência, qual o caminho?
O governo só vai produzir políticas públicas à medida em que se sentir seguro
para tal. Acho que a grande missão que temos é a de preparar a próxima Confecom.
Veja bem, não é escapismo. Temos que entender que a comunicação é uma questão
complexa e que nós estamos construindo para o futuro.
E qual o caminho mais imediato? Logo após a 1a Confecom?
A Confecom é deliberativa. Nosso papel é negociar o máximo possível, para que o
governo depois identifique o grau de adesão em torno de determinados assuntos. E
para que possamos apresentar o resultado das discussões ao Congresso, para que
isso vire projetos, por exemplo.
----------------------
Fonte: Tele.Síntese
[07/12/09]
Governo proporá na Confecom regulamentação de leis existentes - por Lucia
Berbert
A poucos dias da realização da 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom),
marcada para os dias 14, 15, 16 e 17 deste mês, no Centro de Convenções de
Brasília, o governo ainda pretende avançar no debate de algumas propostas para o
setor, que serão apreciadas no evento. É o que conta ao Tele.Síntese o
secretário-executivo da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da
República (Secom), Ottoni Fernandes Júnior. Ele ressalta que as propostas
apresentadas pelo Poder Público até agora pedem a regulamentação e fiscalização
do que já está definido na legislação, mas que ainda não foi normatizado. É o
caso do tempo máximo de publicidade na TV aberta, limite de concessão de
outorgas e garantia de divulgação de conteúdos regionais. E garante: o controle
social da comunicação não é defendido pelo governo. Também se diz contrário a
imposição de limites à internet.
Com o tema central “Comunicação: meios para a construção de direitos e de
cidadania era digital”, a 1ª Confecom se desenvolverá em três eixos-temáticos:
“Produção de Conteúdo”, “Meios de Distribuição” e “Cidadania: direitos e
deveres”. Nas etapas regionais foram eleitos 1.680 delegados, sendo 40%
representantes dos movimentos sociais, 40% das entidades empresariais e 20% do
Poder Público. Outros 350 observadores de órgãos nacionais, internacionais e de
pessoas da sociedade vão participar dos debates, mas sem direito a voto. Estão
previstas ainda a realização de palestras sobre os eixos temáticos com o
objetivo de enriquecer os debates. As propostas finais serão votadas na plenária
da Confecom, marcada para o dia 17.
Tele.Síntese - O receio do controle social da comunicação ainda preocupa os
empresários do setor. O governo pensa em propor algo semelhante na 1ª
Conferência Nacional de Comunicação?
Fernandes Júnior – O governo nunca propôs o controle social da comunicação. Isso
não está escrito em lugar algum. Não tem uma menção a controle social. [Veja
aqui as propostas do governo]
Tele.Síntese - O assunto é recorrente e tem preocupado os empresários, de um
modo geral.
Fernandes Júnior – O que nós estamos propondo é só um início de propostas. Esta
semana nós vamos evoluir em algumas propostas. Nós não queremos um papel de
protagonista. Achamos que esse papel é da sociedade, mas o governo não vai ficar
omisso. Ele vai tomar posições.
O que nós fizemos até agora, em primeiro lugar, foi um grande esforço para que
as entidades empresariais, que acabaram saindo, não saíssem. O ministro
(Franklin Martins) fez apelo, eu fiz apelo para Abert, ABTA, ANJ. Conversei com
todas, falei que era importante os empresários participarem porque esse é um
espaço de construção de uma nova proposta para o setor.
Tele.Síntese - Qual a importância da participação dos empresários, já que em
conferências de outras áreas eles deixaram de participar?
Fernandes Júnior - Embora o evento não tenha caráter legislativo, ele vai
informar as decisões do Congresso, as plataformas de candidatos. Nós comentamos
que era um erro os empresários saírem porque eles deixavam de influir nesse
debate. Nós deixamos claro aos empresários que o governo faria um papel de ser
justamente um facilitador do diálogo entre as partes, entre sociedade civil
organizada e empresarial. E se for pegar o testemunho do Pauletti [Telebrasil],
do César e do Flávio Lara Resende [Abra], eu acho que elas estão muito
satisfeitas de terem ficado, porque estão fazendo propostas, participaram de
todas as conferências estaduais.
No começo, o diálogo com os movimentos sociais foi difícil. Acontece, não havia
experiência entre as partes. Mas hoje o diálogo flui, busca-se o consenso. E o
governo cumpriu justamente esse papel. No início ele foi o facilitador, ajudando
no namoro. E hoje acho que tem um diálogo muito grande. Nas reuniões da comissão
organizadora, muitas decisões que antes rachavam as partes, saem por consenso. E
os empresários ganharam um espaço. Eles se organizaram nacionalmente para
participar das conferências estaduais. Não teve nenhum problema nessas
conferências.
Tele.Síntese - Não houve resistências nos estados?
Fernandes Júnior – No primeiro momento, na fase preparatória, algumas comissões
organizadoras estaduais queriam evitar a presença dos empresários, mas isso foi
superado. Em todos os lugares saiu a representação de 40% dos empresários, 40%
da sociedade civil organizada e 20% do poder público municipal e estadual.
Em São Paulo, no começo, os pequenos empresários ligados aos movimentos sociais
tiveram certa resistência, como Carta Capital e Vermelho. Mas houve o diálogo,
se conciliaram. Então isso é uma demonstração de espírito democrático. Acho que
está sendo uma grande experiência.
Tele.Síntese - E as propostas a serem apresentadas na plenária nacional, como
serão organizadas?
Fernandes Júnior – O Ministério das Comunicações contratou a Fundação Getúlio
Vargas para sistematizar as propostas. Tem cerca de 6.100. Algumas, na
realidade, nem são propostas, são manifestações, não têm coisas substantivas,
mais adjetivas. Essas vão ser colocadas numa categoria à parte.
Tele.Síntese - Como será a dinâmica dos trabalhos?
Fernandes Júnior – Nós vamos formar 15 grupos de trabalhos, cinco por cada eixo
temático. [“Produção de Conteúdo”, “Meios de Distribuição” e “Cidadania:
direitos e deveres”]
Tele.Síntese - Quais são as expectativas do governo com a Confecom?
Fernandes Júnior – No governo Lula já foram realizadas 61 conferências e as
pessoas ainda não percebem a importância delas. O próprio SUS [Sistema Único de
Saúde] nasceu na oitava conferência de saúde. É uma proposta que vem da base e
foi assumida pelo governo Fernando Henrique, passou pelo Congresso Nacional e
hoje é considerada uma referência mundial de articulação dos três níveis de
governo. Então as pessoas não estão percebendo que, embora não tenha um caráter
legislativo, ela vai influir junto aos legisladores, ao Congresso.
E mais, tem uma parte da conferência, posições, propostas que são aprovadas pelo
plenário que vão ser objetos apenas de regulamentação, de uma portaria, de uma
norma, e por isso é ruim que os empresários fiquem de fora, porque deixam de
influir numa coisa que pode avançar para uma nova legislação.
Tele.Síntese - Voltando às propostas do governo, em que se baseiam?
Fernandes júnior – O que nós temos de propostas, principalmente da Secom, não
tratam ainda das questões macro de convergência, mas sim de regulamentar e
fiscalizar decisões já tomadas ou na Constituição ou no Código de
Telecomunicações. Como o limite do número de outorgas [de rádio e TV], a
garantia de veiculação de conteúdo regional, a produção independente, o limite
de hora de publicidade nas concessões de TV. Tudo isso já está na legislação,
mas ninguém controla. O que nós estamos querendo é que se defina um órgão, se a
Anatel ou outro, para regulamentar isso.
Quanto à questão de órgão regulador, nós ainda vamos discutir mais nesta semana
com os representantes de todos os ministérios, mas a minha posição pessoal é
contra qualquer tipo de órgão de controle de conteúdo naquilo que não for
concessão. Nós não temos que nos meter na liberdade de imprensa dos veículos que
não são concedidos. Por que a concessão de espaço eletromagnético é um bem
público e precisamos garantir que a programação seja basicamente de jornalismo,
entretenimento, informação cultural, limitar cultos religiosos em determinados
horários. É isso que nós queremos. Um órgão que regulamente, fiscalize aquilo
que já existe. Nós não somos contra a qualquer tipo de controle, de fiscalização
sobre a manifestação de imprensa livre.
Tele.Síntese - Esse órgão pode ser a Ancine?
Fernandes Júnior – É uma possibilidade. Eu temo que a Ancine não tenha
capacidade para cumprir essa função na TV aberta. Isso é um fator a discutir.
Precisa ter um organismo. Hoje não tem. A Anatel não faz esse papel. O
Ministério das Comunicações não faz esse papel.
O que precisa ficar bem claro é que esse trabalho de fiscalização será feito em
concessão de espaço eletromagnético e nunca sobre a qualidade do conteúdo
jornalístico ou mesmo do entretenimento. Eu sou contra a baixaria na TV, por
exemplo, mas acho que só a sociedade organizada pode combater isso. Acho que tem
que ter a classificação indicativa dos programas, sim. Acho que é um absurdo ter
propaganda de bebidas alcoólicas num horário que criança esteja vendo televisão.
Acho que isso deveria também ser fiscalizado e já existe proposta do Ministério
da Justiça em relação a isso.
Então, essas propostas tratam do que já existe e não é regulado nem fiscalizado.
E não é regulado porque não foi feito o regulamento. Tem um número grande de
projetos na Câmara para regulamentar a produção independente e a produção
regional, mas nada passou. Precisa organizar isso e a conferência pode fazer uma
proposta de unificação deles. Depois tem um processo posterior de acompanhamento
legislativo, por meio de uma comissão formada durante a Confecom, para poder
avançar.
Tele.Síntese - A regulamentação da internet tem sido defendida por vários
empresários. Qual a posição do governo sobre esse tema?
Fernandes Júnior – Eu sou radicalmente contra. Acho que a proposta do marco
civil da internet feita pelo Ministério da Justiça, que trata basicamente da
proteção do cibercrime. O caso dos provedores, para que eles tenham condições de
fazer um rastreamento para evitar pedofilia, atentados contra a segurança do
país, da sociedade, campanhas odiosas, preconceitos. Sou contra qualquer tipo de
outro controle.
Tele.Síntese - Há um movimento, principalmente dos radiodifusores, de aplicar o
artigo 222 da Constituição, que trata da propriedade dos veículos de
comunicação, nos portais da internet que veiculam notícias. Você é a favor
disso?
Fernandes Júnior – Sou contra isso. Acho que a internet tem que permanecer como
um espaço liberado. É importante para diversificar. A internet tem a grande
vantagem de, nesse aparente caos, refletir a sociedade nas suas múltiplas
visões. É uma forma, no fundo, de democratizar a informação. Tem muito boato,
tem muita lenda, mas tem informação. Não pode ter controle, é assim no mundo
inteiro.
Toda vez que tem uma manifestação [contra problemas na internet] a Justiça
resolve. A Justiça entrou no Orkut por causa de pedofilia e outros problemas. O
próprio Google forneceu as informações necessárias para identificar os autores.
Então cabe à justiça intervir, por exemplo, numa manifestação sectária, contra
valores constitucionais, contra as liberdades. E tem acontecido. Nós temos
mecanismos para isso. Não precisa adotar limites por cima porque ai vai matar a
diversidade.
Tele.Síntese - E quais as perspectivas para a Confecom? Já são mais de seis mil
propostas...
Fernandes Júnior – Eu acho que vamos chegar, depois de consolidar, a um número
bem menor porque uma mesma organização, como a Telebrasil, por exemplo, entrou
com propostas iguais em todas as regionais. Ao sistematizar, nós vamos organizar
por eixo e uma só proposta, com pequenas variações, pode representar outras
propostas. O que a FGV vai fazer é uma proposta unificadora, que vai receber um
título breve e vai estar associada na internet a todas as propostas
identificando o estado, a origem, e a pessoa vai poder ver todas as propostas e
ver que foi atendida. Então com isso a gente acha que vai enxugar bastante.
A gente acha que, com esse trabalho, chegaremos a 1.500 a 2.000 propostas, que
serão levadas para os grupos de discussão, que já vão passar um filtro muito
grande, antes de ir para o plenário. De tal forma que a gente leve cerca de 200
a 100 propostas para o plenário, para que possam ser discutidas e votadas.
Tele.Síntese - E o que acontecerá depois? Já existe uma proposta para dar
periodicidade à Confecom, como já existem para outras conferências?
Fernandes Júnior – Ainda não. Mas acho que devíamos seguir o modelo da saúde,
que é de dois em dois anos. Mas essa é uma opinião pessoal. Vai caber ao próximo
presidente ou presidenta da República definir.
[Procure "posts" antigos e novos sobre este tema no Índice Geral do BLOCO] ComUnidade WirelessBrasil