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Fevereiro 2009 Índice Geral do BLOCO
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04/02/09
• Telebrás e Eletronet: de novo... (21) - Troca de mensagens entre Rubens e Carlos
(as mensagens estão na sequência do recebimento)
----- Original Message
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From: Carlos
To: wirelessbr@yahoogrupos.com.br
Sent: Tuesday, February 03, 2009 3:26 PM
Subject: Re: [wireless.br] "Não tem cabimento criar uma Transamazônica digital",
diz Renato Guerreiro
Rubens,
Bla-bla-bla.
Gestão desse Sr. na frente da Anatel foi marcada pela ineficiência do estimulo
da concorrência entre as operadoras de telecom como também no desenvolvimento de
estimulo a entrada de novas empresas de telecomunicações no Brasil.
Projetos como a tal denominada "transamazônica" digital não teria cabimento se
houvesse oferta no Brasil, mas temos situações bem diferentes das pintadas pelo
tal ex-presidente da Agência.
Se o mercado fosse um mar de flores como ele pinta a Agência não teria tantas
contestações e questionamentos, inclusive na justiça e o mercado de
telecomunicações estaria mais maduro e dinâmico com opções de prestadores em
todo o Brasil e não somente em poucos locais, como as maiores e principais
capitais e cidades do Brasil.
O restante é um só fornecedor e por até 50 vezes o valor encontrado nos grandes
centros.
Em linhas gerais esse Sr. não merece o espaço que tem na mídia.
Atenciosamente,
CARLOS
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----- Original Message -----
From: Rubens Kuhl
To: wirelessbr@yahoogrupos.com.br
Sent: Tuesday, February 03, 2009 5:33 PM
Subject: Re: [wireless.br] "Não tem cabimento criar uma Transamazônica digital",
diz Renato Guerreiro
Carlos,
O primeiro mandato da Anatel foi gestor do início da privatização, então não
tinha muito como atuar contra ou a favor, e sim dentro do modelo de privatização
definido pelo Serjão. Esse modelo privilegiou o dinheiro recebido pelo governo
na venda do sistemas Telebrás, então competição era um fator com prioridade
n-1... a 2a. prioridade era a universalização, que foi erroneamente entendida
como colocar telefones fixos pessoais e público a disposição por valores de uso
(minuto ou
assinatura) altos mas com taxa de instalação baixa, e o jeito escolhido para
financiar a universalização foi a falta de competição (o U em FUST e FUNTEL deve
ser de outra coisa... :-)
Eu vejo algumas falhas de cunho competitivo daquela gestão como a não definição
de unbundling, mas não sei correlacioná-las com o presidente ou com conselheiros
ou secretários específicos.
Rubens
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----- Original Message -----
From: Carlos
To: wirelessbr@yahoogrupos.com.br
Sent: Tuesday, February 03, 2009 10:18 PM
Subject: Re: [wireless.br] "Não tem cabimento criar uma Transamazônica digital",
diz Renato Guerreiro
Rubens,
Se um presidente não é o responsável por uma instituição que está sob o seu
comando estaremos perdidos!!!!
Seja pública ou privada.
Agora a Agência não tem tanta autonomia conforme muita gente acha, muita coisa
ainda até hoje tem que passar para o MiniCom mas o que a Agência pode fazer que
é propor uma discussão pública, lançar a proposta e colocar no colo dos
políticos e falar em alto e bom som na mídia, "está aí a proposta que irá
beneficiar a NAÇÃO BRASILEIRA o Ministro e o Presidente deverão agora decidir se
beneficiam a nação ou meia dúzia de empresas!" e joga a batata quente para os
almofadinhas. (Mas falta Homem no Brasil para isso) - com H maiúsculo -.
A presidência da Anatel como também o conselho tem "em tese" estabilidade
justamente para não ficar de refém com os projetos políticos e sim implementar
políticas públicas, isso é, de melhor interesse da nação e não de um grupo de
pessoas.
Só que no Brasil é tudo distorcido o interesse do povo fica em segundo lugar, em
primeiro é o que os grandes grupos empresariais querem de melhor.
Se olharmos friamente sem paixão ou interesses empresariais por trás, se
olharmos como ser humano, povo brasileiro, é deprimente o que a agência faz em
favor da competição no mercado de telecomunicações no Brasil o que obviamente
traria benefícios reais para a população e as empresas ganhariam dinheiro seria
totalmente rentável e continuaria rolando MUITO dinheiro e poderíamos continuar
a ter empresas grandes como a Telefonica, Telmex/Embrate, Oi e BrT com a mesma
força ou não mas teríamos acima de tudo opções de escolha onde além dessas meia
dúzia de empresas que poderiam estar competindo entre si em todo o Brasil
teríamos também mais alguns gatos pingados ou mais uma dezena (quem sabe) de
empresas competindo no mercado brasileiro de telecomunicações.
Mas acima de tudo teríamos um cliente sendo bem atendido e caso ficasse
insatisfeito por algum motivo teria o DIREITO de escolha por aquela que atende
melhor.
Coisa que não ocorre nesse país chamado Brasil e esse Sr., que repito, não
merece o espaço que é dado a ele na mídia, foi um dos responsáveis por essa
situação existente hoje no Brasil no mercado de Telecomunicações.
Att.
Carlos
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----- Original Message -----
From: Rubens Kuhl
To: wirelessbr@yahoogrupos.com.br
Sent: Wednesday, February 04, 2009 9:51 AM
Subject: Re: [wireless.br] "Não tem cabimento criar uma Transamazônica digital",
diz Renato Guerreiro
> Rubens,
> Se um presidente não é o responsável por uma instituição que está sob o seu
> comando estaremos perdidos!!!!
> Seja pública ou privada.
> A presidência da Anatel como também o conselho tem "em tese" estabilidade
> justamente para não ficar de refém com os projetos políticos e sim
> implementar políticas públicas, isso é, de melhor interesse da nação e não
> de um grupo de pessoas.
A Anatel não tem um CEO, como uma empresa privada. O conselho diretor da Anatel
é a maior autoridade, não o presidente... e quando um assunto é designado para
um conselheiro, a chance de que o conselho venha a apontar algo diferente do
sugerido pelo relator é muito baixa pois apenas esse conselheiro esmiúça a
questão em pauta. Isso dá a cada conselheiro uma autonomia bastante
significativa, mesmo que formalmente uma ou outra questão específica precise da
assinatura do
presidente (tarifas, por exemplo).
O mesmo se aplica aos superintendentes, que apesar de se reportarem ao
presidente, tem na prática uma autonomia tal que acho difícil achar um
posicionamento de alguma superintendência que tenha recebido contra-ordem da
presidência.
A estabilidade aliás não é do presidente, mas dos conselheiros; o presidente da
Anatel pode perder essa atribuição e continuar como conselheiro e ter um outro
membro do conselho apontado para a presidência. Isso não aconteceu até hoje, mas
seria possível alguém "grudar" no cargo de conselheiro ao invés de renunciar a
ambos os
cargos (presidente e conselheiro), como tem acontecido.
Rubens