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Julho 2009
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17/07/09
• Matérias do Estadão com opiniões de Flávia
Lefèvre: Inoperância e "loteamento da Anatel" + "Panes nas teles"
Transcrevo, mais abaixo, matérias de hoje no
Caderno de Economia do Estadão.
Aqui estão as manchetes e os
recortes: :-)
Fonte: Estadão
[17/07/09]
Panes nos serviços das teles vão muito além do
Speedy por Gerusa Marques
(...) Apenas em julho, serviços operados por Oi, Vivo e
TIM também apresentaram falhas no País
Os problemas que vêm
atingindo o serviço de banda larga Speedy, deixando milhares de pessoas e
órgãos públicos sem conexão à internet, podem não estar restritos somente às
redes da Telefônica. O alerta para o risco de uma falha sistêmica,
envolvendo a infraestrutura de outras empresas de telefonia fixa, celular e
de internet em alta velocidade, vem de setores da Agência Nacional de
Telecomunicações (Anatel). (...)
Fonte: Estadão
[17/07/09]
Para analistas, política atrapalha
por Gerusa Marques
(...) A inoperância da Agência Nacional de
Telecomunicações (Anatel) é atribuída por especialistas do setor ao processo
de ingerência política e de loteamento partidário do órgão regulador. Esse
processo forjou divisão interna na agência, não apenas no conselho diretor,
mas entre técnicos. (...)
Ao debate!
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Apenas em julho, serviços operados por Oi, Vivo
e TIM também apresentaram falhas no País
Os problemas que vêm atingindo o serviço de
banda larga Speedy, deixando milhares de pessoas e órgãos públicos sem conexão
à internet, podem não estar restritos somente às redes da Telefônica. O alerta
para o risco de uma falha sistêmica, envolvendo a infraestrutura de outras
empresas de telefonia fixa, celular e de internet em alta velocidade, vem de
setores da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
A agência tem registrado problemas na prestação
dos serviços, que apontam para a possibilidade de um sucateamento das redes de
telecomunicações no País, que seria provocado por um patamar de investimentos
abaixo do necessário.
"O problema não é só do Speedy", diz uma fonte
graduada do órgão regulador. Levantamento obtido pelo Estado mostra que, nos
primeiros sete dias de julho, houve pelo menos cinco falhas (ver quadro) nas
redes da Oi, Vivo e TIM. São problemas nos serviços de telefonia fixa, banda
larga e telefonia celular, provocados por rompimentos de cabos de fibra ótica,
queda de enlaces e falhas na conexão de roteadores, por exemplo. Também há
situações mais comuns, como velocidade de conexão à internet abaixo da
contratada e problemas para completar ligações telefônicas.
O aumento da frequência de "pequenas panes",
segundo a mesma fonte, é atribuído à falta de manutenção nos equipamentos e a
investimentos insuficientes para a expansão das redes. Apesar do diagnóstico,
a Anatel, responsável pela fiscalização das empresas, estaria com a sua
atuação limitada por não dispor de instrumentos atualizados para checar a
qualidade da prestação dos serviços.
A Agência, como admite fonte do setor, não
concluiu os estudos para elaboração de modelos de regulação econômica que lhe
permitam exigir das empresas o cumprimento de planos estratégicos de
atendimento da demanda e de modernização das redes. "A Anatel faz padrão de
qualidade com base em uma norma da época da Telebrás", diz a fonte.
O ex-ministro das Comunicações Juarez Quadros
considera que a Anatel está "super atrasada" na elaboração do modelo de
custos, iniciada em 2005, que ofereceria um detalhamento contábil para
identificar quanto é gasto em cada setor das empresas e a receita obtida com
cada serviço.
"Não adianta só fiscalização física, o modelo de
custos é fundamental para ver o que de fato está ocorrendo", disse.
"A Anatel recebe as informações das empresas e
não tem como processá-las", concorda a coordenadora da Frente dos Consumidores
de Telecomunicações, Flávia Lefèvre, que integrou até o início deste
ano o conselho consultivo da agência. Ela acredita que os problemas atingem
todas as redes, mas ganharam dimensão na Telefônica porque se trata de um
mercado que envolve grandes corporações, como o de São Paulo.
"Quando atinge só os pequenos clientes, todo
mundo acha que está tudo bem." Segundo ela, o maior problema é que a banda
larga não é considerada pelo governo como um serviço essencial e, portanto, as
empresas não têm metas de qualidade e de universalização a cumprir.
Juarez Quadros disse temer que os problemas
estruturais da Anatel se reflitam no consumidor. "Tenho medo de um caos. A
gente vê as falhas se repetindo, tenho receio que aumente a escala de
acontecimentos", afirmou. Ele lembra que o tráfego de banda larga e de
telefonia celular tem crescido muito no País e que os investimentos têm de
acompanhar essa proporção. "Houve investimento, mas pode não ter sido o
suficiente", afirmou.
As empresas negam a retração nos investimentos.
Elas afirmam que os recursos aplicados nas redes são suficientes para garantir
o atendimento da demanda. Asseguram ainda que as falhas verificadas no início
do mês são pontuais e que suas redes estão operando dentro da normalidade.
A Oi informou que monitora permanentemente a
operação dos serviços, além de possuir equipes de plantão 24 horas para fazer
reparos. Para 2009, a empresa prevê investir de R$ 5 bilhões a R$ 6 bilhões,
sendo 90% em expansão, manutenção e qualidade. As falhas registradas, segundo
a Oi, foram provocadas por "fatores externos".
A TIM informou que investirá neste ano R$ 2,3
bilhões, sendo cerca de R$ 1,4 bilhão em expansão de redes. A TIM diz que suas
redes são monitoradas e os problemas estão restritos a Manaus, causados por
instabilidade dos links contratados da Embratel. A Embratel informou, porém,
que não é responsável pelos problemas da TIM no Amazonas e que cumpre o
contrato com a operadora de telefonia celular.
A Vivo disse que a falha ocorrida em Minas
Gerais foi "um problema pontual" e que a empresa ressarciu os usuários, com
devolução de créditos. Para este ano, a empresa afirmou que fará um
investimento total de R$ 2,6 bilhões.
FALHAS REGISTRADAS EM JULHO
Dias 1.º e 2/7: Falha no serviço de telefonia
celular da TIM, em Manaus. Os problemas foram causados por falha no sistema de
transmissão e rompimento no anel óptico de conexão à rede da Embratel e
atingiu cerca de 700 mil clientes da empresa
Dia 2/7: Falha no serviço de telefonia celular
da Vivo, em Minas. Houve problemas na conexão de roteadores em Belo Horizonte,
atingindo a rede principal (backbone) nos municípios que usam DDD 35, na
região de Varginha
Dia 3/7: Falha no serviço de telefonia fixa da
Oi, em Viçosa (MG). Um cabo de fibra ótica se rompeu, deixando sem comunicação
cerca de 19 mil telefones
Dia 4/7: Problemas de conexão à internet no
serviço de banda larga Velox, da Oi. O problema que motivou a pane não foi
relatado, mas afetou algumas áreas dos Estados do Rio Grande do Sul, Bahia e
Ceará.
Dia 7/7: Falha no serviço de telefonia fixa e
celular da Oi nas cidades de Belmonte e Canavieiras, na Bahia. Houve queda nos
"enlaces" da rede da empresa, deixando quase 3 mil clientes sem conexão
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A inoperância da Agência Nacional de
Telecomunicações (Anatel) é atribuída por especialistas do setor ao processo
de ingerência política e de loteamento partidário do órgão regulador. Esse
processo forjou divisão interna na agência, não apenas no conselho diretor,
mas entre técnicos.
Eles dizem que a Anatel precisa passar por uma
reestruturação sistemática para retomar seu poder de regulação.
O consultor Juarez Quadros, que foi ministro das
Comunicações no governo de Fernando Henrique Cardoso, diz que o modelo das
agências foi concebido com a previsão de que os operadores seriam cada vez
mais fortes e que os órgãos reguladores deveriam se preparar para enfrentar
essa pressão. Esse modelo, segundo ele, foi se deteriorando a partir de 2004,
quando o conselheiro Luiz Guilherme Schymura foi afastado da presidência da
Anatel. Na opinião da coordenadora da Frente dos Consumidores de
Telecomunicações, Flávia Lefèvre, a Anatel é influenciada pelo poder
econômico das empresas e não toma medidas para preservar o consumidor.
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