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Dezembro 2009
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29/12/09
• Satélites: "Polêmica espacial" no Teletime
+ Coleção de matérias do e-Thesis
de Helio Rosa <rosahelio@gmail.com>
para Celld-group@yahoogrupos.com.br,
wirelessbr@yahoogrupos.com.br
cco Jana de Paula <jana@e-thesis.inf.br>,
helton.posseti@convergecom.com.br
data 29 de dezembro de 2009 10:38
assunto Satélites: "Polêmica espacial" no Teletime + Coleção de matérias do
e-Thesis
01.
O mundo não vive hoje sem as comunicações via satélites.
No entanto, parece um assunto tão distante, lá na estratosfera... :-))
Boa
matéria, muitas informações para nivelamento e ambientação:
Fonte: Revista Teletime
[Nov 2009]
Polêmica espacial - por Helton Posseti, do Rio de Janeiro
Alguém estudando o tema?
Alguém trabalhando no projeto do Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB)?
Parabéns, Helton Posseti!
02.
Apesar do "parece" que usei acima, o assunto "satélite" está no cotidiano dos
nossos fóruns, nos religiosos boletins semanais do
e-Thesis.
Fiz uma pesquisa no Portal e anotei, lá no final, 50 referências do
Canal e-Thesisat.
Vale um voo panorâmico... :-)
Parabéns, Jana de Paula, pela excelente divulgação!
Comentários?
Ao debate!
Boa leitura!
Boas Festas!!!
Ótimo 2010!!!
---------------------------
Fonte: Revista Teletime
[Nov 2009]
Polêmica espacial - por Helton Posseti, do Rio de Janeiro (helton.posseti@convergecom.com.br)
Assim como na discussão sobre como tornar a banda larga um serviço acessível e
disponível à maior parte da população brasileira, o governo também está em uma
situação delicada quando pensa nas necessidades de comunicações satelitais do
País para os próximos anos. A demanda é clara. Conforme o Brasil cresce e ganha
posição de liderança na América Latina, conquista a sede dos Jogos Olímpicos de
2016, da Copa em 2010, pleiteia um lugar no Conselho de Segurança da ONU – o que
pode aumentar a importância do Brasil como mediador de conflitos internacionais
– e adquire novos e mais modernos armamentos de defesa, a necessidade de
vigilância das fronteiras, de melhorar a comunicação para o tráfego aéreo ganha
proporções nunca antes imaginadas.
O Brasil tem um projeto de um Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB) para
atender a essas demandas estratégicas, o que é uma oportunidade enorme de
desenvolver tecnologia nacional na área. Entretanto, quando esse assunto cai na
discussão da iniciativa privada, a reação é de desconfiança e apreensão. O
governo, especialmente os órgãos que lidam diretamente com o assunto, tem tido
dificuldades de mostrar para as empresas que o SGB não vai competir com o setor
privado.
Do lado do Ministério das Comunicações, a posição é muito clara. “Eu vou morrer
dizendo que o SGB não vai competir com as operadoras do mesmo jeito que vou
morrer dizendo que não vamos ressuscitar a Telebrás”, afirma Jovino Francisco
Filho, gerente de projetos do Minicom. Já a Agência Espacial Brasileira (AEB),
autarquia ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, aparentemente, não vê
problemas se parte da capacidade do SGB puder ser vendida para quem precisar. “É
como se eu contratasse um avião para me levar a um determinado lugar. Não me
importo se outros passageiros viajarem junto”, ilustrou Thyrso Villela, diretor
de satélites, aplicações e desenvolvimento da AEB no 9º Congresso
Latino-americano de Satélites, evento promovido por TELETIME que aconteceu em
outubro no Rio de Janeiro. O governo tem a intenção de usar o SGB para o que
chama de “comunicações estratégicas”. Para o mercado, essa expressão é uma área
cinzenta que no futuro poderá englobar serviços que hoje são prestados pelo
governo, como o Gesac, por exemplo. “Alguém pode querer colocar a banda C para
atender o governo, aí fica complicado”, afirma Lincoln Oliveira, diretor de
engenharia da StarOne. O Ministério da Defesa atualmente utiliza dois
transponders em banda X nos satélites C1 e C2, da StarOne. O coronel Paulo
Mourão Pietroluongo, gerente da divisão de projetos especiais do Ministério da
Defesa, calcula que em três anos precisará de mais oito transponderes. Segundo
ele, hoje o Brasil tem 40 terminais em banda X, o que não é suficiente para
equipar todos os navios e aviões. A necessidade brasileira, segundo ele, é de
cerca de 200 terminais em dez anos. Comparativamente, o coronel mencionou que a
Espanha tem dois satélites de uso exclusivo militar e mais de 350 terminais. Lá,
o sistema é operado por uma empresa – que tem capital do governo, a Hisdesat.
França e Inglaterra também têm satélites próprios, mas a operação do sistema
fica a cargo dos próprios ministérios de defesa de cada país. Para o Ministério
da Defesa, um outro problema que existe é a duração do contrato. Hoje, o
contrato com a StarOne segue as regras usuais do mercado e, portanto, a cada ano
tem de ser renovado. Para o coronel Pietroluongo, o “melhor dos mundos” seria um
satélite exclusivamente para uso militar. Como o custo disso é muito alto, o
ministério gostaria que os contratos tivessem duração maior. Com o SGB esse
problema não existiria.
Frentes em conflito
Não é só a competição com o setor privado que tem gerado polêmica no setor. Em
uma prova de que há pouca troca de informações nos diferentes setores do
governo, o SGB é um projeto que hoje deverá ser harmonizado com uma das
condições de compra da Brasil Telecom pela Oi. Paralelamente ao trabalho que
está sendo feito pelo Ministério das Comunicações e pela AEB, a Oi apresentou à
Anatel um proposta de criação de um satélite brasileiro. Essa proposta fazia
parte das condicionantes impostas no ato da compra da Brasil Telecom. Agora, o
governo brasileiro tem de harmonizar essas duas frentes. Jovino Francisco Filho,
do Minicom, explica que o órgão está analisando a oferta da Oi e vai aceitála ou
não. “A Oi é uma companhia brasileira e precisa de satélite. O Estado brasileiro
precisa de mais capacidade. Será que nós não conseguimos ganhos de escala?”,
pergunta.
Francisco Perrone, diretor de assuntos internacionais da Oi, explica que a
proposta apresentada ao governo considera a necessidade futura de mais
capacidade para o mercado, principalmente em banda Ku, capacidade em banda X
para utilização do Ministério da Defesa e em banda L – faixa usada para controle
do tráfego aéreo. Ainda não se sabe, portanto, como será a participação da Oi no
projeto, e se será como parceira ou como cliente. De qualquer forma, uma coisa é
certa: de acordo com Perrone, em 2012 ou 2013 a Oi precisará de mais capacidade
satelital e esta será contratada de um satélite, brasileiro ou não. “Se o
satélite não sair, nós vamos tocar a vida, normalmente”, diz ele. O executivo dá
a entender que se o governo não aceitar a participação da Oi como cliente, ou
como parceira que teria direito a uma certa capacidade no SGB, a companhia vai
contratar mais capacidade em outros satélites.
O mesmo pode acontecer com o próprio governo brasileiro na condição de cliente,
e o prazo é curto. O Ministério da Defesa – que recentemente equipou o porta
aviões São Paulo com comunicação satelital – calcula que precisará de mais
capacidade em cerca de três anos. Se o SGB sair até lá, tanto melhor. Se não, o
próprio governo é que vai atrás de satélites privados para atender suas
demandas.
Tecnologia nacional
O outro forte desejo do governo é utilizar o máximo possível de tecnologia
nacional no SGB. Esse ponto, entretanto, é um fator que também gera polêmica. Na
opinião de vários executivos do setor, a espera para que o Brasil desenvolva
tecnologia para poder participar com peso no projeto pode atrasar muito o
lançamento do satélite. “Para conciliar o atendimento de diversas demandas e o
desenvolvimento de tecnologia nacional é preciso fazer concessões dos dois
lados”, pondera Lincoln, da StarOne. Jovino Filho, do Minicom, contudo, explica
que “nunca passou pela cabeça” a construção de um satélite 100% brasileiro e que
se o Brasil puder produzir pelo menos as “porcas e os parafusos”, já é ganho.
Uma sugestão apresentada para equilibrar o interesse de desenvolver tecnologia
nacional e lançar o satélite de forma mais célere é dividir esse projeto em
partes. O Ministério das Comunicações, aparentemente, gosta da ideia. “O meu
sentimento é que vamos lançar um satélite para o atendimento mínimo e vamos
continuar comprando o resto da indústria”, afirma o gerente do Minicom. A partir
do lançamento desse primeiro satélite para atender as demandas mais urgentes, na
visão do técnico, o Brasil teria tempo para lançar satélites menores com mais
participação da indústria 35nacional e com carga útil compatível com os
lançadores que o Brasil está desenvolvendo. Modelo A AEB fez um chamamento
público para contratar estudos que atestem a viabilidade técnica, econômica e
jurídica do projeto. A AEB, juntamente com os demais parceiros do projeto –
Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Programa das Nações Unidas
para o Desenvolvimento (PNUD) - devem escolher, entre três consórcios, o
vencedor do chamamento. Até o fechamento desta edição, o consórcio vencedor não
havia sido escolhido. O vencedor deverá apresentar os estudos em nove meses.
Como o custo do projeto é elevado, um dos modelos que parece ter mais chances de
dar certo é o da PPP. Thyrso Villela, diretor de satélites, aplicações e
desenvolvimento da AEB, explica que esse estudo vai justamente mostrar a
viabilidade, do ponto de vista jurídico, de utilização de uma PPP para a
construção e operação de um sistema satelital. Além disso, o estudo pretende
investigar a viabilidade econômica do projeto e a forma de participação do
parceiro privado. “Aparentemente, existe uma grande possibilidade de que o
modelo de PPP vá para frente”, afirma Villela. Uma outra possibilidade de
financiamento do projeto, com menos chances de dar certo é a coparticipação
orçamentária entre vários ministérios.
Em busca de uma identidade
A ideia de lançar um satélite brasileiro existe pelo menos desde 2002, quando o
comando da Aeronáutica firmou acordos internacionais com a Organização Mundial
de Aviação Civil (OIAC) para melhorar o controle do tráfego aéreo. No ano
seguinte, o Ministério das Comunicações liberou recursos da ordem de R$ 10
milhões, através da Finep, para que fossem contratados estudos que
identificassem as demandas estratégicas e militares e assim definir um escopo
preliminar do projeto. Esses estudos foram feitos pelo CPqD, que ficou
responsável pela parte de telecomunicações, e pela Atech, responsável pela parte
aeroespacial. Os levantamentos foram entregues em 2006. Jovino Francisco Filho,
gerente de projetos do Minicom, conta que a partir daí o ministério não sabia
para quem mandar aqueles estudos, que acabaram sendo enviados à Casa Civil. “Se
não houver um decreto instituindo o programa, como o decreto da TV digital, não
tem como alocar recursos para este projeto¿, defende o técnico. “O SGB carece de
uma identidade”, completa. O cronograma de estudos para viabilizar o SGB ainda
foi prejudicado pela troca de presidente da AEB, em 2007. Em agosto daquele ano,
o então presidente da AEB, Sérgio Gaudenzi, foi deslocado para a Infraero.
Assumiu interinamente Miguel Henze, que tinha outras prioridades, o que acabou
paralisando o projeto até março de 2008, quando Carlos Ganem assumiu a
presidência da agência. “O doutor Ganem instituiu um novo grupo de trabalho para
dar continuidade ao projeto”, explica Jovino.
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Fonte: e-Thesis
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