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WirelessBrasil
Fevereiro 2009 Índice Geral do BLOCO
O conteúdo do BLOCO tem forte vinculação com os debates nos Grupos de Discussão Celld-group e WirelessBR. Participe!
19/02/09
• PLC (09) - Banda larga pela rede elétrica - Informações básicas - Trabalhos acadêmicos + Os artigos mais significativos + Coleção de links + Notícias recentes
Fonte: INFO
[18/02/09]
Banda larga a 110
volts por Rosa Sposito, da INFO
07.
Estes artigos destacam-se pelo conteúdo informativo e valem como "resumos"
informais da tecnologia:
Fonte: e-Thesis
[16/09/08]
Banda larga na rede elétrica: mitos e verdades por Jana de Paula
Fonte: Telebrasil
[12/08/03]
PLC de nova geração para a última milha
08.
Trabalhos Acadêmicos
[Nov 2008]
Power Line Communicantions (PLC) por Túlio Ligneul Santos, Engenharia
de Computação e Informação, 6º período - UFRJ
09.
Aqui está nossa coleção (parcial) de textos sobre o assunto:
Fonte: Convergência Digital
[13/11/08]
Banda larga incrementa demanda por circuitos de alta capacidade por Ana
Paula Lobo
Fonte: Convergência Digital
[30/09/08]
Intelig adverte Anatel sobre regulamentação do PLC por Luiz Henrique
Ferreira
Fonte: TelecomOnline
[10/09/08]
PLC volta à cena com a promessa de universalização da banda larga por
Marineide Marques
Fonte: Tele.Síntese
[27/08/08]
Indústria está otimista com regulamentação de PLC por Bruno De Vizia
(bruno@momentoeditorial.com.br)
Fonte: Computerworld
[30/08/07]
Internet por rede elétrica: a revolução nascerá por Taís Fuoco
Fonte: Computerworld
[30/08/07]
Internet por rede elétrica: a revolução que não chegou a nascer por Vinicius
Cherobino
10.
Coleção de "posts" anteriores:
28/12/08
•
PLC (09) - Banda larga pela rede elétrica - Informações básicas + Notícias
recentes
13/11/08
•
PLC (08) - Banda larga pela rede elétrica - Informações básicas + Notícias
recentes
19/09/08
• PLC
(06) - Banda larga pela rede elétrica + Artigo do Teletime + Informações básicas
29/08/08
•
PLC (04) - Banda larga pela rede elétrica - Informações básicas + Consulta
Pública
02/05/08
• PLC
- Power Line Communication (03) - Banda larga pela rede elétrica - Mensagem de
Carlos Carneiro
• PLC - Power Line Communication (02) - Banda larga pela rede elétrica
01/10/07
•
PLC - Power Line Communication (01)
13/09/06
• PLC
e BPL (Dados pela rede elétrica)
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Fonte: INFO
[18/02/09]
Banda larga a 110 volts por Rosa Sposito, da INFO
A mesma tomada em que você liga o carregador de bateria do notebook, o
micro-ondas e a TV também começa a trazer a conexão de banda larga. Pelo menos
nos 150 apartamentos que estão testando a internet por rede elétrica no piloto
da AES Eletropaulo Telecom, em São Paulo.
É a tecnologia BPL (Broadband Power Line), na sigla usada nos Estados Unidos, ou
PLC (Power Line Communication), na da Europa, um novo concorrente para o ADSL, o
cabo, o satélite e o 3G. Parte do grupo de energia AES, a empresa pretende
fornecer a solução para as operadoras, que comercializarão o serviço nas casas.
Sob a coordenação da engenheira Teresa Vernaglia, 43 anos, diretora-geral da AES
Eletropaulo Telecom, a companhia investiu 20 milhões de reais no projeto. Veja o
que ela contou a INFO.
- Como a banda larga por rede elétrica vem sendo testada?
Teresa - Iniciamos os testes em 20 prédios na região de Moema, em São Paulo, em
novembro de 2007. Na fase seguinte, ampliamos a cobertura para 300 prédios, com
15 mil domicílios, em mais dois bairros: Cerqueira César e Pinheiros. São
regiões já atendidas principalmente por ADSL e cable modem e com usuários
bastante críticos.
- Quantos usuários vocês têm hoje?
São mais de 150 apartamentos, todos residenciais. Eles não pagam pelo serviço,
estão nos ajudando a avaliar a tecnologia na vida real, para que a gente possa
ter certeza, por exemplo, que o modem funciona em qualquer tomada.
- O uso de banda larga na rede elétrica trará aumento na conta de luz?
Não, só o que consome energia é o modem. O fato de os dados estarem passando
pela rede elétrica não afeta o consumo de energia. Eles simplesmente usam a
mesma rede.
- Houve casos de interferência na transmissão de dados quando alguém liga um
secador de cabelos ou um liquidificador, por exemplo?
Avaliar a performance do serviço no ambiente real foi justamente um dos
objetivos dos testes. Observamos que existem situações em que um ou outro
eletrodoméstico influencia na performance. Mas, quando isso acontece, existe um
filtro que é colocado na tomada e elimina a interferência.
- Quando começará a oferta comercial da banda larga por rede elétrica?
Estamos conversando com várias operadoras e acreditamos que essa solução estará
sendo vendida no primeiro trimestre deste ano.
- Tecnicamente, como funciona o BPL?
Os dados vêm pela rede de fibra óptica e, ao chegar embaixo de um transformador,
passam por um gateway, que modula o sinal óptico e injeta na rede elétrica de
baixa tensão. Cada transformador alimenta um grupo de residências ou prédios. No
edifício, o sinal é transferido para a rede elétrica interna, de forma que todas
as tomadas de todos os apartamentos passam a ter esse sinal disponível. Com o
modem que fica plugado na tomada, o sinal é extraído da rede elétrica e
convertido novamente em dados, que vão para o computador por meio do cabo de
rede Ethernet.
- Foi preciso instalar mais fibra óptica para atender aos 300 prédios do teste?
Instalamos 70 quilômetros de fibra óptica. Foi um complemento para estender a
fibra da nossa rede até o transformador, que fica na rua. Do transformador até o
prédio usamos a rede de baixa tensão, que ilumina as residências.
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Fonte: e-Thesis
[16/09/08]
Banda larga na rede elétrica: mitos e verdades por Jana de Paula
Aprove ImagemExpira no próximo dia 29 de setembro o prazo dado pela Anatel para
a consulta pública ao regulamento do uso da rede elétrica para internet em banda
larga. Para a maioria dos players Aprove Imagemenvolvidos neste mercado, esta
regulamentação traz à discussão um tema de interesse e que movimenta vários
pesos pesados das áreas de energia, telecomunicações e fabricantes há alguns
anos.
Neste debate, porém, dois conceitos são apresentados como verdade absoluta
quando, de fato, não passam de 'ouro de tolo'. Ou seja, de que será possível
ampla e irrestrita banda larga em 98% da rede elétrica e, por conseguinte, à
mesma proporção do território nacional. E o que faz da interferência a outros
serviços de telecom um vilão invencível. Nesta conversa com Rogerio Botteon
Romano (foto), pesquisador de telecomunicações da Gerência de Infra-estrutura de
Redes do CPqD, foram abordados estes mitos e levantados os modelos de negócios
factíveis, em curto e médio prazos.
Enquanto não se regulamenta o uso da rede externa de energia elétrica, o PLC -
Power Line Communications, ou sistema de telecom que utiliza a rede elétrica de
distribuição como meio de transmissão - vai sendo adotado para implantação de
redes locais privadas no cabeamento interno, ou seja, na parte da rede do
usuário, seja ele corporativo ou residencial. A Light, do Rio de Janeiro, tem
este serviço de telecom para prédios residenciais. A Cemig, de Belo Horizonte,
para residências e escolas. A maior, a Eletropaulo, fornece o PLC na rede
interna para soluções residenciais, corporativas e de ensino na Região
Metropolitana de São Paulo, além de vários outros projetos semelhantes prestados
pelas diversas concessionárias de energia elétrica do país.
O que se deseja agora é regulamentar o uso da rede externa, como nova
alternativa de fornecimento de banda larga em ampla escala. De fato, a rede
elétrica tem potencial para transmitir multimídia (canais de TV), telefonia
(voz) e internet em banda larga. Isto tudo adicionado a outro portfólio que
inclui medição e balanço energético, com redução de custo eficiente. Este modelo
já é adotado em mercados maduros, como nos Estados Unidos e no Reino Unido. Mas,
para que a rede elétrica no país atue como mais um meio de transmissão de
serviços de comunicação é necessário um amplo entendimento e a realização de
minuciosos modelos de negócios que tragam rentabilidade e confiabilidade.
Até que se chegue a este consenso, algumas questões devem ser levantadas - e
respondidas. Como será o modelo de banda larga via rede elétrica externa do
país? As concessionárias de energia elétrica concederão suas redes para outros
players, inclusive os de telecom? Ou atuarão diretamente no mercado? Que tipos
de rede terão preferência? Uma rede totalmente fixa, com fibra óptica na
interligação da central de transmissão com a subestação de eletricidade? Ou se
dará prioridade a uma rede híbrida, onde a interligação dos dois serviços será
feita por tecnologias de radiofreqüência, como Wi-Fi e WiMAX? Que tipo de
'limpeza' será exigida da rede elétrica para que ela esteja apta a transmitir em
IP?
O fato é que o uso da rede elétrica para provimento de serviço em banda larga dá
uma forte 'mexida' no mercado. Além da disposição das concessionárias da rede
propriamente ditas, é fundamental a participação, desde o DNA deste tipo de
serviços, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que terá que
trabalhar em estreita parceria com a Anatel e a Aneel, as agências reguladoras
de telecom e de energia elétrica. Um fato é claro: ao final do processo haverá
um ganho bastante democrático: os serviços de telecom ganham um novo meio de
transmissão, as concessionárias de energia podem se transformar em rede toda IP
- e estar mais aptas a coibir roubos e evitar acidentes; e o usuário, além de
receber banda larga pela velha rede elétrica, terá um serviço mais eficiente de
fornecimento de eletricidade e, consequentemente, de melhor custo/benefício. Um
verdadeiro nirvana...
Quem disputa nesta arena
O problema são os passos que se deve dar para atingir este admirável mundo novo.
Como já dito, a primeira providência, após a regulamentação, as especificações e
as definições de praxe, é a escolha do modelo ou modelos de negócios. "Para quem
já tem backbone de fibra óptica, o negócio é bom de imediato. E, para quem não
tem, é bastante viável o uso de rede WiMAX, com IP, numa solução híbrida. Assim,
quem é que está mais próximo da rentabilidade? Primeiro quem tem backbone;
depois, o dono da rede elétrica; e, em seguida, os vendors de infra-estrutura,
modems e outros dispositivos móveis ou fixos e de serviços. No caso específico
das concessionárias há um ganho extra: elas podem adotar o uso corporativo na
própria rede, com significativa economia", avalia Romano.
Segundo o especialista, o CPqD tende mais para o modelo do PLC como integrante
de uma solução híbrida, ou seja, composta de fibra, WMAX e/ou Wi-Fi, até para o
mercado ganhar força. "Já que não é preciso instalar a rede, as soluções sem fio
podem se mostrar atraentes, sobretudo em situações que requeiram muitos
repetidores", acrescenta Romano. Uma vantagem do PLC surge de imediato: sua
adoção em áreas de alta densidade populacional, pois, ao contrário do DSL, por
exemplo, o sistema permite que a rede se regenere e se amplifique.
O modelo com inclusão digital
Muito se fala, nesta etapa de consultas e sugestões, sobre uma possível
capacidade da banda larga via rede elétrica em projetos de inclusão social. De
fato, existe o piloto coordenado pela Aptel PLC Brasil - com FITec, Cemar,
Eletropaulo, Celg, EBA, Samurai, Positivo e Star One - para levar banda larga
(45 Mbps) numa escola de ensino fundamental com 365 alunos em Barrerinhas, no
Maranhão. O projeto de inclusão social e digital tem o apoio do Sebrae e da
Secretaria Estadual de Saúde. Como este há outros - o Restinga, em Porto Alegre
(RGS), o Bandeirante, em São Paulo (SP). Mas, pelo número e o porte dos players
envolvidos nestes projetos, que se pode classificar de pequeno porte, é possível
enxergar o nível de parceria envolvido e os custos implicados.
"Não vejo a inclusão digital como a principal aplicação do PLC. Prefiro
acreditar que há outras formas de ele decolar", adverte Romano. Aí, novas
questões se pousam. Quem vai realizar as instalações necessárias? O próprio
governo? Haverá planos de metas de inclusão digital para os players
interessados, como no caso das outorgas da 3G?Estarão as concessionárias de
energia elétrica dispostas a reduzir a tarifa de concessão de eletricidade
diante do aumento de receita originário destes serviços de banda larga através
de sua rede? Como se vê, antes de se pensar em projetos de inclusão de grande
porte, mais uma vez, é preciso se elaborar um minucioso plano que inclua um
detalhado calendário de retorno sobre investimentos (ROI).
"Como já disse, os modelos de negócio mais viáveis para o PLC atualmente são o
que implicam outro tipo de meio acoplado a ele, seja fibra óptica ou tecnologias
de radiofreqüência. As grandes cidades, com seus amplos backbones de fibra
óptica, podem ser consideradas o filé mignon deste negócio. As áreas com pouca
densidade populacional não são atualmente o melhor mercado. Mas, com a
regulamentação do PLC e a elaboração de um minucioso ROI é possível torná-lo
rentável. A oferta de equipamentos ainda é incipiente, sobretudo internamente. O
modem com gerenciador é um equipamento fundamental, por exemplo. Hoje há alguns
players estrangeiros competindo no mercado local. A Current (dos EUA), por
exemplo, realiza testes com a Eletropaulo em projetos de telecom em prédios
residenciais (banda indoor)", pondera o especialista.
Interferência, o vilão
Está constatado, principalmente em redes que adotam meios sem fio, que existem
problemas de interferências em linhas de visada. Também, nas redes externas de
PLC já implantadas no mundo, notou-se o quanto os eletro-domésticos 'sujam ' a
rede elétrica, bem como alguns tipos de lâmpadas compactas. Mas tudo é uma
questão de especificação. Assim, a interferência, que é o problema número um
quando se trata de PLC, pode, sim, ser mitigada. Até porque a capacidade de
interferência em outras redes não é exclusiva do PLC.
As redes de TV a cabo, quando há rompimento do cabo coaxial, também são fortes
poluidoras e trata-se de uma rede super utilizada. Mas, por ser um serviço
regulamentado, quando há vazamento, seja por falha técnica, humana ou
vandalismo, ou seja por conectores mal feitos e/ou mal instalados, é possível o
controle, monitoramento e mitigação dos problemas verificados. O mesmo ocorrerá
ao PLC, depois de regulamentado e, por ser uma rede subutilizada, seus problemas
não serão maiores que o verificado neste exemplo da TV a cabo.
"Trata-se de um segmento onde a regulamentação é indispensável. Todos os países
que adotam este tipo de serviço elaboraram suas regras. O fato é que o PLC está
numa freqüência que pode interferir em vários serviços, já que trabalha numa
faixa ampla - de 1,7 MHz a 30 MHz. E, como atua em todas as faixas em modulação
similar ao DSL, ao TLC e ao rádio etc., a interferência deve ser controlada para
a prestação de um serviço de qualidade. Hoje a mitigação deste problema está
avançada. O CPqD fez vários testes nos chamados PLC de segunda geração e
constatou isso", disse Romano.
Em longo prazo, o PLC pode se transformar em opção tecnológica para implantação
da rede de comunicação orientada nos conceitos de SmartGrid, além de rede de
acesso externo à banda larga.
Os tipos de PLC
Há três tipos de rede PLC. O de média tensão (20 kV - 11,9 kV) é usado
exclusivamente pelas concessionárias de energia elétrica. O de baixa tensão
(220V-110V) é o indicado para o uso da rede de distribuição de energia das
concessionárias no fornecimento de serviços de telecom para residenciais e
escritórios. Há ainda PLC na rede interna, de uso do cabeamento interno de
prédios e casas para estabelecer redes locais privadas.
No caso de um PLC em rede de baixa tensão, que é o que leva banda larga outdoor,
o backbone de internet é levado pela mesma tensão dos transformadores (tensão
média). Ou seja, a banda larga chega até os transformadores em média tensão e é
distribuída para as casas em redes de baixa tensão (220 V-110 V). Neste ponto da
rede é que também são instalados os regeneradores de PLC (para controlar
interferências). O backbone de internet também pode vir direto da subestação
(por fibra óptica). Quanto ao cliente, ele instala um modem PLC em sua casa e
passa a ter banda larga.
PLC nas faixas de 80 MHz a 1,6 MHz
De início (há dez anos), o plano entre os pioneiros, era de as próprias
concessionárias de energia se tornarem as fornecedoras de serviços de telecom.
Os sistemas PLC foram desenvolvidos inicialmente por pesquisadores da Nor.Web -
empresa formada entre Northern Telecom (Nortel) e United Utilities. As primeiras
redes de telecom em PLC basearam-se em fibra óptica, numa rede totalmente com
fio. Neste caso, o centro de operação do sistema de comunicações é interligado à
subestação de energia elétrica por fibra óptica e transmitido ao consumidor até
a rede primária de média tensão/PLC (o transformador instalado nas ruas, dos
quais se bifurcam os fios para as residências) As residências, tecnicamente,
recebem a chamada rede secundária de baixa tensão (a conexão entre a rede
primária e a secundária seria a última milha).
Assim, enquanto na concessão de telefonia fixa comutada o xis da questão é a
última milha, na da rede elétrica a ponta principal fica entre o transformador e
a subestação, que é onde se instala a rede de transmissão de dados, voz imagem
etc.
A rede híbrida
No caso da rede híbrida, a estação de base, ou centro de operações (telefonia,
multimídia e internet), é interligada à rede secundária de baixa tensão (a que
fica nas vias públicas, no transformador), dispensando a interligação com a
subestação. A banda larga chega sem fio na casa do cliente, com uma vantagem: o
cliente que dispuser de uma antena wireless, femtocell, Wi-Fi, WiMAx etc. pode
adquirir mobilidade nesta rede. Este tipo de rede híbrida WLAN-PLC está num
estágio entre a segunda e a terceira geração.
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Fonte: Telebrasil
[12/08/03]
PLC de nova geração para a última milha
A tecnologia PLC (power line communications) permite que os fios de cobre que
levam a energia elétrica em 50Hz transportem canais de telecomunicações em banda
larga, na faixa de 1 a 30 MHz. A idéia do PLC não é nova, mas agora surge
revigorada, com chips de última geração para modems que vão utilizar a rede de
energia elétrica para se comunicarem. Na Internet (Yahoo), são mais de 22 mil
itens sobre o assunto.
De acordo com um participante do IV Seminário sobre Broad Band Over Power Line,
realizado no Rio de Janeiro pela Associação de Empresas Proprietárias de
Infra-estrutura e de Sistemas Privados de Telecomunicações, o modelo PLC não
constitui uma panacéia, mas sim uma nova alternativa para a última milha. A
equação econômica do investimento a ser feito para o PLC, em cada caso, decidirá
se a nova tecnologia surge como um sério competidor numa rede, hoje, fechada ao
unbundling (desregramento).
Dotada de alta capilaridade, a rede de distribuição de energia elétrica com PLC
entra como novo meio para dar banda larga ao usuário, competindo com as redes de
pares de cobre das empresas telefônicas, dotadas de modems xDSL (x digital
subscriber line), ou das redes de televisão a cabo, equipadas com cable modems.
– Na Europa, as aplicações PLC passam do estágio de experiências-piloto para o
comercial e os EUA vão ser o grande impulsionador desse mercado – disse Dymitr
Wajsman, diretor da Aptel e membro da UPLC (United Power Line Council).
Na tecnologia PLC, os fios de energia atuam como um duto para conduzir sinais de
rádio. O consumidor residencial ou comercial "pluga" na tomada de energia –
agora também de TCs – o seu computador. Os condutores de energia não devem atuar
como antenas. A Resolução 305 da Anatel (de 26 de julho de 2002) limita a 30
microvolts/m, até 30 m, o campo irradiado.
Na versão PLC anterior, o sinal de telecomunicações era introduzido no
enrolamento secundário do transformador de distribuição de energia (aquele que
fica no poste e baixa a tensão de 6 KV para 220 V) e que pode servir de 100 a
300 domicílios. A rede de telecomunicações precisava chegar até esse
transformador.
A nova geração PLC introduz o sinal de telecomunicações (a 40 Mbit/s) num
estágio superior da rede de distribuição elétrica, formado por transformadores
de média tensão (13,8 KV até 34,5 KV) ligados em anel ou grade e cuja cobertura
geográfica de usuários é muito maior.
Empresas de energia elétrica como Copel, CEB, Cemig, Ligth, Eletropaulo, Excelsa
e CELG, dentre outras, já conduzem experimentos-piloto na área de
telecomunicações PLC e modems, que, por sua vez, serão montados no Brasil. Um
dos desafios econômicos do sistema PLC é o investimento necessário para prover
às camadas superiores de gerenciamento dos sinais de telecomunicações, tal como
fazem as operadoras de telecom.
Surgem agora miniempresários que oferecem serviços em banda larga para prédios e
condomínios. Dados típicos de Curitiba (PR) indicam taxas de adesão de R$ 150 e
mensalidades de R$ 49 – menores que via ADSL – para velocidade de 300 kbit/s a 2
Mbit/s. (JCF)
Modems PLC serão fabricados no Brasil
A Enterprise Buenos Ayres – EBA –, com sede em Miami, Flórida (EUA), tem filiais
em Campinas (SP), Florianópolis (SC) e negócios na Espanha e vai fabricar dentro
de 90 dias modems PLC (power line communications) em Santa Rita do Sapucaí (MG)
– onde fica localizado o Inatel –, que serão utilizados na rede de distribuição
de energia elétrica.
No Brasil, Copel, CEB, Cemig, Ligth, Eletropaulo, Excelsa e CELG, dentre outras,
já conduzem experimentos-piloto na área de telecomunicações PLC e vão formar o
mercado inicial para a produção da EBA Brasil.
A tecnologia do chip set para os modems é da DS2 espanhola e constitui cerca de
60% do custo do equipamento, já montado na China e agora no Brasil, para
diminuir impostos.
Do ponto de vista operacional, uma estação master para processamento de sinal é
ligada por uma unidade de acoplamento à rede de baixa tensão (220 V) que serve
de 45 a 60 domicílios e nela injeta um sinal de 45 Mbit/s.
Cada usuário é dotado de um modem PLC que provê a quatro portas em sistema de
rede local Ethernet, a 2 Mbit/s. A estação master vai ligada por rede Ethernet
de alta velocidade a um sistema de telecomunicação de hierarquia superior (anel
óptico).
Ao detalhar um sistema PLC, Alexandre de Moura Vidal, da EBA Brasil, mostrou que
a faixa de 1 a 30 MHz disponível para banda larga pode ser dividida em três
subfaixas, cada uma carreando 1.280 portadoras. Tais portadoras são alocadas
dinamicamente entre os diversos usuários. A modulação utilizada para melhor
robustez é OFDM – S2 (orthogonal frequency division multiplexing).
Copel de olho nas telecomunicações
Empresas de energia elétrica sempre lidaram com telecomunicações e agora se
voltam para a área de distribuição de sinais, na chamada última milha. A empresa
estatal de energia elétrica do Paraná – Copel – já na década de 50 lidava com
telecomunicações unidirecionais.
Nos anos 60, a Copel cuidou da eletrificação rural com sistemas carrier. Nos
anos 80, ela adotou o rádio SHF (desativado em 2001). Em 1994, a Copel inaugurou
seu backbone óptico, que deverá alcançar 82% da população em 2005.
A empresa, que serve a 3 milhões de consumidores de energia – dos tipos
residencial (77%), comercial e rural –, possui 91 mil pontos de transformação
urbanos e 225 mil rurais.
Segundo Lourival Lovato, da Copel, os mercados potenciais para o uso da
tecnologia PLC (power line communications) na Copel são os poderes públicos (29
mil consumidores), os serviços públicos (3,4 mil consumidores) e órgãos do
Estado (1,5 mil).
Na área rural, com poucos consumidores por transformador, o uso de PLC é
economicamente mais difícil. A meninas dos olhos da Copel é vender para o
Governo do Paraná a idéia da tecnologia PLC – com investimentos a fundo perdido
– para levar a 2.037 escolas estaduais serviços Internet de banda larga.
A Copel foi a 5ª empresa do Brasil a ganhar da Anatel autorização para o SLE
(Serviço Limitado Especial) e em 2002 para SCM (Serviço de Comunicação
Multimídia), que a habilita a penetrar no segmento residencial com banda larga.
A Copel oferece mais de 10 produtos de TCs ao mundo corporativo, em diversas
tecnologias e formatos.
O projeto Irma (italiano) é para o gerenciamento remoto de medidores de energia
elétrica e por extensão gás – ainda que eletricidade e gás formem um casamento
explosivo – e água. O Irma utiliza tecnologia da Enel (o medidor é do tamanho de
uma caneta) e conta com US$ 1 milhão de investimentos da CE a fundo perdido.
A Copel, representante latino-americana do projeto, conduz desde 1999
experiência de medição remota de medidores, em Londrina (PR), em parceria com o
Sercomtel, que fornece comunicações a 2,4 Kbit/s. Um concentrador varre a cada
20 minutos os dispositivos medidores sob sua supervisão e envia os sinais para
uma central. O custo da medição deve ficar abaixo de R$ 1, para ser viável
economicamente.
Na área de PLC, a Copel montou em 2001, em Curitiba (PR), uma demonstração
juntamente com a empresa suíça Ascom. A Copel vem efetuando experiências em
banda larga utilizando a tecnologia PLC com equipamentos EBA e Ascom. "O desafio
é montar o modelo de negócios", admitiu Lourival Lovato.