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Dezembro 2009               Índice Geral do BLOCO

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19/12/09

• 1ª Confecom (57) - Msg de Márcio Patusco - "Absoluto sucesso!" + Transcrições de notícias

de Helio Rosa <rosahelio@gmail.com>
para Celld-group@yahoogrupos.com.br, wirelessbr@yahoogrupos.com.br,
data 19 de dezembro de 2009 19:55
assunto 1ª Confecom (57) - Msg de Márcio Patusco - "Absoluto sucesso!" + Transcrições de notícias

de Marcio Patusco <marciopatusco@oi.com.br>
para ComUnidade WirelessBRASIL
data 17 de dezembro de 2009 19:46
assunto 1ª Confecom (34) : Absoluto sucesso!

Olá Comunidade !

A Confecom terminou há poucos instantes! Foi um notável exercício de cidadania num clima de absoluto respeito. Perdeu quem apostou na inviabilidade da negociação. Houve mais consenso do que discordâncias. As disputas no voto das plenárias tiveram desfecho equilibrado e naturalmente pontos de desacordo. Está mais do que provado que o caminho da discussão e negociação é possível e viável.

O presidente Lula esteve na abertura, juntamente com ministros, fez um longo discurso ressaltando o momento histórico e a possibilidade concreta de construção de um novo marco regulatório. Surpreendente, nessa oportunidade, foi a fala Sr Jorge Saad das Organizações Bandeirantes, que ressaltou a necessidade de se colocar um fim aos "porteiros" das comunicações no Brasil.

Houve momentos tensos, quando por exemplo, antes mesmo da abertura na discussão do regimento, a Abra ameaçou se retirar, pois queria que os temas sensíveis fossem estendidos aos GTs. O acordo se deu com a proposta de se levar para as plenárias finais não mais 7 propostas por GT, mas sim 10, sendo 4 do empresariado, 4 da sociedade civil e 2 do governo.

As propostas nos GTs que não tiveram 30% de aprovação foram automaticamente recusadas, e aquelas com 80% de aprovação estavam automaticamente aprovadas. Com isso centenas de teses saíram da Confecom para compor o caderno de propostas, e que serão utilizadas para estabelecer o novo marco regulatório para as comunicações brasileiras.

Nesta semana a grande mídia escrita e televisada se ocupou um pouco mais da conferência. Em tons quase sempre de levantar questionamentos sobre o tema quase onipresente nestas discussões: "o controle social da mídia" , que estava sempre associado a um tema subjacente: a censura.

Em outras propostas houve avanços significativos , como o reconhecimento de que a banda larga deve ser um serviço público, e que devem ser estabelecidas políticas de tarifas que dêm amplo acesso à população.

Enfim, o conhecimento da viabilidade do caminho , apesar de todas as imperfeições que foram destacadas desde as conferências regionais, vai incentivar a todos na busca de aperfeiçoar o processo, de forma a tornar esta conferência a primeira de muitas outras. Neste sentido, já foi mencionada mesmo durante a abertura , a possibilidade de torná-la periódica com uma frequência de 2 anos.

Abaixo estão as transcrições de algumas notícias.

Marcio Patusco

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Resumo das transcrições:

Fonte: Teletime
[14/12/09]   Em discurso, Lula defende teses polêmicas e pede entendimento - por Samuel Possebon
Fonte: Teletime
[14/12/09]   Presidente elogia empresários que "não tiveram medo" da Confecom - por Mariana Mazza
Fonte: Teletime
[15/12/09]   Em debate de regimento, Confecom supera impasses e chega a primeiro acordo - por Samuel Possebon
Fonte: Tele.Síntese
[15/12/09]   Confecom: nova ameaça de saída da Band arrasta votação do regimento - por Lúcia Berbert  
Fonte: Observatório do Direito à Comunicação
[16/12/09]   Foco é ''controle social da mídia''  - por João Domingos - Estadão
Fonte: Observatório do Direito à Comunicação
[16/12/09]    Confecom aprova 'controle social' sobre a mídia   Agência Brasil  
Fonte: Observatório do Direito à Comunicação
[16/12/09]   Fugindo do debate  - por Luiz Egypto - Observatório da Imprensa  
Fonte: Tele.Síntese
[17/12/09]   Confecom aprova por unanimidade banda larga em regime público   - por Lúcia Berbert  
Fonte: Teletime
[17/12/09]   Confecom: banda larga deve ser serviço público e universal - por Mariana Mazza
Fonte: Tele.Síntese
[17/12/09]   Confecom rejeita Fust para Telebrás e separação estrutural das redes das teles   - por Lúcia Berbert
Fonte: Teletime
[17/12/09]   Confecom fecha segundo dia com centenas de propostas já aprovadas - por Samuel Possebon
Fonte: Teletime
[17/12/09]   Proposta da Telebrasil para uso do Fust é derrotada na Confecom - da Redação
Fonte: Tele.Síntese
[16/12/09]   Teles conseguem levar todas as suas propostas para a plenária da Confecom   por Lúcia Berbert  
Fonte: Teletime
[17/12/09]   Teles não conseguem apoio à tese de redução tributária na Confecom
Fonte: Observatório do Direito à Comunicação
[17/12/09]   Confecom: o lamento dos derrotados  - por  Renata Mielli

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Transcrições:

Fonte: Teletime
[14/12/09]   Em discurso, Lula defende teses polêmicas e pede entendimento - por Samuel Possebon

O discurso do presidente Lula na abertura da 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), realizada nesta segunda, 14, em Brasília, marca uma posição clara do governo em relação à necessidade de reforma do marco regulatório da radiodifusão e a preparação do ambiente legal para a convergência. "Nossa legislação na área é muito antiga e evidentemente não responde aos desafios da atualidade. Cito apenas um exemplo: o Código Brasileiro de Telecomunicações, que até hoje ainda disciplina a radiodifusão, ou seja, o rádio e a televisão, é de 1962", disse o presidente, em referência à lei que rege o setor de rádio e TV. "O fato é que mudaram as tecnologias, mudou o País, mudou o mundo. E como não podia deixar de ser, mudou também a comunicação. Mas essas mudanças não foram acompanhadas pelos aperfeiçoamentos e atualizações necessários na nossa legislação", concluiu.

Convergência
Lula também lembrou o impacto que a convergência de mídia tem no ambiente das comunicações. "Esta Conferência realiza-se numa época marcada pela convergência de mídias. (...) Com a digitalização e a Internet, as fronteiras entre os diferentes meios estão sendo dissolvidas. Hoje, texto, áudio e imagem não só são tratados com a mesma tecnologia digital como podem ser disseminados pelas mesmas plataformas". O presidente ressaltou que um número crescente de leitores informa-se através da Internet. "Cada vez mais, as notícias estão disponíveis em tempo real, tanto em computadores pessoais como em aparelhos celulares ou em outros equipamentos portáteis".

Em seu discurso, o presidente ressaltou que "a tendência é de que, em muito pouco tempo, a maioria das pessoas possa receber no mesmo aparelho, seja ele fixo ou móvel, tanto o sinal gratuito e aberto da radiodifusão, transmitido pelas ondas eletromagnéticas, como os arquivos de imagens e sons, gratuitos ou não, transmitidos pela banda larga ou por outras tecnologias". Para o presidente, isso abre imensas possibilidades para o mundo da comunicação. "Mas, ao mesmo tempo, lança enormes desafios para a sociedade. Desafios legais, econômicos, sociais e políticos".

Defesa da multiprogramação
Outro aspecto importante do discurso do presidente foi a defesa enfática da multiprogramação na TV digital, modelo que o Ministério das Comunicações ainda não liberou para empresas privadas e que não é bem visto por muitas empresas de radiodifusão (e nem pelos movimentos de democratização das comunicações, dentro do modelo atual de radiodifusão). As palavras do presidente foram diretas: "a tecnologia digital pode promover a multiplicação dos meios e veículos de comunicação. Ao permitir uma ocupação mais intensiva do espectro eletromagnético, ela torna possível a ampliação do número de concessões de rádio e TV, oferecendo oportunidades a novos atores, a novos grupos, a novas comunidades, isso sem falar na multiprogramação, que elevará ainda mais a oferta de programas e serviços".

Na visão manifestada por Lula, "a convergência de mídias deve ser um estímulo à multiplicação dos meios de comunicação social, nunca à sua monopolização ou à sua oligopolização".

Pauta eleitoral
Para Lula, a Internet traz um novo "padrão de relações entre os produtores e os consumidores de informação e entretenimento". Lula ressaltou que talvez "não seja possível encontrar respostas definitivas para (todos os desafios), mas espero que este encontro contribua para abrir e oxigenar um amplo processo de discussão em toda a sociedade. Um processo que estimule o Congresso a se debruçar sobre o tema da comunicação social com a importância que ele tem (...). Um processo que convoque todos os candidatos, especialmente os que disputarão a Presidência da República, a se pronunciar sobre o tema, a incluí-lo em seus programas e a expor ao País suas convicções e ideias". Para Lula, "a maior contribuição que esta Conferência pode dar: voltar a incluir a questão da comunicação social na agenda do País e tornar irreversível seu debate aberto, público e transparente".

A íntegra do discurso do presidente Lula está disponível na homepage do site TELETIME e no endereço www.telaviva.com.br/arquivos/lula_confecom.pdf .

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Fonte: Teletime
[14/12/09]   Presidente elogia empresários que "não tiveram medo" da Confecom - por Mariana Mazza

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não poupou os empresários que decidiram abandonar a comissão organizadora da 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom). Ao abrir oficialmente o evento na noite dessa segunda-feira, 14, Lula alfinetou as associações que decidiram não participar do debate. "Queria fazer um agradecimento especial aos empresários que não tiveram medo dessa conferência. Lamento que alguns atores da área da comunicação tenham preferido se ausentar desta conferência, temendo sabe-se lá o quê. Perderam uma ótima oportunidade para conversar, defender suas ideias, lançar pontes e derrubar muros", afirmou Lula. "Mas cada um é dono de suas decisões e sabe onde lhe aperta o calo. Bola pra frente", concluiu.

Em agosto deste ano, em meio aos preparativos da Confecom, as associações Abert (radiodifusão), ANJ (jornais), Aner (revistas), Adjori Brasil (jornais e revistas regionais), Abranet (provedores de Internet) e ABTA (TV por assinatura) anunciaram o afastamento da comissão organizadora. Restaram como representantes dos empresários apenas a Telebrasil (teles fixas e móveis) e a Abra (Band e Rede TV!). Lula destacou a necessidade de todos os segmentos da sociedade se unirem para a tarefa "indispensável" de discutir a comunicação no país. "Para responder a esse desafio, a diversidade deste plenário é muito bem-vinda. Porque a tarefa que temos pela frente é complexa demais para ser resolvida apenas pelo governo ou apenas por um segmento isolado da sociedade", avaliou.

Lula também destacou a necessidade de um debate que tenha como pilar a liberdade de imprensa. "Meu compromisso com a liberdade é sagrado. Ela é essencial para a democracia." Lula disse que a imprensa no Brasil "apura e deixa de apurar o que quer", e que ele aprendeu a conviver com isso. E voltou a defender a visão de que a melhor regulação para eventuais abusos da imprensa é a própria liberdade de imprensa. "Os leitores, os ouvintes, os telespectadores são perfeitamente capazes de separar o joio do trigo, a informação da desinformação, a notícia da campanha, a verdade da eventual manipulação. São críticos implacáveis e juízes severos."

O presidente citou vários avanços obtidos nas telecomunicações e na ampliação da comunicação no país, citando dados do crescimento da telefonia móvel, da venda de jornais nas capitais, das rádios comunitárias e de acesso à Internet. Lula deu especial atenção à pauta sobre convergência de mídias, afirmando que esse processo de consolidação de serviços sobre uma única plataforma tem que ser discutido com foco no aumento da diversidade e evitando que se formem "monopólios e oligopólios".

Lula - que foi aplaudido de pé no início e no fim de seu discurso, incluindo um nítido "Lula, o Brasil te ama", vindo da plateia - atendeu aos apelos dos participantes e incluiu em seu discurso ponderações sobre o sistema atual de concessão de rádios comunitárias. O presidente falou que muitas vezes políticos acabam assumindo as licenças concedidas para associações comunitárias. E que, por conta disso, é muito importante que os movimentos comunitários ajam "com a maior seriedade", evitando que essa prática continue.

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Fonte: Teletime
[15/12/09]   Em debate de regimento, Confecom supera impasses e chega a primeiro acordo - por Samuel Possebon

A primeira manhã de debates da Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), realizada nesta terça, 15, em Brasília, não avançou sobre questões temáticas. Na prática, o debate ficou concentrado na questão regimental. Mas o saldo foi positivo, indicando um primeiro acordo entre os vários segmentos.

O regulamento de funcionamento dos grupos de trabalho e das plenárias deveria ter sido aprovado antes mesmo da abertura da Confecom, dia 14, o que acabou não acontecendo em função de um problema colocado pela Abra (associação que representa Rede TV e Band): a associação exigia que nas votações dos grupos de trabalho houvesse também voto qualificado, impedindo assim que temas polêmicos fossem aprovados contrariamente à posição de algum dos segmentos.

Ao final, depois de acaloradas discussões, foi aprovada a seguinte proposta: todos os grupos de trabalho poderão encaminhar até 10 propostas para a decisão da plenária final, dia 17. Quatro dessas propostas poderão ser feitas pelos empresários, quatro pelos movimentos sociais e duas pelo governo. Nenhum segmento terá poder de veto sobre nenhuma dessas propostas. Fora isso, questões que tenham mais de 80% de apoio nos grupos irão imediatamente para o relatório final da Confecom, sem votação em plenário. E as propostas que tiverem menos de 30% dos votos estão automaticamente rejeitadas.

A expectativa é que na tarde desta terça comecem as discussões dos GTs, que devem continuar ao longo da quarta, dia 16.

Samuel Possebon

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Fonte: Tele.Síntese
[15/12/09]   Confecom: nova ameaça de saída da Band arrasta votação do regimento - por Lúcia Berbert

A votação do regimento interno da 1ª Conferência Nacional de Comunicação ocupou toda a manhã e parte da tarde de hoje. Isto porque, o sistema de votação das propostas no grupo de trabalho recebeu destaques que ameaçavam o acordo construído ontem, permitindo a manutenção dos representantes da Abra (Associação Brasileira de Televisão). Prevaleceu novamente o acordo que, na avaliação da maioria, melhorou a sistemática da conferência. Em vez de sete propostas prioritárias, cada um dos 15 grupos de trabalho poderá enviar 10 propostas à plenária, sendo quatro dos movimentos sociais, quatro das entidades empresariais e duas do poder público. Além disso, os ‘temas sensíveis’ deixarão de ser apreciados nos grupos de trabalho.

A proposta derrotada previa a priorização das sete propostas nos GTs por votação em maioria simples. A Abra não aceitava a sistemática e voltou a ameaçar abandonar a conferência. A Telebrasil também se manifestou contra. O acordo surgiu do resgate de uma proposição apresentada durante a organização do evento pelo FNDC (Fórum Nacional da Democracia da Comunicação) e que havia sido rejeitada. O texto do regimento proposto previa que os critérios de votação seriam aqueles definidos nas resoluções da Comissão Organizadora Nacional.

A sistemática para aprovação automática das propostas com 80% ou mais dos votos e da rejeição, de pronto, daquelas que obtiverem menos de 30% dos votos também sofreu alteração. Ficou acertado que as abstenções serão desconsideradas para calcular a proporção de aceitação das propostas. As que obtiverem entre 30% a 80% continuarão a ser submetidas a debates nos GTs, podendo ser fundidas ou alteradas.

Além da demora para aprovação do regimento interno, as reuniões dos Grupos de Trabalho foram atrasadas também pela necessidade de inscrição dos 1684 delegados neles. A fila durou quase toda a manhã, mas não houve incidentes.

Ainda na manhã de hoje foram realizadas as palestras internacionais. A primeira delas do chefe do Escritório Regional da UIT (União Internacional de Telecomunicações) para as Américas, Zuan Zavittieri, que falou sobre a evolução das telecomunicações nessa região. E a segunda, do representante da Fundação Argentina dos Trabalhadores da Imprensa, Damian Miguel Loreti, que falou sobre a nova lei de comunicação social daquele país. Ele disse que a proposta foi construída a partir do debate de mais de 300 entidades e que resultou na declaração de 21 pontos por uma radiodifusão democrática. Ele ressaltou que a aprovação só foi possível porque houve o compromisso do governo.

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Fonte: Observatório do Direito à Comunicação
[16/12/09]   Foco é ''controle social da mídia''  - por João Domingos - Estadão

O governo montou uma grande estrutura para divulgar a 1ª Conferência Nacional de Comunicações (Confecom), aberta ontem à noite, com a participação do presidente Lula. A NBR, o canal exclusivo de divulgação do Executivo, e oito rádios do sistema da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), além da Agência Brasil, do mesmo conglomerado público, foram orientadas a divulgar os painéis, debates e votações da Confecom, que termina na quinta-feira.

A Confecom foi convocada por Lula em abril, com o tema Comunicação: meios para a construção de direitos e de cidadania na era digital. Conferências municipais e estaduais, além de ONGs, sindicatos, partidos e o próprio Executivo montaram suas teses, que serão votadas agora. De acordo com Ottoni Fernandes Júnior, secretário executivo da Secretaria da Comunicação de Governo (Secom), as teses aprovadas servirão de base para orientar a política de comunicação do governo. Em alguns casos, poderão ser transformadas em projetos de lei.

MUDANÇAS NA CONSTITUIÇÃO
As teses são polêmicas. Entre os sindicatos, ONGs e o PT, por exemplo, prevalece a ideia de pôr os meios de comunicação sob controle público e social, velha tese dos partidos de esquerda que vez por outra volta à agenda. Há teses que, se aprovadas, vão exigir mudanças na Constituição, como a que cria o "tribunal de mídia", uma figura mais política do que jurídica.

O PT, por exemplo, aprovou resolução segundo a qual os meios de comunicação têm de se submeter ao controle público e social. Mas há divisão no partido. O deputado Cláudio Vingnati (PT-SC), que comandou a Frente Parlamentar da Mídia Regional, acha que o PT cometeu grande erro ao falar no controle público e social. "A resolução do PT teria de ter deixado claro que a 1ª Confecom não poderá permitir enredar-se por nenhuma tendência de controle autoritário de meios e conteúdos por quem quer que seja, muito menos permitir recrudescer controles autoritários pelo Estado", disse ele.

Inédita, a conferência de comunicação vai girar em torno de três eixos temáticos: produção de conteúdo, meios de distribuição e cidadania (direitos e deveres). Com toda a conferência, e para levar mais de 1,5 mil delegados a Brasília, o governo gastou cerca de R$ 8 milhões.

A programação da 1ª Confecom será transmitida pela NBR para mais de mil emissoras do País, públicas e privadas. O sinal da NBR também pode ser captado por antenas parabólicas. As emissoras de rádio da EBC farão a cobertura da conferência até quinta-feira. [João Domingos]

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Fonte: Observatório do Direito à Comunicação
[16/12/09]    Confecom aprova 'controle social' sobre a mídia  - por Agência Brasil  

Proposta precisa de aval do Congresso; ideia é que haja participação popular na fiscalização e produção

BRASÍLIA - Em mais uma decisão que deve provocar polêmica, a Plenária da 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom) aprovou nesta quinta-feira, 17, o "controle social" da mídia, o que poderá implicar na participação popular em todo o processo de produção dos meios de comunicação. A decisão, que não é definitiva, balizará propostas do Executivo para a regulamentação da comunicação social.

O uso de recursos públicos, os financiamentos e o cumprimento de obrigações fiscais por parte dos meios de comunicação deverão ser regulamentados e ter participação popular. A Confecom começou na última segunda-feira, 14, em Brasília, e termina nesta quinta. O encontro discutiu os mais diversos temas. Os mais polêmicos foram deixados para esta quinta.

Por essa decisão, serão criados mecanismos de fiscalização para acompanhar o cumprimento das obrigações fiscais e trabalhistas das emissoras e elaboração de conteúdos. O objetivo, de acordo com os participantes da Confecom, é assegurar a execução de programas educativos que visam à igualdade social e à justiça.

Também foram aprovadas hoje propostas que garantem a criação de programas educativos destinados ao esclarecimento sobre os direitos das mulheres e o combate à violência. Outra iniciativa já aprovada é o estímulo a programas como documentários e noticiários nas emissoras públicas de televisão.

Na última quarta-feira, 16, os 15 grupos de trabalho tentaram fechar as propostas menos controversas e deixaram para hoje as que não obtiveram acordo. Cada grupo de trabalho, integrado por cerca de 100 membros, representa a sociedade civil, empresários e o Poder Público.

Depois de aprovadas, as propostas seguem para o Executivo, que vai analisar e preparar um documento final. O objetivo é elaborar normas de políticas públicas para a comunicação - rádio, televisão, veículos impressos e digitais.

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Fonte: Observatório do Direito à Comunicação
[16/12/09]   Fugindo do debate  - por Luiz Egypto - Observatório da Imprensa  

O grande público pôde, finalmente, tomar conhecimento da existência da Conferência Nacional de Comunicação, aberta na segunda-feira, em Brasília, com encerramento marcado para amanhã. E como milhões de brasileiros tomaram conhecimento da conferência? Por meio do Jornal Nacional, que na edição de anteontem (14) dedicou quase um minuto a uma nota narrada pela voz pausada e bem articulada de William Bonner, noticiando o início dos trabalhos da Confecom (ver aqui).

Era uma pauta óbvia. Afinal, tratava-se de uma conferência que reunia mais de 1.600 delegados, e cujos trabalhos foram abertos com um discurso do presidente da República. Embora se trate do mais importante telejornal brasileiro, a edição do Jornal Nacionalsem imagens. optou por dar essa matéria

Esse detalhe passaria por uma simples decisão dos editores não fosse o tom – e a entonação – de editorial imprimida por Bonner na leitura da nota. Ali foi dito que “a representatividade da conferência ficou comprometida sem a participação dos principais veículos de comunicação do Brasil”, para em seguida lembrar que seis das mais importantes entidades empresariais do campo da comunicação – Abert e ANJ, entre elas – decidiram, quatro meses atrás, abandonar a organização da conferência por considerarem “as propostas de estabelecer um controle social da mídia uma forma de censurar os órgãos de imprensa, cerceando a liberdade de expressão, o direito à informação e a livre iniciativa, todos previstos na Constituição”.

Não é bem assim. Aliás, não é nada disso. O problema maior é que as empresas de mídia têm sérias dificuldades em discutir publicamente o seu papel na sociedade – em suma, a mídia não pauta a mídia. No caso dos veículos impressos, pode-se até compreender essa atitude, ainda assim passível de críticas. Mas no que respeita às empresas de radiodifusão, que são concessionárias de um serviço público, essa postura é inadmissível. Mas, como de costume, seus representantes fazem cara de paisagem e seguem em frente, brandindo o argumento da defesa da liberdade de expressão, claro. É lamentável.

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Fonte: Tele.Síntese
[17/12/09]   Confecom aprova por unanimidade banda larga em regime público   - por Lúcia Berbert

A universalização do acesso a serviço de banda larga prestado em regime público, e o acesso à banda larga como um direito fundamental foram aprovadas por unanimidade dos delegados presentes à 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom). Os temas que vão a voto só podem ser aprovados se os segmentos representados - empresários e movimentos sociais - não vetarem as propostas, uma vez que cada tema sensível precisa ter 60% dos votos do plenário. Durante a manhã, apenas um dos ‘temas sensíveis’ obteve o quorum necessário para aprovação, mesmo assim, porque o tema não despertou demasiadamente o interesse dos empresários. Desse modo, foi aprovada com 68% dos votos a proposta de criação de um marco regulatório diferenciado para as relações trabalhistas dos produtores autônomos de conteúdo.

Por falta de quórum qualificado foram rejeitadas as seguintes propostas: a redução de tributos aos serviços de telecomunicações; a determinação de percentuais de transmissão de conteúdo regional por rádio, TV aberta e por assinatura, regulamentando o artigo 221 da Constituição Federal; a redução do Fistel (Fundo de Fiscalização das Telecomunicações) e a criação de um conselho gestor para regular sobre a qualidade da programação.

O embate entre movimentos sociais e empresários também envolveu denúncia de fraude na votação. Um delegado dos empresários foi flagrado e fotografado votando com dois aparelhos de registro eletrônico do voto. O fato quase paralisou as votações para recontagem dos delegados e dos aparelhos. Depois de muita conversa, o bom senso prevaleceu e a votação continuou, com a fiscalização redobrada de ambas as partes.

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Fonte: Teletime
[17/12/09]   Confecom: banda larga deve ser serviço público e universal - por Mariana Mazza

Um dos temas mais significativos em discussão na 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom) neste terceiro e último dia foi a questão das políticas de banda larga. De um lado, uma decisão importante da Confecom: tratar banda larga como serviço público e direito fundamental. Mas houve um impasse: nem a proposta empresarial para que esse objetivo seja alcançado pela iniciativa privada, nem a proposta de uma empresa pública que leve a banda larga a todo o País foram aprovadas.

As derrotas, tanto para os movimentos sociais quanto para o segmento empresarial no início das votações decorreram dos pedidos de "tema sensível", que exigem mais de 60% dos votos para a aprovação.

A votação mostrou um grande equilíbrio na representação dos dois segmentos, o que fez com que as propostas mais importantes para ambos os lados fossem rejeitadas. Os movimentos sociais foram derrotados na proposta de fortalecimento da Telebrás, permitindo uso do Fust para financiar a revitalização da estatal, e garantindo que a empresa preste serviços de telecomunicações e faça a gerência das redes públicas ociosas. A proposta foi rejeitada apesar de ter conseguido a maioria de votos (54% dos presentes).

Os empresários conseguiram retirar a proposta do documento final da Confecom, mas as endidades sociais deram o troco e também derrubaram uma importante proposta para as empresas. A sugestão de criar um plano de banda larga "com adesão do setor privado", incluindo uma lista de iniciativas de estímulo às empresas, como incentivo ao investimento, desoneração tributária, queda de barreiras ao capital estrangeiro, liberação de outorgas e revisão do sistema de autorizações para o uso do solo urbano. Ésse assunto também foi considerado sensível, mas sequer conseguiu a maioria do apoio do participantes.

Direito fundamental
Mesmo com a derrota com relação à Telebrás, os movimentos sociais conseguiram duas vitórias na discussão sobre banda larga. Foi aprovada sem a necessidade de votação eletrônica, a proposta de tornar a banda larga um serviço prestado em regime público, contando assim com metas de universalização e qualidade, além de controle tarifário e garantia de continuidade.

Outra proposta aprovada é a de que o acesso à Internet banda larga seja considerado um "direito fundamental" dos cidadãos, ou seja, o Estado brasileiro deve garantir a oferta do serviço a todos, sem discriminação e de forma gratuita, quando necessário. A Finlândia formalizou este entendimento neste ano, decisão esta que influenciou as políticas daquele país para universalizar a banda larga.

Ambas as decisões constarão do documento final da Confecom e, embora não tenham efeito prático imediato, poderão subsidiar mudanças na legislação em vigor já que representam a visão de toda a sociedade sobre as necessidades do setor.

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Fonte: Tele.Síntese
[17/12/09]   Confecom rejeita Fust para Telebrás e separação estrutural das redes das teles   - por Lúcia Berbert

As propostas que estão indo a voto na 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom) batizadas por “temas sensíveis” estão contrabalançando derrotas e vitórias entre os empresários de telecomunicações e de radiodifusão e representantes dos movimentos sociais. Com a presença de metade dos votantes – pouco mais de 800 votos por item, para a previsão de 1.689 delegados – os grupos precisam ter 60% dos votos válidos para que uma de suas teses sejam aprovadas pela plenária.

Assim, o empresariado conseguiu derrubar a proposta de separação estrutural das redes e o fortalecimento da Telebrás com recursos do Fust (Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações). Em contrapartida o empresariado não conseguiu aprovar a proposta que previa a participação da iniciativa privada no Plano Nacional de Banda Larga, e dedução tributária. Ou seja, caiu a emenda “Carta do Guarujá”, aprovada no painel Telebrasil e que tem o apoio do Ministério das Comunicações, e também foi rejeitada a emenda “Telebrás”, que tem o apoio do Ministério do Planejamento.

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Fonte: Teletime
[17/12/09]   Confecom fecha segundo dia com centenas de propostas já aprovadas - por Samuel Possebon

A Confecom não chegou ainda ao fim e uma quantidade imensa de propostas foi aprovada para o documento final. Estimativas iniciais apontam para mais de 500 propostas já aprovadas. Outras 150 serão votadas nas sessões Plenárias do último dia, o que significa que quase metade de tudo o que foi proposto nas etapas estaduais deve ser incorporado ao relatório da conferência. Apenas a leitura dos itens já aprovados levou 5 horas e foi até às 23 horas desta quarta, 16.

O esforço, contudo, foi produtivo e mesmo algumas questões polêmicas e que terão peso político importante foram aprovadas. Por exemplo, a criação do Conselho Nacional de Comunicação como instância de "monitoramento, formulação e debate" da mídia e uma proposta que reforça a tese da necessidade de diploma para exercício da atividade jornalística. Também foi aprovada a indicação de um plano nacional de comunicação e de criação de uma Lei Geral de Comunicação, diretrizes que podem reforçar teses já defendidas há muitos anos por diferentes setores.

Confecom periódica

As propostas apresentam muitas redundâncias entre si e algumas contradições. Por exemplo, uma delas pede a adaptação da legislação à nova realidade das TICs, criando uma agência reguladora estruturada para isso.

O governo e os movimentos sociais também conseguiram garantir que o relatório da Confecom preveja a realização periódica de outras conferências de comunicação, em intervalos de dois anos.

Há várias propostas que reforçam uma atuação mais proativa dos meios de comunicação no combate à discriminação por raça e orientação sexual, e também proposições no sentido de que se estabeleçam cotas para manifestações de minorias nos meios de comunicação.

Regulamentação da Constituição

Outra proposta importante aprovada prevê a regulamentação dos artigos que compõem o capítulo de Comunicação Social da Constituição, e há uma proposta específica que pede a regulamentação do artigo 221. Curiosamente, tramita no Congresso, desde 1991, projeto de lei da ex-deputada Jandira Feghali justamente sobre esse tema.

Há ainda propostas que podem ter alguma repercussão sobre o setor de telecomunicações caso um dia sirvam de base para alguma política específica. Por exemplo, a ideia de colocar representantes da sociedade no conselho do CPqD. A reativação das delegacias regionais do Ministério das Comunicações também foi aprovada.

Outra proposta aprovada foi para que se crie um Serviço Intermediário de Vídeo, uma espécie de TV comunitária.

O controle público sobre os conselhos das emissoras de TV públicas também foi reforçado em diversas propostas, assim como uma nova legislação para a imprensa que preveja os pontos que constavam da proposta de Lei da Informação Democrática (Lide), de 1992, que nunca foi aprovada.

Questões amplas, como o enquadramento da comunicação como um direito humano previsto na Constituição pontuaram as centenas de propostas aprovadas. Diretrizes pregando o fomento e apoio financeiro público a jornais e blogs independentes também marcaram as propostas aprovadas até aqui.

Banda larga

Ainda há muita polêmica sobre questões que tratam da banda larga que serão votadas nesta quinta. Mas questões importantes já foram aprovadas nos grupos ontem e hoje sobre o tema. Um desses pontos é a criação de um plano nacional. Todos os segmentos que participam da Confecom apoiaram a criação de um plano de banda larga para o país, unindo as políticas públicas que assegurem a expansão do serviço a todo o país.

Também já foi aprovada a sugestão de que seja incluída nesse projeto uma priorização dos estados da Amazônia Legal. O uso de satélites como uma das tecnologias para viabilizar o plano também foi apoiado por todos no debate, assim como a implantação de estímulos à indústria brasileira de comunicação, mídias digitais e redes.

Samuel Possebon

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Fonte: Teletime
[17/12/09]   Proposta da Telebrasil para uso do Fust é derrotada na Confecom - da Redação

Um dos objetivos das empresas de telecomunicações que, agregadas sob a Telebrasil, participaram da 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom) era a possibilidade de extrair uma manifestação contundente sobre o uso dos recursos do Fust para projetos de inclusão digital. Mas as empresas pediam, em sua proposta, que os recursos pudessem ser usados direta ou indiretamente, ou seja, sem que necessariamente o Fust precisasse ser pago ao governo para então ser repassado ao projeto. O drama das empresas é que essa proposta foi posta em votação e derrubada durante a primeira plenária da Confecom, nesta quarta, 16.

Foi nesse momento que se percebeu uma falha no processo de sistematização das centenas de propostas que vieram das conferências estaduais. Várias proposições iguais foram colocadas para deliberação simultânea em grupos temáticos diferentes. Com isso, propostas como essa, colocada pela Telebrasil para utilização do Fust, foram negociadas e aprovadas definitivamente em uma comissão e enviadas a plenário em outra. Consequência: a proposta foi rejeitada na votação geral, apesar de ter sido aprovada por outro GT. Segundo apurou este noticiário, essa era a principal causa de atrito entre governo e empresários no segundo dia da Confecom. O governo tentou alterar a redação da proposta em voto na plenária, retirando a possibilidade de aplicação direta dos recursos pelas empresas, mas foi derrotado e a sugestão da Telebrasil acabou excluída da Confecom. O impasse é que, por conta da confusão na sistematização, o item estará no relatório final de qualquer maneira, já que foi aprovado em outro GT.

Da Redação

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Fonte: Tele.Síntese
[16/12/09]   Teles conseguem levar todas as suas propostas para a plenária da Confecom   por Lúcia Berbert

Beneficiada pela alteração do regimento, a Telebrasil (Associação Brasileira de Telecomunicações) terá as suas 11 propostas apresentadas nas etapas regionais da 1ª Conferência Nacional de Comunicação, priorizadas pelos grupos de trabalho. A primeira propõe o estabelecimento do Plano Nacional de Banda Larga pelo governo, com a participação da iniciativa privada, e que inclua desoneração tributária, adequação de regras e custos de direitos de passagem e de uso de solo e alocação de novas faixas de frequências para implantação de redes de acesso e sua disponibilização ao mercado a custos adequados.

A proposta é a mesma apresentada pelos executivos das teles ao ministro das Comunicações, Hélio Costa, no mês passado, e que integraram o plano alternativo do Minicom entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A meta é de que 90 milhões de pessoas tenham acesso à internet até 2014.

A segunda proposta prevê a adoção de uma política pública, pelo governo federal, que amplie o acesso banda larga à internet da população rural e situada em locais distantes do Brasil, utilizando também satélites de comunicações, a ser incorporada ao Plano Nacional de Banda Larga.Outra proposição da Telebrasil é a elaboração de um novo marco regulatório para TV por assinatura, que contemple a eliminação das restrições contidas na Lei do Cabo e na LGT (Lei Geral de Telecomunicações), que impedem a livre prestação do serviço pelas teles.

A quarta tese da entidade quer que o novo marco regulatório da TV paga se dê com base no serviço e não na tecnologia, como acontece atualmente, com uniformização de direitos e obrigações entre prestadores que ofereçam serviços similares.

Outra sugestão defende o estabelecimento de política pública visando a universalização, a melhoria da qualidade e o aumento da transparência de serviços do Estado para o cidadão, com plena utilização das TICs, suportadas por redes e serviços de telecomunicações em banda larga, na forma de contratos de Parceria Público-privada (PPP). O objetivo é promover a inclusão social da maior parte da população, em curto prazo.O estabelecimento de políticas de incentivos para uso intensivo de soluções com TICs é também defendida pela Telebrasil, que pede a reformulação da agência reguladora, para que atue em um ambiente convergente.

Fundos
As teles querem ainda a redução da taxa do Fistel (Fundo de Fiscalização das Telecomunicações), de forma a gerar uma arrecadação que corresponda efetivamente às necessidades da Anatel, nos termos da lei que instituiu o fundo. “Dessa forma”, justifica a Telebrasil, “seriam gerados menos ônus aos diversos usuários dos serviços de telecomunicações.

A entidade argumenta que, entre 2001 e 2008 já foram recolhidos aos cofres da União, na conta do Fistel, em torno de R$ 24 bilhões e somente R$ 2 bilhões foram destinados à Anatel no mesmo período. Este ano, dizem as operadoras, mais R$ 2,9 bilhões deverão ser arrecadados com o fundo.
Em nova proposta, a Telebrasil pede que representantes dos diversos segmentos da cadeia de valor e serviços de telecomunicações façam parte do Conselho Gestor do Funttel (Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações), de modo paritário, para definição de programas estruturantes do desenvolvimento de soluções tecnológicas para o setor. Atualmente, o conselho é composto apenas por órgãos públicos.

A Telebrasil também defende o uso dos recursos do Fust (Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações) sejam aplicados na implantação de serviços de Telecom, prioritariamente voltadas para as áreas da educação, saúde e segurança pública, além de ações de inclusão digital. Neste caso, por meio de pagamento direto ou indireto, total ou parcial, dos bens e serviços de Telecom.

Tributos
A Telebrasil defende a retomada das discussões sobre o marco legal das agências reguladoras e a redução dos tributos que pesam sobre o setor. Para isso, a entidade sugere a adoção de “princípios”, como o que impede o efeito cascata.As propostas da entidade estão distribuídas entre os 15 Grupos de Trabalhos da Confecom, que devem priorizar 10 proposições para levar à plenária, sendo quatro dos representantes dos empresários, quatro dos movimentos sociais e duas do poder público.

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Fonte: Teletime
[17/12/09]   Teles não conseguem apoio à tese de redução tributária na Confecom

Uma série de questões conceitualmente importantes para o setor de telecomunicações foi aprovada na manhã desta quinta, 17, durante a plenária final da Conferência Nacional de Comunicação (Confecom).

Para as empresas de telecomunicações, uma vitória importante foi impedir que a conferência recomendasse, em seu texto final, uma declaração expressa de apoio à separação estrutural.

As teles, por outro lado, tiveram grande dificuldade de encaminhar todas as propostas que previam recomendações à redução de carga tributária. Em vários momentos, os movimentos sociais criticaram as propostas com o argumento de que isso implicaria o esvaziamento do Estado e o aumento do lucro das empresas. O diretor geral da Telebrasil, César Rômulo Silveira Neto, chegou a dizer que esta posição era contrária à própria sociedade. "Os impostos são usados para o pagamento da dívida pública pelo estado", disse, tentando argumentar contra a lógica dos movimentos sociais. José Fernandez Pauletti, da Abrafix, foi na mesma linha. "As empresas são meros arrecadadores. Se os impostos caem, os preços cairão também". Mesmo assim a Confecom rejeitou propostas de redução do Fistel e da bi-tributação sobre serviços de telecomunicações. Por outro lado, foi apoiada a idéia de uma Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) para empresas que usem espectro e outorgas públicas que sirva para fomentar o sistema público de radiodifusão.

A conferência também aprovou a recomendação à adoção urgente do modelo de custos para a definição de tarifas de telecomunicações.

Da Redação

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Fonte: Observatório do Direito à Comunicação
[17/12/09]   Confecom: o lamento dos derrotados  - por  Renata Mielli

Onde há vitoriosos há também os derrotados. E, no caso da Conferência de Comunicação os da última categoria são aqueles que erradamente apostaram na explosão da Confecom e se retiraram da sua construção. Refiro-me à Abert, Aner, ANJ e as entidades empresariais que representam os interesses de empresas como a Rede Globo, Folha de S.Paulo, O Estado de S.Paulo e outros veículos que se negaram a participar do debate democrático sobre as comunicações.

Quando se retiraram, lá atrás, da Comissão Organizadora Nacional, na esperança que o cheque mate fizesse o governo recuar e desmobilizar a conferência, estes setores assinaram um atestado de intolerância e derrota.

Em décadas de hegemonia informacional, onde eles construíram uma imagem estereotipada dos movimentos sociais – os extremistas, radicais, intransigentes, baderneiros e toda a sorte de adjetivos pejorativos – o que eles conseguiram com a postura que tiveram durante a conferência foi mostrar que os intransigentes são eles. Ou seja, não estão dispostos a participar do diálogo democrático. Querem calar a todos. Foram de certa forma calados.

Nos editoriais que têm publicado nos últimos dias, essas emissoras tentam a todo o custo deslegitimar a conferência, num lamento desesperado de quem foi derrotado por ter aberto mão da prerrogativa de influenciar o debate político.

Estes segmentos da grande mídia estão, a cada dia, mais isolados. Emissoras como a Bandeirantes e a Rede TV que estão presentes na conferência vieram defender seus interesses. Não correram amedrontados.

A decisão de realizar periodicamente novas edições da Conferência vai exigir outra postura desse segmento. Na sociedade da informação, num mundo digital no qual se desvanecem e se misturam os papéis de receptor e emissor, não há mais espaço para unilateralidade no processo comunicacional.

Eles podem continuar lamentando, mas não têm outro caminho a não ser mudar de postura.


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