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06/07/09

• 1ª Confecom (13) - O que é "Marco Regulatório"? Como "ajudar" a Confecom?

----- Original Message -----
From: Helio Rosa
To: Celld-group@yahoogrupos.com.br ; wirelessbr@yahoogrupos.com.br
Sent: Monday, July 06, 2009 7:32 PM
Subject: O que é "Marco Regulatório"? Como "ajudar" a 1ª Confecom?

Olá,
ComUnidade WirelessBRASIL!
 
O nosso Márcio Patusco está fazendo um excelente trabalho de "ampliação de nossos horizontes" para entendimento do que será a 1ª Confecom.

Fico me perguntando que contribuições efetivas poderíamos dar além do esforço do Márcio?

Antes de mais nada, seria preciso entender realmente algumas coisas (claro, falo por mim...).  :-)
 
Numa mensagem anterior, perguntei o que seria "democratização dos meios de comunicações"

O Márcio nos brindou com sua visão:
(...)  a democratização aqui pretendida é a de se instituir uma Lei clara, sólida e transparente que permita uma maior competição no Setor (com a consequência óbvia de diluição de poder), com mecanismos de participação efetiva da sociedade, e uma melhor fiscalização de todos os atores, sejam eles empresas operadoras de telecomunicações, geradores e provedores de conteúdo, provedores de acesso e até mesmo usuários.(...)

Em outras mensagens o Márcio explicou:
 
(...) Em diversos países, essas matérias já vinham sendo unificadas em uma regulamentação única, principalmente pelo fenômeno tecnológico da convergência em diversos níveis. Praticamente unânimes foram as declarações feitas por políticos, técnicos e representantes estrangeiros presentes, quanto à necessidade de se rever o marco regulatório brasileiro de comunicações. (...)
 
(...) O arcaísmo regulatório nesses campos é tão grande, os regulamentos tão retalhados em Leis, e ainda, os avanços tecnológicos tão significativos, que mais vale "passar a régua" em tudo e criar um novo marco regulatório que possa dar à sociedade meios de desfrutar dos novos serviços em maior intensidade e com custos mais de acordo com nossa realidade social. (...)
 
(...) A busca por uma lei que unifique as diversas áreas de Comunicações no país não é uma invenção da roda. A maioria dos países europeus e asiáticos já a fizeram, se rendendo às necessidades de se adequar aos requisitos da Convergência e permitir que os serviços possam ser normalizados e fiscalizados sem demandas judiciais a todos os dias, pela ineficácia da legislação.
Assim, a 1ª Confecom é uma oportunidade de recolocarmos um trem quase desgovernado nos trilhos e em segurança novamente.(...)

Mas o que seria um "marco regulatório" das nossas telecomunicações?
A imagem mental que faço do assunto é um pântano envolto em densa neblina.   :-)
 
Sem pensar muito creio que esta seria uma missão prioritária da Anatel se ela fosse uma Agência com autonomia e independência e não um órgão aparelhado, loteado e  reconhecidamente carente de efetivo técnico para tão grande e complexo encargo.

Como a Anatel "não dá conta deste recado" no momento, quem faria este serviço? 

"Atualização do marco regulatório consumirá 10 anos" é o título de uma das matérias que transcrevo mais abaixo. Ufa!

Com os pés no chão, que contribuição concreta pode-se esperar da 1ª Confecom para o início do estabelecimento deste marco regulatório unificado, se é que isto é possível? 
Como podemos ajudar?
 
Abaixo colecionei três matérias para dar suporte ao início do debate.
 
Fonte: Revista Desafios
[07/02/06] 
Marco regulatório por Andréa Wolffenbüttel
Fonte: Convergência Digital
[03/10/08]  
Revisão do Marco Regulatório expõe modelo de gestão da Anatel por Fernanda Ângelo
Fonte: Telecom Online
[13/06/08]   Atualização do marco regulatório consumirá 10 anos

O Márcio Patusco já produziu uma dúzia de mensagens!  :-)
Esperamos as preciosas colaborações de nossos participantes, inclusive ideias e sugestões para o prosseguimento do debate!
Quem estiver ainda inibido para o debate público, por favor, vamos interagir com o Márcio em "pvt" (
marciopatusco@oi.com.br), OK?  :-)
Ninguém precisa fazer um "tratado" sobre o tema mas a pequena participação também é importante como parte do "brainstorming" virtual, para impulsionar novas ideias e contribuições.

Vamos lá? :-)

Boa leitura!
Um abraço cordial
Helio Rosa
 
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Fonte: Revista Desafios
[07/02/06] 
Marco regulatório por Andréa Wolffenbüttel
 
É um conjunto de normas, leis e diretrizes que regulam o funcionamento dos setores nos quais agentes privados prestam serviços de utilidade pública.
Parece complicado, mas não é.

Um exemplo classico de setor que precisa de marco regulatório no Brasil é o de telefonia.
Em 1998, empresas privadas passaram a atuar no ramo e foi necessário o estabelecimento de critérios rígidos para garantir a continuidade, a qualidade e a confiabilidade dos serviços prestados à população.
O mesmo aconteceu com a área de energia elétrica e a de administração de rodovias.

A regulação é sempre feita por um organismo independente com condições de defender os interesses dos cidadãos, do governo e das empresas concessionárias que obtiveram o direito de explorar o setor.

O marco regulatório é responsável pela criação de um ambiente que concilie a saúde econômico-financeira das empresas com as exigências e as expectativas do mercado consumidor.

No caso específico da telefonia, esse organismo é a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
Existem muitas outras agências reguladoras, como a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e a Agência Nacional de Petróleo (ANP).Além de estabelecer as regras para o funcionamento do setor, o marco regulatório contempla a fiscalização do cumprimento das normas, com auditorias técnicas, e o estabelecimento de indicadores de qualidade.A criação de um marco regulatório claro e bem concebido é fundamental para estimular a confiança de investidores e consumidores e para o bom andamento do setor
 
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Fonte: Convergência Digital
[03/10/08]  
Revisão do Marco Regulatório expõe modelo de gestão da Anatel por Fernanda Ângelo
 
 
Em evento realizado pela Associação Brasileira das Prestadoras de Serviços de Telecomunicações Competitivas (Telcomp), em parceria com a Escola de Direito da Fundação Getúlio Vargas (FGV), na última terça-feira, 30/09, advogados, professores, conselheiro da Anatel e Sub-procurador Geral da República debateram sobre os desafios impostos à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para garantir a competição em um mercado repleto de pressões políticas e de empresas com grande poder público.
 
Ao anunciar que a divulgação do novo Plano Geral de Outorgas (PGO) acontecerá num prazo de 15 a 20 dias, Plínio de Aguiar Júnior, conselheiro da Anatel,frisou que a regulamentação do setor ainda trata tão somente do presente quando, na prática, deveria cuidar também do futuro. "É preciso haver visões prospectivas. Não houve essa visão quando as operadoras foram reguladas, dez anos atrás. Daí a limitação atual da regulamentação", criticou Aguiar, que já respondeu pela presidência da Agência.
 
Segundo ainda o conselheiro da Anatel, hoje, há mais de 40 milhões de telefones fixos instalados em residências e, em função disso, é possível e necessário levar a banda larga a todos esses cidadãos. “Para isso, no entanto, as políticas públicas precisam ser mais atualizadas e a regulação tem de se adequar rapidamente à nova situação", pontuou Aguiar.
 
Sem esconder sua posição favorável à separação funcional - banda larga de telefonia fixa - o conselheiro da Anatel alertou que mais de 90% da telefonia fixa é fornecida pelas concessionárias. Isso significa que ela detêm a melhor infra-estrutura de "primeira milha", ou seja, aquela que seja na casa do assinante, para dominar, também, o mercado de banda larga. “A separação funcional é um instrumento que pode diminuir as chances de domínio do mercado de banda larga pelas incumbents”, afirma Aguiar.
 
"A portabilidade numérica e a modelagem de custos são outras iniciativas para estimular a competição no setor", disse, acrescentando que já há em andamento na Anatel, a elaboração de um plano geral de metas de competição. "No caso das tecnologias emergentes é preciso regular com cautela para não impedir a inovação", ponderou.
 
O posicionamento do conselheiro da Anatel foi rebatido pelo sub-procurador geral da República, Aurélio Virgílio Veiga Rios. Para ele, "antes mesmo de arrumar o terreno na telefonia fixa, a Anatel já debate a móvel. Era óbvio que seria necessário mudar o modelo atual", disparou. "Quando se fala em competição, se fala em qualidade. E isso precisa estar no novo PGO. Não se trata apenas de competidores. O usuário deve ser o foco das decisões", completou.
 
Mas Rios elogiou a recente decisão da Anatel em aprovar a portabilidade numérica. "É o primeiro passo para a concorrência de fato, e a Anatel tomou a decisão independente de interesses de empresas do setor", sublinhou o sub-procurador. Ele aproveitou a ocasião para destacar que o processo de fusão entre a BrT e a Oi ainda não é fato consumado.
 
"Se a Anatel entender que não há condições para a fusão, ela não será completada", reportou. Ele lembrou que a constituição de 1988 já vetava a participação do capital estrangeiro em empresas nacionais. "Ela foi alterada com a desculpa da privatização. Agora há quem queira o modelo sob a justificativa que vivemos um novo cenário", observou, dizendo esperar que o Plano Geral de atualização da Regulamentação do setor (PGR) não seja afetado pelos mesmos erros e vícios do Sistema de Telefonia Fixa Comutada (STFC) - que, segundo o sub-procurador, não é coisa do passado.
 
Choque de transparência
 
"O PGR poderia também ser utilizado para estabelecer melhor o papel do órgão regulador", acrescentou Paulo Brancher, advogado do escritório Barreto Ferreira, Kujawski, Brancher e Gonçalves e professor da PUC-SP. Isso porque, segundo ele, acaba sobrando para a Anatel regular questões que não têm haver com telecomunicações, como, por exemplo, o provimento de conteúdo. Além disso, Brancher sugeriu que é necessário reduzir as barreiras de entrada das teles no mercado. "Valorizar a inovação e convergência tecnológica e diminuir barreiras de entrada são meios de garantir a concorrência no setor", garante Brancher.
O professor sugere ainda que a Anatel pode obter resultados muito mais eficientes a partir da solução de problemas do que da criação de regras para resolver essas pendências. "Muitas vezes se deixa de lado a solução de um problema para criar novas regras", exemplifica.
 
Pedro Dutra, advogado do escritório que leva o seu nome, brincou dizendo que o Brasil possui um fetiche por regras. "Gosta de criar regras para não precisar solucionar problemas", afirmou. O advogado enfatizou que a Anatel tem um problema na sua origem. " O erro da Anatel está em sua origem, quando Renato Guerreiro a estabeleceu como um órgão repressor”, disparou.
 
Em sua opinião, a Anatel precisa se revitalizar em um prazo curto e que isso não demanda contratação de consultorias ou grandes projetos de reestruturação. "Basta a própria agência tomar decisões administrativas que lhe permita agir de forma mais ativa", sugeriu. Citando o exemplo da atual crise econômica vivida pelos Estados Unidos, Dutra diz que a Anatel precisa se aproximar da sociedade. Caso contrário, a exemplo do que ocorreu nos EUA, ninguém sequer saberá a origem do problema e, muito menos, até onde ele pode chegar. O advogado foi além: A Anatel precisa de um "fortíssimo choque de exibição".
 
Ou seja precisa ser mais transparente, divulgando dados de mercado, fundamentais para o julgamento da sociedade, precisa dedicar mais tempo para as decisões – não pode estar sempre pressionada por rápidas decisões – e divulgar agenda de seus conselheiros. Estas seriam, conforme sua opinião, formas de trazer a sociedade para o lado da Anatel. "A sociedade enxerga a Anatel como um órgão de sua defesa. Ela está no rumo certo, precisa apenas cuidar para não aceitar pressões públicas", concordou o sub-procurador Rios.

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Fonte: Telecom Online
[13/06/08]   Atualização do marco regulatório consumirá 10 anos
 
Trinta regulamentos terão de ser revistos para adequar setor ao novo Plano Geral de Outorgas
 
A Anatel trabalha com o horizonte de 10 anos para atualizar o marco regulatório infra-legal, processo descrito em minúcias pela proposta do Plano de Atualização da Regulamentação de Telecomunicações (PGAR), que entra em consulta pública na terça-feira, dia 17, quando o documento estará disponível no portal da Anatel na internet.
 
O relator do plano, conselheiro Antônio Bedran, disse ontem que são 30 regulamentos a serem revistos ou criados pela agência para estimular a competição e a oferta de banda larga. A agência estabeleceu prazos de curto, médio e longo prazos para implementação das mudanças, que serão contados a partir da edição do novo PGO, por decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Eis os principais itens relacionados pelo conselheiro:
 
Ações de até 2 anos - curto prazo
 
- Atualização do PGO;
- Edição do Plano Geral de Metas de Competição (PGMC), por meio de consulta pública;
- Revisão dos contratos de concessão e seu anexo Plano de Metas de Universalização (PGMU), que orienta a ampliação das redes de banda larga e acesso à internet em alta velocidade às escolas públicas;
- Incorporação de prestações de utilidades como siga-me e chamada em espera;
- Atendimento de áreas rurais fora da área de tarifação básica
- Consolidação dos regulamentos de qualidade dos serviços;
- Adequação da regulamentação de telefonia fixa (serviço telefônico fixo comutado/STFC) ao novo cenário de convergência das telecomunicações;
- Edição do Plano Geral de Remuneração
- Revisão da regulamentação dos serviços de telecomunicações para favorecer a oferta de serviços e a competição. Está prevista a implantação de revenda de serviços de telefonia fixa (STFC), comunicação multimídia (SCM) e provimento de capacidade de satélite, bem como a criação do operador virtual e telefonia móvel (SMP);
- Revisão da regulamentação do uso de radiofreqüência e o compartilhamento de rede e serviços;
- Edição de regulamentação sobre poder de mercado significativo (PMS);
 
Ações de 2 a 5 anos - médio prazo:
 
- Revisão do regulamento do SMP;
- Criação da oferta de planos de serviços específicos de banda larga, inclusive para a baixa renda, pelos prestadores de serviços de telecomunicações;
- Edição do regulamento sobre remuneração de redes;
- Revisão do SCM;
- Regras para uso de radiofreqüências e da mobilidade restrita;
- Edição de regras para estímulo à pesquisa e desenvolvimento de tecnologia nacional; e
- Revisão dos processos administrativa da Anatel.
 
Ações de 5 a 10 anos - longo prazo
 
- Redução dos serviços outorgados, por meio de regulamentação convergente;
- Revisão da regulamentação de TV por assinatura; e
- Revisão da regulamentação do Fundo para Universalização dos Serviços de Telecomunicações, sua operacionalização e arrecadação.
 

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