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Julho 2009
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21/07/09
• Telebrás e Eletronet: de novo... (55) -
Mensagem do jornalista Ethevaldo Siqueira em resposta à msg do "Anônimo"
Recebi do jornalista Ethevaldo Siqueira
a mensagem transcrita mais abaixo.
Ethevaldo refere-se ao "Anônimo", cuja mensagem reproduzimos neste "post" de
ontem:
O "Anônimo", leitor do BLOCO, "externo" ao
nossos Grupos, trouxe-nos a informação que o Governo prossegue em sua
intenção, fartamente divulgada pela mídia, de reativar a Telebrás.
No seu texto o leitor criticou a isenção do jornalista Ethevaldo Siqueira.
Já citei anteriormente e repito: no jornalismo dito "especializado" em TI e
Telecom, Ethevaldo Siqueira é um dos exemplos de "coragem de opinar". Na
minha visão, faz parte de um pequeno e seleto grupo do qual participa nossa
Alice Ramos.
Ao opinar e se posicionar, estes jornalistas (e todos que estão escrevendo
na web) estão sujeitos à "chuvas e bordoadas" e digo isto de
cadeira. :-)
Ao leitor cabe a tarefa de concordar, discordar e intergir.
Ethevaldo avaliou como ofensivas as críticas do Anônimo; ao se defender,
confirma sua posição contra a reativação da Telebrás e traz novas
informações.
Em nossos fóruns, estou tentando moderar o debate sem abrir mão do meu
direito de opinar.
Sou contra a "reativação" e creio que o Ethevaldo, crítico de "primeira
hora" deste processo, está fazendo um bom trabalho ao abrir em
seu
site um espaço para abrigar todas
as opiniões.
Na continuação do debate, lembro: a "pauta" não é atuação do Ethevaldo e
sim a "ressurreição da Telebrás".
Obrigado, Ethevaldo, pela sua mensagem e por aderir ao debate em nossos
fóruns!
Apareça! Estamos à sua disposição! :-)
Agradeço novamente ao "Anônimo" com o convite para a continuação do debate
em seus aspectos técnicos e de mercado.
Ao debate... sobre a Telebrás, OK? :-))
Boa leitura!
Um abraço cordial
Helio Rosa
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----- Original Message
-----
From: Ethevaldo Siqueira
To: 'Helio Rosa'
Sent: Monday, July 20, 2009 9:37 PM
Subject: RES: Telebrás e Eletronet: de novo... (54) - Mais uma "fonte": "...
de fato, uma Nova Telebrás está sendo criada" + "Governo conhece projeto
'Telebrás' da Austrália"
Prezado Hélio Rosa
Peço-lhe acolher minhas opiniões e minha defesa diante do texto do Anônimo
que, além de oferecer outra opinião, refere-se a mim de forma ofensiva e
grosseira.
Um abraço e parabéns pelo debate que acolhe em seu site.
Abraços
Ethevaldo Siqueira
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Minha resposta vai em itálico juntamente com
o texto do Anônimo:
“Gostaria de oferecer uma outra opinião...”
Meu
caro Anônimo
Já que o senhor foi muito além de emitir opinião e passou à crítica pessoal,
tenho o direito de defesa.
Como é um espaço saudável para um debate sobre esse assunto tão importante,
gostaria de oferecer algumas argumentações...
Concordo com o amigo T.O.M em vários aspectos, MAS discordo de outros...
TELEBRÁS tem uma história nas telecomunicações deste país...
Passou por momentos distintos: o da empresa de telefonia pública que
reestruturou o setor e o de um mero instrumento estatal para amortização da
dívida externa. O amigo T.O.M se engana ao concluir que a "reativação"
implicaria num retrocesso semelhante década de 80...
Primeiramente gostaria de salientar que a empresa não será necessariamente
REATIVADA. Ela ainda existe, desde a sua privatização. Foi aberto um processo
de liquidação da empresa naquela época, que nunca foi efetivado. E, desta
forma, a empresa continuou existindo, miseravelmente, com 5 funcionários. É
necessário, se o objetivo for transformá-la em uma infovia pública de fato,
uma portaria de cancelamento deste processo de liquidação. E, da maneira como
tudo se encaminha (aporte 200 milhões, editais de contratação, ...), isso é
iminente.
Sr. Anônimo: A Telebrás está inativa, desde
sua privatização. Qualquer atividade que venha a exercer constitui, portanto,
uma reativação. Outra bobagem: transformar a Telebrás numa infovia pública de
fato. A empresa não pode ser uma infovia. Porque infovia é infraestrutura. Ou
o senhor Anônimo não sabe o que é uma infovia. E não basta cancelar o processo
de liquidação com um portaria. Para operar serviços, a nova Telebrás terá que
mudar seu objeto (suas finalidades), o que exigiria uma concessão, que não é
permitida pela Lei Geral de Telecomunicações. Uma portaria, meu caro anônimo,
não pode mudar o objeto da velha Telebrás, transformando-a na Nova Telebrás de
seus sonhos. Estou pagando para ver a reativação iminente da velha estatal.
Entretanto, há uma certa confusão sobre o papel a ser desempenhado por esta
Nova Telebrás, que tentarei explicar a seguir.
A nova Telebrás nunca mais será a antiga Telebrás: são períodos e conjunturas
diferentes.
Sr.
Anônimo: Ninguém nos garante que a interferência político-partidária não
voltará. Que não haverá empreguismo. Nem corrupção. Nem ineficiência. Nós,
cidadãos, o povo todo, pagaremos a conta. Por isso, temos que discutir,
opinar, porque somos parte não apenas interessada no destino da estatal, mas
vítimas potenciais de sua atuação e de seu futuro.
A nova Telebrás terá como papel principal a prestação de serviços ao governo
federal. As empresas privadas de telefonia mantêm a sua importância e papel
fundamental na prestação de serviços a população. E o próprio governo
reconhece e incentiva isso – se não fosse pela intervenção do governo federal,
a fusão BRASIL TELECOM-OI não ocorreria.
Mas é imperativo enxergar o setor de telefonia como um elemento estratégico e
essencial para o país... Não podemos permitir que tal estrutura esteja
completamente “entregue” ás empresas estrangeiras...
E isso é uma tendência não somente do nosso país: é uma tendência mundial.
Segurança, soberania, garantia de funcionamento das estruturas vitais... São
algumas das prerrogativas que justificam a existência de uma infovia pública.
Nunca mais semelhante à antiga Telebrás, mas modificada, adaptada a estrutura
de telecomunicação atual do país.
O Sr. Ethevaldo, em minha opinião, perdeu credibilidade. No momento em que se
torna contraditório, publicando reportagens dúbias e sempre defendendo de
forma cega e obtusa as empresas privadas de telefonia. Os motivos que o levam
a fazer isso não fazem parte do objetivo deste debate e não serei eu que
falarei sobre isso.
A
primeira condição ética para o anonimato num debate público é expor opiniões
sem atingir nem ofender ninguém. Se ao Anônimo falta independência, coragem ou
razões aceitáveis para não revelar sua própria identidade, deveria sobrar-lhe
cuidado ao se referir a terceiros. Não defendo de forma cega e obtusa as
empresas privadas – pois, como tenho mostrado muitas vezes, elas nos tratam
mal e nos prestam maus serviços, só um pouco melhores do que a velha
Telebrás.Tudo isso existe por falta de maior grau de competição e de
fiscalização mais rigorosa e proativa.
O sr. Anônimo é que defende de forma cega e obtusa a velha estatal. Não sei
quais sejam os motivos que o levam a fazê-lo: patriotismo, ideologia ou
interesse? Não serei eu que falarei sobre isso. Eis ai o exemplo da apelação
do Anônimo — que à falta de argumentos, números e fatos para defender sua tese
– parte para a insinuação malévola, oculto no anonimato.
Que dizer da credibilidade de um Anônimo? Nada mais contraditório que sua
argumentação. O que é uma reportagem dúbia? Citei fontes do governo que
argumentam até hoje que há sérios problemas para reativar a Telebrás. Quem
muda de posição é o governo – e não tem sequer a coragem de vir a público,
dizer o que vai fazer e por quê. Você já viu governo mais hesitante nas
telecomunicações que o governo Lula-Hélio Costa? Isso, sim, é ser dúbio.
Aliás, fontes do próprio governo garantem que o ministro Hélio Costa já não
defende a reativação da Telebrás. Arrependeu-se de ter soltado o
balão-de-ensaio há mais de um ano. Quem caminha em ziguezague, muda de
direção, diz que vai mas não vai, que promete reativar a Telebrás e muda de
posição – sem qualquer debate público, que não tem coragem de expor suas
razões. Contraditório é alguém com o passado de Lula aliar-se a Sarney, Collor
e Renan Calheiros. Há coisa mais desmoralizante do que isso?
A realidade é que, de fato, uma Nova Telebrás está sendo criada e sua criação
não será motivo de desestruturação ou redução da qualidade e modernidade
alcançadas após a privatização. A nova Telebrás chega para somar, preencher
espaços que não serão completados pela estrutura vigente. E isso é
fundamental, urgente e essencial para o país.
O pior
nessa história é saber que por trás de tudo existe também uma grande jogada: a
manipulação das ações da Telebrás – que nos últimos 18 meses partiu de R$ 0,03
e chegou a R$ 0,99 no final do ano passado. E as oscilações continuam. Alguém
está ganhando com elas. Por isso, muitos ficaram furiosos quando eu disse que
o governo estaria recuando. Vamos apurar tudo isso. Esperem para ver. Aí não
haverá anonimato.
Ethevaldo Siqueira
www.ethevaldo.com.br;
esiqueira@telequest.com.br
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